Forever and a day.
Cada vez
mais perto do fim de
“Anne with an E”
e sofrendo por isso a cada episódio… no último episódio, fomos surpreendidos
com a despedida de uma personagem querida, Mary, que ficou doente depois de um
confronto com o filho, e esse acontecimento ainda pesava o clima nesse quarto
episódio – acompanhamos Bash se preocupar com o funeral que estava prestes a
acontecer, enquanto Gilbert Blythe questionava suas escolhas para o futuro, e
Elijah continuava sendo o mesmo babaca nojento que sempre foi. Em paralelo,
Anne retorna à sua busca por sua família biológica, tudo graças a um momento em
que o Matthew se impõe e acaba de uma vez por todas com a briguinha entre Anne
e Marilla (e é sensacional!), e Diana vive uma “aventura” inusitada… E QUE FOI
UMA DAS MELHORES PARTES DO EPISÓDIO. Estou torcendo por Diana e Jerry.
O episódio
começa logo após a morte de Mary, que aparentemente não aconteceu durante a
Páscoa, na frente de todos, como supus, mas aconteceu logo em seguida – agora,
Bash precisa lidar com a burocracia do funeral, enquanto Gilbert ajuda como
pode, levando a bebê para que Marilla ajudasse a cuidar por exemplo… as cenas
de Bash são extremamente fortes, especialmente porque ele está destroçado, sem
esperanças para o futuro, e ele ainda descobre que Elijah mentiu e não está em
Nova York, mas ali mesmo, no gueto, e simplesmente se recusou a ir visitar a
mãe… agora, Elijah se torna ainda mais nojento e revoltante quando se recusa a
ir ao funeral da mãe, a pegar a carta que ela escreveu para ele e ainda se acha
no direito de bater em Bash, o que foi uma cena dificílima de se assistir…
eu gostaria de NÃO ver mais o Elijah no
restante da temporada.
Ninguém
precisa dele!
Gilbert, por
sua vez, tem um novo encontro com Rose, a garota que trabalha com o Dr. Ward e
com quem ele tem se encontrado desde que começou a estagiar com ele todos os
sábados… é interessante perceber todo um
desenvolvimento
para um possível romance entre eles, quando sabemos que, na verdade, Gilbert
está destinado a ficar com Anne – e talvez ele não tenha percebido/aceitado
isso ainda. De qualquer maneira, as cenas com Rose são legais e é
particularmente interessante perceber a maneira como Gilbert está se
questionando depois do que aconteceu. Naquele momento, ele se pergunta se quer
mesmo se tornar um médico ou se o médico é apenas alguém “esperando para dar
uma má notícia”; ele se sente inútil, afinal de contas, a medicina não pôde
salvar a sua mãe, não pôde salvar o seu pai e, agora, tampouco pôde salvar
Mary.
É deprimente.
Enquanto
isso, uma história “menor” da temporada (digo menor porque está tomando menos
tempo de tela que as demais, não porque seja menos importante) apresenta os
índios e eu confesso que estou achando tudo fortíssimo e angustiante –
é tão difícil ver o preconceito dessa época
estampado assim, e pensar que as coisas não mudaram o suficiente de lá para cá.
Aqui, crianças indígenas são levadas pelo governo para um internato em outra
cidade, um lugar assombroso no qual seus cabelos são cortados, seus nomes são
alterados, e eles são obrigados a cantar louvores e proibidos de falar a
própria língua, chamada de “pagã”. É horrível e cruel e, infelizmente, um
retrato fiel de como a igreja fez isso ao longo de anos… depois falamos que a
igreja católica é uma das maiores vilãs da história da humanidade e há quem
fique bravo.
Me fez pensar no Magisterium
em “His Dark Materials”.
Anne, por
sua vez, continua querendo encontrar os pais, mas as coisas começam a dar
errado novamente… tudo começa quando ela tem uma ação linda indo de cavalo até
a estação de trem, antes da partida de sua amiga Ka’kwet, para dar seu vestido
verde de presente para ela e, mais tarde, quando Rachel faz a fofoca para
Marilla, Marilla aproveita para se revoltar contra ela, novamente deixando que
o medo de perdê-la tome conte, e então ela diz a Anne que ela está proibida de
ir novamente à cidade e de continuar sua busca pelos pais biológicos, porque
“ela não tem maturidade o suficiente para isso”. Eu entendo a Marilla e o medo
de perder o amor de Anne, mas é revoltante do mesmo modo… e quem é a voz da
razão, no fim das contas, é o Matthew, que encontra Anne chorando no estábulo,
e a ouve dizer que “vai embora dali e não vai voltar nunca mais”.
