Sítio do Picapau Amarelo (2003) – A Lenda do Rei Arthur: Parte 2

Uma poderosa “poção” de erva cidreira…

COMO EU AMO “A LENDA DO REI ARTHUR”! No fim da primeira semana da história, o Visconde de Sabugosa ainda estava em Camelot, ameaçado sob a espada de Mordreu, mas Emília tinha um plano para ir recuperar o seu sabugo de cartola favorito… segundo ela, porque “sem o Visconde quem é que carregaria a sua canastrinha”, mas nós bem vimos que ela estava chorosa sem o seu amigo ao lado! Então, enganando o Merlin e conseguindo tanto o feitiço como a poção para abrir um portal no tempo, Emília e Narizinho vão elas mesmas para Camelot, aparecendo em cima da Távola Redonda, e salvando o Visconde de morrer sob a espada do vilão Mordreu… então, eles correm de Mordreu até a masmorra, onde o sabugo esteve preso por algum tempo, para que também possam salvar o Lancelot… o mais bravo cavaleiro da Távola Redonda.

Então, depois de resgatar também o Lancelot, o grupo retorna à Sala da Távola Redonda, onde o portal segue aberto, mas agora não precisam enfrentar apenas o Mordreu, mas também a Morgana, e eu adorei ver a bonequinha enfrentando a malvada bruxa, que tem certo receio de enfrentá-la, porque, segundo a Cuca, “a mágica dessa criatura é muito poderosa”. Lancelot, então, como o bravo cavaleiro que é, defende as crianças e trava uma luta de espadas contra Mordreu, enquanto as crianças assistem, e ele vence, desarmando Mordreu e causando a ira de Morgana, que transforma a espada de Lancelot em um ramo de flores em sua mão… então, Emília entra em ação, provocando a Morgana e a chamando de “cara de coruja seca”, e quando a bruxa tenta transformar a bonequinha em sapo, ela acaba lançando o feitiço em Mordreu, e é a oportunidade perfeita para fugir…

Emília, Narizinho, Visconde e Lancelot… direto para o Reino do Picapau Amarelo.

Enquanto isso, Pedrinho leva Percival à caverna da Cuca, onde mora o monstro que pegou a sua espada… quando Pesadelo sai da caverna, Percival o ataca, porque uma espada é muito importante para um cavaleiro e não pode simplesmente ser substituída. Então, Pedrinho e Percival ameaçam o Pesadelo com água, e quando ele recebe uma espécie de banho, Pesadelo acaba contando: a Cuca colocou a espada do Percival no caldeirão para derreter. Então, Percival entra para enfrentar a Cuca (“Monstro horrendo? Eu sou é lindona!”), e logo Morgana também aparece, e tenta enganar Percival, transformando a Cuca na amada de Percival. “O que você fez com a minha amada Branca Flor, bruxa perversa?” Agora, Morgana tem sob seu domínio um Cavaleiro da Távola Redonda e um morador do Reino do Picapau Amarelo, e é tudo o que ela queria.

Na estrada que leva ao Sítio, o Rei Arthur encontra o Coronel Teodorico, e acredita que sua caminhonete é um dragão: “O dragão cuspiu a sua pessoa?” “Dragão? Eu lá tenho cara de vômito de dragão?” Então, como ele “montava um dragão”, como uma criatura das trevas, o Rei Arthur persegue o Coronel e o leva para dentro de casa, para mostrar a Dona Benta como capturou quem estava tentando invadir as suas terras, todo orgulhoso. Quando Dona Benta explica que ele é um amigo, Arthur não parece entender: “Ele é amigo? Mas ele cavalgava um dragão, como se fosse um feiticeiro!” EU AMO ESSAS CONFUSÕES QUE O “SÍTIO DO PICAPAU AMARELO” NOS PROPORCIONA! Diálogos inteligentes como o Coronel perguntando se eles estão arrumados para algum baile à fantasia, ao que a Rainha Guinevere responde: “Baile? Ai que gentil, adoro passatempos”.

Interesseiro como sempre, o Coronel Teodorico muda totalmente sua atitude quando descobre que Arthur e Guinevere são reis, e começa a oferecer suas terras, o que não faz sentido para Arthur – ele não entende o conceito de “comprar” terras. Para ele, as terras são de Deus e dos homens por direito de conquista… segundo ele, se ele quiser expandir o seu Reino, ele vai lá e TOMA novas terras, o que deixa o Coronel Teodorico bastante horrorizado… e o mais legal é que isso tudo gera uma boa conversa, uma leitura a respeito das diferenças entre aquela e essa época, uma crítica astuta da Emília, que às vezes diz algo muito inteligente ao abrir a sua “torneirinha de asneiras”, e uma conclusão de Dona Benta, que infelizmente nos mostra que os grandes problemas da humanidade, mesmo 15 séculos depois, acabam sendo sempre os mesmos…

Emília solta um inteligente:

“Eu acho que as terras não deviam ser de ninguém, e sim de todo mundo. A terra deve ser de quem vive e planta nela. O Coronel Teodorico, por exemplo, tem um monte de terra para nada, só para ele vender e ganhar dinheiro. Ele podia dividir as terras com quem precisa e aí todo mundo ia plantar e ninguém ia passar fome”

