Anne with an E 3x04 – A Hope of Meeting You in Another World

Forever and a day.

Cada vez mais perto do fim de “Anne with an E” e sofrendo por isso a cada episódio… no último episódio, fomos surpreendidos com a despedida de uma personagem querida, Mary, que ficou doente depois de um confronto com o filho, e esse acontecimento ainda pesava o clima nesse quarto episódio – acompanhamos Bash se preocupar com o funeral que estava prestes a acontecer, enquanto Gilbert Blythe questionava suas escolhas para o futuro, e Elijah continuava sendo o mesmo babaca nojento que sempre foi. Em paralelo, Anne retorna à sua busca por sua família biológica, tudo graças a um momento em que o Matthew se impõe e acaba de uma vez por todas com a briguinha entre Anne e Marilla (e é sensacional!), e Diana vive uma “aventura” inusitada… E QUE FOI UMA DAS MELHORES PARTES DO EPISÓDIO. Estou torcendo por Diana e Jerry.

O episódio começa logo após a morte de Mary, que aparentemente não aconteceu durante a Páscoa, na frente de todos, como supus, mas aconteceu logo em seguida – agora, Bash precisa lidar com a burocracia do funeral, enquanto Gilbert ajuda como pode, levando a bebê para que Marilla ajudasse a cuidar por exemplo… as cenas de Bash são extremamente fortes, especialmente porque ele está destroçado, sem esperanças para o futuro, e ele ainda descobre que Elijah mentiu e não está em Nova York, mas ali mesmo, no gueto, e simplesmente se recusou a ir visitar a mãe… agora, Elijah se torna ainda mais nojento e revoltante quando se recusa a ir ao funeral da mãe, a pegar a carta que ela escreveu para ele e ainda se acha no direito de bater em Bash, o que foi uma cena dificílima de se assistir… eu gostaria de NÃO ver mais o Elijah no restante da temporada.

Ninguém precisa dele!

Gilbert, por sua vez, tem um novo encontro com Rose, a garota que trabalha com o Dr. Ward e com quem ele tem se encontrado desde que começou a estagiar com ele todos os sábados… é interessante perceber todo um desenvolvimento para um possível romance entre eles, quando sabemos que, na verdade, Gilbert está destinado a ficar com Anne – e talvez ele não tenha percebido/aceitado isso ainda. De qualquer maneira, as cenas com Rose são legais e é particularmente interessante perceber a maneira como Gilbert está se questionando depois do que aconteceu. Naquele momento, ele se pergunta se quer mesmo se tornar um médico ou se o médico é apenas alguém “esperando para dar uma má notícia”; ele se sente inútil, afinal de contas, a medicina não pôde salvar a sua mãe, não pôde salvar o seu pai e, agora, tampouco pôde salvar Mary.

É deprimente.

Enquanto isso, uma história “menor” da temporada (digo menor porque está tomando menos tempo de tela que as demais, não porque seja menos importante) apresenta os índios e eu confesso que estou achando tudo fortíssimo e angustiante – é tão difícil ver o preconceito dessa época estampado assim, e pensar que as coisas não mudaram o suficiente de lá para cá. Aqui, crianças indígenas são levadas pelo governo para um internato em outra cidade, um lugar assombroso no qual seus cabelos são cortados, seus nomes são alterados, e eles são obrigados a cantar louvores e proibidos de falar a própria língua, chamada de “pagã”. É horrível e cruel e, infelizmente, um retrato fiel de como a igreja fez isso ao longo de anos… depois falamos que a igreja católica é uma das maiores vilãs da história da humanidade e há quem fique bravo. Me fez pensar no Magisterium em “His Dark Materials”.

Anne, por sua vez, continua querendo encontrar os pais, mas as coisas começam a dar errado novamente… tudo começa quando ela tem uma ação linda indo de cavalo até a estação de trem, antes da partida de sua amiga Ka’kwet, para dar seu vestido verde de presente para ela e, mais tarde, quando Rachel faz a fofoca para Marilla, Marilla aproveita para se revoltar contra ela, novamente deixando que o medo de perdê-la tome conte, e então ela diz a Anne que ela está proibida de ir novamente à cidade e de continuar sua busca pelos pais biológicos, porque “ela não tem maturidade o suficiente para isso”. Eu entendo a Marilla e o medo de perder o amor de Anne, mas é revoltante do mesmo modo… e quem é a voz da razão, no fim das contas, é o Matthew, que encontra Anne chorando no estábulo, e a ouve dizer que “vai embora dali e não vai voltar nunca mais”.