Então,
Matthew toma uma atitude e EU ADORO VER O MATTHEW CONFRONTAR AS PESSOAS. Dessa
vez, ele confronta a Marilla, dizendo que ela precisa parar com isso agora
mesmo, e que ela tem tanto medo de perder a Anne se ela encontrar os pais
biológicos, que não está se dando conta que
está
a perdendo agora mesmo por causa de seu egoísmo. Então, ele diz que dará a
sua autorização para que Anne continue a busca, e não deixa ela opinar a esse
respeito. Assim, Anne parte para Charlottetown, onde ela tem uma cena muita
legal com a Tia Josephine e com o Cole (é sempre muito bom ver que os dois
estão bem e felizes!), que a arrumam como uma mulher mais velha, para poder
conseguir os arquivos da igreja sobre seus pais… Anne fica LINDA como uma
senhora de época, e então ela descobre o que queria:
seus pais morreram mesmo quando ela tinha 3 meses, e ela é escocesa.
E, de certa forma, isso é um alívio para ela.
A cena é
linda!
Enquanto
isso, Marilla também precisa aprender algumas coisas, e eu gostei muito de
como, na personagem de Marilla, várias histórias do episódio se encontraram.
Vemos Marilla cuidando da filha de Mary e Bash, por exemplo, sofrendo o
preconceito das pessoas ao seu redor, até que ela
finalmente recebe a ajuda de Muriel Stacy, que a encontra saindo do
mercado, completamente destruída e precisando desesperadamente de ajuda… Stacy
não apenas a ajuda em relação ao bebê, mas também a entender um pouco sobre o
que ela está sentindo e como deixar o medo de perder a Anne de lado: ela
explica que o amor não é finito e, portanto, ele não precisa ser
dividido; o fato de Anne encontrar os
seus pais biológicos não quer dizer que ela vai amar
menos a Marilla, assim como ela não vai amar menos o seu falecido
marido se voltar a se apaixonar…
Mas Muriel
Stacy também adverte Marilla sobre a necessidade de
nutrir o amor, porque o fato de ele não ser finito e não precisar
ser dividido não quer dizer que ele é indestrutível: por isso, quando Anne
retorna de Charlottetown com novas descobertas, ela encontra uma nova Marilla
esperando por ela… uma Marilla que quer saber o que ela descobriu, quer vê-la
feliz e, mais do que isso, está disposta a ajudá-la em sua busca. É um grande
alívio, na verdade, porque eu não queria passar toda a última temporada de
“Anne with an E” vendo Marilla e Anne se
desentendendo, sendo que elas compartilham um amor tão bonito… as cenas das
duas são emocionantes e bem-vindas, e então, juntas, elas escrevem uma carta
para a Escócia, para ver se podem descobrir
alguma
coisa a mais a respeito da família e das origens de Anne…
o que mais está por vir?
Por fim,
preciso comentar as cenas MARAVILHOSAS da Diana, que acaba conhecendo a casa e
a família de Jerry… devo dizer que a Diana é uma garota incrível, e que eu
sempre achei o Jerry um fofo, e o fato de ele sempre ter tido uma quedinha por
Diana pode finalmente dar em algo – e eu estou torcendo! Eles seriam um casal
fofíssimo! Diana acaba na casa de Jerry e, depois de machucar
só um pouquinho o pé, ela finge que não
consegue caminhar, só para que não precise ir embora e possa passar uma noite
ali… a mãe insuportável dela acaba vindo buscá-la, mas não sem que antes Diana
viva uma verdadeira aventura, e é tão bom vê-la encantada e sorrindo, tão
feliz! As cenas da casa de Jerry são ótimas, bem-humoradas, a família é
carismática como o garoto… amei a cena do jantar, as falas em francês, a cena
da dança, na qual ela esquece do tornozelo supostamente machucado.
As cenas são
incríveis! Queria mais momentos da família de Jerry!
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