[Season Finale] Anne with an E 1x07 – Wherever You Are is My Home



“Amor não é caridade”
Chegamos ao final da primeira temporada de “Anne with an E”, e certamente é uma das séries mais lindas que eu vi na vida. Tudo em “Anne with an E” funciona com perfeição, da ambientação bem construída às atuações impecáveis de todo o elenco, capazes de transmitir toda a emoção de cada cena… e a trama que é daquelas que aquecem nossos corações. Chorei nesse último episódio, e sofri e torci por Anne e por Green Gables, e fiquei tenso pelo que vem a seguir… mas estou feliz. Estou feliz por ter chegado a Green Gables, por ter podido viver com os Cuthbert durante esses episódios, e eu sei que estou ainda finalizando a primeira temporada, mas já estou sofrendo por antecedência (eu sou assim) só por pensar em deixar esses personagens ao fim da terceira temporada… tenho a sensação de que gostaria que “Anne” continuasse para sempre.
No último episódio, Matthew descobriu que o navio que carregava as últimas colheitas de Green Gables naufragou, e agora a família enfrenta problemas financeiros… Matthew apostou tudo em um empréstimo que fez com o banco, deixando a casa hipotecada como garantia, para poder investir em novas colheitas de alta produção, para recuperar o prejuízo – mas isso significaria que Matthew teria que trabalhar ainda mais do que o normal. E a verdade é que ele não tem força para isso, e ele acaba passando mal enquanto tem uma discussão com Marilla a respeito disso… ela acha que ele não podia ter tomado a decisão de hipotecar a casa sem consultá-la, pois tem que pensar no futuro de Green Gables, no futuro de Anne, mas ele acreditava que essa era a única maneira… agora, o médico diz que ele terá que passar meses de repouso.
Assim, salvar a fazenda está nas mãos de Anne e Marilla, e as duas têm uma cena triste e emocionante quando Anne se senta ao lado de Marilla, tarde da noite, para ajudá-la a entender algumas contas no acordo que Matthew fez com o banco… e então Anne comenta algo que estava em sua cabeça desde aquela manhã, quando uma garota maldosa da escola contou que “os Cuthbert estavam pobres”: ela diz a Marilla que vai ajudá-la com isso, mesmo que “ela não vá continuar com ela”. Mas é claro que isso nunca passou pela cabeça de Marilla – os Cuthbert amam tanto essa criança! E Marilla diz isso, com todas as letras, dizendo que ela é uma Cuthbert e que é parte da família, e a maneira como isso alivia Anne é palpável. Anne é uma garota muito pura e muito transparente, ela não consegue esconder o que está sentindo, e isso é belo nela!
Por isso, respiramos aliviados com ela nesse momento.
Mas a situação é complicada… Anne e Marilla vão até o banco e eles não gostam de saber que Matthew está doente e, percebendo que agora esse é um negócio de risco, eles querem confiscar o dinheiro emprestado, ou a propriedade – mas Matthew já gastou o dinheiro com as futuras plantações… então, Anne e Marilla precisam encontrar uma maneira de conseguir o dinheiro até o fim do mês, para não perder Green Gables, e Marilla é dura em relação a caridade – ela diz que não quer que ninguém fique com pena dela, por isso não vai pedir a ajuda de ninguém, tampouco aceitar que as pessoas lhe deem dinheiro. O que ela pode fazer é vender o gado, um cavalo, as coisas de valor que têm na casa e que podem ser penhorados… Anne diz que gostaria de ter algo de valor para contribuir, e então se lembra de algo que tem:
Seu vestido.
AH, MEU CORAÇÃO QUASE SE PARTIU.
Anne amou tanto aquele vestido, ficou tão feliz em ganhá-lo de presente, e Matthew não queria que ela tivesse que se desfazer dele… mas Anne não pensa duas vezes, porque essa é sua família, esse é seu lar, e um vestido nunca vai ser mais importante que isso. Por isso, ela vai para a cidade com Jerry, que está responsável por leiloar o cavalo da família, enquanto ela devolve o vestido na loja (a reação de Jeannie ao reconhecê-la como Anne, e chamá-la de “a Anne do Matthew”, o que deixa a garota muito feliz!), e vai à loja de penhores, cheia de histórias sobre a sua família, cujos membros trabalhavam como espiões da rainha ou qualquer coisa assim, e consegue algum dinheiro. E, na cidade, Anne reencontra Gilbert, que agora está trabalhando no cais, com quem ela tem uma conversa lindíssima… ela pede desculpas por como o tratou, e ele é tão cavalheiro e maduro.
