Doctor Who 12x02 – Spyfall: Part 2



“The whole existence of our species... built on the lie of the timeless child”
QUE INÍCIO DE TEMPORADA PERFEITO! “Spyfall” é um recomeço com gostinho de Season Finale… que episódio grande, impactante, e repleto de informações, mistérios, nos prendendo para o futuro da série! Depois de um ano de pausa, “Doctor Who” retornou com tudo, trazendo os seus novos ares, mas também mantendo-se fiel aos seus quase 60 anos de história, e Chibnall parece ter deixado para trás algumas decisões equivocadas da 11ª temporada. Agora, por exemplo, temos uma trama para a temporada, e eu mal posso esperar para ver o que mais vamos descobrir, e o que nos espera lá no décimo episódio. A Parte 1 de “Spyfall” nos deixou surpresos com o retorno do Master/Mestre, porque talvez ainda não o esperávamos ver novamente tão cedo, mas esse episódio mostra que o seu retorno é apenas parte integrante de um mistério muito maior.
Estamos falando novamente da “Timeless Child”, estamos falando de Gallifrey, e parece que temos uma trama elaborada ainda a ser descoberta, ainda a ser explorada – esse episódio me fez pensar demais em quando o Moffat estava nos preparando para o Especial de 50 Anos, e agora estamos apenas a 3 anos do aniversário de 60 Anos (!)… embora não acredite que essa mesma trama vá se estender até lá, porque ainda temos uma jornada até esse momento, isso com certeza terá consequências importantes para aquele momento. O Master fez uma descoberta angustiante que o fez ter raiva de Gallifrey e destruir tudo… uma descoberta que tem a ver com os fundadores de Gallifrey, e com as origens dos Senhores do Tempo… é uma trama IMENSA e IMPORTANTÍSSIMA que está sendo trazida à tona, e não sabemos o que o Chibnall tem para a gente…
Talvez algo a ver com O Outro?
Vamos aguardar!
Além de todas as revelações e do sentimento de tensão crescente que toma conta da segunda metade do episódio, a primeira parte do episódio também teve um desenvolvimento gostosinho de se assistir, além de trazer duas “companions temporárias” maravilhosas para a Doctor de Jodie. Ela começa o episódio presa na dimensão das criaturas luminosas do último episódio, que descobrimos ser os Kasaavin, e é lá que ela encontra uma mulher com roupas do Século XIX, que se chama Ada. E a Ada é a maneira como a Doctor pode sair daquele lugar. Enquanto isso, Graham, Ryan e Yaz estão em um avião despencando rumo à morte, e Ryan descobre umas mensagens e direções que os levam até uma gravação da Doctor, os ajudando a se salvar. Para mim, isso foi uma clara referência a “Blink”, o icônico episódio do 10º Doctor em que ele aparece nos DVDs.
Que eu amo, por sinal…
Mas não é tão interessante acompanhar os companions como é acompanhar a Doctor. Saindo da dimensão dos Kasaavin, ela chega à Londres do Século XIX, 1834, em uma espécie de mostra de ciência maravilhosa, em que as pessoas ficam surpresas com a sua aparição repentina, mas ela diz que “nunca revela seus segredos”, e consegue se salvar com isso. Pelo menos até o Master aparecer por lá, descontrolado, matando e encolhendo pessoas, enquanto a Doctor tenta acalmá-lo e se oferecer no lugar das pessoas inocentes… a cena é importante porque ela percebe que ele não controla realmente os Kasaavin, e eu adorei como a Ada começa a utilizar as coisas da mostra como arma, salvando a Doctor do Master de forma incrível! Ela é uma daquelas personagens incríveis que nós gostaríamos de ver mais tempo ao lado da Doctor, na TARDIS.
“Don’t have a TARDIS. Do have an Ada”
A Doctor tarda a perceber que a Ada em sua frente é a futura “Ada Lovelace”, importantíssima para o desenvolvimento dos computadores – foi com ela que tudo começou. E ela percebe que estar ali, com ela, é uma dica. Amo a maneira como a mente da Doctor funciona depressa, juntando o que sabe para se dar conta de que não está lidando com Terras múltiplas, mas com períodos múltiplos, o que quer dizer que os Kasaavin são ESPIÕES ATRAVÉS DO TEMPO – e tudo começa com Ada, desde quando ela tinha 13 anos de idade… mas a Doctor ainda não consegue entender o porquê. Então, ela tenta voltar para o Século XXI, para ajudar os amigos, e só existe um caminho de volta: o mesmo caminho pelo qual ela veio, os Kasaavin. Ela atravessa, então, citando “Deep Breath” (ah, o Capaldi!) antes de se jogar, e acaba chegando em outro lugar…
Paris, 1943. Meio da Segunda Guerra Mundial.

