La Usurpadora (2019) – A morte de Olga



“Às vezes uma pessoa não é má por falta de sentimentos, mas por excesso de decepções”

A versão de 2019 de “La Usurpadora” chega a um de seus trechos mais intensos quando Paola faz cena e manipula a mãe, que não escuta nenhum dos conselhos de Paulina… quando descobre que Paulina está na Colômbia e pretende contar toda a verdade, Paola sai de casa desesperada, e acaba sendo pega por Facundo Nava, que a leva para um apartamento e avisa Paulina, para que ela possa ir até lá… levando com ela a mãe. Paola é sedutora, manipuladora e dissimulada. Ela acaba algemada a uma cadeira, sensualizando e tentando fazer com que Nava a solte, mas ela muda completamente quando Paulina chega com Olga – ela é esperta, eu tenho que admitir isso, mas a raiva que eu senti não pode ser descrita… chorosa, ela implora por ajuda, pede que a mãe veja “o que estão fazendo com ela”, e é claro que, repleta de culpa, Olga cai em seu jogo.
Paulina e Paola se enfrentam em um embate interessante – Paola diz que “a estão tratando como uma criminosa”, e Paulina responde que estão fazendo isso porque “ela realmente é uma”, mas Olga pede que Nava se retire para que ela converse sozinha com suas filhas e, infelizmente, ele sai… ali, sabíamos que tudo ia por água abaixo. “Não acredito que agora se faz de vítima depois de tudo que me fez”. Paulina detesta a Paola, mas a idiota da mãe dela se emociona e defende Paola, porque diz que “sabe quem é a Paola”. Cara, ela não se dá conta de que ELA NÃO SABE?! Ela está com Paola há poucos dias, e Paola passou 90% desse tempo mentindo e fingindo… Olga não sabe nada sobre ela. Paulina tenta dizer isso à mãe cabeça-dura, mostra a marca de bala que tem por causa dos planos malsucedidos de Paola… mas nada adianta.
Nem quando Paulina fala do hospital psiquiátrico…
Claro que Paola joga bem. Ela sabe exatamente como manipular a Olga – ela faz cena, ela chora, diz que “não está bem”, e que “vai a médicos desde que era pequena”, e quando Paulina tenta interferir, porque não quer ouvir essas babaquices, a chata da Olga grita com ela (!), e manda ela deixar que Paola fale… sinceramente, eu não teria a paciência que a Paulina teve. Naquele momento, eu iria embora e deixaria que a mãe se virasse com a filha que mal conhece… Paola diz que sofreu muito sua vida inteira, diz que “sempre sonhou em conhecê-las”, sempre sonhou em “ser uma família com elas”, e Olga pede que as duas se perdoem, o que é patético e ridículo. Paola, dissimulada, promete, e Olga olha esperançosa para Paulina, enquanto Paola sorri confiante, porque seu teatrinho deu mais certo do que ela esperava que desse…
Que raiva da Olga!
Fiquei com mais raiva quando o Nava volta e Olga diz que “esse é um assunto familiar entre ela e suas filhas”, porque a verdade é que NÃO É UM ASSUNTO FAMILIAR. Nava está trabalhando para o presidente, Paola é uma criminosa, não existe isso de “assunto familiar”. Ele tem todo o direito de ficar bravo e frustrado depois: Paola é uma criminosa e eles simplesmente a deixaram solta. Paulina diz que “fez isso pela mãe”, mas continua sendo uma idiotice… sentido, Nava até pergunta se ela não está fazendo isso porque “está feliz como primeira-dama”, mas Paulina não tem cabeça para isso agora, e diz que “tudo vai ser mais difícil do que pensaram”. Sinceramente, eu espero que ela não fique com o Carlos, NÃO FAZ SENTIDO! Ela deixa Nava para ir ver o Carlos, e me partiu o coração vê-lo ficando para trás, chorando… enquanto isso, ela leva o Carlos ao bar, bebe, dança, se beijam…
Eu estou bem confuso.
Frustrado e sofrendo, o Nava precisa descontar os seus sentimentos em alguém, e ele escolhe, merecidamente, o Manuel. Afinal de contas, o Manuel é tão criminoso quando a Paola, mas ele é muito mais asqueroso, porque faz o que faz por uma devoção ridícula e por desejar algo que nunca vai passar – e ele age como um burro. Então, Nava tenta conseguir alguma informação dele, mas, enquanto não consegue, ele “se diverte” dando-lhe bebida e arrancando-lhe sangue com socos… eu não vejo a hora de ver o Manuel pagar realmente por tudo o que ele tem feito para ajudar a Paola. Anseio quase mais por isso do que pela própria Paola pagando por suas maldades. E eu adorei o Manuel tentando intervir dizendo que “o Nava não é mais da polícia”, mas é justamente por não ser que ele pode fazer o que ele bem entender agora contra Manuel.
Ele não segue mais regras.
