Doctor Who 12x03 – Orphan 55
“Catastrophe is coming”
Sinceramente,
eu achei o episódio fraquíssimo, e é uma pena. Nos empolgamos tanto com “Spyfall”, mas não foi apenas a
qualidade exorbitante dos dois primeiros episódios que me fizeram não gostar de “Orphan 55” – digo que é uma pena, porque eu realmente acho que a
premissa era interessante, e a mensagem que o episódio passa é valorosa, mas a
execução do episódio deixa muito a
desejar. Tudo acontece rápido demais, tem muito personagem para pouco tempo de
episódio (o que quer dizer que não conseguimos desenvolver nenhum deles, então eu pouco me importei com o que acontecia a
eles), os diálogos são fracos… não deu para criarmos uma conexão com o episódio
ou os personagens; a motivação de Bella não convenceu, os sacrifícios pareceram vazios e, de modo geral, tudo pareceu
extremamente forçado. Era uma boa premissa… mas um péssimo episódio.
A Doctor e
seus companions vão para umas
“férias” no Tranquility Spa – visualmente é impressionante, e me lembrou a
segunda aventura do Twelfth Doctor com Bill Potts, mas o erro talvez mais grave do episódio já pode ser
notado nos primeiros minutos. O grupo
se separa: Yaz encontra Vilma e Benni; Graham encontra Nevi e Sylas; Ryan é
atacado por um vírus que o faz chupar o dedo e lutar contra morcegos invisíveis
e conhece Bella; a Doctor conhece Hyph3n e Kane. Assim, temos pelo menos 7
personagens adicionais (mais a Doctor e seus 3 companions), e quando eu vi
todos eles, eu soube que os 46
minutos de episódio não dariam conta de todos! Eles parecem avulsos, sem
profundidade, sem história o suficiente, esperando sua deixa para ter uma fala
ou uma ação vagamente importante na trama do episódio… eu achei bastante lamentável.
O Spa também
começa a ser atacado antes mesmo que conheçamos
o lugar ou as pessoas – como eu disse, tudo apressurado, incapaz de fazer com
que nos importemos de fato. Pessoas começam a morrer, pessoas ficam perdidas
para trás, e já estamos às voltas com os Dregs, as criaturas nativas daquele
lugar que estão atacando o Spa. A Doctor descobre que eles construíram o
Tranquility Spa em um lugar proibido,
por isso as pessoas chegam lá e vão embora por teletransporte, para que ninguém
descubra, mas tudo o que se vê, basicamente, é falso… é uma atmosfera totalmente diferente fora da redoma. Descobrimos
que estamos, então, em um planeta morto,
ou um planeta órfão, um termo para um
lugar que se tornou tóxico demais para sustentar qualquer tipo de vida… mas,
por algum motivo, os Dregs parecem ter sido capazes de sobreviver.
Quem são? O
que querem?
Como eu
disse, o episódio tem várias ideias bacanas. A premissa das férias, do Spa, do
ataque dos Dregs, os próprios Dregs, a crítica à ganância do ser humano através
de Kane… tudo mal executado, no entanto. O grupo de 87459652 pessoas sai da
redoma do “Spa” para o Orphan 55, em busca de Benni, e acaba virando uma
caçada… Kane mata Benni “porque ele pediu”, Vilma mais tarde se sacrifica para
salvar Yaz e os demais, e eu não consegui
me importar, na verdade. E achei bem forçada aquela “revelação” de que
Bella, ou Trixabelle, era filha de Kane, e Kane nunca se importou com ela,
nunca apareceu para um aniversário e tudo o mais… agora, Bella quer explodir
tudo o que a mãe construiu, sem se importar com quem morra no processo… também,
no final, temos aquela fuga do Sylas, que foi fraquíssima e vazia, e o seu
retorno igualmente sem impacto.
Eles não
podiam ter escolhido apenas um ou dois desses personagens?
Quem sabe,
então, nos importássemos com eles…
A melhor
parte do episódio é o grande plot twist:
ORPHAN 55 É A TERRA NO FUTURO. Eles descobrem isso através de escritas nos
túneis subterrâneos do lugar, quando tentam voltar ao spa, e a Doctor, quase
sem oxigênio, tem o seu equipamento reabastecido pela respiração de um Dreg
adormecido, que parece “uma árvore brava”: aspira
dióxido de carbono, expira oxigênio. Esse é o futuro que nos espera caso as
atitudes não sejam mudadas: a Terra vai se tornar Orphan 55, e os humanos
restantes mutarão até se tornarem os assustadores Dregs. Eu gosto dessa proposta
de conscientização, também, mas eu não gostei do discurso final da Doctor, de
como pareceu uma aula. É válido, é
necessário (e é perturbadoramente real!), mas poderia ter sido melhor mostrado do que dito. Novamente, junto a
todo o resto, pareceu forçado.
O episódio
deixa muito a desejar.
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