Sítio do Picapau Amarelo (2003) – O Sumiço da Emília: Parte 1



A Emília sem o Faz-de-Conta…
O EGO DA EMÍLIA. No finzinho de “Os Bandeirantes”, Emília recebeu um convite misterioso, a chamando para um “Chá de Senhoras e Senhoritas” – mas era um convite muito estranho, tendo em vista que não havia remetente, e todos parecem ter ficado intrigados com o fato de Emília (e apenas a Emília) receber um convite desses assim do nada, ainda mais sem remetente… e se fosse uma armadilha? A bonequinha, no entanto, parece não se importar… para ela, faz todo o sentido que ela tenha sido chamada para fazer parte de um evento social importante como esse, e nada vai impedi-la de ir até o local indicado no convite… mesmo que todos a advirtam do perigo. Mas é CLARO que se trata de uma armadilha, uma armadilha da Dona Carochinha, que está trabalhando com a Cuca, para tentar roubar algo precioso da bonequinha de pano…
A vaidosa bonequinha de pano que se arruma toda para o evento!
É uma das poucas vezes (pelo menos até a temporada 2005) em que Emília usa um vestido diferente do vermelho e amarelo tradicional, e eu gosto muito disso… até que a Emília consiga sair, acompanhada do Rabicó, para o seu Chá de Senhoras e Senhoritas, uma série de coisas começa a acontecer no Sítio do Picapau Amarelo, colocando em andamento mais uma história da Temporada 2003 – “O Sumiço da Emília” é uma história de 21 capítulos que envolve a Emília caindo em uma armadilha, as filhas do Coronel Teodorico gananciosas como sempre, e alguns caçadores e contrabandistas no Arraial dos Tucanos… ah, e também temos o Louro João, irmão do Louro José, o que nos garante uma ou outra participação bacana do Louro José, da Ana Maria Braga e um pouquinho do “Mais Você”, o que, por si só, já é algo que nos leva de volta no tempo!
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O Louro João, um lindo papagaio azul parecido com o seu irmão, está tentando falar com o Louro José, mas sem muito sucesso, porque o irmão está apresentando o “Mais Você” ao lado da Ana Maria Braga, e eles estão justamente no meio de um jogo de charadas em pleno ar, então ele não pode ser interrompido. Fugindo dos contrabandistas de animais silvestres (!), o Louro João procura um lugar para se esconder, e acaba chegando ao Sítio do Picapau Amarelo, onde conhece a Emília antes de qualquer outro. Ele conversa com ela, antes que ela saia para o seu chá, e conta todo o seu problema… Emília, naturalmente, quer ajudar, mas ela também não quer deixar de ir ao chá para o qual foi convidada, então ela esconde o papagaio azul no quarto de Narizinho e diz que “eles vão dar um jeito nisso quando ela voltar”. Mas ela ainda não sabe o quanto vai demorar…
Além disso, o Sítio de Dona Benta também recebe visitas. Temos de volta a entojada e ocasionalmente divertida Candoca (embora ela esteja muito mais insuportável que divertida, nos últimos tempos), e dessa vez ela não vem sozinha: Miloca, sua irmã mais velha, também dá as caras, em uma história que, a princípio, não tem o Coronel Teodorico. Ele está viajando, e as duas filhas estão ali para cuidar de suas terras e tocar tudo… mas suas opiniões divergem a respeito do que deve ser feito. Miloca quer cuidar do lugar, lucrar com ele, enquanto a Candoca quer vender tudo. Descobrimos que a Miloca talvez preste ainda menos que a Candoca quando ela se interessa demais pelo rinoceronte no Sítio de Dona Benta, o Quindim, e ela coloca os caçadores que já estão por perto em busca do Louro João para também tentar capturar o Quindim para ela.
Enquanto isso, Cuca, Dona Carochinha e Pesadelo arrumam a caverna da Cuca para receber Emília no CHÁ DE SENHORAS E SENHORITAS – aquele se torna um lugar todo elegante e decorado, com direito ao caldeirão escondido, bem como uma gaiola, e o Pesadelo de garçom… os besouros da Emília até dizem para a boneca, no meio do caminho, que “eles não ouviram nada sobre esse tal chá”, mas ela apenas age como se fosse um evento muito secreto e exclusivo, e continua caminhando pela floresta, enquanto a Narizinho se preocupa com ela. Assim que Emília entra no lugar indicado no convite, ela reconhece que aquela é apenas a caverna da Cuca disfarçada, mas é tarde demais para escapar da armadilha que as bruxas têm preparada para ela… o Rabicó consegue escapar, por pouco, mas a Emília acaba presa em uma gaiola.
