Cuna de Lobos (2019) – A morte de Alejandro
“¡Mataste a
mi hermano! ¡Mataste a tu hijo!”
Catalina finalmente perdeu o apoio de Alejandro –
ela o usou desde sempre e arruinou a sua vida, o impedindo de ser feliz, sob o
pretexto de “estar fazendo isso para o bem de ambos”, com toda a história da
herança e tudo o mais… na verdade, Alejandro só queria poder ser feliz com
Miguel, o homem que amava, e não se preocupar mais com nada, mas ele era covarde demais para enfrentar a mãe,
então deixou que ela o manipulasse, e que ela arruinasse a sua vida e, de
quebra, a de Miguel e de Leonora. E Alejandro se torna insuportável, até o momento em que Leonora é declarada inocente e
José Carlos mostra para ele o vídeo, gravado por Álvaro, em que Catalina mata
Miguel… naquele momento, Alejandro se volta contra a mãe, e é uma mudança
radical do personagem – uma pena que seja tão tarde e que tenha sido necessário
algo tão drástico.
Quando o
corpo de Carlos é exumado para determinarem, novamente, a causa de sua morte, o
assassinato é comprovado, e uma investigação é iniciada – e Catalina diz a
Alejandro que, no fim, “só vão ficar ela e ele”, mas ele corrige: “Não. No fim só vai ficar você”. Então,
o destino se ocupa de causar um sofrimento indescritível a Catalina, da forma
mais irônica possível: Catalina
armara para matar José Carlos, colocando uma bomba no avião que ele usaria para
voar até a Serra Leoa, mas um problema na empresa faz com que Alejandro vá até
José Carlos: só ele pode impedir toda
aquela confusão. Então, quando José Carlos corre até a joalheria, Alejandro
decide “fazer algo certo uma vez na vida”, e decide ele mesmo ir a Serra Leoa…
assim, sem saber, Alejandro salva a vida
do irmão, mas tendo que morrer em seu lugar pra isso.
A ironia é
que foi Catalina quem o matou.
Assim que
descobre que José Carlos não embarcou
para Serra Leoa, Catalina fica desesperada e liga para o Comandante Vega,
surtada, porque no fundo ela sabe o que aconteceu, e ele confirma que “o avião
decolou, e com um passageiro Sr. Larios”. E
se não é José Carlos que está naquele avião… só pode ser Alejandro. Nesse
momento, talvez eu já nem quisesse mais que o Alejandro morresse, mas eu não
pude deixar de amar cada momento de
desespero de Catalina – porque ela sabe que o seu filho “amado” está
prestes a morrer e que a única culpada dessa morte é ela mesma… isso é o mais legal. Ver Catalina perder a única pessoa
que ela diz ter amado na vida não seria tão impactante de outro modo, se a
bomba que o matará não tivesse sido colocada naquele avião por ela própria… ou, pelo menos, seguindo as suas ordens.
Ela liga para
Alejandro, desesperada, e ele ainda está muito
bravo com ela, e diz que não vai lhe dizer onde está ou para onde vai, e só
atendeu o telefone para lhe dizer que não
quer mais que ela o procure – e ele desliga. Então, Catalina liga
novamente, e dessa vez ela pede que ele mande o piloto encontrar o aeroporto
mais próximo e pousar agora mesmo, porque “tem uma bomba no avião”. O choque e
o asco tomando conta de Alejandro é impagável: “¿Qué hiciste?” Catalina vai para sempre saber que Alejandro morreu
por sua culpa, a odiando e a desprezando por mais uma coisa horrível que ela
fez. É tarde demais para pousar o avião, no entanto… a bomba explode, com
Alejandro perguntando para ela “¿Qué
hiciste?”, e ela pede perdão, mas ele não chega a dizer que a perdoa… então,
curtimos as cenas da Catalina sofrendo, chorando, sabendo que a culpa é dela…
Essa mulher merece sofrer.
Devia ter sofrido muito mais,isso sim.
Antes da
bomba explodir, ainda, Alejandro tem tempo de ligar para José Carlos e se
despedir, e ele pede que ele cuide de Leonora e de Edgar. Depois, ele pede perdão
por tudo, e José Carlos fica do outro lado, desesperado, perguntando o que está acontecendo, e então
Alejandro conta que tem uma bomba no
avião, que foi colocada por Catalina, e ele vai morrer… é um momento
triste, por menos que eu me importasse com Alejandro, e as últimas palavras
dele ao irmão são: “Gracias por todo.
