Rubí (2020) – O luto negado a Rubí
“Yo la maté. Fue mi culpa”
Ver a Rubí do
futuro, conversando com “Carla” (a jornalista que ela ainda não sabe,
oficialmente, que é a Fernandita), me faz ver que Rubí não aprendeu nada nesses anos todos… mesmo assim, ela precisa
começar a enfrentar as consequências de seus atos no passado (presente?),
especialmente com a morte de sua mãe. Movida por suas próprias ambições, Rubí
fez de tudo para afastar Cayetano da vida da irmã e da sobrinha, o mandando injustamente
à cadeia por um crime que ele não cometeu, e embora ela goste de dizer que “não
tem nada a ver com isso”, a própria Fernandita já sabe que “a única pessoa que
não gostava do Cayetano era sua tia Rubí”. É
um desgosto imenso para a Dona Refugio, e então ela acaba passando mal depois
de uma briga séria com Rubí… pouco depois, ela morre nos braços de Rubí,
que enfim conhece o desespero.
Eu fiquei
muito dividido nesse capítulo que deveria ser o luto de Rubí, porque eu sinto que ela sofreu de verdade, e o Lucas não tinha o menor direito de negar isso a ela, mas, em compensação, eu adorei
a atitude de Cristina durante o funeral, por exemplo, porque Rubí também
merecia sofrer com a culpa de que foi ela
que matou a mãe… Refugio já tinha um problema de coração, ela não podia se
estressar nem nada, e a Rubí faz isso contra Cayetano… contra Cristina e
Fernandita! Assim que Refugio morre, o desespero toma conta de Rubí, e
inicialmente eu me perguntei se o desespero era por ter perdido a mãe ou porque
sabia que a culpa era dela, ou se era uma
mistura dos dois. Desesperada, Rubí liga para Alejandro, enquanto Boris
liga para Cristina, dizendo que “tem uma má notícia”, e ele nem precisa dizer o
que é para que Cristina saiba…
E eu sofri
com a Cristina!
Quando Alejandro
finalmente chega, Rubí chora dizendo que “a matou” e que “foi sua culpa” – e
minha parte mais cruel estava dizendo: é
verdade. Mas eu sofri com a chegada de Cristina, chorando sobre o corpo da
mãe, ou então a Fernandita se esgueirando para ver o que tinha debaixo do
lençol enquanto Cristina e Rubí discutem… aquela
cena é cruel, e eu penso em todos os traumas pelos quais Fernandita passou
– e sem Cayetano. Se Cayetano estivesse
ali naquele momento, ele pelo menos poderia amparar Cristina e Fernandita com o
amor imenso que ele tem por elas. Alejandro, enquanto isso, diz a Rubí que
algumas pessoas são felizes com muito pouco e que, para a mãe, o mais
importante era ter suas filhas por perto… chorando, angustiada, Rubí diz que perdeu tudo, e que tudo o que ela sempre
fez foi por sua mãe… e agora a perdeu.
No futuro,
Boris conversa rapidamente com “Carla”/Fernanda a respeito desse evento e diz
que, desde que a mãe morreu, Rubí nunca
mais foi a mesma – ainda lhe dói muito e ela nunca superou. Mas eu não
posso deixar de pensar que Fernanda está sendo manipulada e que Rubí já sabe
quem ela é, talvez desde o começo… talvez
só por isso tenha aceitado dar essa entrevista para ela, para começo de
conversa. Porque, enquanto conta sua história, Rubí diz a Fernanda que, depois
de perder a mãe, ela perdeu também Alejandro e a sobrinha, “as únicas três
pessoas que ama no mundo”. Parece tudo bem calculado… além disso, eles estão
MANTENDO FERNANDA PRESA NA CASA, e isso está me dando uma agonia tremenda – é sequestro. Ela está trancada, não pode
sair, lhe tiraram o carro, não tem internet nem sinal de telefone…
Já estou
torcendo para Fernanda se vingar da tia!
