O Espetacular Homem-Aranha #2 – Retorno às Origens: Final
Peter Parker e o Homem-Aranha…
Chegou a
hora de entendermos como o Homem-Aranha pôde salvar o Peter Parker durante uma
aula com o Dr. Curt Connors na UES. Gostei muito de toda a história de “Retorno às Origens”, e gostei de como
isso trouxe vários personagens à tona, definiu um tom para essa fase do herói,
deixou mistérios ainda a ser resolvidos, bem como relembrou a morte do Tio Ben
e o ensinamento tão importante para o Peter Parker/Homem-Aranha: “Com grandes poderes, vêm grandes
responsabilidades”. Quando, por causa de uma experiência e um acidente,
Peter Parker e Homem-Aranha se tornaram duas
pessoas diferentes, exploramos a pisque do Peter, e entendemos o quanto as
duas partes estão conectadas em um só personagem, fazendo uma só pessoa… talvez o Peter já tenha sonhado em “ter uma
vida normal”, mas, no fundo, é isso o que ele quer?
A segunda
edição da nova contagem de “O Espetacular
Homem-Aranha”, publicada no Brasil pela Panini em Maio/2019, conta com as
partes 3, 4 e 5 de “Retorno às Origens”,
originalmente publicadas nos Estados em Outubro e Novembro/2018, e começa com
uma noite no boliche. O Peter quer
espairecer e sai com Mary Jane, Randy e uma ex-namorada do amigo, que me
conquistou com o “Perigo. Perigo, Will
Robinson” no celular, que é o seu alerta de notícias… a notícia que acaba
de chegar é de um ataque de um Trissentinela na cidade, mas, dessa vez, o Peter
Parker não precisa sair correndo para salvar a cidade e ser o Amigão da Vizinhança,
porque ele tem “outra pessoa” que pode fazer isso por ele: o Homem-Aranha. Então, enquanto a sua “parte herói”, ou algo assim,
faz o trabalho, ele pode continuar jogando com os amigos.
Tudo começou
por causa do Acelerador de Isótopos do Genoma, no dia da primeira aula com o
Dr. Connors, quando um assalto ao laboratório causou o acidente que separou o Peter do Homem-Aranha. Como
ele diz: “esse que vos fala” foi a
primeira cobaia. Depois de se encontrarem, Peter e Aranha conversam e fazem
uma série de testes para garantir que
o outro é mesmo quem diz ser, e quando eles decidem que ambos são verdadeiros e
que podem confiar um no outro, eles começam a trabalhar em equipe. Afinal de
contas, o Peter sempre quis ter uma vida normal, sempre quis poder namorar Mary
Jane sem colocá-la em perigo, por exemplo, sempre sonhou em não precisar sair
correndo quando qualquer coisa acontece na cidade para salvar as pessoas… e agora ele pode desfrutar isso sem deixar
sua responsabilidade de herói de lado.
E o Aranha
está felizão também!
“Eu fiquei
com a metade legal. É como num divórcio em que você é a mãe, que passa a semana obrigando a criança a fazer lição
de casa… e eu sou o pai, que pega o
filho no fim de semana e leva pro parque de diversões. Mas olha o lado bom, cara!
Quantas vezes a gente quis estar em dois lugares ao mesmo tempo? Agora, nós
podemos fazer isso! Eu salvo o universo, você finalmente lava a roupa… todo
mundo ganha!”
Isso quer
dizer, também, que o Peter Parker não tem
mais poderes. Ele realmente vai ter
que viver uma vida NORMAL. “Bom, é
oficial: Peter Parker não é mais o Homem-Aranha. Ou o contrário. Depende do
referencial”. E é estranho para ele… apesar de já ter sonhado com isso,
talvez ele não tenha realmente pensado em tudo… porque ele sente falta de seus
poderes, como escalar paredes, a sua super força, ou a capacidade de escalar
paredes. Ao mesmo tempo, agora ele pode estar com as pessoas, terminar seu
doutorado tranquilo, pra valer dessa vez, arrumar um emprego bacana… Peter só
começa a entender com mais clareza o que está acontecendo com ele e com o
Aranha quando o Dr. Curt Connors o chama para mostrar seu experimento com o
Acelerador de Isótopos de Genoma, e mostra Horácio I e Horácio II, um rato de cobaia que foi separado em dois…
Aqui, o Dr. Connors
começa a preocupar o Peter, porque
ele fala sobre como não se deve ainda
testar isso em humanos, porque houve uma divisão entre o Horácio I e o
Horácio II de habilidades, treinamentos, aptidões e talentos… a primeira coisa
que Peter percebeu foi que ele não tinha
mais os poderes do Homem-Aranha, mas não é só isso. Ele também não se lembra de coisas que antes sabia com clareza. E
que mais pode se perder?
“A divisão
pode se limitar a aptidões e conhecimentos aprendidos… mas também pode ter
afetado algo mais profundo… como estados emocionais, crenças e moralidade. Em
cada um de nós há um delicado equilíbrio de forças opostas. Que tipo de pessoa
nós teríamos se lhe restasse apenas metade do que a tornou quem ela é?”
O equilíbrio
entre poderes e responsabilidades…
Se o
Homem-Aranha ficou com o poder, isso
quer dizer que só o Peter ficou com a responsabilidade?
