His Dark Materials 2x02 – The Cave

A Matéria Escura!

O momento em que “His Dark Materials” toma rumos de ficção científica – E É JUSTAMENTE POR ISSO QUE EU AMO TANTO “A FACA SUTIL”. Mentira, eu já amava a trilogia muito antes disso, porque acho que Philip Pullman traz uma história complexa e recheada com elementos diversos que se conectam de forma coesa e inteligente. Muito se falou sobre o “Pó” na primeira temporada, adaptação de “A Bússola de Ouro”, e quando o segundo livro introduz toda a questão de múltiplos universos, chegamos ao nosso mundo em que Catedráticos são substituídos por Cientistas e em que o Pó é, na verdade, Matéria Escura… tudo é fascinante, e “His Dark Materials” continua sendo uma adaptação impecável do segundo livro da trilogia: atuações incríveis, visuais maravilhosos e uma coisa que eu queria muito ver: a série seguindo o livro.

O episódio começa em Cittàgazze, enquanto Will e Lyra se preparam para atravessar a janela até o mundo do Will: o nosso mundo. Eu amo como a série conseguiu transmitir toda a importância do momento e o fato de Lyra não ter noção do que está fazendo – se no livro nos divertimos com o horror dela perante a possibilidade de usar calças, a Lyra da série tenta capas e um sombrero, ambas ideias refutadas imediatamente por Will: afinal de contas, eles querem passar despercebidos. Também acho fascinante ver a chegada dos dois ao outro mundo, e a maneira como tudo é diferente para Lyra, embora ainda seja, de certa maneira, Oxford… mas não é a sua Oxford. Então, ela corre pelas ruas achando que sabe onde está indo, para, eventualmente, descobrir que Will tinha razão e não existe nenhuma Universidade Jordan nesse mundo.

E agora?

Enquanto isso, acompanhamos um pouco mais do mundo de Lyra em cenas que são verdadeiros primores estéticos. Todo o cenário construído para o opressor Magisterium, por exemplo, é grande, alto e imponente, porque é assim que eles se colocam, enquanto condenam pessoas e caçam feiticeiras. Tudo que tem relação com o Magisterium é profundamente revoltante, e ganhamos uma sequência final avassaladora que deve ditar o rumo dos próximos acontecimentos – o momento em que as feiticeiras são queimadas. A cena é angustiante de se assistir, e podemos ver toda a dor das feiticeiras enquanto assistem a tudo pegando fogo, mas se elas já estavam contra o Magisterium antes, nada poderá detê-las nesse momento… E EU NÃO VEJO A HORA DE VER AS FEITICEIRAS SE ERGUENDO CONTRA TODA ESSA OPRESSÃO DO MAGISTERIUM.

Ansioso para ver mais das feiticeiras

Depois de chegar à Oxford de Will e perceber que não existe uma Universidade Jordan, Lyra acaba no museu (uma pena que toda a parte da trepanação não tenha sido tão explorada quanto no livro) e conversa, em segredo, com o aletiômetro, se perguntando o que fazer… as conversas com o aletiômetro nesse episódio (abundantes, mas não me importo: ADORO VER A LYRA CONVERSAR COM O ALETIÔMETRO) trazem informações importantes a Lyra, como o fato de que ela não pode mentir para a Catedrática, quando a encontrar, e como sua missão agora é ajudar Will a encontrar seu pai… o que é inusitado, já que Lyra supunha que quem ia ajudá-la era o Will. De todo modo, o aletiômetro a indica o lugar para onde ir e que catedrática buscar: aquela em cuja porta ela verá uma montanha. Então, entramos em uma das minhas partes favoritas de “A Faca Sutil”

A conversa com a caverna.

Lyra conhece Mary Malone, uma cientista que está estudando a matéria escura, e ela pergunta a respeito do Pó, o que a Dra. Malone não entende, mas quando Lyra pede que ela conte sobre as partículas que está estudando, Lyra percebe que “Pó” e “matéria escura” são a mesma coisa… a Dra. Malone tem algumas explicações para ela, a respeito de como a matéria escura é parte do universo, mas não reage à luz, o que a torna difícil de perceber, e como ela se manifesta com mais notoriedade em objetos que tiveram interação humana, e então ela fala sobre a teoria de que a matéria escura seja consciente, de que responda a eles: desde que a sua mente esteja em um certo estado no qual a respeito pode ser percebida. Tudo é profundamente fascinante (e falo mais detalhadamente sobre isso em meu texto sobre o livro), e Lyra reconhece o que Malone está dizendo…

Pó. Aletiômetro.

Tudo isso é parte de uma história imensa e intrigante, e Lyra ganha a confiança da Dra. Malone pedindo que ela lhe faça uma pergunta que ela não teria como responder, e então usa o aletiômetro para dizer a Malone que antes de ser cientista, ela era freira, até que deixou de acreditar e deixou a Igreja – acho, inclusive, tudo isso fascinante e importantíssimo para a personagem e para os mundos que são apresentados em “His Dark Materials”, como o mundo de Lyra, dominado pelo Magisterium. Depois, Lyra pede para usar A Caverna – o computador da Dra. Malone – para interagir com a matéria escura, reconhecendo, quase que de imediato, que se trata do Pó, das mesmas partículas que movimentam os ponteiros do aletiômetro, e ela o coloca para falar a língua do aletiômetro, através de imagens, mas ela diz que Malone poderia fazê-lo usar letras…

ANSIOSO PELA VINDA DAS LETRAS!

Depois, Lyra parte, mas avisa Malone o que a matéria escura lhe contou: ela é importante.

Enquanto Lyra está em busca de respostas a respeito do Pó (aquilo de que o Magisterium tem tanto medo e em nome do que eles estão cometendo atrocidades como cortar daemons de crianças), Will vê a mãe de longe, para assegurar-se de que ela está bem, e busca a advogada para saber se consegue o dinheiro que o pai deixou para eles – a história avança um pouco mais do que no livro, com o Will de fato conversando com a advogada e chegando, inclusive, a avós que moram na cidade, mas o resultado quase é catastrófico e ele quase cai nas mãos daqueles de quem está tentando escapar… então, quando Lyra finalmente percebe que precisa voltar e que Will está esperando por ela, ele está um pouco bravo, por causa de todo o risco em que se meteu enquanto “ela estava brincando”. Agora, eles precisarão estar juntos se quiserem resolver essa história…

…até perceberem que a busca pelo Pó e pelo pai de Will é, no fim, uma só história.

 

Para mais postagens de His Dark Materials, clique aqui.

 

Comentários