Último Capítulo de “La Usurpadora” (04 de Outubro de 2019)



A escolha de Paulina.
Chega ao fim a nova (e maravilhosa) versão de “La Usurpadora”. QUE ÚLTIMO CAPÍTULO INTENSO. Como eu comentei ao longo de meus textos, eu gostei muito das escolhas dessa nova versão, com raras exceções. A direção e a atuação eram ótimas, o visual e o estilo série nos prendeu, o roteiro foi bem trabalhado, culminando em um último capítulo emocionante e forte. Uma crítica, no entanto, precisa ser feita, que é ao fato de Paulina terminar a novela com Carlos – nós entendemos quando isso aconteceu na novela de 1998, porque fazia sentido, mas, nesses 25 capítulos da versão de 2019, não houve desenvolvimento o suficiente para que eu comprasse o “amor” de Paulina e Carlos, então não consegui torcer por eles… o personagem de Carlos foi mal desenvolvido e sem carisma, e não parecia fazer sentido que Paulina o escolhesse sobre Nava.
Mas aconteceu…
Fora isso, o capítulo foi incrível.
Depois de descobrir a verdade sobre Paola e Paulina, Lisette está furiosa com Paulina por ter mentido para ela, então ela está vulnerável quando Paola liga pedindo para vê-la – e, por isso, ela vai atrás da mãe. Emílio não concorda com a maneira como a irmã está tratando Paulina, e eu gosto da fofura que existe em seu olhar quando diz a Paulina que “a irmã ainda vai mudar de ideia”. Lisette encontra-se com Paola, com quem também está brava, e diz que nada justifica ela tê-la abandonado e colocado outra em seu lugar, mas Paola faz todo aquele teatro sobre como, mais que tudo, queria conhecer a sua mãe biológica. Mas logo ela se perde no personagem, porque não tem paciência, se torna agressiva, e ela está surpresa com o fato de Lisette respondê-la, porque a nota, agora, “mais segura e mais forte”. Tudo conquistado graças a Paulina.
Lisette está quase indo embora quando Arcadia também aparece, também confessa seus erros em relação a Paola, e então as duas a convidam para ir embora com elas, e Lisette acaba aceitando, estupidamente. O plano de Paola é tê-la como refém: ela sequestra a própria filha porque sabe que Paulina a ama muito mais, e fará de tudo para salvá-la. Então, Paulina lhe entregará o dinheiro que ela quer. Paola chega a ameaçar matar Lisette, e Paulina vai fazer o que ela pedir para não deixar a sua filha em perigo. Antes de ir ao resgate de Lisette, Paulina precisa se despedir de todos, especialmente de Nava e Carlos, e é estranho vê-la com os dois, e perceber que é tão claro quem ela deveria “escolher”, mas ela ainda está em dúvida. Sofri particularmente com a cena de Paulina e Nava, e com o Nava chorando escondido quando ela fala de Carlos…
Nava se declara para ela uma última vez, diz que a ama e que sempre esteve apaixonado por ela, e ela diz que “ele sempre vai ser uma pessoa muito especial para ela”, e naquele momento EU TIVE MUITA RAIVA DE PAULINA, fazendo as escolhas erradas. E o roteiro parece ter sido construído para nos fazer torcer por Nava, sempre, e não por Carlos. Foi Nava quem primeiro acreditou nela, foi Nava quem esteve com ela, quem a protegeu, e Carlos sempre foi um idiota. Carlos não a merece. Quando Nava ouviu Paulina no hospital psiquiátrico, por exemplo, ele não precisava lhe dar crédito, mas foi investigar, até chegar à verdade. Carlos, por sua vez, sempre a tratou como se ela fosse doente, e só “acreditou” quando conversou com Nava e ele disse que Paulina estava dizendo a verdade… que tipo de relação ela espera ter com um homem desses?
HORRÍVEL.
Acho que Paulina só pende tanto para o lado de Carlos porque sempre sonhou em ter uma família e estabilidade, e ele está oferecendo isso, mas a verdade é que aquela família nunca vai ser 100% dela. Apenas com Nava ela tinha a chance de começar uma família que fosse legitimamente dela, uma vida nova. Mas ela não o escolhe. Por enquanto, no entanto, Paulina tampouco diz a Carlos que o escolheu, porque ela está sob a ameaça de Paola: entregar dinheiro e abandonar a família em troca da segurança de Lisette. Então, Paulina se despede de Carlos, dizendo que “tem que ir embora”, e ela está sofrendo quando diz isso, mas eu não consegui sentir nada por Carlos e aquela cara de peixe morto dele. Então, Paulina parte em busca de Paola e Lisette, e Paola tem certeza que Paulina virá, porque sabe o quanto ela ama a sua sobrinha/filha.
Quando Nava invade o apartamento em que Paola estivera, ele encontra Lisette com Arcadia e conta que Paola a usou para conseguir chegar até Paulina… arrependida (?), Arcadia conta a Nava onde Paola está. Enquanto isso, Paola e Paulina se preparam para um “embate final” em um imenso teatro abandonado, um cenário perfeito para as cenas finais da novela. Tudo é grande, escuro, vazio, gerando eco… as duas se confrontam, e então Nava aparece, pronto para atirar em Paola, e o velho babão do Manuel a empurra para o lado e morre em seu lugar. Mas tudo bem, estávamos mais ansiosos para nos livrar de Manuel do que de Paola. Então, graças a Nava (!), Paulina é salva, e o Carlos inútil está ali apenas para incomodar e para “abraçá-la”, e eu já estava com cara de tédio toda vez que nos mostravam uma cena de Paulina com o Carlos.
Paola, então, se torna o alvo principal, e quando todas as luzes verdes das armas estão apontadas para ela, eles pedem que não atirem. Paola precisa se render, não há mais opções. “Se há algo que sempre tive na vida são opções. […] Roubaram a minha vida, mas minha morte é minha. Só minha”. Essa é, para mim, uma das falas MAIS FORTES de todos os 25 capítulos, e a sequência final de Paola é fortíssima como a personagem merecia… Paola Miranda é uma grande personagem, interpretada com maestria por Sandra Echeverría, e a sua morte é impactante. Vemos todo o desespero da Paulina assistindo, por exemplo, enquanto Paola se joga lá de cima, para provar que ela tinha, sim, opções, e que sua morte pertencia apenas a ela… em câmera lenta, Paola cai lá de cima, com o vestido vermelho, e cai morta em uma cena trágica e triste, com a trilha sonora forte.
Com tudo resolvido, Lisette pede perdão a Paulina, e as duas compartilham uma cena bonita, em que Paulina promete sempre estar ao seu lado, como Paola nunca esteve… e Lisette aceita o seu abraço. Sobre Emilio, ele tem alguns momentos lindos nesse último capítulo: primeiro, dizendo a Lis pela primeira vez, sob o incentivo de Paulina, que a ama. Depois, se preparando para ir embora estudar neurociência, Emílio precisa se despedir de todos e as cenas são lindas. A cena com Gema, que agora é a presidente interina desde que Carlos renunciou ao cargo por causa de todo o escândalo, é linda, porque ele sempre amou a Gema demais, e a Gema sempre foi muito boa com ele… também amei a despedida com a Juana, que o ama e, por fim, a despedida de Emílio e Paulina, finalmente com direito ao abraço que eu esperava desde o capítulo anterior.
Emílio se concretiza como um dos melhores personagens da versão!
Minha crítica, como eu disse, é a Paulina escolhendo Carlos… péssimo. Não tem química, não teve desenvolvimento, não há motivo claro para Paulina escolhê-lo. Mas o escolhe. Ele a pede em casamento, e os dois começam a construir uma vida juntos, que ela nunca terá certeza de que é realmente dela… fiquei feliz por Emílio, feliz por Pedro, feliz por Gema… triste por Nava, decepcionado com Paulina. Gostei de ver como Teresa e Arcadia estavam na prisão. E então a Família Bernal se despede da mansão presidencial, agora que Carlos não é mais o presidente do México, e vão embora para um lugar que seja realmente deles – para Paulina ter um gostinho de vida sua, e não vida usurpada de sua irmã, agora morta. Com exceção dessa escolha de Paulina, a novela é ótima e o último capítulo é excelente… mas eu queria que sua escolha fosse diferente…
Minha pergunta é: E O NAVA?!


