Sítio do Picapau Amarelo (2003) – O Sumiço da Emília: Parte 3
Dona Carochinha e uma bonequinha vodu!
O Sítio de
Dona Benta é um lugar movimentado… “O Sumiço da Emília” traz algumas
histórias paralelas, como a briga da Dona Carochinha contra a Emília, Miloca
tentando caçar o Quindim, para fazer “uma criação de rinocerontes”, e os
caçadores que estão em busca do Louro João, o irmão do Louro José. Em
determinado momento, claro, tudo converge
para o Sítio do Picapau Amarelo. Durante a noite, os caçadores invadem o
Sítio em busca do Quindim, enquanto a Cuca e a Dona Carochinha vêm atrás do
Louro João (!), porque pena de papagaio
azul é um ingrediente raro e, portanto, poderosíssimo para fazer alguns
feitiços… com toda aquela confusão no
escuro, os grupos acabam se encontrando e os caçadores acabam laçando a
Cuca por engano, o que quer dizer que, por ora, tanto o Quindim quanto o Louro
João estão em segurança.
Mas eles
precisam pensar em uma maneira de protegê-los.
Assim, Emília
toma as rédeas da situação – como ela está de volta na metade da história que
supostamente trataria o seu “sumiço”, ela já é a bonequinha de sempre,
liderando tudo com sua torneirinha de asneiras e seus planos mirabolantes.
Primeiro, Emília usa umas roupas de outras bonecas da Narizinho para disfarçar o Louro João como “uma boneca
nariguda da Narizinho” ou qualquer coisa assim… por ora, deve ser o suficiente
para mantê-lo protegido. Em relação ao Quindim, Emília tem uma ideia diferente;
ela deixa o rinoceronte de verdade escondido,
enquanto dá ao Zé Carijó e ao Tio Barnabé uma “roupa de rinoceronte” para eles
se disfarçarem… e, então, quando os caçadores atacam novamente o Sítio do
Picapau Amarelo em busca do Quindim, eles acabam atacando o “rinoceronte” errado, e as crianças os colocam pra
correr.
As crianças e
o Quindim!
Também temos
a continuação da história das filhas do Coronel Teodorico: Candoca ainda é uma
perua, tendo desejos como “umas minhocas bem gordas”, e a Teteia a leva consigo
para o Sítio de Dona Benta, para pedir ajuda, porque ela não sabe o que fazer… durante a semana, a perua Candoca
é capturada pelo Pesadelo, o engana e consegue escapar dele, e acaba caindo em
uma armadilha dos caçadores, que continuam em busca do papagaio azul. Miloca,
por sua vez, é confrontada no Sítio de Dona Benta sobre essa história de “estar
caçando seu rinoceronte”, mas, claro, ela nega tudo, da maneira mais
dissimulada possível… as crianças sabem que ela está mentindo, e na verdade até
a Dona Benta e a Tia Nastácia também sabem, mas fazer o quê? Ela vai continuar
tentando colocar as mãos nesse tão precioso
rinoceronte até o final!
Enquanto
isso, a Dona Carochinha não desiste da Emília, e manda o pesadelo ir até o Sítio
e trazer uma roupinha dela, porque já
sabe qual é “a maneira certa de acabar de vez por todas com aquela bonequinha
endiabrada”. Como não se pode confiar no Pesadelo, é claro que ele faz tudo
errado: ele acaba pegando do varal um lenço todo colorido que, na verdade, é da
Teteia, e leva para a caverna da Cuca como se fosse um lenço da Emília… a Dona
Carochinha, por sua vez, fez uma bonequinha vodu com os mesmos cabelinhos da
Emília, mas ela precisa de algo que lhe pertença para que possa funcionar, e quando
ela usa o lenço da Teteia, a pobre mulher acaba sendo vítima do seu feitiço, ao
invés da bonequinha de pano… ela crava agulhas e mais agulhas na bonequinha
vodu, enquanto ri, e a pobre Teteia sofre tudo na cozinha da Tia Nastácia…
Eu gosto de
como o “Sítio do Picapau Amarelo”
pode ser controverso. Tudo é trabalhado com humor em um momento cômico, mas
confesso que a trama, nesse caso, é pesadinha, não? Todo mundo se junta na
cozinha para ver o que está acontecendo quando escutam os gritos da Teteia, que
só param quando o Saci chega à caverna da Cuca e pergunta o que as bruxas estão fazendo. Mas ele não ajuda tanto assim, no
início, porque enquanto ele e a Carochinha brigam pela boneca, Teteia é jogada para lá e para cá na cozinha de Tia
Nastácia, e a boneca vodu acaba caindo no
caldeirão da Cuca. Felizmente, o Saci consegue salvar o lenço da Teteia,
que ele leva de volta ao Sítio, e então todos entendem o que estava
acontecendo… até então, o termo “vodu” não tinha sido usado, mas o Visconde e a
Dona Benta explicam o que seria uma “boneca vodu”.
Eu achei bem
interessante!
Sabendo que a
Dona Carochinha continua atrás dela
(uma rixa que surgiu desde que a bonequinha ajudou o Pequeno Polegar, há muito
tempo), Emília arma um novo plano, e usa umas moedas do Pedrinho para ir, com o
Tio Barnabé, até a venda do Seu Elias e comprar inseticida. Então, ela manda os seus besouros darem um recado à
Carochinha, a desafiando para um duelo
no capoeirão, em frente à mangueira velha. Por um momento, achamos que Emília
não vai conseguir colocar o plano em prática quando Dona Benta toma o
inseticida de Emília e diz que “isso não é brinquedo de criança”, mas a astuta
bonequinha consegue enrolar a vovó, dizendo que deu muito bicho na
jabuticabeira e que eles vão pedir a
ajuda do Tio Barnabé… agora, ela se prepara para um duelo contra a Dona
Carochinha, com o inseticida como sua
arma secreta.
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