Vale o Piloto? – Love, Victor 1x01 – Welcome to Creekwood
“Dear
Simon, you don't know me, but my family just moved to Atlanta, and today was my
first day at Creekwood High, and I heard all about you. How you started
messaging with another secretly gay kid at Creekwood. How you wound up making a
crazy romantic declaration of love. And how you had your first big kiss on the
Ferris wheel in front of the whole school. And I just want to say... screw you.
Screw you for having the world's most perfect, accepting parents. The world's
most supportive friends. Because for some of us, it's not that easy. I don't
expect you to write me back. Honestly, this message kind of got away from me, and
you probably think I'm totally insane. But I just need you to know that you're
very lucky, Simon.
Sincerely,
Victor”
Eu esperei
tanto por esse momento e EU ESTOU TÃO FELIZ AGORA! “Love, Victor” finalmente fez a sua estreia, e foi uma estreia
deliciosa – o episódio, com aproximadamente 27 minutos, passa depressa e
apresenta sua história de uma maneira inteligente, fazendo com que torçamos
pelos personagens, e eu terminei o primeiro episódio já chorando… acontece que, mesmo com o trailer e tudo o mais, eu
não estava preparado para aquele e-mail do Simon para Victor, justamente
enquanto Victor caminha pelo parque em que tanta
coisa aconteceu… em que Simon beijou Bram pela primeira vez, por exemplo.
Eu me lembro, há alguns anos, da emoção de ler “Simon vs a Agenda Homo Sapiens”, e sorrir, me apaixonar e me
reconhecer nas páginas da história de Becky Albertalli, e então o filme me
encheu de alegria, mas passou tão
depressa.
Por isso
fiquei tão feliz em estar de volta!
“Love, Victor”, com a primeira temporada
de 10 EPISÓDIOS, estreou no último dia 17, e se passa em Creekwood, a mesma
escola de “Love, Simon”, e o começo é
bastante bonito já… Victor está escrevendo uma mensagem para Simon,
compartilhando com ele seus sentimentos sobre a nova escola, sobre ele mesmo e
sobre o quanto eles são parecidos, mas, principalmente, o quanto eles não são – porque nem todos têm a sorte de ter a
família e os amigos compreensivos que o Simon tinha… para alguns, não é tão fácil. A sequência, além de apresentar
Victor e dar voz aos seus sentimentos, o que é a melhor maneira de conhecer alguém, também traz uma série de flashes do filme, e aquilo tudo já me
deixou sorrindo que nem bobo. Depois disso, voltamos 24 horas no tempo, para a
chegada de Victor a Atlanta – e tudo que
o levou a escrever aquela mensagem.
É engraçado
como eu já comecei “Love, Victor” amando
a série, porque a ideia dela já me fez amá-la, e então os trailers e
teasers me convenceram. Michael Cimino está adorável
como Victor, um garoto que acabou de se mudar para Atlanta com a família – e
que acaba de ganhar um “novo melhor amigo” quando Felix, um garoto que mora no
mesmo prédio que ele, decide que vai ser
assim… gostei muito do Felix, ao longo de todo o episódio, e acho que os
dois terão ótimos momentos juntos – sem contar que o Felix é todo peculiar, com
aquela coisa toda do radinho para comunicação, por exemplo, ou ele estando na
sua porta às 6:45 do dia seguinte para irem juntos para a escola, ou ainda a
maneira como ele fala para Victor: “New
school, you can be whoever you wanna be. The rest of us had our
destinies determined years ago. Take me. Who are you, Victor?”
Essa noção do
Felix de que, por estar em uma escola nova, Victor “pode ser quem ele escolher
ser” também passou pela cabeça de Victor, ele não pode negar… ele está feliz com a chance de “começar de
novo”. Na sua cidade antiga, segundo ele conta, não tinha muito espaço para
ser diferente e, se você fosse, era
muito mais fácil fingir que você não era. Isso é triste, doloroso e real…
sofri, por exemplo, com aquele rápido flashback da igreja, porque são coisas
que afetam o Victor, naturalmente. Mas, ali, ele acha que poderá descobrir quem
é e sê-lo. AMEI a vice-diretora o levou pela escola, como falou animadamente
sobre o parque à noite (em inglês o “Winter Carnival”), e como ela falou para
ele que coisas importantes acontecem lá e
que sua história favorita do carnival é a de Simon Spier. Então, se você
está se perguntando como Victor sabia da história de Simon…
É assim.