Tem como não se apaixonar pelo Gilbert?
Não. A resposta é não.
Fico feliz também em ver a Anne assumidamente feliz em vê-lo, e me diverti com o Jerry olhando para os dois… e fiquei morrendo de pena do Jerry sendo assaltado. Eu queria protegê-lo de qualquer maneira enquanto aqueles caras batiam nele! Felizmente, Anne e Jerry passam a noite na casa de Josephine, e ela é um máximo. Aqui, temos alguns momentos que me fizeram chorar, especialmente por causa do Jerry… sofri com ele achando que ia dormir no estábulo e a Josephine dizendo que “tinha quartos de sobra na casa”, ou com a maneira como ele comeu esfomeado, porque provavelmente nunca viu tanta comida na vida, ou ainda o Jerry, durante a noite, batendo na porta de Anne porque, na sua casa, ele não tem uma cama só para ele e tem medo de dormir sozinho… gente, o Jerry é uma criança extremamente fofa. Na manhã seguinte, eles se despedem, e Josephine “contrata” Jerry para continuar trabalhando em Green Gables… como eu amo ela!
Enquanto isso, em Green Gables, as coisas não estão muito bem… Matthew e Marilla têm algumas cenas bem sofridas que me arrancaram lágrimas! Matthew fala sobre como acredita que elas estarão melhor se ele morrer, porque então receberão o seu seguro de vida, mas Marilla não quer que ele fale essas coisas, porque não faz sentido. Em algum momento, Matthew pensa em se matar, e aquilo me causou uma angústia tão grande… eu sabia que isso provavelmente não aconteceria, mas só o fato de ele ter pensado nisso, motivado por toda a angústia e o desespero, realmente acreditando (ou esperando) que Marilla e Anne estariam melhor sem ele – mas não estariam, é claro que não estariam. Felizmente, quando ele está prestes a fazer isso, arrumando a arma e tudo, uma visita inesperada aparece em Green Gables para ele.
Jeannie.
Seu amor do passado.
E é interessante pensar que, indiretamente, foi Anne quem o salvou. Foi Anne quem o salvou há muito tempo, na verdade, em vários sentidos, mas, naquele momento, foi a visita de Anne à loja de Jeannie para devolver o vestido que a levou a ir para Green Gables. Com Jeannie, Anne se abriu, chorou e aceitou o seu abraço, e agora Jeannie aparece em Green Gables para visitar Matthew, e salva a sua vida. Jeannie diz a Matthew algo parecido a que Marilla dissera, mas acho que Matthew precisava escutar de uma fonte externa: Anne o ama e ela não pode perdê-lo dessa maneira – quantas coisas essa garota já perdeu na vida? E, depois que Jeannie vai embora, as lágrimas de Marilla são tão intensas, tão dolorosas… a maneira como ela segura a mão do irmão, a maneira como o ama e o ampara. Depois, Anne chega, contentíssimo em revê-lo.
Como todos disseram que seria.
E isso é o suficiente.
No fim, as coisas ficam bem, por enquanto pelo menos. Com tudo o que eles juntaram, já é quase o suficiente para pagar o banco, e Marilla vai ter dois hóspedes em Green Gables como uma renda fixa para ajudar. Anne também descobre, no livro que Josephine lhe deu, um pouco de dinheiro e um recado dizendo que “amor não é caridade”, e embora Marilla não queira aceitar, o que Anne diz é lindíssimo: que elas precisam de ajuda e que não há nada de errado recebê-la das pessoas que as amam, porque, naquele momento, ela se sente amada… e é verdade. Para completar, Rachel também “desobedecera” a ordem de Marilla, e pediu ajuda, sim, na igreja, durante o espírito natalino, para os Cuthbert, e a maneira como aquelas pessoas que os amam chegam à sua porta, trazendo doações e cantando uma canção de natal. É DE ARREPIAR!
Estou muito feliz. Foi uma jornada e tanto. Ansioso pela segunda temporada!
Mas aqueles ladrões na casa me deixaram tensos no final.

Para mais postagens de Anne with an E, clique aqui.


Comentários