Anne with an E 2x09 – What We Have Been Makes Us What We Are

 

“I have to impress her! She has to like me!”

Finalmente, a escola de Avonlea consegue uma nova professora: Muriel Stacy. Uma mulher moderna, que aparece em Avonlea andando de moto e usando calças, e que desperta imediatamente o fascínio de Anne Shirley-Cuthbert (que vai fazer de tudo para impressioná-la), e uns olhares atravessados das pessoas mais conservadoras da pequena cidade… a Srta. Stacy é apaixonante pela maneira como ela se dedica ao seu trabalho, como ama o que faz, como torna as aulas interessantes para os estudantes, mas ela terá que enfrentar o preconceito de uma cidade. Adorei como esse episódio trouxe momentos emocionantes de Marilla ao lado de Anne, e eu estava de coração tão quentinho, até que as coisas desandassem de um modo terrível e terminamos o episódio com a sensação de que tudo que podia dar errado deu errado… e estamos desesperados.

Vamos ver o que o Season Finale nos reserva.

O episódio começa com a chegada de Muriel Stacy a Avonlea. A escola só fala sobre “a nova professora”, e o primeiro dia de aula de Stacy é completamente diferente do que qualquer coisa que eles estejam acostumados a fazer na escola… a professora manda os estudantes afastarem as mesas e se sentarem em círculo no chão, para se apresentarem, e Anne está tão empolgada e tão interessada em fazer com que a professora goste dela, que ela acaba falando demais e o tempo todo, até parecer que ela é uma fofoqueira… por isso, a professora precisa ensiná-la a respeito dos problemas da fofoca, e Anne precisa escrever uma redação sobre isso – e Anne está inconformada e desesperada, gritando por todo lado que “a professora tem que gostar dela”, então ela faz uma redação incrível (devia ser), mas acaba colocando fogo na redação na manhã seguinte, sem querer.

Tudo para salvar uma raposa.

Enquanto isso, Gilbert finalmente consegue, com a Srta. Stacy, o apoio de que precisava para se dedicar aos seus estudos e ir para a faculdade – ela faz o que o antigo professor se recusou a fazer: ajuda Gilbert em seus estudos. Agora, então, parece que a disputa entre Gilbert e Anne está mais acentuada do que nunca (e, surpreendentemente, ele estava menos encantador do que esteve na temporada toda), e Bash está sendo deixado mais de lado do que nunca… o plano era que Bash e Gilbert trabalhassem juntos na fazendo por dois anos, enquanto Gilbert terminava a escola, para que Bash pudesse aprender tudo o que precisava e pudesse seguir adiante depois… agora, Gilbert pode estar indo para a faculdade no ano seguinte, e está deixando Bash o tempo todo sozinho, o que quer dizer que ele não tem a ajuda que lhe foi prometida.

E Bash não sabe bem o que fazer… e acaba no gueto, numa cena linda com Mary.

Uma das melhores sequências do episódio, para mim, tem a ver com a Marilla. Eu gosto muito da Marilla, e de como ela é muito menos conservadora do que a maioria das pessoas na cidade – talvez por influência de Anne, não sei. Rachel chega em Green Gables inconformada falando sobre a nova professora e sobre como “isso vai afetar Anne”, e Marilla escuta a tudo sem lhe dar tanto crédito… porque, apesar de serem amigas, Marilla conhece Rachel e o seu impressionante preconceito. Tanto é que Rachel acaba arrastando Marilla para a casa de Muriel Stacy para “uma visita”, e é uma cena e tanto! Ali, elas conhecem a casa de Stacy, e enquanto Rachel faz uma série de comentários absurdos, que atingem não apenas a professora, mas, também, a própria Marilla, Marilla está olhando para Rachel com uma expressão de quem não chega a concordar com ela.

No dia seguinte, quando a redação de Anne pega fogo, Marilla acaba se voluntariando para ir com ela para a escola e explicar toda a situação à Srta. Stacy, e aqui temos uma das sequências mais legais do episódio… Marilla acaba sendo convidada para ficar e assistir a uma aula da professora, enquanto ela ensina sobre eletricidade e faz com que uma lâmpada se acenda usando um experimento com batatas, e o fascínio de Marilla no meio disso tudo é melhor do que a alegria dos jovens estudando! A maneira como ela estica o pescoço, como coloca os óculos e como, eventualmente, se levanta e se aproxima para ver melhor – TEM COMO NÃO AMAR A MARILLA?! E logo depois, quando Rachel chega com um grupo de mães conservadoras exigindo uma “escola normal”, Marilla é uma das primeiras a se manifestar e defender a professora, dizendo que “a aula estava magnífica”.

Anne e Gilbert também a apoiam!

Outro momento muito legal do episódio vem logo depois desse dia de aula, quando Marilla e Anne estão acompanhando a Srta. Stacy para casa e Anne, preocupada com a raposa, acaba ficando exasperada no meio da mata e leva Marilla e Muriel para conhecerem a casinha dela na floresta – seu reino encantado, seu refúgio. O lugar onde ela se encontra com as amigas, onde elas escrevem, onde leem e avaliam as histórias umas das outras, onde Cole faz e expõe suas esculturas… e o fascínio de Marilla e Muriel olhando para aquilo tudo é EMOCIONANTE DEMAIS! Um dos melhores momentos de toda a temporada, certamente. Por isso mesmo é tão ruim ver o que vem logo em seguida… na casa insana pela raposa que tomou conta do episódio, o babaca do Billy acaba esbarrando na cabana durante a noite e, por pura maldade, ele destrói tudo o que vê pela frente.

Histórias… esculturas… a casa em si. Crueldade pura.

No outro dia, tudo se conecta de um jeito doloroso. Anne acabou contando à professora sobre Cole e, dessa vez, não foi uma fofoca: foi realmente para ajudá-lo, mas a professora também age impulsivamente e acaba indo para a casa dos Mackenzie, descobrindo, por fim, que a mãe dele não sabia que ele não estava indo para a escola… e agora ele está ferrado. Ele sai correndo de casa, frustrado, enquanto Anne também sai correndo de Green Gables achando que mataram sua raposa, e os dois partem em busca do refúgio que compartilham… e o encontram totalmente destruído. Assistir à cena de Billy destruindo tudo foi horrível e causou angústia, e ver Cole e Anne encontrando o lugar destruído foi ainda pior… para piorar tudo, Cole ainda grita com Anne e a acusa de tê-lo dedurado, dizendo que “ela arruinou a sua vida”, e por um momento parece que nada vai ficar bem.

Então, Cole corre para a escola… buscando quem foi que pode ter feito isso com suas esculturas, com as histórias de Anne e com o reino encantado, ele encontra um cachecol que ele conhece muito bem: Billy. Naquele momento, Cole não pensou em nada, ele só queria se vingar, e não há nada que me faça sentir o menor pingo de empatia por Billy, sinceramente. Ele merecia aquela surra, na verdade há muito tempo, e a única angústia proveniente daqueles últimos segundos de episódio, quando a orelha de Billy acaba sendo queimada e ele grita de dor, provém não de pena de Billy, mas de medo do que vai acontecer com Cole – porque eu tenho certeza de que vai ficar como se fosse o Cole que estava errado… o Billy, por sua vez, parece mestre em sair impune de situações em que coloca os outros em risco (quando derrubou o Cole da escada) ou quando vandaliza propriedade alheia.

Sinceramente, o Billy tem que pagar. Já passou da hora de ele sumir de Avonlea.

 

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