Sábia bonequinha <3

Enquanto Emília discute sobre terras com o Coronel Teodorico e o Rei Arthur, o Visconde vai atrás de livros de alquimia para que possa estudar, porque tem certeza que Morgana virá atrás deles… e, realmente, ela já está por perto, e tem um plano: ela enfeitiça Percival, fazendo-o acreditar que ela é sua mestra e senhora. Do lado de fora da caverna da Cuca, Lancelot encontra o Pesadelo preso e o monstro o engana para que o solte, e ainda o faz pensar que ele é o Percival, transformado naquele monstro horrendo. Toda a cena acaba com o Pedrinho fugindo de Morgana virando o caldeirão sobre ela, e a Cuca pegando o Pesadelo de volta e acabando desafiada por Lancelot e presa por ele… por fim, ainda, Pedrinho e Saci enganam Morgana dizendo que ela vai ficar como a Cuca, por causa do conteúdo do caldeirão virado sobre ela, e a convencem a fazer um “tratamento de beleza” na pele, com urtiga.

O que a vaidade não faz, huh?

Enfeitiçado, Percival aparece no Sítio para roubar a Excalibur, e Emília imediatamente percebe que há algo errado com ele. Entrando na sala de Dona Benta, ele “exige” que Arthur lhe entregue a espada, para que ele possa levá-la a Morgana, e Arthur está pronto para enfrentá-lo em um desastroso duelo de cavaleiros, quando o Merlin finalmente faz uma magia útil e transforma o Percival em um gato, como fizera com Nastácia há alguns episódios. Arthur não sabe o que pode ter acontecido para Percival enfrentá-lo desse modo, mas Merlin diz que só pode ter sido Morgana, e se ela está por perto, então eles precisam se preparar para enfrentá-la. “O senhor me ajuda, sábio Visconde?” Enquanto Merlin e Visconde saem para estudar o que fazer, Emília tem suas próprias ideias, que envolvem colocar a malvada bruxa para dormir… afinal de contas, ela só dorme a cada 100 anos.

E como?

Com um fortíssimo chá de erva cidreira.

Aqui, as histórias se conectam de uma forma muito boa! Emília prepara o chá e convence o Pesadelo de que aquela é uma poção do amor, e então ele a “rouba” para dar a Morgana, e ele, por sua vez, convence Morgana a beber dizendo que é uma poção de beleza… e ela está com a pele toda machucada por causa da urtiga de qualquer maneira, então ela acaba caindo na armadilha. Enquanto isso, Lancelot agradece a Cuca porque, sem a sua ajuda, ele jamais teria descoberto que Pesadelo estava mentindo e não era seu amigo Percival, e então ele diz que “embora ela seja feia como o mais horrendo monstro, ela é sincera e nobre”, e “linda por dentro”, e isso é o suficiente para que a Cuca se apaixone por Lancelot, seu galã “lindo e gentil”, e que a acha linda. E todos sabemos que a Cuca apaixonada RENDE UMAS CENAS MUITO DIVERTIDAS!

Não seria a primeira vez…

<3

Enquanto os reis dormem na varanda do Sítio do Picapau Amarelo, Mordreu e Morgana invadem o Sítio para roubar a Excalibur, e Morgana realmente a rouba… parece que, agora, o trono da Inglaterra é seu e não há o que o Rei Arthur possa fazer… ela entrega a espada a Mordreu, que luta contra Lancelot, mas ninguém pode perder empunhando a Excalibur, então o Lancelot acaba ferido depois que Mordreu joga sujo, e a Cuca assiste a tudo de longe, indignada: “Veja, ele machucou o meu bonitão!” O Rei Arthur se junta à batalha, corpo a corpo, porque ele não tem a espada, e quando Mordreu recupera a Excalibur, que tinha caído, tudo fica mais tenso. É Pedrinho quem salva o Rei, dando uma pedrada na testa de Mordreu e o tirando de batalha. A batalha é vencida, mas a Excalibur acaba sendo levada, de todo modo, por Morgana.

Quando Morgana vai embora com a espada, no entanto, o poderoso chá de cidreira que a Emília preparou para ela começa a fazer efeito, e o sono toma conta da bruxa, e ela acaba caindo no sono. Enquanto ela cai em um sono inquieto, então, a Excalibur se levanta ao seu lado e é levada para o fundo do lago, pela Dama do Lago, que FINALMENTE vai fazer a sua estreia em “A Lenda do Rei Arthur”. Morgana, no entanto, não dorme por muito tempo… talvez ela dormisse por 100 anos, mas Pesadelo a vê dormindo e sofrendo e resolve acordá-la com um “beijo de amor”, e ela acorda gritando… foi um cochilinho rápido de pouquíssimos minutos, mas o suficiente para que a espada do Rei Arthur voltasse à segurança… vamos ver, agora, o que os últimos 5 episódios dessa história nos reserva, estou curioso para ver a participação da Dama do Lago!

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