Anne with an E 1x06 – Remorse is the Poison of Life
“I’m going
to be the heroin of my own story”
QUE EPISÓDIO
EMOTIVO – embora que episódio de “Anne
with an E” não é emotivo? Aqui, quando duas histórias se entrelaçam, Anne
Shirley-Cuthbert conhece Josephine Barry, e essa é uma dupla incrível que eu
espero que volte a nos proporcionar momentos importante como nesse episódio…
gostei muito de Josephine, de toda a sua história, e da temática que ela trouxe
à série, ensinando Anne a viver uma vida sem
arrependimentos… é muito mais doloroso você sofrer por causa de coisas que
poderiam ter acontecido e nunca aconteceram. O episódio trata de perdas, de
luto, e cada um lida com isso de uma maneira, enquanto feridas do passado são
reabertas, e se no episódio passado descobrimos um pouco sobre um caso de amor nunca vivido no passado
de Matthew, esse episódio é a vez de Marilla – e nós sofremos de verdade ao seu lado.
O episódio
começa ágil, com Diana correndo pela neve, no meio da noite, até Green Gables,
para pedir a ajuda de Anne quando sua irmãzinha, Minnie May, está passando mal…
sua mãe não está em casa (assim como Marilla), e Diana só tem a companhia da
sua Tia Josephine, que não entende nada de criança, então ela correu para pedir
ajuda da única pessoa em quem conseguiu pensar: Anne. Anne é prestativa,
inteligente e rápida. Então, ela se levanta da cama e se prepara para correr
até a fazenda dos Barry, enquanto pede que Matthew busque um médico para ver
Minnie May… enquanto isso, Anne acompanha Diana de volta para casa, e como ela
passou a sua vida inteira, até vir a Green Gables, trabalhando numa casa de
família onde havia muitas crianças,
Anne sabe exatamente o que fazer para
ajudar Minnie May – um monte de conhecimento importantíssimo.
Assim como na história do fogo na casa de
Ruby!
Assim, Anne
Shirley-Cuthbert novamente é a HEROÍNA, e ela salva a vida de Minnie May. Anne
é intensa e dramática, mas ela sabe o que está fazendo, e causa admiração em
todos que a assistem… quando Matthew chega com o médico, o médico comenta que
“a sua garota salvou a vida daquela menina”. Anne volta para casa, acompanhada
por Matthew, feliz por ter ajudado e por ter podido passar um tempo com Diana,
depois de um longuíssimo mês que nem se
sentar juntas na escola elas podem, e Matthew conta tudo a Marilla assim
que ela chega… pouco depois disso, enquanto Anne ainda está dormindo por causa
da longa e cansativa noite que teve, a própria Sra. Barry vem a Green Gables em
uma cena EMOCIONANTE na qual ela fala a Marilla como Anne é “incrível e
maravilhosa”, e então pergunta se ela a perdoaria por tê-la tratado daquela
maneira.
É tão lindo. E a alegria de Anne e Diana
podendo voltar a ser amigas!
<3
Gosto de como
as coisas andam em “Anne with an E”
depressa – achei que, talvez, passaríamos o episódio inteiro focados na
história de Minnie May, mas isso toma os 10 primeiros minutos do episódio,
aproximadamente. Depois disso, acompanhamos bastante de Gilbert Blythe – o
apaixonante e perfeito Gilbert Blythe. Há dias que ele não vai à escola, porque
o pai está doente em casa, e Anne, pela primeira vez, se dá conta que nunca
pensou em como o pai de Gilbert provavelmente
não vai melhorar e, quando ele voltar para a escola, ele será um órfão como
ela. Pouco depois disso, então, o pai de Gilbert morre, e a cena do funeral é
bem breve, mas dolorosa, e vemos o garoto sozinho,
sofrendo sem ter quem lhe console, e Anne pensa em ir falar com ele, porque a
verdade é que ela se importa, mas ela
acaba não tendo coragem de fazê-lo.
