MILES MORALES: Homem-Aranha (Parte 2)
“Não falei que o Homem-Aranha era negro?”
É toda a
ideia de “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades” novamente, porque
essa é a base do super-herói que conhecemos como HOMEM-ARANHA. Miles Morales
foi mordido por uma misteriosa aranha com o número 42 nas costas, quando foi
visitar seu tio pouco depois de ser sorteado para uma “escola especial”, a
Academia de Visões do Brooklyn, e saber que sua vida está prestes a mudar
completamente… ele não sabia, no entanto, que além de deixar a casa dos pais e
estudar numa escola completamente nova que não tem nada a ver com ele, ele
também teria que adicionar à equação superpoderes
e salvar vidas. Eu gosto muito de toda a construção do primeiro arco de
Miles Morales: como conhecemos o garoto, o vemos ganhar os poderes, aceitá-los,
tudo gradualmente, enquanto as coisas vão
ficando maiores do que ele imaginava.
Quando ele
percebe que pode ter os mesmos poderes do Homem-Aranha original (e alguns
novos), ele percebe que “está ferrado”. Ganke, seu melhor amigo, está
animadíssimo com a ideia, parabenizando-o como se fosse a coisa mais incrível do mundo, mas o Miles só está confuso, um
pouco desesperado, e doido para ter uma
vida normal… escalar paredes, se balançar em teias e resgatar pessoas de
prédios em chamas não parece algo para ele. Então, enquanto tenta aceitar todas
essas novidades, Miles vai com Ganke até o apartamento do Tio Aaron, para
descobrir que ele foi misteriosamente esvaziado de um dia para o outro – o que
não pode ser normal. Quando eles saem do apartamento, no entanto, Miles não tem
tempo para conjecturar a respeito do paradeiro do tio, porque um incêndio está acontecendo e é a sua
chance de agir.
Imprudente,
assustado e curioso, Miles Morales acaba escalando a parede do prédio na frente de todo mundo, salvando a vida
de uma mulher e, especialmente, de uma garotinha, que já estava quase sem
conseguir respirar pela fumaça… então, não apenas o Ganke, mas todo mundo na
rua, inclusive os bombeiros, estão comentando a respeito de como isso foi
“espetacular”. Para o Miles, por outro lado, foi demais – talvez mais do que ele possa suportar. Afinal de contas,
essa vida não é para ele e já existe um Homem-Aranha por aí, parecendo muito
disposto a passar por todos esses perigos para salvar as pessoas… o mundo não
precisa de mais um. Ou é o que ele pensa até um simulado de emergência
acordá-lo de madrugada na nova escola com uma notícia um tanto quanto
assustadora: ao que parece, O
HOMEM-ARANHA ACABOU DE LEVAR UM TIRO.
Sem o
Homem-Aranha em ação, Miles terá que assumir seu manto?
Eu gosto
muito de como essa “segunda parte” dos primeiros quadrinhos de Miles Morales o
transformam do “garoto do Brooklyn picado por uma aranha” em, efetivamente, o
Homem-Aranha. Quando ele recebe a notícia, ele pede que Ganke o cubra e foge da
escola para a última batalha de Peter
Parker, e é sensacional como a história de origem de Miles tem paralelos à
história de origem do Peter. De passagem, porque não é o destaque aqui, vemos a
morte de Peter Parker e vemos a Tia May, Mary Jane e Gwen Stacy chorando por
ele, mas o que importa é o Miles retornando para casa para conversar com Ganke,
sentindo-se culpado, sentindo que, se ele tivesse aceitado os seus poderes ao
invés de se esconder e negá-los, talvez a
história pudesse ser diferente… talvez ele tivesse conhecido o Aranha,
talvez ele fosse o elemento extra naquela batalha que teria impedido essa
tragédia.
É
tristíssimo vê-lo pensar assim, mas é justamente o tipo de sentimento que o
tornará UM EXCELENTE HERÓI. Assim como o Peter Parker se culpava pela morte do
Tio Ben, porque podia ter usado os seus poderes para salvá-lo, Miles Morales se
sente culpado pela morte do próprio Peter Parker, embora nunca saberá se, tendo
aceitado seus poderes antes, poderia realmente ter mudado alguma coisa… no dia
seguinte, Miles vai até o funeral de Peter Parker (!), e tem uma conversa
rápida com Gwen Stacy, que fala sobre o que tornou Peter Parker o Homem-Aranha
e sobre a frase que o Tio Ben costumava dizer para ele e era seu lema como
herói: “Com grandes poderes vêm grandes
responsabilidades”. Então, Miles percebe que terá que fazer algo, que tem
que assumir a responsabilidade, tem que se tornar o “novo” Homem-Aranha… embora não necessariamente com uma roupa
como a de Peter.
É meio
desrespeitoso e uma primeira batalha DESASTROSA contra o Canguru!
Mas o Miles
é um garoto, ainda mais jovem do que o Peter, e tudo é muito novo para ele… ele
só assumiu a responsabilidade porque achou que devia, não porque achou que estava realmente preparado – ganhar
poderes e saber como usá-los não é a mesma coisa. E quando Miles está pensando
no que fazer, em como continuar, em como precisa
treinar, ele acaba sendo surpreendido pela MULHER-ARANHA, que aparece com bastante raiva por ele estar usando
aquele uniforme, e o nocauteia antes de dar-lhe a chance de realmente conversar com ela. Quando Miles acorda,
um tempo depois, ele está em Triskelion, o GQ dos Supremos, rodeado de pessoas
curiosas que ele nunca pensou conhecer: pessoas como o Homem de Ferro e o
próprio Nick Fury. Todos parecem bastante
ansiosos para entender quem ele é, de onde vieram seus poderes.
Miles,
então, tem uma conversa com Nick Fury, uma conversa sem grandes revelações, mas
que é importantíssima para que Miles entenda o peso de usar um uniforme como aquele e de se tornar o Homem-Aranha…
talvez os Supremos não tivessem pensado em dar uma chance ao Miles como um
herói, mas ele prova o seu valor em uma sequência bacana na qual Electro acaba
escapando e atacando a base, e enquanto ninguém parece capaz de detê-lo, alguns
dos novos poderes de Miles parecem ser úteis, como o choque, que na verdade é um pouco de veneno que ele passa para seus
adversários, e a própria capacidade de se camuflar e desaparecer no meio da
batalha… isso garante a Miles uma chance,
e a própria Mulher-Aranha aparece de volta, na escola, com uma caixa e um
presente de Nick Fury para ele: O SEU PRÓPRIO UNIFORME DE HOMEM-ARANHA.
Aquele lindo
uniforme preto e vermelho.
“Agora você é oficialmente o Homem-Aranha!”
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