“Good
things happen there. You know, my favorite Winter Carnival story belongs to
Simon Spier. […] Well, he's kind of a Creekwood legend, you know? He made a big
declaration of love to this mystery guy he'd been texting and emailing. And then
he rode the Ferris wheel 'round and 'round until the guy showed up. And then,
in front of the whole school, they had their first kiss”
Como não se apaixonar?
Foi
EMOCIONANTE ver a expressão de Victor se
iluminar conforme ele escutava a vice-diretora contar a história de Simon
de forma tão completa em tão poucas palavras. E então ele faz a pergunta que
qualquer um faria em seu lugar – se as
pessoas ali não se importam com o fato de ele ser gay e tudo o mais… e ela
diz que não, que eles aplaudiram e torceram por ele, e não deixa de ser
verdade, mas isso não fez com que a vida de todos os garotos gays de Creekwood
subitamente fosse maravilhosa, e talvez ela tenha passado a impressão errada.
Mas é bom vê-lo sonhar, enquanto possivelmente faz novos amigos, como a Lake,
que tira fotos e o enche de perguntas, e a Mia, que é super legal e educada, e
Victor infelizmente perde a sua
oportunidade de dizer que ainda está
indeciso sobre sua sexualidade quando lhe perguntam se “ele está algemado”.
“Nope. No girl back in Texas”
Isso vai dar
problema ainda.
Mas eu o
entendo… não é fácil colocar essas palavras para fora pela primeira vez, é um
processo pelo qual o personagem ainda vai passar. Assim como na sua cidade, às vezes é mais fácil fingir, embora não seja
o certo, embora nos faça mal… mas eu acho que, no fundo, Victor tem muito
clara sua sexualidade: ele é gay.
Algumas pessoas cogitam a hipótese de bissexualidade, mas eu não acho que seja
o caso – Victor é gay, é só olhar para como ele vê a chegada do Benji. GENTE, E
A CHEGADA DO BENJI REALMENTE É SENSACIONAL, SUPER HOT E SEXY. Amei a cara de pamonha do Victor vendo o garoto chegar,
com uma trilha sonora impactante, câmera lenta, e Benji parece tornar tudo
extremamente sensual – como fazer café, tomar água ou mexer no cabelo. Dá para ver a maneira como o Victor ficou
até sem ar ao vê-lo entrar.
Eu também.
Já quero
tanto esses dois!
Benji é
completamente diferente de Simon. Benji é intenso, pra frente, com sua
sexualidade bem resolvida, e podemos ver a maneira como ele atrai as pessoas ao seu redor – não tem
como saber se ele estava cantando ou testando o Victor ou se ele só estava
conversando naturalmente com ele, mas a verdade é que EU SENTI TANTA QUÍMICA! E eu acho que o Benji percebeu que o Victor
é gay, com aqueles comentários sobre o tênis ou sobre destino, com a maneira
como o Victor ficou sem jeito, nervoso, mas querendo conversar com ele.
Mas, naquele momento, Victor percebe que nem
tudo é tão perfeito quanto ele pensara. Quando Benji vai embora, Felix
conta que ele é gay, não em tom de desaprovação nem nada, mas como se “ele
devesse saber”, o que causa desconforto em Victor… por que isso seria assim tão importante?
E, depois
aqueles comentários no vestiário…
Não são para Victor, mas machucam, inibem.
Fazem com que ele queira se fechar.
E as coisas
acabam piorando para Victor eventualmente – ele se destaca no basquete e é
chamado para fazer parte do time, porque ele
é muito bom, mas ele precisa pagar uma taxa de 500 dólares que ele sabe que é muito dinheiro… pelo menos costumava
ser muito dinheiro na sua cidade, mas talvez não para as pessoas de Creekwood.
Isso já causa um impacto de realidade difícil, mas as coisas pioram quando
Andrew, com inveja, resolve humilhá-lo e cria um link para as pessoas doarem
dinheiro para ele ser parte do time – não porque ele queira ajudar, mas porque
ele quer expor e humilhar o Victor em seu primeiro dia de aula. É revoltante, aquele Andrew é asqueroso a
ponto de ser nojento! E eu gostei de como o Victor o enfrentou, como disse
que ele só estava fazendo isso porque ele foi super bem na aula e agora ele
está tentando humilhá-lo.
Quando Victor
cai, o primeiro que vem ajudá-lo é Benji.
“You okay?”
