Mamma Mia! (Brasil)
Pela melodia, eu agradeço…
“Mamma Mia!” é uma das minhas obras de
teatro musical favoritas… embalada pelas maravilhosas músicas do ABBA e com uma
história leve, divertida e emocionante, o musical é um marco da Broadway e a
paixão de milhares de pessoas! Eu assisti à montagem da Broadway em 2015, antes
de seu fechamento em Nova York, e infelizmente não tive a chance de assistir à
versão brasileira montada em 2010, protagonizada pela incrível Kiara Sasso, mas
já a assisti pela internet, E COMO “MAMMA
MIA!” É BOM! A gente tem vontade de dançar, de cantar, de se apaixonar, de
fugir do casamento para conhecer o mundo, de ter três pais, de ir para a
Grécia… “Mamma Mia!” é a história de
uma garota chamada Sophie que está prestes a se casar e que gostaria que seu pai estivesse presente em seu
casamento – mas ela não sabe quem é o seu
pai, e tem três possibilidades: Sam, Bill ou Harry.
Então, ela
convida os três para o seu casamento!
Acho que uma
das grandes sacadas de “Mamma Mia!” é
o seu tom despretensioso que nos embala, que faz com que embarquemos nessa divertida
jornada grega, na qual o que importa são duas coisas: a relação entre os
personagens e a trilha sonora do ABBA. As músicas do ABBA fizeram história,
conquistaram gerações, e são até hoje dançadas animadamente, e elas precisavam
de uma história colorida, feliz e com um toquezinho de drama para levá-los ao palco do teatro. Adoro as pequenas
adaptações feitas ocasionalmente às letras originais para que as músicas se
encaixem perfeitamente à trama da história (mas as mudanças são pequenas e não
tão frequentes), e eu adorei a tradução das canções para o português: “Eu tô no mar tão agitado / Com os meus três
pais e o namorado”. Mesmo sendo músicas já
conhecidas, eu acho que as músicas precisam
ser traduzidas.
Isso aproxima
o público da história.
E algumas
músicas voltam no curtain call em sua
versão original.
No melhor estilo ABBA.
Sempre fui
apaixonado pela história de “Mamma Mia!”
Eu acho uma ideia interessantíssima essa de Sophie ler o diário da mãe (!) e
descobrir que tem três possíveis pais, e então ela os convida para o seu
casamento, mentindo que os convites vieram da mãe, achando que, ao vê-los, vai
saber imediatamente quem é seu pai,
mas a verdade é que ela não sabe.
Agora, ela tem que lidar com os três escondidos na ilha, porque ela sabe que a mãe vai ficar louca quando os ver, e
com o fato de que, eventualmente, os três parecem dispostos a levá-la ao altar.
O musical tem uma mensagem lindíssima, afinal, a respeito de amizade, de
romance e de família, e ele nos leva a pensar em nossas próprias relações com
as pessoas ao nosso redor, o que é bastante emocionante… e o que geralmente acaba me levando às lágrimas em algumas cenas.
Lembro-me de,
no texto em que comentei a versão da Broadway, ter defendido que tanto Sophie
quanto Donna são protagonistas – e acho que realmente o são. Sophie tem uma
relação bonita com Sky (amo “Lay All Your
Love on Me – Não Desperdice o Sentimento”, a cena é sensual, apaixonada e
divertida!), e uma bonita relação com seus “três pais”, e eu acho que a
adaptação cinematográfica do musical perde
muito em não trazer “Thank You For
the Music (Pela Melodia, Eu Agradeço)”, porque a cena é linda e é um
belíssimo momento de Sophie com todos os
seus pais, logo que eles chegam, e logo que ela ainda os está conhecendo… a
música combina para ser cantada por ela com eles, e eu ADORO (sempre comento
isso!) como a orquestra muda para a última vez que eles cantam o refrão, e
então todos se juntam… aquilo é de
arrepiar.
Donna, por
sua vez, tem as amigas malucas e divertidas que nos proporcionam momentos
incríveis, como “Chiquitita” e “Dancing Queen”, quando elas estão
tentando animá-la, ou “Super Trouper”, que é bizarramente
divertida… e ela também tem uma relação bacana com os pais de Sophie (“Mamma Mia!”), e eu acho legal que,
embora ela seja apaixonada pelo Sam,
os TRÊS tiveram uma importância imensa na sua vida, e ela os ama a todos… a
cena de “Our Last Summer (Último Verão)”,
no musical, é de Donna com Harry, e eu AMO ESSA VERSÃO DOS DOIS. É um momento
tão leve, mas tão significativo… Donna está tão preocupada com o casamento, tão
estressada com Sam, tão sentindo que está
perdendo a filha, e o Harry é quem está ali para alegrá-la, num momento
singelo. Sempre divertido, sempre fofo,
lembrando do “último verão”.
