A Matéria Escura!
O momento em
que
“His Dark Materials” toma rumos
de ficção científica – E É JUSTAMENTE POR ISSO QUE EU AMO TANTO “A FACA SUTIL”.
Mentira, eu já amava a trilogia muito antes disso, porque acho que Philip
Pullman traz uma história complexa e recheada com elementos diversos que se
conectam de forma coesa e inteligente. Muito se falou sobre o “Pó” na primeira
temporada, adaptação de
“A Bússola de
Ouro”, e quando o segundo livro introduz toda a questão de múltiplos
universos, chegamos ao nosso mundo em que Catedráticos são substituídos por
Cientistas e em que o Pó é, na verdade, Matéria Escura…
tudo é fascinante, e “His Dark Materials” continua sendo uma adaptação
impecável do segundo livro da trilogia: atuações incríveis, visuais
maravilhosos e uma coisa que eu queria muito ver:
a série seguindo o livro.
O episódio
começa em Cittàgazze, enquanto Will e Lyra se preparam para atravessar a janela
até o mundo do Will:
o nosso mundo.
Eu amo como a série conseguiu transmitir toda a importância do momento e o fato
de
Lyra não ter noção do que está fazendo
– se no livro nos divertimos com o horror dela perante a possibilidade de
usar calças, a Lyra da série tenta capas
e um sombrero, ambas ideias refutadas imediatamente por Will:
afinal de contas, eles querem passar
despercebidos. Também acho fascinante ver a chegada dos dois ao outro
mundo, e a maneira como tudo é diferente para Lyra, embora ainda seja, de certa
maneira, Oxford…
mas não é a sua Oxford.
Então, ela corre pelas ruas achando que sabe onde está indo, para,
eventualmente, descobrir que Will tinha razão e não existe nenhuma Universidade
Jordan nesse mundo.
E agora?
Enquanto
isso, acompanhamos um pouco mais do mundo de Lyra em cenas que são verdadeiros
primores estéticos. Todo o cenário construído para o opressor Magisterium, por
exemplo, é grande, alto e imponente, porque é assim que eles se colocam,
enquanto condenam pessoas e caçam feiticeiras. Tudo que tem relação com o
Magisterium é profundamente revoltante, e ganhamos uma sequência final
avassaladora que deve ditar o rumo dos próximos acontecimentos –
o momento em que as feiticeiras são
queimadas. A cena é angustiante de se assistir, e podemos ver toda a dor
das feiticeiras enquanto assistem a tudo pegando fogo, mas se elas já estavam
contra o Magisterium antes, nada poderá detê-las nesse momento… E EU NÃO VEJO A
HORA DE VER AS FEITICEIRAS SE ERGUENDO CONTRA TODA ESSA OPRESSÃO DO
MAGISTERIUM.
Ansioso para ver mais das feiticeiras…
Depois de
chegar à Oxford de Will e perceber que não existe uma Universidade Jordan, Lyra
acaba no museu (uma pena que toda a parte da
trepanação não tenha sido tão explorada quanto no livro) e
conversa, em segredo, com o aletiômetro, se perguntando o que fazer… as
conversas com o aletiômetro nesse episódio (abundantes, mas não me importo:
ADORO VER A LYRA CONVERSAR COM O ALETIÔMETRO) trazem informações importantes a
Lyra, como o fato de que ela não pode mentir para a Catedrática, quando a
encontrar, e como sua missão agora é
ajudar
Will a encontrar seu pai… o que é inusitado, já que Lyra supunha que quem
ia ajudá-la era o Will. De todo modo, o aletiômetro a indica o lugar para onde
ir e que catedrática buscar:
aquela em
cuja porta ela verá uma montanha. Então, entramos em uma das minhas partes
favoritas de
“A Faca Sutil”…
A conversa com a caverna.
Lyra conhece
Mary Malone, uma cientista que está estudando a matéria escura, e ela pergunta
a respeito do Pó, o que a Dra. Malone não entende, mas quando Lyra pede que ela
conte sobre as partículas que está estudando, Lyra percebe que “Pó” e “matéria
escura” são a mesma coisa… a Dra. Malone tem algumas explicações para ela, a
respeito de como a matéria escura é parte do universo, mas não reage à luz, o
que a torna difícil de perceber, e como ela se manifesta com mais notoriedade
em objetos que tiveram
interação humana,
e então ela fala sobre a teoria de que a matéria escura seja
consciente, de que responda a eles:
desde que a sua mente esteja em um certo
estado no qual a respeito pode ser percebida. Tudo é profundamente
fascinante (e falo mais detalhadamente sobre isso em meu texto sobre o livro),
e Lyra reconhece o que Malone está dizendo…
Pó.
Aletiômetro.
Tudo isso é
parte de uma história imensa e intrigante, e Lyra ganha a confiança da Dra.
Malone pedindo que ela lhe faça uma pergunta que ela não teria como responder,
e então usa o aletiômetro para dizer a Malone que
antes de ser cientista, ela era freira, até que deixou de acreditar e
deixou a Igreja – acho, inclusive, tudo isso fascinante e importantíssimo
para a personagem e para os mundos que são apresentados em
“His Dark Materials”, como o mundo de Lyra, dominado pelo
Magisterium. Depois, Lyra pede para usar A Caverna – o computador da Dra.
Malone – para interagir com a matéria escura, reconhecendo, quase que de
imediato, que se trata do Pó, das mesmas partículas que movimentam os ponteiros
do aletiômetro, e ela o coloca para falar a língua do aletiômetro, através de
imagens, mas ela diz que Malone poderia fazê-lo usar letras…
ANSIOSO PELA
VINDA DAS LETRAS!
Depois, Lyra
parte, mas avisa Malone o que a matéria escura lhe contou: ela é importante.
Enquanto
Lyra está em busca de respostas a respeito do Pó (aquilo de que o Magisterium
tem tanto medo e em nome do que eles estão cometendo atrocidades como cortar
daemons de crianças), Will vê a mãe de longe, para assegurar-se de que ela está
bem, e busca a advogada para saber se consegue o dinheiro que o pai deixou para
eles – a história avança um pouco mais do que no livro, com o Will
de fato conversando com a advogada e
chegando, inclusive, a avós que moram na cidade, mas o resultado quase é
catastrófico e ele quase cai nas mãos daqueles de quem está tentando escapar…
então, quando Lyra finalmente percebe que precisa voltar e que Will está
esperando por ela, ele está um pouco bravo, por causa de todo o risco em que se
meteu enquanto “ela estava brincando”.
Agora, eles precisarão estar juntos se quiserem resolver essa história…
…até perceberem que a busca pelo Pó e pelo
pai de Will é, no fim, uma só história.
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