Eu me lembro
claramente da primeira vez em que segurei a mão de um garoto – é uma sensação
tão forte como se você não
reconhecesse o próprio corpo, e você não
entende o que está acontecendo, porque várias pessoas já seguraram a sua
mão ao longo de sua vida inteira, mas nunca
foi daquele jeito… infelizmente, Victor não tem a oportunidade de curtir o
toque da mão de Benji, porque tem um idiota
qualquer fazendo gracinha ao fundo, porque Benji é abertamente gay, e tudo ainda é muito novo para o Victor, ele
não quer esse tipo de atenção para ele. EU FIQUEI COM UMA RAIVA TÃO GRANDE. Fiquei me sentindo tão mal por ele. E
parece que o dia vai piorar quando ele chega em casa e os pais estão brigando
por causa de “uma briga na escola”, mas não é a dele, mas sim de sua irmã,
Pilar, que não se adaptou muito bem à sua
nova cidade.
Isso aqui é
interessante e, novamente, doloroso. Victor é muito responsável, e em parte a união da família depende dele, o que é um
peso grande demais para um adolescente carregar – é como se ele não tivesse tempo para ele mesmo. Com a briga da
irmã, com os pais brigando, Victor não tem tempo de falar de si mesmo. E ele é
excelente ao acalmar os ânimos por ali, e ele tem uma cena com a mãe que é
linda, ao mesmo tempo em que é desesperadora, porque ela fala sobre ele de um
jeito tão carinhoso, fala sobre como não
precisa se preocupar com ele, sobre como ele é a sua base… mas, como eu
disse, isso é algo pesado demais para
se colocar nos ombros de um adolescente que tem seus próprios problemas, que
está tentando se descobrir, que quer ser ele mesmo, que quer ser feliz. Tudo é
extremamente intenso, o tempo todo.
E, então, ele
escreve a mensagem para o Simon…
Aquela do
início do episódio.
E escrevê-la
parece já ajudá-lo de alguma maneira. Ali, parece que ele pode respirar, pode
se acalmar, e então ele se lembra de como acabou tratando o Felix na escola,
dizendo que eles não eram amigos, “apenas dois garotos que moram no mesmo
prédio”, e ele sabe que Felix não tem culpa de nada e não mereceu isso… é TÃO
FOFO quando ele usa o radinho para se comunicar com o Felix e o Felix está do outro lado, então Victor pede
desculpas e diz que quer, sim, ir com ele para o Carnival naquela noite, e eu posso dizer? EU JÁ AMO ESSA DUPLA. Foi
legal estar de volta nesse cenário do Winter
Carnival, onde cenas tão importantes de “Love,
Simon” aconteceram, e é interessante que voltemos a escutar a voz de Nick
Robinson como Simon Spier justamente naquele cenário, quando Simon,
inesperadamente, responde à mensagem de Victor…
“Dear
Victor, glad you reached out. First of all, welcome to Creekwood. I know
beginnings are rocky, but I really hope you end up loving it as much as I did.
I'm sorry that you don't have anyone in your life that you can open up to. And
you're right. I have no idea what it's like to be you. I can only tell you what
I do know. For me, figuring out who I was and declaring it to the world was the
scariest thing I ever had to do, even with parents who are so liberal they have
special sneakers just for protesting. It was hard, but we found our way through
it. Who knows? Maybe your family could find their way through your stuff, too.
And maybe you'll find the people in Creekwood who will support you like my
friends did. The people you can tell anything to. And if you're very lucky,
maybe somewhere within the halls of that school, you'll find the person who's
gonna change your life forever. A few years ago, I told my now-boyfriend Bram
that he deserves a great love story. That I deserve a great love story. And you
deserve one, too, Victor. Hope this helps. I'm here if you need me.
Love, Simon”
FOI
EMOCIONANTE! A mensagem é linda, a nostalgia de ouvir a voz de Simon novamente…
eu chorei enquanto assistia, e eu realmente não esperava estar chorando já no primeiro episódio de “Love, Victor”,
mas acho que isso é um bom sinal. Significa que passarei por coisas muito boas
ao lado desses personagens… e ainda tem tanto a acontecer. Victor não tem a
mesma história de Simon, e queremos conhecê-la – e eu acho que teremos umas
complicações a mais, não? No fim do episódio, depois de ler a mensagem de
Simon, Victor olha para a roda-gigante, para os ingressos na sua mão, e para
Benji… mas é claro que ele não tem
coragem de convidá-lo. Então, ele passa por ele, sorri meio sem jeito, e
acaba convidando Mia, que aceita o seu convite. E é claro que isso quer dizer que, eventualmente, teremos que lidar com
corações partidos.
Mas vamos ver
aonde isso tudo vai nos levar!
Amei a
estreia!
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