Anne with an E 1x03 – But What is so Headstrong as Youth?
A crueldade
das crianças…
COMO EU SOFRI
NESSE EPISÓDIO AO LADO DA ANNE. Eu acho que uma das coisas que mais me fazem
sofrer em “Anne with an E” é o fato
de a Anne ser essa garota tão pura,
tão empolgada, com um coração tão bom – porque é uma crueldade nós assistirmos
ao início desse episódio e vermos como ela está feliz por estar indo para a escola… arrumando o material, as
tranças, falando sem parar de puro nervosismo, se perguntando como será
acompanhar o restante da turma, e se sentirá deslocada porque todos os demais
já estarão juntos há anos… mas toda essa empolgação acaba se tornando
frustração quando ela finalmente chega à escola, e as coisas não saem como ela
esperava, porque as crianças são
extremamente cruéis. E o pior é que essas crianças estão reproduzindo
aquilo que veem em casa, e toda essa cidade é muito CRUEL.
Anne chega à
escola animada e sorridente, e Diana fica feliz em recebê-la, mas todas as
outras crianças são profundamente perversas – todas têm um comentário ácido ou
condescendente a fazer sobre como ela é órfã, e os garotos são igualmente
babacas, a provocando o tempo todo, e o meu coração se parte em ver o sorriso
desaparecer do rosto de Anne. O primeiro dia é um desastre, e ela vê que não vai se encaixar ali. As contas que
as crianças pequenas estão fazendo já
parecem muito complicadas para ela, e o professor é um babaca pedófilo que
está ficando com uma das meninas, e Anne e Diana acabam vendo… Anne fica toda
esperançosa, achando que vai “se tornar parte do grupo” quando as meninas
querem saber sobre o que ela viu, mas então Anne
acaba falando demais, sobre Prissy e sobre o que viveu antes de vir a Green
Gables, e então elas voltam a tratá-la
mal.
Pior que
antes, na verdade.
Enquanto
isso, Marilla é convidada para um “encontro de mães progressistas”, ou alguma
coisa assim, e ela não sabe bem o que vai encontrar por lá, mas o encontro acaba a levando a pensar a respeito de
muitas coisas… as mulheres falam sobre a educação das meninas ser tão
importante quanto a educação dos meninos, falam sobre o direito de voto e sobre
o ensino superior para as mulheres, tudo enquanto bordam sem parar. Tudo é
muito novo para Marilla, coisas nas quais ela
nunca nem pensou antes, mas ela acha interessante. Quando perguntam sobre
Anne, Marilla fala sobre como ela é curiosa, sem dúvida, e como ama ler – ela tem um desejo muito grande por
conhecimento. E Anne tem mesmo! Anne é uma garota espetacular, curiosa e
inteligente, mas algumas pessoas parecem não saber entender o que é isso.
Ou a
importância disso.
Anne chega
arrasada do seu primeiro dia de aula… mas ela não quer que Matthew e Marilla se
preocupem com ela, por isso ela finge que está
tudo bem – ela chega saltitante, falante, dizendo que foi tudo “muito,
muito bom”, naquele seu ritmo animado de sempre, mas não é verdade… ela acaba
no quarto, sozinha e triste, decidindo que as
coisas serão diferentes e melhores no dia seguinte. Mas as coisas são ainda piores. Todo mundo já está sabendo
sobre o que ela falou sobre Prissy, e mais as coisas que contou sobre a casa em
que morava antes dos Cuthbert, e agora as meninas a odeiam mais que nunca, um
dos meninos, irmão de Prissy, se volta contra ela, e Marilla é expulsa do clube das mães por causa de
Anne… mas ELA É MARAVILHOSA DEFENDENDO A ANNE, e eu amei aquela cena na qual
ela vai na casa da mulher e a deixa sem
palavras.
