Enola Holmes (2020)
Enola Holmes: acho que ainda ouviremos muito esse
nome!
A Netflix
acertou em cheio! As histórias do grande detetive Sherlock Holmes, escritas por
Sir Arthur Conan Doyle, são amadas no mundo todo há gerações… quando a Netflix
anunciou um filme que seria focado na
irmã mais nova de Sherlock, Enola Holmes, ainda mais interpretada por
Millie Bobby Brown, a queridinha do público, as expectativas para o filme foram
imediatas… e a Netflix entrega um filme ambientado no passado, mas moderno, com
personalidade, bom-humor e uma história razoavelmente despretensiosa, mas que
cumpre tudo o que prometeu, resultando em uma excelente diversão ao lado de
personagens carismáticos e repletos de potencial para uma franquia… com o
sucesso que o filme conquistou já na sua
semana de estreia, é de se imaginar que a Netflix encomendará mais filmes
com os mesmos personagens, e eu estou bem curioso para saber o que ainda
podemos fazer com a família Holmes – principalmente, é claro, Enola.
Enola é a
alma do filme, mas a Netflix trouxe um elenco de peso que ajuda a construir um
panorama muito legal cheio de personagens que são interessantes de acompanhar… Millie Bobby Brown, de quem
falarei mais no próximo parágrafo, divide a cena, nas primeiras partes do filme
e em flashbacks, com ninguém menos
que Helena Bonham Carter, sempre em seus papéis excêntricos e interessantes,
aqui interpretando Eudoria Holmes. Depois, o filme apresenta o sempre maravilhoso
Henry Cavill como Sherlock Holmes, e Sam Claflin como Mycroft Holmes, e eles
funcionam muito bem juntos. Por fim, o último personagem importante a ser
apresentado é o Visconde Tewksbury, interpretado por Louis Partridge, e eu acho
que ele forma uma dupla perfeita com Enola, e é legal ver como os personagens
vão se encontrando ao longo do filme.
Mas falarei
de Millie Bobby Brown agora… conhecemos a Millie pequenininha, na primeira
temporada de “Stranger Things”,
sempre arrebentando na atuação, e ela é uma excelente Enola Holmes, cheia de
personalidade – com traços que nos fazem recordar o próprio Sherlock, como sua
astúcia e raciocínio rápido, mas uma personagem suficientemente independente
para ser algo novo. O carisma da
atriz faz com que nos encantemos por Enola Holmes desde as primeiras cenas, e
duas coisas me cativaram ao longo do filme: o incrível deboche que acompanha a
personagem, capaz de nos entregar cenas hilárias; e a constante quebra da
quarta parede, que fazem com que a personagem se aproxime mais do público,
tornando-nos seu cúmplice, em uma piada constante que deixa o filme com um quê
teatral que, particularmente, eu adoro e me divertiu muito.
O mote do
filme é o desaparecimento de Eudoria Holmes – e não porque ela foi sequestrada
nem nada do tipo: porque ela escolheu ir
embora. Enola Holmes até “convoca” a ajuda de seus dois irmãos mais velhos,
mas acaba se aventurando em uma busca solitária por sua mãe, que se mostra ser
mesmo uma missão para ela: Sherlock, embora um excelente detetive, nunca quis
se envolver com política, e a Inglaterra está em um momento muito importante de
sua história, em que “o mundo está mudando” e as mulheres estão tentando
conquistar o direito de voto, por exemplo… e, ao que tudo indica, Eudoria
Holmes tem muito a ver com isso. Então, Enola precisa desvendar pistas e
recados que a mãe deixou para ela para ir sozinha até Londres e, quem sabe,
encontrá-la… quem sabe se tornar parte da luta. Ou, quem sabe, fazer as coisas do seu jeito.
As coisas
não saem bem como Enola imaginara já no começo, quando ela entra disfarçada em
um trem rumo a Londres e acaba justamente no vagão em que o foragido Visconde Tewksbury está se escondendo dentro de uma mala.
Ela não quer desviar-se da sua missão, mas tampouco tem coragem de deixá-lo
sozinho quando sua vida está correndo
perigo, e então ela acaba o ajudando a fugir do trem com vida. O que ela
não pode imaginar, no entanto, é que as pessoas que estão tentando matar o
Visconde Tewksbury querem justamente impedir a reforma que está se propondo no país, aquela que a mãe quer que
seja aprovada de qualquer maneira, para que as mulheres comecem a ganhar o seu
espaço na política… ou seja, mesmo antes de Enola Holmes saber, tudo é parte de
uma mesma grande história na qual ela se envolveu sem saber, mas terá grande
importância.
A construção
do filme é incrível. Como disse, gosto do ritmo que Enola impõe ao filme e como
conversa conosco, e gosto muito das sequências de ação e o quê de detetive que
a garota herdou do irmão, ou as mensagens sendo decifradas, como aprendera com
a mãe… Helena Bonham Carter tem uma participação pequena, mas significativa, e
cada memória na qual ela aparece é um evento, um momento icônico. E, é claro,
um dos melhores acertos do filme é, justamente, a dupla formada por Enola e
Tewksbury. Mesmo que esteja em busca da mãe, Enola eventualmente acaba tornando
Tewksbury sua prioridade, porque precisa salvar a sua vida, e a química que
existe entre eles em cenas como aquela em que ela o encontra no mercado ou,
logo depois, no quarto é inegável! Ali, inclusive, Enola acaba se sacrificando
pelo amigo, porque quem está atrás dele
quer matá-lo; quem está atrás dela só quer levá-la para uma vida que ela não
quer.
Outras
sequências maravilhosas da dupla começam quando Tewksbury dá um jeito de entrar
naquela escola pavorosa para a qual Mycroft mandou Enola e a ajuda a escapar,
com o característico deboche de Enola, em um automóvel sensacional… juntos,
então, eles desvendam mistérios, encontram quem quer a morte de Tewksbury e,
por fim, garantem a reforma no país.
Afinal de contas, Tewksbury tem um dos votos decisivos, e ele vota a favor da
reforma, e ele só é capaz de fazê-lo graças a Enola, que salva a sua vida… assim, ela acaba conquistando o que a mãe
tanto queria desde o começo. O filme está incrível, o final é emocionante,
e vai ser legal voltar a acompanhar Enola na sua nova vida em Londres… ah, bem como queremos rever Enola e
Tewksbury juntos, porque aquela “despedida” dos dois com as mãos se tocando foi
uma cena incrível! A reação dela é um máximo!
Amei “Enola Holmes”, e essa história tem
potencial para ser uma franquia de sucesso!
Ansioso por
novidades!
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