E então entendemos o que a Dona Carochinha quer dela: ELA QUER O FAZ-DE-CONTA. Ela quer que Emília entregue o Faz-de-Conta, mas o Faz-de-Conta não pode ser dado, só pode ser tomado, e então a barata cascuda não tarda em fazer isso: ELA TOMA O FAZ-DE-CONTA DA EMÍLIA E ELA VOLTA A SER UMA BONECA DE PANO COMUM. É uma ótima trama para o “Sítio do Picapau Amarelo”, mas me parece que, de algum modo, as cenas são amenizadas e não tão sofridas como foram no passado, na primeira versão da Rede Globo… como naquela cena de 1978 de “A Morte do Visconde”, com o Pedrinho chorando. Mas, se pensarmos, é algo fortíssimo vermos a Emília, uma das protagonistas do “Sítio”, perdendo a vida daquela maneira… agora, Emília “não vai mais incomodar”, e a Dona Carochinha pode, basicamente, fazer o que quiser com seus novos poderes.
E funciona!
Mas todo o poder recém-adquirido pela Dona Carochinha acaba sendo subjugado pela esperteza de Candoca. Quando o Pesadelo a leva até a caverna como prisioneira, ela se esconde da Cuca, porque “ela e o pai já a enganaram no passado”, mas ela resolve enganar as bruxas novamente – ela diz que é do sindicato das bruxas e que está ali para cobrar a contribuição atrasada delas, e elas acreditam… então, a Candoca acaba mandando nas bruxas, dizendo que vai “perdoar a dívida delas se elas fizerem algumas coisas para ela”. A Candoca é, infelizmente, uma personagem que foi usada demais nas últimas temporadas, e como não há muito desenvolvimento e crescimento para ela, fica sempre parecendo mais do mesmo… mas agora ela quer o Faz-de-Conta da Emília para ela, e o que ela seria capaz de fazer se o tivesse em seu poder?
Enquanto isso, no Sítio, a Narizinho descobre o Louro João escondido no seu quarto, enquanto ele atende uma ligação do Louro José, e é uma cena bem gostosa! O Louro João conta que está no Sítio do Picapau Amarelo, e o irmão pergunta sobre como estão todos por lá, a Ana Maria Braga pede que ele pergunte à Tia Nastácia “quando ela vai voltar para cozinhar com ela na TV”, e é bem fofo. Depois de desligar o telefone, o Louro João coloca Narizinho a par de toda sua história – sua fuga dos contrabandistas de animais silvestres –, e explica que não contou nada ao irmão porque ele está sempre muito ocupado e ele não quer preocupá-lo… Louro João é lindamente acolhido por todos, mas acaba decidindo não ficar ali por muito tempo, porque quer encontrar o Louro José e contar tudo, para pedir que ele o ajude contra os contrabandistas…
Quando ele sai sozinho, no entanto, ele é capturado.
E só foge mais tarde, com um contrabandista na sua cola!
A notícia do estado da Emília não tarda a chegar ao Sítio, tanto pelo Rabicó quanto pelos besouros da Emília, e Narizinho fica muito brava com o Rabicó por ele ter deixado a Emília sozinha – é doloroso como a menina o chama de “covarde”, porque ela nunca falou com ele daquela maneira… Narizinho está preocupada, está triste, ela tem febre, tudo porque está sentindo falta da boneca que tanto ama. Então, Pedrinho, o Visconde e os animais do Sítio (até o Rabicó, “para ver se a Narizinho o perdoa”) vão até a caverna da Cuca para trazer a Emília de volta, mas acabam não conseguindo concluir o esperado resgate, porque uma confusão na porta da caverna da Cuca, enquanto os caçadores tentam acertar o Quindim e colocá-lo para dormir, acaba deixando tanto o Visconde quanto a Cuca desacordados… a Cuca é levada para dentro da caverna, e o Visconde de volta para o Sítio…
E Narizinho continua triste, porque a Emília continua presa e sem vida…


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