Sonic: O Filme (Sonic the Hedgehog, 2020)

 

“Turns out, with great power comes great power-hungry guys!”

QUE FILME DELICIOSO! Sonic é um dos personagens mais icônicos dos jogos de videogame – o primeiro jogo do personagem foi lançado em 1991 (um ano antes de eu nascer), e é um jogo maravilhoso, produzido pela Sega, que fez parte da infância de toda uma geração… agora, Sonic (um ouriço azul com supervelocidade) chega aos cinemas em um filme fofo e divertidíssimo, que nos encanta. Gostei do filme por ele ter um pouco de tudo: dois protagonistas carismáticos, referências constantes ao videogame, uma história interessante e bonitinha… fora que o filme funciona como uma comédia incrível, mas não por causa do Jim Carrey. O humor do Jim Carrey é repetido, embora ele faça um excelente Robotnik, mas o restante do elenco estava afiado, mesmo quem teve participação pequena, como a divertida irmã de Maddie. O filme me arrancou ótimas risadas!

E grande parte do carisma do filme se deve ao próprio Sonic, que é UMA VERDADEIRA GRACINHA! A apresentação do filme o mostra ainda muito novinho, em seu próprio planeta (uma recriação incrível dos cenários do jogo, de maneira um pouco mais “realista”), quando ele é atacado e precisa usar um dos anéis (aqueles anéis que recolhíamos afoitamente durante o jogo!) para escapar para um lugar seguro: a Terra. Durante os 10 anos seguintes, Sonic viveu em uma cidadezinha pacata, Green Hills, escondido e sozinho… e isso é de partir o coração. Sim, ele observa uma família, o “Lord Donut” e a “Lady Pretzel”, assiste filmes com eles, sem que eles saibam que ele está ali na janela, e ele gosta de pensar que eles são seus amigos, embora eles não saibam de sua existência. E essa é uma característica muito importante para compor o personagem.

Porque Sonic é, basicamente, uma criança em forma de ouriço azul com supervelocidade – e ele é tão fofo! Amei toda a construção de sua caverna, seus exercícios, sua leitura acelerada dos gibis do Flash, e aquele tristíssimo jogo de beisebol dele com ele mesmo, no qual ele não tem ninguém para bater na sua mão em celebração… naquele momento, frustrado, ele acaba correndo sem parar em volta do campo de beisebol, o que faz seu poder se canalizar em eletricidade, o que acerta as luzes do campo e, eventualmente, desligam a energia de toda a cidade e um pouco mais do que isso… ninguém entende o que aconteceu, atentado terrorista parece ser a melhor hipótese, e então o governo dos Estados Unidos coloca Robotnik em busca do que quer que tenha causado essa pane na energia: assim, a Terra também já não é mais segura para Sonic.

Ele terá que ir para o planeta dos cogumelos?

É assim que ele e o “Lord Donut” – seu nome é Tom Wachowski e ele é o xerife de Green Hills, que acaba de aceitar um emprego em San Francisco – se conhecem oficialmente. Sonic precisa muito que alguém o ajude, e Tom fica assustado com aquela criatura azul que aparece na sua casa e, no susto, acaba o acertando com um tranquilizante. Assim, Sonic não tem tempo de escapar e, ainda por cima, perde a sua bolsinha cheia de anéis que poderiam levá-lo para lugares seguros… agora, ele precisa da ajuda de Tom para fugir de Robotnik e todos que estão procurando por ele, além de uma carona para San Francisco: que é o lugar para onde o seu saquinho de anéis foi parar, quando caiu por um portal. Tom não sabe no que se meteu, e Sonic não poderia estar mais animado com a sua “road trip” ao lado de Tom: afinal de contas, ele nunca fez isso antes.

A melhor parte do filme é, certamente, acompanhar a jornada, as trapalhadas e os diálogos de Tom e Sonic – até porque o Sonic tem sacadas inteligentíssimas e hilárias, que fazem referências a uma série de elementos da cultura geek, e não apenas ao seu próprio jogo. Momentos excelentes acontecem com os dois num carro sendo perseguidos por máquinas do Robotnik, ou aquele momento SENSACIONAL em que o Sonic “começa uma briga de bar” e a acaba da melhor maneira possível, em uma sequência que se parece muito com a do Mercúrio com os fones de ouvido em “Dias de um Futuro Esquecido”. O Sonic é um personagem e tanto! Absolutamente fofo, absolutamente carismático, cheio de momentos épicos, e sua dinâmica com Tom funciona perfeitamente: James Marsden estava lindo (claro) e maravilhoso em seu personagem do início ao fim.

Destaque para a HILÁRIA sequência da chegada em San Francisco, a irmã de Maddie surtando por completo, a sobrinha dando para o Sonic os clássicos tênis vermelhos do videogame, e a Maddie sendo uma parceira e tanto ajudando com o Sonic – a Maddie, interpretada por Tika Sumpter, é outro motivo pelo qual o filme funciona tão bem, embora eu gostaria que ela tivesse mais cenas. Mas é sério, que personagem MARAVILHOSA! Ao lado de Tom, Sonic vai riscando coisas de uma lista que acabou de escrever com as coisas que gostaria de fazer antes de deixar a Terra, e uma ainda fica lá, por riscar: fazer um amigo de verdade. Quando Sonic finalmente recupera o saquinho de anéis e está pronto para partir, ganhamos um fofíssimo momento emotivo no qual é evidente o quanto Tom e Sonic aprenderam a gostar um do outro nesses dois dias intensos.

Mas, então, Robotnik ataca, em uma “nave” (não é bem uma nave, mas vá lá) que tem tudo a ver com o personagem no videogame: Sonic envia Tom e Maddie de volta a Green Hills de uma maneira um tanto quanto perigosa, mas incrível, e então enfrenta Robotnik correndo por cenários do mundo, o que inclui a Torre Eiffel, na França, a Muralha da China e as Pirâmides do Egito… até que ele retorne para Green Hills, para seu lar, para onde ele pode enfrentar Robotnik de uma vez por todas. Com uma ajudinha linda de Tom, seu melhor amigo. A sequência é bem “personagem contra o chefão da fase em videogames”, com um belo toque de emoção porque, quando parece que Sonic está morto, Tom faz uma declaração linda a ele, falando com Robotnik, e então Sonic desperta, assume todo o seu poder e decide não usá-lo mais para fugir: mas para proteger seus amigos.

UMA SEQUÊNCIA E TANTO! UM FINAL LINDO!

O final do filme ainda traz um momento muito bacana da FAMÍLIA REUNIDA. O governo dos Estados Unidos parece ainda estar atrás do “ouriço azul”, mas Green Hills e, especialmente, Tom e Maddie vão protegê-lo de qualquer maneira! Amei vê-lo se tornar parte da família com a qual sempre sonhou de forma oficial agora, e aquela cena mais que fofa do Tom e da Maddie apresentando a nova “caverna” do Sonic: no porão da casa deles. Eu não sabia que ia me afeiçoar tanto ao personagem e que ia me emocionar tanto, mas esse final me deixou com lágrimas de felicidade nos olhos… que filme gostoso, pra cima, divertido, carismático! Amei! As duas últimas cenas ainda deixam elementos abertos para a sequência a ser lançada em 2022: Robotnik no planeta dos cogumelos, se preparando para “voltar para casa” e a chegada de um novo personagem…

Tails!

 

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