Eventualmente,
Anne escolhe falar com Gilbert Blythe, mas é um verdadeiro desastre… ela tem
certa razão nas palavras que diz, mas a verdade é que ele não quer ouvi-la
contar suas histórias sobre a orfandade, tampouco quer ouvi-la dizer que “ele
tem sorte, comparado a ela”, e ele tem todo o direito de agir daquela maneira,
naquele momento. Assim como tem todo o direito de brigar com aquele garoto
insuportável que simplesmente não tem
noção do que está dizendo – e, mesmo nesse momento, Gilbert encontra forças
para defender Anne e isso é maravilhoso! Anne, enquanto isso, fica sozinha no
seu esconderijo “secreto”, brigando com um Gilbert invisível por não aceitar
seus conselhos e sua “experiência”, e é encontrada por Josephine Barry, que se
senta para conversar com ela, falar sobre a vida, sobre o amor… e é tão lindo!
Que linda a relação dessas duas!
Anne, Diana e
Ruby, em algum momento, se juntam para preparar uma torta de carne para levar
para Gilbert, e Anne fica com um monte de
coisas na cabeça – gosto de suas ideias revolucionárias, de como as garotas
falam sobre “conquistar um homem com a comida”, e Anne discorda, falando sobre
querer alguém que “a veja por ela, por suas qualidades e sua personalidade, não
pela sua comida”, o que é bastante pertinente! E, só para deixar bem clara a
sua posição, quando as três vão até a casa de Gilbert para deixar a torta que
fizeram para ele, as garotas dizem que “Anne ajudou, ela cozinha muito bem”, e
Anne completa dizendo que “não seria uma boa esposa, no entanto”. E sai correndo, para desconcerto e certo
fascínio de Gilbert… afinal de contas, não tem como não se divertir com esses
momentos de Anne, e é disso que ele precisa agora.
O episódio
traz, ainda, o passado de Marilla em cenas bastante tocantes… Anne está
encantada com Josephine e diz que “ela é seu modelo”, porque ela viveu a vida
toda sem precisar se casar (embora o episódio seja lindo ao tratar a relação de
Josephine com Gertrude, que eram companheiras, afinal de contas), e seus
comentários a respeito disso e a morte do pai de Gilbert trazem memórias do passado de Marilla à tona… quando Anne pergunta
para Marilla se “ela nunca pensou em se casar”, ela comenta algo, embora não a
história completa, antes de ir para o quarto para ver algumas cartas que John,
o pai de Marilla, a enviou… e são muitas
cartas. Em um episódio anterior, John mandou, através de Anne, seus
“cumprimentos” a Marilla, e aqui vemos que os dois realmente chegaram a viver
uma história de amor, embora nunca tenha ido para a frente…
Marilla teve
que ficar em Green Gables, ajudar a mãe depois da morte de seu irmão mais novo,
e a responsabilidade consumiu sua vida; enquanto isso, John serviu no exército
e foi embora da cidade, e acabou viajando o mundo – embora ele tenha convidado
Marilla para ir com ele, mas ela nunca teve a coragem. Agora, em uma cena
lindíssima com Gilbert na frente do túmulo de John Blythe, Marilla conta sobre
a sua história, e é um momento tocante… ela sempre vai ter as memórias de John,
as cartas que ele a escreveu, e sempre pensará como poderia ter sido a sua vida se ela tivesse deixado Green
Gables para trás para viver esse amor. E essa é uma dor que deve machucar
insistentemente, ainda mais na velhice… todas as cenas de Marilla me emocionam,
e eu achei muito bonita essa conexão dela e de Gilbert quando ela compartilhou
isso.
Anne, por sua
vez, eventualmente tem uma outra conversa com Josephine na qual ela fala
justamente sobre isso: sobre viver sem
arrependimentos, e então Anne, pela primeira vez, deixa de lado os seus
medos e as suas ressalvas em relação a Gilbert Blythe, e sai imediatamente
correndo, no frio de Avonlea, para falar com ele, para dizer que sente muito ou
qualquer coisa que ela tenha a dizer… Anne
sempre tem algo a dizer sobre as coisas. Quando ela chega na casinha
pequena em que Gilbert morava com o pai, no entanto, e bate na porta, ela
descobre a casa vazia e silenciosa e, quando olha pelo vidro das janelas, vê
que tudo está coberto, como se ninguém
mais morasse ali… Gilbert foi embora, ela não sabe para onde e não sabe o
que fazer para trazê-lo de volta. Tampouco
sabe se deveria fazê-lo, porque ele tem o direito de viver a sua vida.
Mas é de
partir o coração.
Onde está
Gilbert?
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