Então, Matthew toma uma atitude e EU ADORO VER O MATTHEW CONFRONTAR AS PESSOAS. Dessa vez, ele confronta a Marilla, dizendo que ela precisa parar com isso agora mesmo, e que ela tem tanto medo de perder a Anne se ela encontrar os pais biológicos, que não está se dando conta que está a perdendo agora mesmo por causa de seu egoísmo. Então, ele diz que dará a sua autorização para que Anne continue a busca, e não deixa ela opinar a esse respeito. Assim, Anne parte para Charlottetown, onde ela tem uma cena muita legal com a Tia Josephine e com o Cole (é sempre muito bom ver que os dois estão bem e felizes!), que a arrumam como uma mulher mais velha, para poder conseguir os arquivos da igreja sobre seus pais… Anne fica LINDA como uma senhora de época, e então ela descobre o que queria: seus pais morreram mesmo quando ela tinha 3 meses, e ela é escocesa.

E, de certa forma, isso é um alívio para ela.

A cena é linda!

Enquanto isso, Marilla também precisa aprender algumas coisas, e eu gostei muito de como, na personagem de Marilla, várias histórias do episódio se encontraram. Vemos Marilla cuidando da filha de Mary e Bash, por exemplo, sofrendo o preconceito das pessoas ao seu redor, até que ela finalmente recebe a ajuda de Muriel Stacy, que a encontra saindo do mercado, completamente destruída e precisando desesperadamente de ajuda… Stacy não apenas a ajuda em relação ao bebê, mas também a entender um pouco sobre o que ela está sentindo e como deixar o medo de perder a Anne de lado: ela explica que o amor não é finito e, portanto, ele não precisa ser dividido; o fato de Anne encontrar os seus pais biológicos não quer dizer que ela vai amar menos a Marilla, assim como ela não vai amar menos o seu falecido marido se voltar a se apaixonar…

Mas Muriel Stacy também adverte Marilla sobre a necessidade de nutrir o amor, porque o fato de ele não ser finito e não precisar ser dividido não quer dizer que ele é indestrutível: por isso, quando Anne retorna de Charlottetown com novas descobertas, ela encontra uma nova Marilla esperando por ela… uma Marilla que quer saber o que ela descobriu, quer vê-la feliz e, mais do que isso, está disposta a ajudá-la em sua busca. É um grande alívio, na verdade, porque eu não queria passar toda a última temporada de “Anne with an E” vendo Marilla e Anne se desentendendo, sendo que elas compartilham um amor tão bonito… as cenas das duas são emocionantes e bem-vindas, e então, juntas, elas escrevem uma carta para a Escócia, para ver se podem descobrir alguma coisa a mais a respeito da família e das origens de Anne… o que mais está por vir?

Por fim, preciso comentar as cenas MARAVILHOSAS da Diana, que acaba conhecendo a casa e a família de Jerry… devo dizer que a Diana é uma garota incrível, e que eu sempre achei o Jerry um fofo, e o fato de ele sempre ter tido uma quedinha por Diana pode finalmente dar em algo – e eu estou torcendo! Eles seriam um casal fofíssimo! Diana acaba na casa de Jerry e, depois de machucar só um pouquinho o pé, ela finge que não consegue caminhar, só para que não precise ir embora e possa passar uma noite ali… a mãe insuportável dela acaba vindo buscá-la, mas não sem que antes Diana viva uma verdadeira aventura, e é tão bom vê-la encantada e sorrindo, tão feliz! As cenas da casa de Jerry são ótimas, bem-humoradas, a família é carismática como o garoto… amei a cena do jantar, as falas em francês, a cena da dança, na qual ela esquece do tornozelo supostamente machucado.

As cenas são incríveis! Queria mais momentos da família de Jerry!

 

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