Snowpiercer 1x02 – Prepare to Brace
A tensão se intensifica…
Sinto que “Snowpiercer” chegou para chocar, e está fazendo isso muito bem…
foi um ótimo segundo episódio, embora na internet algumas pessoas estejam
criticando alguns detalhes da série. Independente deles, eu acho que a série
teve um início empolgante, demonstra potencial, e eu estou curioso para conhecer
o futuro da jornada desses personagens e do “Trem Infinito” que abriga os 3.000
últimos humanos sobreviventes da Terra após o Congelamento, em 1.001 vagões…
fica cada vez mais dura a diferença de classes e é revoltante ver a maneira
como a Cauda é vista e tratada, mas essa é a faísca que o telespectador precisa para que ansiemos cada vez mais
pela revolução. Foi interessante ver
a frente do trem, de certo modo, enfrentando a possibilidade de um colapso e, no meio disso tudo, ainda
temos uma investigação de homicídio.
O episódio já
começa chocante para a Cauda… depois da rebelião no fim do episódio passado
(que matou 6 seguranças da Frente, como os ricos adoram ressaltar, sem comentar
a respeito das 14 pessoas da Cauda que também foram mortos naquela “batalha”),
o “Sr. Wilford” quer passar uma mensagem
e, graças à intervenção de Layton, alguns líderes da rebelião são levados para
cima no trem, onde serão congelados
como punição, e um braço é arrancado na Cauda, como punição e exemplo – é
desesperador assistir à cena da amputação por congelamento, e a maneira como
aquela mulher é simplesmente esquecida
lá atrás, com dor, à beira da morte. E é mais um detalhe que causa mais
revolta: não basta tudo que lhes foi
tirado, eles também querem “tirar sua dignidade”. Igualmente assustador é aquela cena das crianças da
Cauda sendo levadas no final.
Chegou a dar um calafrio.
Enquanto
isso, Andre Layton continua a sua investigação, tentando descobrir o autor do
homicídio na Terceira Classe e, ao mesmo tempo, inocentar Nikki, a mulher que
foi engavetada às pressas há 3 anos quando o outro assassinato aconteceu – mulher essa que agora está tendo problemas
para despertar depois de ser retirada da gaveta. Para entendê-la melhor e
as circunstâncias do outro crime,
Layton é levado para o lugar onde ela trabalhava, onde agora Zarah, sua
ex-esposa, trabalha, e temos uma sequência interessante na qual ela o faz se
lembrar de como era a vida lá fora, antes disso tudo… a água, a grama, o sol… é
um flashback breve, mas interessante,
porque parece tão distante do que vemos agora – como se tivesse sido em outra vida. E é essa justamente a sensação
deles, embora Layton e Zarah tenham um “retorno ao passado”.
A
investigação de Layton trilha caminhas assombrosos – mas toda série pós-apocalíptica acaba chegando ao canibalismo, não?
Aparentemente, isso é algo “comum” na Cauda, e ninguém pode julgá-los nas
condições em que eles vivem naquele lugar, mas Till gosta de dizer que “isso
não acontece na Terceira Classe” – embora
ela tenha comido noodles com carne de procedência duvidosa. Durante a
autópsia do corpo partido em pedaços, Layton tira conclusões a partir dos tipos
de cortes realizados e das ferramentas necessárias para tais cortes, sugerindo
que a carne da pessoa morta esteja sendo
usada em restaurantes da Terceira… é angustiante, mas é a mais pura
verdade, como acabamos confirmando depois, no frigorífico do “açougue”. Mas essa ainda não é toda a história do
assassinato… houve tortura antes da morte – e o que isso significa?
Também temos
um aumento das tensões no trem.
Melanie, o “Sr. Wilford”, se recusa a diminuir a velocidade do trem quando eles
estão passando por terrenos instáveis e enfrentando constantes avalanches,
porque “não quer um blecaute”, e esse é um dos cúmulos do episódio, uma das
coisas que mais nos revoltam… aparentemente,
eles podem colocar em risco a segurança de todo o trem, mas a Primeira Classe
não pode ficar sem sua hidromassagem por algumas horas. E quando ela
finalmente se resigna à diminuição da velocidade, de no máximo 10 ou 12%, e ao
racionamento de água, de quem que ela tira? Da
Cauda, logicamente. É tipo tirar da aposentadoria dos pobres, mas manter
um ridículo “auxílio-paletó” para deputados. A Cauda fica sem luz, sem água
a não ser a que tiverem, quem sabe, estocado, em condições ainda piores que
antes.
A revolução vem.
E essa
atitude “extrema” só é tomada quando o trem todo está em risco por causa da
irresponsabilidade inicial do Sr. Wilford – afinal
de contas, essa velocidade poderia ter sido diminuída mais cedo e eles não
precisariam ter perdido um vagão cheio de vacas, por exemplo. É angustiante
a cena em que o vagão das vagas acaba atingido pelo frio e pelo gelo do lado de
fora, e eles perdem não apenas as últimas
vacas do mundo, ou um estoque de carne (agora que o canibalismo vem mesmo!),
mas todo um elemento importante no ecossistema que mantém o trem funcionando e
abastecido há quase 7 anos… para citar um
exemplo, era esse gado que proporcionava o adubo das plantações dos vagões da
agropecuária. Assim, começa, ainda que lentamente, o colapso do Trem
Infinito – em algum momento, eles não
conseguirão mais sustentar isso.
Assim, o
episódio termina tenso em todos os sentidos, e Andre Layton faz algumas
descobertas interessantes… sua função ali, mais do que descobrir o assassino da
Terceira Classe, porque a verdade é que ele
não se importa com isso, é descobrir informações que possam ajudar na
rebelião da Cauda. Eu fiquei muito nervoso naquele momento em que ele apanha
daquela maneira para tentar passar uma mensagem para a Cauda, uma mensagem que ainda nem sabemos se vai ser realmente útil
a longo prazo, mas ele está lá – e, ainda com parte das suas intenções
expostas, Melanie não pode se desfazer de Layton porque, mais do que nunca, ela precisa dele… ela precisa saber quem
é o assassino da Terceira Classe, e tampouco seja porque se importa – porque Sean, o cara morto, aparentemente
sabia algo sobre o “Sr. Wilford”, e ele foi torturado antes de ser morto…
O que ele pode ter contado?
Que segredos podem ter sido expostos?
Ela não vai
permitir que isso chegue longe…
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