Sítio do Picapau Amarelo (1978) – Memórias de Emília: Parte 4
“E você acha que eu vou contar o
pulo da Emília?”
Como eu
sempre digo, eu amo como “Memórias de
Emília” pode misturar diferentes histórias do nosso amado “Sítio do Picapau Amarelo”. Além de
trazer vários elementos de “Reinações de
Narizinho”, como comentamos nas últimas postagens, nesse texto vamos entrar
em uma parte da história que continua usando elementos de “Viagem ao Céu” (o Anjinho da Asa Quebrada), e trechos fortemente
inspirados por “O Saci” e “Caçadas de Pedrinho”. Emília continua
contando suas histórias, cheias de coisas que realmente aconteceram e invencionices que ela coloca no meio porque
é como “ela acha que as coisas deveriam ter acontecido”, e ela não se importa…
as memórias se tornam um interessante misto de biografia e ficção, mas a
bonequinha está perfeitamente satisfeita com o resultado – e está empenhada em
contar suas aventuras!
Quem está
perambulando pelo Sítio de Dona Benta é o Barão de Münchhausen, e ele está
determinado a caçar o Anjinho, mas sem saber que é um anjo, achando que é o
“Pássaro Sagrado das Montanhas Nevadas”. Emília está preocupada, então, em
salvar o “seu” anjinho antes que ele acabe levando um tiro do Barão, mas ela e
as crianças também não querem dizer para o Barão que o que ele caça não é o
pássaro que ele acredita ser, mas um anjinho,
porque ele sabe que o Barão de Münchhausen está interessado em coisas exóticas, e quer algo mais diferente do que um anjo de verdade?
Então, Emília se encarrega de distrair o Barão e mandar os seus besouros
espiões atrás do Anjinho para informar-lhe do perigo que ele corre…
eventualmente, a própria bonequinha de pano acaba encontrando o Anjinho e o
escondendo lá na casinha do Tio Barnabé.
Mas vamos
falar sobre os besouros da Emília…
(E eu vou
fazer como a bonequinha: dar voltas, mas eventualmente chegarei lá)
Depois que
Narizinho encontrou o Visconde parcialmente embolorado, esquecido na biblioteca
da vovó, ela acabou o deixando sentado na varanda, para pegar um pouco de sol,
e então o sábio sabugo recebeu uma série de visitas que tentaram falar com ele…
ele recebeu visitas como o Capitão Gancho, que aparece no Sítio em busca da
Carochinha; da própria Carochinha, que está atrás do Polegar e da Sininho; do
Barão de Münchhausen, perguntando sobre o misterioso pássaro no céu; do jabuti
do Reino das Águas Claras, que traz uma encomenda do Príncipe Escamado para os
seus amigos do Sítio; e, por fim, da própria Cuca, e é aí que o Visconde ganha
vida. Ali, assustado, ele não aguentou
mais, e então teve que se levantar para poder sair correndo e gritando por
socorro. É uma forma divertida de ver o Visconde ganhando vida.
A encomenda
do Príncipe Escamado para os seus “amiguinhos do Sítio” é um baú e uma carta.
Na carta, o Príncipe explica que o Pequeno Polegar fugiu novamente do livro da
Dona Carochinha e reencontrou a Sininho, e agora o Príncipe envia os dois para
que Emília, Pedrinho e Narizinho os proteja, já que a Carochinha está rondando
o Reino das Águas Claras em busca dos fujões… depois que o Visconde ganha vida,
ele entrega a encomenda que o jabuti deixou ele, e Emília adora proteger alguém do perigo… então, ela assume essa
responsabilidade, e responde ao Príncipe Escamado com um borboletograma, algo que me marcou muito na época em que li os
livros… mas como as crianças podem manter o Pequeno Polegar e a Sininho
protegidos se a Dona Carochinha aparecer no Sítio do Picapau Amarelo para
caçá-los? O que fazer?
Tudo isso
parece ligado à invenção do Faz-de-Conta e ao aparecimento dos besouros espiões
da Emília (eu disse que chegaria lá). Emília faz todo um mistério sobre de onde
os besouros vieram, se recusando a contar para a Narizinho e, depois, para o
Visconde, durante as memórias, e o sabugo protesta, dizendo que ela está escondendo muitas coisas em suas memórias,
mas Emília está decidida a não contar essa história: “E você acha que eu vou contar o pulo da Emília?” O que sabemos é
que o Pequeno Polegar e a Sininho parecem ter desaparecido, nunca mais os
vimos, mas os besouros da Emília apareceram na canastrinha no seu lugar, e
Emília diz que isso tem a ver com o Faz-de-Conta, mas que ela não quer falar
sobre isso agora, porque seria um capítulo à parte… ou até um livro à parte: “O dia em que a Emília inventou o Faz-de-Conta”.
Por isso, o
“mistério” se mantém.
Por ora.
Enquanto
isso, Pedrinho está todo interessado em caçar
um Saci, e já tem até a peneira e a garrafa, como o Tio Barnabé lhe
ensinou, e essa é a forma perfeita de
enrolar o Barão de Münchhausen para que ele deixe de caçar o “Pássaro Sagrado
das Montanhas Nevadas”. Assim, Pedrinho, o Barão, o Visconde e o Tio Barnabé
acabam se embrenhando na mata, e Barnabé dá umas aulas de conhecimento popular,
mostrando de onde os sacis vêm, por
exemplo, mas eventualmente eles acabam ouvindo
barulho de onça e precisam se esconder em
cima de uma árvore. Essa sequência é MUITO “Caçadas de Pedrinho”, e foi uma delícia de assistir, e a única
maneira de se livrar da onça, que fica lá embaixo “lambendo os beiços” e
esperando que eles desçam é com pó de
mico, e felizmente Emília está metida nessa confusão toda e consegue salvar
a todos.
Uma sequência
bem legal, e que tem tudo a ver com o Sítio clássico.
Parece saído diretamente das páginas…
porque é, na verdade.
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