E o quão perigoso isso pode ser? Quando Trissentinelas atacam a cidade (“Bem-vindo, membro da Fundação Vida! Se você
está assistindo a esse vídeo, a economia global já entrou em colapso. Sorte
sua! Como participante de nosso programa de recompensas Illuminati Plus, você
agora tem direito ao que há de melhor em termos de segurança privada para
proteger nossos haréns dos sobreviventes, estoques de alimentos e sistemas de
emergência via rádio de ondas curtas, nós lhe oferecemos o Trissentinela!
Inicialmente criado pelo deus asgardiano Loki por motivos incertos, foi
necessário todo o poder do Capitão Universo para deter este robô em sua
devastação inaugural”), Peter Parker percebe que devia estar tranquilo, mas ele não está.
O Homem-Aranha não está preparado para isso.
Acontece
que, sem o seu senso de responsabilidade, o Homem-Aranha não tem umas noções
que antes ele tinha… noções que Peter Parker dava a ele. Ele faz parte de seu
trabalho, impede uns roubos, detém uns vilões, mas ele destrói todas as obras de um museu durante o processo, por exemplo…
coisas que o Peter jamais faria, mas com
as quais o Aranha nem se importa! E o Peter Parker não acha justo! Além do
mais, sua metade Aranha parece estar se
dando bem… vivendo bem, ganhando ingresso para jogo de basquete, convivendo
com celebridades, faturando em patrocínios, e talvez haja um pouquinho de inveja do Peter… mas quando ele descobre
o Uper-Herói (EU RI MUITO DESSA PARTE!), o Peter decide que o Aranha passou dos limites! Então, o
Peter vai até o Aranha para “pedir uma carona” e, basicamente, conversar com ele…
Ele precisa
fazê-lo ver a necessidade da RESPONSABILIDADE, mostrar que ele não pode destruir a cidade e não se importar toda
vez que a está “salvando”. E quando falamos mais
da diferença entre eles, da separação que os tornou dois, temos uma
cena muito importante em que o Peter pergunta ao Homem-Aranha o que ele fará
quando tiver que “sofrer para fazer a coisa certa”, e o Homem-Aranha responde
simplesmente que “isso não é problema seu”. Triste, Peter se dá conta que a
última vez em que disseram isso foi na
noite em que o Tio Ben morreu. E foi o Tio Ben, foi essa morte, que deu ao
Peter/Homem-Aranha o sentimento de responsabilidade, isso que fixou em sua
mente o lema “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. Mas se o “Homem-Aranha” nem ao menos se
lembra quem é o Tio Ben, então…?
Aqui, Peter
percebe o QUANTO isso é grave.
E como
precisa detê-lo!
Para
complicar a situação, os Horácios I e II morrem logo. Aparentemente, quanto
mais tempo os “gêmeos” ficam separados, piores são os efeitos colaterais,
eventualmente podendo ser fatais… começam
simples, mas evoluem a grandes perdas de memória, por exemplo, e eles já estão
nessa fase. Então, para poder resolver isso tudo e unir-se novamente ao
Homem-Aranha, Peter precisa roubar o Acelerador de Isótopos de Genoma, e como
ele não vai conseguir entrar sozinho na UES para isso, eu ADOREI como ele
aproveitou o fato de dividir um apartamento com o super-vilão Bumerangue para fazê-lo roubar ele mesmo o Acelerador…
depois, Peter só precisa fugir com o caminhão. E aprender a usá-lo, também…
quando ele vai usá-lo, no entanto, acontece um ataque de Trissentinelas, os
robôs gigantes, e enquanto o Aranha foge (!),Peter acaba pego na explosão…
É a forte e
bela imagem de capa… explosão,
destruição, Peter sangrando e quase morrendo, o Homem-Aranha com ele nos
braços, cuidando dele, tentando salvar a sua vida. É uma cena muito boa, as
ilustrações são lindas, e o Peter estava muito gato, como sempre! Ainda
brincalhão e sem se dar conta do quanto tudo é grave, o Homem-Aranha diz: “Quer saber? Não importa, vou vingar a tua
morte! De agora em diante, sou Peter-Man, defensor dos medíocres que nunca
fizeram nada importante na vida!”, mas isso não vai acontecer… se eles não
se unirem novamente, os dois morrem
juntos. E talvez seja justamente do que o Homem-Aranha precisava para
entender que “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. No fim, no
entanto, claro, eles acabam não morrendo,
e o Acelerador de Isótopos de Genoma funciona, tornando-os um novamente.
A ideia da edição
é muito bacana… e eu gostei da mensagem final. Porque explora QUEM é a pessoa
por trás da máscara do Homem-Aranha, quem é o Peter Parker, e como essas duas partes dele convivem, e o quanto ambas
são importantes. Precisamos do Peter, de toda usa inteligência, de seu
entendimento de ciência, de sua responsabilidade e cuidado… mas também
precisamos da faceta divertida e leve do Homem-Aranha, e talvez o Peter não
esteja aproveitando isso o suficiente.
Talvez ele esteja muito preocupado o
tempo todo, e não esteja “curtindo a vista”, como ele disse no início da
edição passada. Talvez ele não se permite
divertir-se o suficiente, e isso precisa mudar. Gostei das referências
finais a “Westworld” e “História Sem Fim”, e estou MUITO
CONTENTE por estar finalmente comentando HQs do Homem-Aranha, meu herói
favorito de todos os tempos!
Aguardem por mais!
\o/
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