“Pelo visto suas ideias de educação
progressista não incluem compaixão”
E é nesse
contexto que conhecemos GILBERT BLYTHE, uma das poucas crianças na escola que não tratam Anne mal – Diana também
não o faz, e ela está o tempo todo tentando equilibrar as coisas, tentando “pôs
panos quentes”, como ela diz, mas ela ainda não é a parceira de que Anne
precisa… não 100% do tempo. Talvez Gilbert possa ser. Quando Anne está sendo
atormentada pelo irmão de Prissy no caminho para a escola no segundo dia, é
Gilbert quem aparece para salvá-la, e então ele passa o caminho todo até a
escola atrás dela, chamando por ela e perguntando seu nome, mas Anne se recusa
a responder. Assim, ela só fala com ele quando os dois chegam à escola, e então
as garotas voltam a ficar contra ela (AI QUE GAROTAS IRRITANTES!), porque,
aparentemente, “ela não pode conversar com Gilbert, porque uma delas gosta dele
há 3 anos”.
Embora as
meninas a tenham “proibido” de falar com Gilbert, ele está curioso demais com a garota nova para deixá-la em paz… por isso, ele é quem vai em busca dela mais
de uma vez. Mas eu adoro o Gilbert. Ele é uma fofura, desde que a salvou no
caminho da escola, até que ficou tentando falar com ela, seja naquela cena do
lado de fora, durante o intervalo, em que ela estava sozinha, ou no final… mas
já falamos disso. Antes, quero comentar a cena da leitura de poema – Anne pode
ser exagerada e toda dramática na leitura de poemas, MAS DECLAMAÇÃO DE POEMA É
O QUE ELA MELHOR SABE FAZER. Ela certamente leu muito melhor que a Diana, e com
mais emoção do que aquela voz morta que leu depois dela, e tudo o que o pessoal
sabe fazer é rir da coitada… apenas
Diana e, sim, Gilbert gostaram de verdade
de sua leitura… e nós, claro.
NÓS AMAMOS A
ANNE.
E VAMOS
PROTEGÊ-LA!
No fim do
episódio, Gilbert tenta novamente falar com ela, e ele acaba sendo bem fofo –
mesmo que cause um problema e tanto eventualmente. Ele joga coisas nela para
chamar a sua atenção, mas ela já disse que “não pode falar com ele”, e quando
ela não responde, ele vai até a mesa dela, coloca uma maçã lá e então puxa o seu cabelo. E ela, impulsiva e
maravilhosa, o ataca com o seu quadrinho – que, inclusive, acaba partido. Mas o Gilbert acha isso tudo quase divertido
e, no fim das contas, ela falou com ele… não falou? O professor babaca, ao ver
a cena, a coloca na frente da sala e é uma humilhação sem tamanho. Ele escreve
seu nome (errado) no quadro, dizendo que “ela tem um mau temperamento”, e a
manda ficar ali, de exemplo para todos. Gilbert tenta defendê-la, dizendo que
foi sua culpa, porque a provocou, mas o professor não se importa.
Felizmente,
Anne não ficou ali para aguentar essa humilhação por muito tempo. Ela fez o que
esperamos que ela fizesse mesmo, e saiu… foi embora correndo, como ela fez no
primeiro episódio depois de ser tratada mal pela Rachel. Sob os olhares
atônitos de seus colegas e os gritos do professor, Anne simplesmente saiu, e
toda aquela sequência foi de partir o coração, porque a garota estava arrasada,
mas culminou em uma cena lindíssima. Marilla teve um crescimento incrível nesse
episódio, entendendo um pouco de tudo
pelo que Anne passou e, com base nesse novo entendimento, ela defendeu sua filha da maneira mais linda possível.
Nessa última cena do episódio, Anne entra correndo em Green Gables, e vai
direto abraçar, às lágrimas, Marilla, e Marilla a acolhe com todo o amor do
mundo, dizendo que entende como as pessoas são cruéis.
Aquele abraço
das duas é EMOCIONANTE.
Eu estava igual o Matthew, olhando de fora…
emocionado e feliz.
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