Mas sei lá…
Durante a
conversa com Alejandro depois da morte da mãe, Rubí tenta encontrar conforto
nele – e Lucas não gosta nada disso. Então,
o personagem coloca as garrinhas de fora, embora nós já tenhamos percebido, há
muito tempo, que ele não prestava… mas ele deixa para fazer isso depois do enterro, que também é um
momento difícil. Além de todo o sofrimento de ter que enterrar a mãe, outras
coisas marcaram o dia para Rubí… quando ela chega, Cristina vai imediatamente
perguntar o que ela está fazendo ali, e quando Rubí tenta alegar que ela tem o direito de estar ali, Cristina
responde que “ela só tem o direito de ser chamada de assassina”, e é a primeira vez que vemos Cristina agir daquela
maneira com a irmã, mas a verdade é que ela
tem razão, e essas coisas PRECISAM ser ditas para a Rubí… foi cruel,
talvez, mas ela só disse a verdade.
Eu teria
feito o mesmo.
Além disso,
isso está consumindo Cristina… ela está sofrendo, ela está triste, ela está com
raiva, e se ela não colocar isso para fora, será ainda pior para ela… por culpa
de Rubí o Cayetano está preso por algo que não fez, e por culpa dela a mãe está
morta. Rubí chora, e eu não consegui sentir pena
dela, nem um pouco, porque CRISTINA TINHA TODA A RAZÃO – foi tudo consequência
dos atos de Rubí e agora ela tem que lidar com eles. Mas eu fiquei mal, sim,
com a chegada de Hector, porque por mais que Rubí tenha errado e por mais que
ela mereça ouvir o que Cristina lhe disse, o que Rubí não merece e não precisa
é o Hector ali bem na hora mais difícil
da sua vida. Mas isso pode ajudar a piorar a situação para ele, porque o
delegado vem falar com ele mais tarde, dizer que há testemunhas de que ele foi
atrás de Rubí de novo e tudo.
Hector é
nojento, diz que vai pagar mais do que Lucas o paga…
Ele podia ser preso por desacato e tentativa
de suborno.
Mais tarde,
Rubí está deitada na cama, sem forças para nada, sofrendo por causa da mãe,
sentindo a sua falta, sentindo-se culpada… ela fala sobre como a amava e como
fez tudo o que fez por ela, para tirá-la daquela vida medíocre em que vivia, e
no fim ela morreu, lá no bairro de sempre.
Ela está arrasada e quer a permissão de sentir essa dor, mas Lucas quer tirá-la
da cama a qualquer custo, dizendo que “a vida continua”, e que “eles têm um
evento importante naquela noite”. Ele foi um grandessíssimo filho da p*ta. Rubí
diz que não vai a nenhum evento, que isso não importa, mas Lucas se torna
intenso e diz que pessoas importantes estão vindo ao México só hoje para vê-la,
e diz que ela tem quatro horas para
chorar, mas às oito deve estar impecável para o evento. É completamente
injusto, mas, mais do que isso, é desumano e insensível.
“¿Por qué me estás haciendo eso?”
“Porque si no lo haces no sirve para este negocio. Y esto si sería muy
triste, Rubí”
No fim, Rubí
acaba aparecendo ao evento… não por ele, mas “para ver o que o mundo tem para
lhe oferecer”: E É UM PRÍNCIPE. Chegou a hora de um novo capítulo na vida de Rubí. Enquanto isso, Fernandita
pergunta à Cristina sobre a avó, pergunta por
que morrem as pessoas boas, e ela é uma fofa, aceitando ir cozinhar com a
mãe (que só quer distraí-la), desde que ela prometa que “não vai ficar triste”.
Fernandita também pergunta se a sua tia Rubí é má, e eu admiro a maneira como
Cristina lidou com isso tudo… porque ela tinha todo o direito (talvez o dever!)
de afastar Rubí de sua filha, mas ela faz isso sem ficar envenenando a garota.
Ela só diz a Fernandita que ela é muito nova e que não quer ficar enchendo a
sua cabeça com isso, e quando Fernandita diz que ama a sua tia Rubí, Cristina
diz que ela pode continuar a amando… mas
de longe.
Para mais postagens de “Rubí (2020)”, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário