You 2x01 – A Fresh Start

“Smart. Complex. And a little dark”

COMO EU AMEI O RETORNO DE “YOU”. Joe está, supostamente, buscando um recomeço… para isso, depois que Candace o reencontrou no fim da temporada passada, ele fugiu de Nova York e se mudou para Los Angeles – uma nova casa, um novo emprego, até um novo nome: Will Bettelheim. O que eu mais gostei no episódio foi a maneira como eles nos deixaram no suspense em relação a Candace, porque as promessas dela são bem interessantes, enquanto jogavam o mesmo Joe de sempre, agora “Will”, em um novo cenário… então, por mais que ele diga que “não é mais o mesmo”, nós sabemos que ele é, sim, o mesmo stalker perigoso de sempre… mesmo assim, o episódio consegue segurar um mistério até uma finalização perfeita (!), que não seria tão legal se o episódio já tivesse nos contado de cara o que estava acontecendo…

“Will” consegue um emprego na Anavrin, uma loja de produtos naturais que não é apenas uma mercearia, mas vende um pouco de tudo, e Calvin fica encantado por ele pela maneira como ele fala sobre “Crime e Castigo”, por exemplo, então ele consegue ir trabalhar na sessão de livros da Anavrin… e é ali que ele vê Love pela primeira vez. E eu tenho que dizer isso: EU ADOREI A LOVE! De cara, ela é uma personagem muito mais interessante do que Beck foi na temporada passada inteira! Love tem personalidade, é divertida, tem um certo mistério sobre ela… acho que vai ser bacana acompanhá-la pelos próximos episódios! E a série segue os passos, nessas cenas, da primeira temporada: quando Joe começou a seguir Beck, a narração exatamente no mesmo estilo, e a maneira como ele se convence e tenta nos convencer de que está tudo bem.

Surpreendentemente, é Love quem fala com ele primeiro, toda divertida perguntando se aquele pêssego que ela tá comprando parece uma bunda. “Will” diz a si mesmo que “precisa se afastar”, que “não vai morder a isca”, mas é tarde demais para ele… e o mais inusitado é que ele ficara até ali dizendo que o “amor” não era para ele, e esse é justamente o nome da nova garota que ele conhece: Love. “I cannot let you in”. Mas eles estão próximos, trabalhando no mesmo lugar, se vendo constantemente, embora “Will” tente fugir dela e se esconda lá no depósito, fantasiando a respeito dela como já fez com Beck tantas vezes, e a sua narração mostra que, independente do que ele diga, ele já está obcecado, ele vai perseguir Love: ele já fala diretamente com ela, já o nomeia em seus pensamentos. Então, tudo é apenas uma questão de tempo.

Temos, também alguns flashbacks de Candace, e é apenas uma conversa, mas uma conversa intensa que motivou Joe a FUGIR para Los Angeles… e eu gosto de como ela é ameaçadora, como diz que “quer matá-lo com as próprias mãos”, mas depois diz que só estava brincando, que o que quer, na verdade, é entregá-lo à polícia e tudo o mais – mas ela também diz que não vai fazer isso agora, porque seria fácil demais para ele. Se ele for preso agora, ele vai passar o resto da vida pensando que era um homem bom, sem entender porque está lá… então, o que ela quer é diferente: ela quer mostrar para ele quem ele é, e então ele mesmo vai implorar para que ela o entregue à polícia. Ele fica apavorado, foge de Candace pelo banheiro masculino, e então muda de cidade, um pouco paranoico, pensando o tempo todo se ela já o encontrou.

Mas e se ela já tiver começado? Se ela já estiver “mostrando” quem ele é?

Love?

Se na primeira temporada tínhamos o Paco, que eu adorava, aqui teremos Ellie, mas a relação de “Will” e Ellie não será como a de Joe e Paco – com Paco, tínhamos os poucos momentos em que Joe parecia uma pessoa quase decente, mas com Ellie, as coisas vão ser diferentes… como naquela cena em que ele quebra o celular dela, porque ela o está filmando, achando que é para Candace. Mas ela o perdoa rapidamente, e talvez eles virem inusitados “amigos”. Ela até o ajuda a criar um perfil nas redes sociais e o que postar, para que ele possa adicionar Love e descobrir mais sobre ela… acontece que, depois que “Will” encontra Love “casualmente” quando vai pedir sua carteira de motorista (amei a cena!), ele a pesquisa no Insta, no Face e no Twitter, e ou as contas não existem, ou estão bloqueadas… por isso, ele precisa adicioná-la.

Não há outra maneira.

Quando ele a adiciona, ele vê várias fotos de comida, e uma informação que o assusta: CASADA, 2016. Pouco depois, quando ele tem uma queimadura de sol horrível e não vai trabalhar, Love vem até a sua casa para ajudá-lo, e as cenas são quase legais, se por uns minutos nos esquecermos de com quem estamos lidando… porque vemos Love apresentar Los Angeles para “Will”, tentando fazê-lo se apaixonar pela cidade, o levando a lugares que ela acha que podem fazer isso com ele, terminando de novo no Anavrin, onde ela cozinha um frango assado para ele e ele se rende, finalmente… ela também já lhe tira a dúvida a respeito do casamento, explicando o que aconteceu: ela se casou há 3 anos, jovem e apaixonada, mas então o seu marido morreu, o que quer dizer que ela é viúva já tão jovem… e ela se aproximou de “Will” porque viu que ele já passou pelo mesmo que ela em seus olhos…

Um amor real.

Uma perda real.

O fim do episódio, então, guarda as deliciosas (e assustadoras) surpresas, que já devíamos ter sabido. Um cara misterioso chamado Jasper vem ao apartamento em busca de “Will”, e então Joe vai até o verdadeiro Will Bettelheim, que ele tem preso em uma caixa de vidro (!), perguntando quem é Jasper… existe um Will Bettelheim, e ele roubou sua identidade, então a trama vai se complicar bem cedo, provavelmente. Além disso, descobrimos que TUDO FOI PLANEJADO – e tinha que ter sido. Joe seguiu Love, com boné e tudo, e fez tudo o que pôde para se aproximar dela… conseguiu o emprego na Anavrin sabendo que ela trabalhava ali, e sabendo que “Crime e Castigo” impressionaria Calvin e ele lhe daria o emprego; também escolheu o seu apartamento justamente em um lugar de onde ele pudesse espionar Love (!), e tudo foi orquestrado para que fosse daquela maneira.

O mais irônico é ele insistindo, na narração final, que “é um novo homem”.

Mas é o mesmo doente de sempre.

Exatamente o mesmo.

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