Enquanto isso, um escândalo explode no México… Lisette troca algumas fotos sensuais com Diego, e ele rapidamente se sente culpado, pede que eles apaguem aquelas fotos, porque ele sabe que isso pode dar problema, mas já é tarde demais – o nojento do Molina, o seu tio e mentor, já conseguiu as fotos, e quer vendê-las, independente das consequências que elas podem gerar. Acredito que o Molina foi bem estúpido ao agir assim, no entanto. Se ele queria tanto infiltrar o Diego como namorado de Lisette para arrancar-lhe informações, ele errou ao fazer isso: se Diego era o único que tinha as fotos, era óbvio que a culpa do vazamento das mesmas cairia sobre ele, e então Lisette nunca mais ia querer saber nada dele… mesmo assim, Molina divulga as fotos, e então começamos a acompanhar todas as consequências dessa exposição.
Lisette chora ao ver a matéria na revista e as mensagens que recebe nas redes sociais. Emílio, por sua vez, fica imediatamente angustiado e liga para Gema, porque sabe que ela pode resolver isso… e logo isso mobiliza toda a família… inclusive, o pessoal que está na Colômbia, e que precisa urgentemente retornar ao México. Paulina liga para Nava dizendo que Paola vai ter que voltar ao México e cuidar da filha, enquanto ela fica ali com a mãe, mas a verdade é que, como sempre, a Paola não está nem aí com nada… mesmo quando a situação piora, quando Lisette se tranca no quarto e toma pílulas, na tentativa de se matar. Quando descobre a respeito disso, Olga tenta falar com Paola, conta da tentativa de suicídio de Lisette, mas Paola diz que “não é nada demais”, e que “ela só está tentando chamar atenção”, e isso deveria ser um alerta para Olga de que a filha não presta.
Mas ela fecha os olhos.
Assim, Paulina acaba sendo quem retorna para o México com a família presidencial, e ela é quem fará o papel de mãe com Lisette no meio de toda essa confusão. Felizmente, Lisette está bem, mas precisa ir ao hospital, fazer uma lavagem, e Paulina está no limite para aguentar provocações e coisas sem sentido, como as de Arcadia. Adorei quando ela se volta contra Arcadia e diz um: “Piedad tem razão. Minha filha precisa de amor e compreensão, e se você não sabe dá-lo, então não sei o que faz aqui”. EU AMEI! Agora que sabe de toda a história e não precisa de nenhuma informação de Arcadia, Paulina pode tratá-la com o desprezo que ela merece, porque ela está preocupada demais em conseguir dinheiro para ir a um cassino jogar, enquanto não se importa com a neta… amei ver a Paulina estourando e expulsando a Arcadia de casa.
Também amei a cena de Paulina cuidando de Lisette.
Uma verdadeira mãezona.
Paola, no entanto, talvez não seja mesmo um ser humano tão mal… eu infelizmente não acho mais que ela tenha “salvação”, mas ela sofreu demais na vida e isso a moldou como ela é, sem o amor de uma mãe presente, por exemplo. Mas percebemos que ela não é tão má quando ela tem “momentos de lucidez”, momentos como quando Olga liga dizendo que caiu, e ela larga tudo o que está fazendo e corre para casa para vê-la, genuinamente preocupada. Com a mãe passando mal, Paola cuida dela, dá comida em sua boca, e ela parece realmente sentida naquele momento… eu amei a maneira como, mesmo nessas condições, Olga deita Paola em seu colo, acaricia seu cabelo e canta para ela, do mesmo modo (com exceção da música) que Paulina está fazendo, ao mesmo tempo, com Lisette, no México… uma mãe cuidando de uma filha. É bem bonito.
Mas Olga não quer ser internada. Paola, sem paciência, pede que a mãe não a coloque nesse dilema… ela “acabou de reencontrá-la, e não pode perdê-la de novo”. Mas naquele momento vemos e sentimos que ela está dizendo a verdade… que as lágrimas são reais. Com a morte da mãe se aproximando, no entanto, Paola se recusa a falar com Paulina. Ela não quer que a irmã esteja lá. Ela quer que seja um momento dela com a mãe. Olga diz à filha que a ama, e ela engasga ao tentar responder, porque não lhe é comum, mas ela consegue: “Yo… yo… yo te amo, mamá”. A cena é forte, Sandra Echeverría ARRASA na atuação, mostrando toda a dor, a confusão e a sinceridade estranha de Paola… ela é tão diferente de Paulina! A morte de Olga, no entanto, deixa uma dúvida no ar: Olga diz que “sempre vai amá-la”, mas a chama, por algum motivo, de “Paulina”.
Ela realmente chamou a Paola de Paulina ou ela só estava chamando por Paulina, porque não teve tempo de se despedir de sua outra filha? É algo que Paola provavelmente jamais saberá, mas fica parecendo (eu também acharia) que toda a declaração foi para a outra filha… Olga morre com as lágrimas escorrendo do sofrimento de Paola, e me doeu vê-la implorando para que a mãe “dissesse seu nome” – ela pede isso algumas vezes até ver que isso jamais vai acontecer. É MUITO TRISTE. Enquanto isso, Paulina estava em um momento muito fofo e muito bom a sua outra família no México: estavam distraindo Lisette, todos em volta da mesa, fazendo a refeição e rindo, um momento bastante bonito, bastante leve… mas então ela sente que algo acontece, passa mal – será que ela sentiu a morte da mãe ou foi a dor e o sofrimento da irmã?
Cenas maravilhosas!
ESSA NOVELA! <3


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