“I'd hoped to get back to their home dimension, where we met, and then to the 21st century. But we ended up here instead, which is, you know, 19th century to 20th, it's progress. But the Master tracked me down, and now he wants me dead, whereas I am a big fan of being alive”

Aqui temos algumas das melhores cenas do episódio, porque conhecemos Noor Inayat Khan, uma importante espiã à serviço do Reino Unido, que ajuda a salvar e esconder a Doctor e Ada (que veio com ela!), enquanto uma Patrulha revista a casa e atira no chão… e, no meio dessa Patrulha, temos o Master… as cenas são lindas e muito tristes, porque vemos Ada olhando pela janela e se assustando com como o futuro é o mundo em chamas, e a Doctor é maravilhosa em sua mensagem: “These are the dark times. But they don't sustain. Darkness never sustains... even though sometimes it feels like it might”. Então, a Doctor precisa trabalhar, precisa encontrar o Master, precisa conversar com ele e entender de uma vez por todas qual é o plano, e ela precisa da ajuda de Ada, de 1834, e de Noor, de 1943. E EU ADOREI VER A ADA E A NOOR TRABALHANDO JUNTAS!

“Two pacifists and a 19th-century descendant of Byron against the Nazis in Paris and an alien invasion across multiple dimensions. That's a big to-do list”

Enquanto isso, Graham, Ryan e Yaz conseguem pousar em segurança, mas Barton está atrás dele, e o poder que Barton tem não é páreo para eles… eles estão sendo rastreados, caçados, e as câmeras estão por todos os lados. Por isso, eles precisam fugir e se esconder, enquanto se perguntam se a Doctor está bem, e se ela vai voltar, e o que eles vão fazer se ela não voltar… gostei do diálogo, e gostei de como eles percebem que não conhecem muito sobre a Doctor… talvez eles devessem perguntar mais sobre ela. Quando eles são cercados por Kasaavin, eles usam os props que ganharam no episódio passado quando se tornaram espiões, e parece ajudar, pelo menos por enquanto: “Dance, Graham. Dance”. Mas eles percebem que estão lidando com algo muito grande quando se deparam com a mãe de Barton, morta por ele mesmo.
Em 1943, temos uma sequência IMPRESSIONANTE da Doctor e do Master. A Doctor chama a atenção do Master com as batidas do coração de um Time Lord, que é importantíssimo para ele, e então os dois rapidamente conversam por telepatia, um recurso que já foi usado na série clássica, e por isso o comentário “You’re not the only one who can do classic”. Os dois se encontram, então, na Torre Eiffel no meio da guerra, em uma conversa tensa e cheia de informações, em que tanto a Doctor quanto o Master arrasaram – eu sempre amo a dinâmica desses dois, seja em qual regeneração for. O Master conta sobre o seu plano, conta sobre como manipulou os Kasaavin, mas como planeja se livrar deles depois, e antes de ir embora, a Doctor o entrega como um agente duplo, deixando ele para trás, para ser capturado, completamente ferrado…
Mas essa parte da conversa não é a mais importante.
Porque o Master tem revelações a fazer:

“When did you last go home? […] I took a trip home. To Gallifrey. Hiding in its little bubble universe. Not sure how to describe what I found. Pulverized? Burned? Nuked? All of the above. Someone destroyed it. Our home... razed to the ground. Everyone killed. Everything burned”

Segundo o Master, GALLIFREY FOI DESTRUÍDA MAIS UMA VEZ… e nós não sabemos se devemos acreditar nele, mas existem lágrimas em seus olhos quando ele diz isso, quase como se ele realmente sentisse algo com essa informação. Nesse momento, no entanto, a Doctor precisa lidar com algo mais urgente, e guarda a informação para ser averiguada mais tarde… por ora, ela encontra Ada e Noor, que já encontraram o “algo diferente” que ela pediu que elas procurassem: A TARDIS DO MASTER. É incrível estar dentro da TARDIS do Master, sabendo, dessa vez, que é a sua TARDIS, e esse é o meio de voltar para o Século XXI – não seria a primeira vez que a Doctor rouba uma TARDIS. Ali, ela também junta novos pedaços de informação, a maneira como os Kasaavin estão atrás de todos que foram importantes para o desenvolvimento dos computadores ao longo da história
Ada, Kasaavin, tecnologia, DNA humano…
Como isso tudo se interliga?
Enquanto isso, de volta no Século XXI, Barton coloca seu plano em prática, e prestem atenção nesse discurso:

“Today, I'm here to say thank you to those of you all round the world who've made our achievements possible, to everyone who, over the years, has given us everything. We gave you pieces of plastic and circuitry and games... and you handed us, me, my company, total access to your lives, what you buy, where you go, who you text, what you text, every thought and photo and post, every credit-card number, every birthday, every memorable place and all your mothers' maiden names. So thank you for carrying our cameras in your pockets and putting our microphones in your bedrooms, for signing up your kids, handing them our devices. We told you, ‘Of course your lives are private, of course your data's safe’. And you believed us. You kept clicking Agree. And now... we can do anything”