Adiós. Te amo”. Então, Alejandro morre… eu sofri com os gritos de dor de
José Carlos, não vou negar, mas as cenas são mostradas em paralelo ao
sofrimento de Catalina, e eu estava muito
feliz com aquilo, porque nunca a vimos tão fragilizada, tão destruída, tão
à beira de um colapso… ali, ela desmorona por completo, e era tudo o que
queríamos ver!
Para
intensificar a culpa de Catalina, José Carlos a confronta com gritos: “¡Mataste a mi hermano! ¡Mataste a tu hijo!”,
e ele está furioso, gritando contra ela, e naquele momento ela não sabe manter
um personagem, não sabe olhar com desdém para José Carlos, porque ela também
perdeu… FINALMENTE, Catalina Creel perdeu alguma coisa. Ela está destruída, sem
saber como reagir, em negação, insistindo que “Alejandro ainda está vivo”,
exigindo resgate, até porque se o
Alejandro estiver vivo, ela nunca vai precisar lidar com a culpa de tê-lo
matado. Mas isso não vai acontecer… “Está tentando encontrar um culpado e não
existe. Foi você. Você o matou e vai ter que viver com isso pelo resto da sua
vida”. As buscas terminam quando os restos do avião são encontrados, mas
não há vestígios de sobreviventes… provavelmente não existe nenhum.
Então,
Catalina chora abraçada à foto de Alejandro, gritando.
Mas é claro
que Catalina NUNCA vai aceitar que a morte de Alejandro é sua culpa, e agora ela se torna mais cruel do que nunca, em
busca de culpados, matando quem quer que apareça em seu caminho, em busca de
algum sentido, uma vez que sua vida o
perdeu por completo… depois do funeral, Catalina se volta contra o Comandante
Vega, dizendo que “foi ele quem matou o seu filho”, e de fato foi ele quem
arrumou tudo para que a bomba fosse colocada no avião, mas sob as ordens da própria Catalina Creel… ela queria tanto acabar
com a vida de José Carlos que ela acabou matando Alejandro sem querer, mas
agora ela não aceita que tenha sido suas próprias ações que levaram a esse fim.
Vega até lhe diz que “ele só estava seguindo as suas ordens”, mas ela apenas
diz que “também era sua obrigação garantir que fosse José Carlos dentro daquele
avião”.
Enfim…
Enquanto
isso, temos uma cena bastante melancólica e triste entre José Carlos e Leonora,
e começamos a nos perguntar se eles vão
poder ficar juntos, porque os traumas que Leonora precisa enfrentar são
grandes e compreensíveis. Toda a situação é complicadíssima, depois de tudo o
que ela sofreu com a família dele, mesmo que ele não tivesse culpa de nada, e
agora ela não quer que ele sinta que “está ocupando o lugar do irmão” ou
qualquer coisa assim… afinal de contas, Alejandro era seu marido, ele morreu, e
Edgar é seu filho… seria saudável para
José Carlos assumir isso tudo também? José Carlos fala das últimas palavras
do irmão, da última coisa que ele lhe pediu quando ligou para ele: pediu que ele cuidasse de Leonora e de Edgar
para ele, e é justamente isso o que ele planeja fazer, se ela deixar… estejam
eles juntos, como casal, ou não.
Catalina,
então, se prepara para as suas “maldades
de último capítulo” ficando ainda mais cruel e mais fria do que antes. Na
última cena do penúltimo capítulo, ela vai em busca dos diamantes que foram
contrabandeados para o México, em um “hospital” clandestino que parece um
açougue… ela está impaciente, perguntando “por que ainda não abriram a barriga
da mulher para pegar os diamantes”, e os homens explicam que ela não reagiu à anestesia e não podem
arriscar sua vida – sem cerimônias ou cuidado, Catalina abre ela mesma a
barriga da mulher e pega os diamantes, porque os diamantes são mais importantes para ela que aquela vida… ela não se
importa, ela não vê. Ela MATOU aquela mulher do jeito mais brutal e frio
possível. É cruel e é angustiante. Depois, ela mata Vega com vários tiros, o culpando da morte de
Alejandro.
Antes de
morrer, ele diz que a única responsável
pela morte de Alejandro é ela.
E ele está certo.
No fundo, ela
sabe. Mas não conseguiria viver com essa culpa.
Para mais postagens de Cuna de Lobos, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário