Naomi & Ely e a Lista do Não Beijo (Naomi & Ely’s No Kiss List, 2015)
“It’s
bullshit to think of friendship and romance as being different. They’re not”
Assisti à adaptação de “Naomi & Ely” há alguns anos (meu texto data de 2015 mesmo, aqui no computador) e lembro-me de ter ficado com uma saudade tremenda de ler o livro… meu primeiro sentimento foi de confusão, os atores não se pareciam em nada com o que eu tinha imaginado, e não apenas para os dois personagens principais, mas também para os dois Bruces ou o Robin e a Robin… mas então eu fui me acostumando a vê-los dessa maneira, e resultado? Minhas impressões foram muito parecidas com as de quando lia o livro, com algumas ressalvas… mas, no geral, o roteiro adaptado está muito próximo ao livro, retomando cenas inteiras, sequências e as próprias falas (embora as últimas tenham sido transferidas de Ely – no livro – para Naomi – no filme), e eu me apaixonei novamente e perdidamente pelo meu personagem favorito. BRUCE SEGUNDO! Gente, tem como não amar toda aquela fofura?
Naomi & Ely e a Lista do Não Beijo,
diferentemente do que algumas sinopses possam dizer de maneira errada, não é a
história de uma menina e um menino, amigos, que se apaixonam pelo mesmo garoto.
Não. A história é muito mais complexa que isso e fala de amor, seja ele
romântico ou seja ele uma forte e importante amizade. Naomi e Ely são amigos
inseparáveis e sempre foram amigos, desde a infância – e eles amam um ao outro
inegavelmente. O problema é que Naomi é apaixonada por Ely, mesmo que finja o
tempo todo que ela não tem nenhum problema com o fato de ele ser gay. E não dá
para dizer que ele não a ama, porque ele a ama, mas ele a adora como uma amiga,
enquanto prefere beijar meninos… então não é que eles se apaixonam pelo mesmo
garoto; sim, o Ely acaba beijando o Bruce Segundo, namorado de Naomi, mas esse
é apenas a máscara da briga, que não
é bem por esse motivo…
Parece mais
que Naomi se enfurece por ver que não é verdade tudo o que ela criou!
É uma
história dolorosa, se você pensa sobre isso. E não tem como não pensar. Ely é
filho de duas lésbicas, mas uma delas teve um caso um tempo atrás com o pai de
Naomi, e embora as mães de Ely estejam tentando fazer tudo funcionar, o pai de
Naomi saiu de casa e a sua mãe está em um estado deplorável. E Naomi finge que
está tudo bem. Porque fingir e mentir é tudo o que Naomi sabe fazer. Na
verdade, ela se esconde atrás de um escudo, uma máscara de uma pessoa que ela
não é, muito mais forte e impressionante. Quando na verdade ela é bastante
frágil e só sonha com o dia em que o Ely vai se dar conta que ele gosta dela.
Mas na verdade ele não vai. Antes de uma história para gays, Naomi & Ely é uma história
profundamente humana, porque fala sobre amizade e sobre amor platônico de uma
maneira bastante real. Você entende os sentimentos de Naomi e você lamenta por
seu sofrimento, mesmo com tudo…
Curiosamente,
desde que eu li o livro, nem Naomi nem Ely são meus personagens favoritos
dentro da obra. E isso se repetiu no filme. Acredito que Victoria Justice me
convenceu mais como Naomi do que Pierson Fodé como Ely, mas mais porque eu o
imaginava mais jovem. E bem diferente. Mas ele é lindo. Minhas paixões no livro
(o que retorna no filme) são outras, a começar por Bruce Segundo. Gente, como
EU AMO O BRUCE SEGUNDO. Ele é todo fofo e adorável, inseguro, mas se
descobrindo, e Ryan Ward interpretou isso tão bem, de uma maneira tão
cativante! E eu adoro a Robin, mesmo com sua pequena participação, e foi bom
ver Monique Coleman de volta. Senti falta de Bruce Primeiro no desenrolar do
filme, e Griffin Newman continua não sendo NADA do que eu imaginava como o
Bruce Primeiro, mas talvez eu tenha imaginado errado. E Matthew Daddario fez um
excelente trabalho como Gabriel – vamos combinar que Matthew Daddario é nosso crush, né?
As cenas de
Gabriel e Naomi no Central Park foram tão <3
Não é o
melhor dos filmes e não retrata exatamente a maneira como eu me senti ao ler o
livro, talvez eu quisesse mais intensidade em Ely e na maneira como ele beijava
o Bruce Segundo (sim, eu queria ver línguas), mas ainda assim nós tivemos cenas
adoráveis, como quando ele pede que o Bruce se esconda no armário e a carinha
que ele faz! Também o “Please stay. I
want you to stay”, que me fez dar uns pulinhos, porque eu amo aquele
romance. Queria o Bruce Segundo pra mim, mas eu adoro o romance dele com o Ely.
E a própria cena do chiclete, tão idêntica ao livro, como tantas. E Ely e Bruce
andando por Nova York de mãos dadas, na Broadway, é uma coisa adorável, bem
como a cena na qual Bruce Segundo conta para Ely que ele se assumiu para sua
mãe. BRILHANTE interpretação, possivelmente a melhor do filme! Toda a emoção
sem ser dramático demais, a intensidade do momento em uma emoção belíssima… me
arrepiou todo e quase me levou às lágrimas. Ele é tão fofo.
Mas como eu
disse, o que eu gosto na história é que, independentemente de Naomi estar feliz
com Gabriel ou Ely estar bem feliz com Bruce Segundo, nós temos a história de
Naomi e de Ely; eles nos fazem sofrer por aquela amizade se desfazendo em cada
briga, em cada olhar desviado, cada lágrima e a cena da troca de coisas; mas
eles nos emocionam quando cada um percebe o que tem feito, onde errou, quando
ela corre para a mãe para tomar uma atitude e ele sabe onde encontrá-la. “He
was just being who he is. And I love who Ely is”. Quando eles se
encontram, se abraçam, choram e sabem que eles ainda se amam e sempre vão se
amar, embora as coisas não vão ser sempre as mesmas – porque algumas coisas se
quebraram, muita coisa mudou entre eles, mas eu acredito que ambos terminam o
filme muito mais maduros do que o iniciaram, e isso é importante. “I really love you” “Me you more”. E as
duas falas que terminam o filme (dessa vez na voz de Naomi, não na de Ely) que
são tão bonitas!
Porque elas
são exatamente a definição do que é a amizade, como uma coisa confusa e bonita,
que não deixa de ser difícil e não é de maneira nenhuma menos importante do que
o amor romântico entre duas pessoas. Eles nem são assim tão diferentes no fim
das contas! “It’s bullshit to think of friendship and
romance as being different. They’re not. They’re just variations of the same
love, variations of the same desire of being close. And like any love, it’s
difficult, awesome, treacherous, exhilarating, confusing and… precious” e “It’s a total lie to say there’s only one person you’re going to be
with for the rest of your life. If you’re lucky – and if you try really hard –
there will always be more than one”. Essa segunda fala me arrepia
completamente, enquanto um sorriso se espalha em meu rosto, e as lágrimas
começam a se preparar.
O que é a
amizade afinal de contas se não o amor entre duas pessoas?
Para ler
minha review do livro Naomi & Ely e a Lista do Não Beijo, clique
aqui.
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