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Comentários

  1. Fiquei tão feliz com essa crítica. Nava deveria ter sido o escolhido com toda certeza. Carlos é muito bobão, não fazia sentido com ninguém, nem Paulina nem Paola, talvez com Gema. A química entre Nava e Paulina era natural e bem presente, a aproximação dele foi crescendo, se transformando e eles na fazendo foi a concretização do início do relacionamento. Quem é Carlos na fila do pão, gente?!

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    1. Siiim! Te entendo perfeitamente... eu não tinha achado ninguém que tivesse assistido a essa versão de Usurpadora para comentar, queria saber se as pessoas sentiram isso também ou só eu? Paulina devia ter ficado com Nava, e o pior é que, assistindo, eu tive a impressão de que o roteiro se encaminhou para isso. Daí, do nada, ela fica com o Carlos, e eu fiquei extremamente confuso (e insatisfeito) com essa parte...

      Muito obrigado pelo comentário, Isabelly! :)

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  2. Acabei de assistir a série e amei. Mas compartilho da decepção com a escolha de Paulina, poxa a relação dela com Facundo foi tão bem construida, Carlos não tem a menor graça, personagem completamente, sem sal, sonso de tudo. Ademais, Lisette puxou o pai não é, sonsa e burra de tudo, por deus.
    Emilio foi um grata surpresa, personagem bem construído e com uma evolução bonita de se ver! Assim como a nova versão de Piedade, um alivio cômico excelente e com muita inteligência.
    Manuel morreu foi tarde né, insuportável!
    Enfim, além da decepção com o abandono que fizeram com o meu querido Facundo, a morte de Monse, foi muito decepcionante, ela merecia adotar sua criança e ser feliz. Assim como Facundo, merecia muito muito mais!
    Apesar disso, excelente série, televisa tem ido muito bem com essas adaptações, La Usurpadora e Rubi, foram ótimas adaptações, espero que prossigam com as boas produções.

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  3. Na minha opinião, Paulina nunca se envolveria com Navas, mesmo Ele a ajudando. Acho que Navas deveria ser casal com Gema e os dois unir-se para ajudar a família do Presidente.
    Aí sim, teria sentido. Então Carlos que havia percebido mudança no comportamento de sua esposa, resolve recuperar seu casamento, que mais tarde seria de verdade quando tudo viesse à tona.

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  4. Gostei de ela ter ficado com o Carlos, tudo bem que o Navas foi o herói acreditando nela e a protegendo, mas como ex agente ele tem instinto para isso, já o Carlos por sua posição não tem as mesmas habilidades

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