Wow.
É assustador, é apavorante… dá calafrios.
Mas é totalmente verdade. O que o torna ainda mais horrível.
“Humanity is over. You have 3 minutes to prepare”
O melhor hard drive disponível no mundo, que pode guardar a maior quantidade de informações, é o DNA humano, e eles só precisam formatá-lo para usá-lo – e, graças a nós mesmos, existe um aplicativo que pode fazer isso. Eu gostei DEMAIS da cena, e gostei de como ela me lembrou um pouco as primeiras temporadas de New Who, por algum motivo… enquanto os humanos estão sendo formatados, em uma cena forte e incrível (inclusive a Yaz), o Master chega, tendo vivido os últimos 70 anos, porque sua TARDIS foi roubada em 1943, mas a Doctor chega logo em seguida, parando todo o plano de dominação mundial ou qualquer coisa assim… e eu gosto de como ela finaliza a história, contando sobre como plantou um vírus na máquina no meio do ano anterior, usando a TARDIS do Master, e agora ela exila os Kasaavin para seu próprio universo…
E eles levam o Master com eles.
Não sei quando o veremos novamente, mas certamente não deve demorar… e, de qualquer maneira, as consequências de seu retorno são palpáveis! O fim do episódio traz cenas incríveis ainda, e de três modalidades: divertidas, melancólicas, eletrizantes. Primeiro, temos a Doctor saindo desesperada ao se lembrar do avião e de como precisa salvar Graham, Yaz e Ryan, e então ela, Noor e Ada preparam tudo para que eles sejam salvos… depois, temos as cenas da Doctor levando Ada de volta a 1834 e Noor de volta a 1943… a tristeza e melancolia das cenas tem a ver com a Doctor se retirando das memórias delas, porque elas não deviam saber de tudo o que viram nessas últimas horas… e é muito triste vê-las tendo essas memórias retiradas, especialmente a Ada, que pediu tanto para que ela não fizesse isso… nos faz pensar em Donna, e como sofremos quando ela teve que esquecer-se de tudo.
Por fim, as cenas que envolvem Gallifrey e todo o mistério… é aqui que a série está crescendo, é aqui que Chris Chibnall está se preparando para deixar a sua marca em “Doctor Who” com algo impactante e que acrescenta à Mitologia da série – só esperamos que ele saiba o que está fazendo, mas eu estou empolgadíssimo com o mistério, eu não vejo a hora de saber MAIS! Assim que toda a “aventura” chega ao fim, a Doctor se lembra de tudo o que o Master lhe dissera na Torre Eiffel, em 1943, e então ela precisa verificar com os próprios olhos… E É TÃO BOM VER A TARDIS POUSANDO EM GALLIFREY NOVAMENTE! E, como o Master disse, realmente tudo está destruído, o planeta está em chamas, e o olhar cheio de choque e lágrimas dela é incrível… ela não sabe o que ela vai fazer agora com essa informação, ela não sabe o que aconteceu, e um mistério começa.
Embora o Master resolve parte dele:

“If you're seeing this... you've been to Gallifrey. When I said someone did that, obviously I meant… I did. I had to make them pay for what I discovered. They lied to us... the founding fathers of Gallifrey. Everything we were told was a lie. We are not who we think, you or I. The whole existence of our species... built on the lie of the timeless child. […] Do you see it? It's buried deep in all our memories... in our identity. I'd tell you more, but… but why would I make it easy for you? It wasn't for me”

Então, Chibnall voltou atrás, trará uma trama para a temporada, e não será qualquer trama, mas uma que envolve o passado da Doctor e do Master, o passado de Gallifrey, dos Senhores do Tempo… não sabemos exatamente o que o Master descobriu, mas é algo grande. Uma “mentira” que lhes foi contada desde sempre, e tem a ver com a fundação de Gallifrey e a origem de sua espécie… eles “não são o que eles pensam”. Exploraremos então a Timeless Child, talvez o passado da Doctor (O Outro?), a fundação de Gallifrey… HÁ MUITA COISA PELA FRENTE! E eu gosto do que isso significa, também, para Jodie Whittaker, como Doctor. Percebemos a sua mudança no fim do episódio, quando os companions perguntam se ela está bem, e ela não está. Porque a Doctor tem esse jeito extrovertido e divertido, mas ela tem camadas, ela tem segredos, ela tem um lado triste e um lado dark.
E a Jodie enfim vai poder explorar isso em sua interpretação.
ANSIOSÍSSIMO! <3

Para mais postagens de Doctor Who, clique aqui.


Comentários