Com Sam,
Donna tem músicas como “One of Us (Um de
Nós)” e “The Winner Takes It All
(Tudo ao Vencedor)”, que são, na verdade, solos de Donna, mas que são conversas que ela está tendo com Sam, e
o dueto dos dois fica a cargo de “S.O.S.”,
cuja versão em português eu amo – “Tô te
avisando, então, eu tô gritando S.O.S. / O amor bonito agora é só um grito,
S.O.S. / Sem você, minha vida não tem mais porquê / Sem você, eu tentei, mas
não sei mais viver”. No Brasil, inclusive, quem acompanha Kiara Sasso nessa
versão é Saulo Vasconcelos, um nome importantíssimo do teatro musical no
Brasil, eternamente relembrado por seu papel em “O Fantasma da Ópera” – ele interpretou o personagem-título na
versão mexicana do musical em 1999, e depois deu vida ao personagem de novo no
Brasil, entre os anos de 2005 e 2007. Incrível!!!
Mas, para
mim, a relação MAIS BONITA e MAIS FORTE de
“Mamma Mia!” é a relação que Sophie tem com a mãe… elas são diferentes,
sim, elas se desentendem, e Sophie detesta nunca ter sabido quem é o seu pai,
mas eventualmente ela percebe que isso
não importa… ela sempre teve a mãe presente, e Donna foi uma mãe
maravilhosa. Eu sempre me emociono na cena em que, depois de toda a confusão
dos pais que querem levá-la ao altar, ela pede que a mãe a ajude a se arrumar
para o casamento – aqui temos a lindíssima “Slipping
Through my Fingers (Fugindo Entre os Dedos Meus)” –, e depois pede que ela
a leve até o altar. O casamento é uma confusão, Donna reconhece que não sabe quem é o pai dela, mas Sophie
fica feliz em ter três pais, e Sam, Bill e Harry ficam felizes em ter 1/3 da
Sophie! E é lindíssimo, emocionante e
divertido, ao som de “I Do, I Do, I Do, I Do, I Do (É sim, É sim, É sim, É sim,
É sim)”.
Eu não me
lembro se, em outras ocasiões, eu comentei as músicas que foram deixadas de fora
da adaptação cinematográfica de 2008, mas tem algumas coisas que eu queria
realmente ter visto no cinema, porque eu também amo o filme! Uma delas é “Thank You for the Music”, como eu já
comentei, que é um momento lindo de Sophie com os pais… outra delas é “Under Attack”, a divertidíssima cena de
pesadelo que inicia o segundo ato (com direito aos pais de gala e gravatas
neon, o ensemble com roupas de banho,
máscaras de mergulho e nadadeiras, também neon, e o Sky vestido de noiva!),
acho que a Amanda estaria maravilhosa nessa cena, e outras como “The Name of the Game”, de Sophie e
Bill, “One of Us”, que é um solo de
Donna, “Knowing Me, Knowing You”, do
Sam, e a versão de Donna e Harry para “Our
Last Summer”… enfim.
“Mamma Mia!” é apaixonante, em qualquer
uma de suas versões. Não sei comentar sobre o musical sem pensar um pouquinho
na versão original, sem comparar com o filme, que é o que a maioria das pessoas
já assistiu, por isso fiz uma espécie de “review”
que não foi centrada apenas na versão brasileira… mas o que importa é que, em
qualquer uma de suas versões, “Mamma
Mia!” nos empolga, nos diverte, nos emociona, nos faz chorar e nos faz
sorrir. Quando assisti ao vivo, em 2015, eu comentei na minha postagem sobre
como eu me senti FELIZ naquele teatro, como eu não queria levantar e ir embora,
porque “Mamma Mia!” é isso, e essa
vibração, essa vida, essa energia que nos contagia, que nos faz bem, um musical
pra cima para também te colocar pra cima. Eu sou um eterno apaixonado por essa
história, por essas músicas, por esses personagens, por “Mamma Mia!”
<3
Para mais postagens de Mamma Mia!, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário