Lua de Cristal (1990)



“Tudo que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar!”
Hoje, dia 22 de Junho de 2020, “Lua de Cristal” ESTÁ COMPLETANDO 30 ANOS DO SEU LANÇAMENTO. Como uma criança dos anos 1990, eu cresci assistindo à Xuxa Meneghel na TV, e seus filmes sempre fizeram parte da minha vida e marcaram minha infância, assim como outros filmes que marcaram a época: “A Princesa Xuxa e os Trapalhões”, de 1989 – e qualquer filme dos “Trapalhões”, que eu adorava –, ou “Zoando na TV”, de 1999, protagonizado por Angélica, por exemplo. Assistindo novamente hoje em dia, eu percebo que o que mais me faz gostar do filme é, sem sombra de dúvidas, a NOSTALGIA… ver “Lua de Cristal” nos leva de volta no tempo para aquela época, e, além do filme, essa é, provavelmente, uma das melhores músicas que a Xuxa já lançou! (Já terminei o filme há umas horas e não consigo parar de cantar!) A história, com seus clichês e controvérsias, talvez não tenha envelhecido tão bem, mas não podemos avaliar uma obra de 1990 sob a ótica de 2020...
A história do filme começa no interior, com a Maria da Graça (que é o nome verdadeiro de Xuxa) decidindo se mudar para a cidade grande para perseguir seu sonho… ela quer fazer aulas de canto e, quem sabe, ser famosa um dia! O grande problema é que ela acaba ficando na casa de uma bruxa, sua tia Zuleika, e ela ainda tem que aguentar a prima Lidinha (interpretada por Júlia Lemmertz, com figurino digno de ficção científica dos anos 1980, tipo “Blade Runner”), que adora atormentá-la… mas ela não faz uma grande diferença na vida da tia e da prima, elas não ficam boas nem nada. Além delas, e eu acho que essa é a parte mais difícil, Maria da Graça precisa aguentar os assédios do primo, o Mauricinho, enquanto tenta se esquivar dele e de seus amigos… não é fácil e, em algum momento, Maria da Graça chega a duvidar que vai dar conta da cidade grande.
O filme brinca com vários elementos de diferentes contos de fadas… a própria chegada de Maria da Graça ao Rio de Janeiro conta com ela esbarrando em seu futuro Príncipe Encantado e “perdendo um sapatinho” – no caso, um tênis velho mesmo, mas serve. Outros elementos de “Cinderela” podem ser observados pela maneira como Zuleika e Lidinha a tratam como uma gata borralheira, feita de escrava, limpando e limpando sem parar enquanto elas insistem em sujar tudo. Também temos um pouquinho de “Branca de Neve”, por exemplo, tanto na maçã “envenenada” (tá, a gente não sabia se estava envenenada) que a tia Zuleika oferece para ela assim que ela chega, e no momento em que a tia pergunta ao espelho se “existe alguém mais linda do que ela” e o reflexo de Maria da Graça aparece atrás dela… e Xuxa é a princesa desse conto de fadas.
“Lua de Cristal” pode ser bem sombrio, em vários momentos, da escolha da paleta de cores, por exemplo, ao próprio conteúdo do filme, que eu acredito que estava mais direcionado ao público jovem do que realmente infantil, embora toda criança adorasse a Xuxa e o que importava era vê-la no cinema! Alguns dos momentos mais pesados do filme atualmente causam desconforto, e são especialmente o repetido assédio sofrido pela protagonista, mais que qualquer outra coisa. Mas ela também tem pessoas boas ao seu redor, como a pequena Duda, interpretada por Duda Little, que a ajuda como pode, proporcionando uma das cenas mais bizarras do filme – da tia Zuleika presa ao vaso. Também temos o Bob, interpretado por Sérgio Mallandro, um rapaz atrapalhado, mas de bom coração, e que talvez não convença de verdade como "Príncipe Encantado", e os amigos que Maria da Graça faz nas aulas de canto, interpretados por paquitas e paquitos da época - eles aparecem nos sonhos de Maria da Graça desde a infância, nas cenas das aulas de canto e na lanchonete.
A principal trama do filme é a Maria da Graça superando seus medos, sua vergonha e se tornando aquilo que sempre sonhou em ser: UMA CANTORA. Acredito que essa seja a mensagem final do filme: nunca desista dos seus sonhos. Depois de uma confusão na lanchonete em que Bob trabalha, e de ele se converter de fato em seu Príncipe a resgatando, de cavalo e tudo, de um sequestro do Mauricinho, Maria da Graça comanda um show no qual canta “Lua de Cristal”, e esse é O MELHOR LANÇAMENTO PARA UMA CANÇÃO DA XUXA! A música é linda, a cena é linda, a Xuxa, as paquitas e os paquitos estão maravilhosos, e tudo ali ficou muito mais mágico, ecoando o tom místico dos sonhos que a Maria da Graça tinha desde a infância, com duendes seres mágicos da floresta e um Príncipe Encantado… sem contar, claro, as piadas do momento.
“Mami, eu quero ser paquita!”
“Eu vou falar com a Marlene!”
HAHA
SENSACIONAL. 
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.




Comentários

  1. Esse filme é muito importante para mim... reassistindo a ele, em comemoração aos 30 anos, eu me segurei várias vezes para não desabar num choro cheio de nostalgia... eu já estava emotivo na primeira cena (rsrsrs). "Lua de Cristal" marcou uma geração (a minha geração, e a geração de muitos outros). A música tema, que fez com que o filme mudasse de nome por conta dela, é muito forte! Impactante! E talvez muitas pessoas, que não viveram aquela época, nunca vão entender o porquê de uma música da Xuxa (que talvez pensem ser de criança) tocar tão forte no coração das pessoas. Essa música é uma injeção de ânimo. É um hino de superação e fé. Ela me emociona, me dá forças para seguir em frente... é uma delícia toda vez que eu a escuto. Eu amo esse filme. Eu amo essa música. Eu amo a Xuxa e toda a sua turma. Sempre me faltam palavras para descrever o que eu sinto por essa obra. Obrigado, meu amor, por compartilhar desse sonho comigo. Muito feliz por "Lua de Cristal" estar por aqui. (S2)

    ResponderExcluir

Postar um comentário