Your Name. (Kimi no Na wa.) #3
“Qual é o seu nome…?”
Que final
ARREBATADOR, que história linda e que mangá emocionante. A história de Mitsuha
e Taki, os adolescentes que se conheceram trocando
de corpo um com o outro, chega ao fim em uma terceira edição repleta de
aventura, emoção, desespero e sentimento… na minha review da segunda edição eu comentei sobre como a história me surpreendeu – eu me
apaixonei pelos personagens e pelo estilo de “Your Name” desde o começo, mas eu não esperava aquela reviravolta
do roteiro que nos revelaria que, além de estarem separados por quilômetros de
distância, Mitsuha e Taki estavam separados por três anos de distância e, pior, que no presente de Taki Mitsuha estaria morta depois que parte do
Cometa Tiamat caiu sobre sua cidade, Itomori, matando aproximadamente 500
pessoas. Agora, Taki quer fazer de tudo para salvar a vida de Mitsuha.
A edição
começa eletrizante, e de onde parou a última edição: Taki pede a ajuda de Teshi
e Sayatin, os amigos de Mitsuha, para salvar
a vida de todo mundo – para isso, eles precisam transmitir uma mensagem
pedindo que os moradores das regiões que serão atendidas fujam e se refugiem na
escola. Taki fala com a irmã de Mitsuha, e pede que ela vá para longe com a
avó, e tenta pedir a ajuda do pai político, que não lhe dá ouvidos e é uma
sequência bastante desesperadora… e
no meio de toda essa confusão, Taki faz uma descoberta interessante: MITSUHA
FOI PARA TÓQUIO. Isso quer dizer que Mitsuha esteve em Tóquio, atrás dele, mas
em uma época em que ele ainda não a
conhecia – três anos antes de eles se conhecerem, na verdade. Vemos o
momento em que Mitsuha o encontra no metrô, eles se veem, mas ele não a reconhece e ela não entende o que está acontecendo.
De todo
modo, ela lhe dá a sua fita de cabelo, que é o que Taki carrega no braço todo esse tempo, sem se lembrar bem quem
lhe deu – naquela época, era apenas uma garota que ele não conhecia no
movimentado metrô de Tóquio. E aquela fita de cabelo, aquele laço, é a representação
física da conexão que Mitsuha e Taki compartilham… quando essa última troca
acontece, Mitsuha acorda, confusa, no corpo de Taki, três anos depois, mas em
Itomori, e então ela pode ver, com os seus próprios olhos, toda a destruição
que está para acontecer na sua cidade, e é forte vê-la entendendo isso tudo,
ver a sua ficha caindo, e vê-la se perguntando se ela morreu… naquele momento, quando os dois compartilham o mesmo
espaço, eles podem se sentir próximos, mas eles continuam separados pelo tempo
– Taki está três anos no passado; Mitsuha no presente.
“É kataware-doki, a hora do crepúsculo”
A sequência,
que acontece mais ou menos na metade da última edição, é bastante intensa,
porque ambos podem se sentir, mesmo
que não se possam ver… e então eles chamam o nome um do outro, e é a última vez
em que o farão tão conscientemente, que poderão gritar o nome do outro em tão
alta voz. Quando eles se cruzam, em tempos diferentes, é como se eles pudessem
se sentir “esbarrar-se”, e a cena é quase angustiante, porque eles parecem tão
próximos, mas ainda assim tão distantes, mas também é bela, pela maneira como
eles estão juntos em pensamento… até que eles finalmente possam se ver, por
alguns minutos, enquanto é kataware-doki…
a hora do crepúsculo. Eu achei LINDÍSSIMO o momento em que eles finalmente
se veem, em que eles podem se tocar, podem conversar, podem brigar um com o outro, podem rir…
Uma conexão
tão bela e tão real que vai além do que podemos entender. Esse é o último
momento em que as lembranças um do outro são tão vívidas, e eles conversam –
inclusive, ele lhe devolve o laço que ela lhe deu… para ela, há apenas alguns
minutos; para ele, há três anos. Antes que desapareçam da vida um do outro,
eles escrevem na mão um do outro o seu nome, para que eles se lembrem quando a hora do crepúsculo chegar ao fim, e
então eles se separam. E quando isso acontece, cada um está de volta ao seu
corpo… Mitsuha está no passado, no dia em que o meteorito vai cair e destruir
Itomori; Taki está no futuro, depois que tudo já aconteceu, prometendo que não
vai esquecê-la e que vai encontrá-la novamente, não importa onde no mundo ela
esteja. Mas as memórias de ambos já começam a pregar peças, e eles começam a se
esquecer.
Como
acontece com um sonho… como quando acordamos de um sonho e o sentimento que
tínhamos no sonho ainda é muito intenso, ainda o entendemos perfeitamente, até
que tudo comece a ficar confuso e, por mais que tentemos nos lembrar com o que sonhávamos, isso vai ficando cada vez mais distante – até que não nos
lembremos de nada, a não ser do sentimento. É exatamente o que acontece com
Mitsuha e com Taki. Durante algum tempo, eles repetem o nome um do outro, eles
tentam repeti-lo para fixá-lo na memória, e então as coisas vão se apagando e
se apagando, e nós ficamos nervosos, tensos, tristes. Já sem conseguir lembrar
o nome de Taki, Mitsuha agora assume o protagonismo: é com ela que a cidade será salva, no fim de tudo, e então eles fazem a
transmissão, chamam as pessoas para a escola, que será um lugar seguro, e
Mitsuha se desespera…
Ela está
salvando a vida daquelas pessoas, mas ela também queria se lembrar do garoto
que a ajudou nisso tudo, do garoto que significa tanto para ela, mas quando ela
olha para a mão, vê que ele não escreveu seu nome… ele escreveu “Gosto de você”. É emocionante e é
bonito, mas é triste, e quase derrubamos lágrimas junto com Mitsuha. Então, o
meteorito cai, Itomori é parcialmente destruída, mas a maioria das pessoas que
morreriam na tragédia acabam sendo salvas, graças a Mitsuha, Taki e a estranha
conexão que eles compartilham… Taki, por sua vez, está naquele mesmo lugar,
três anos depois, e ele não se lembra o
que está fazendo ali. Ele não se lembra de ter sido Mitsuha, de ter
colocado todo esse plano para salvar a cidade em prática… ele não se lembra de nada, também já se esqueceu. O sentimento está lá,
em algum lugar, mas o nome de Mitsuha não.
Está lá
dentro, e Taki não pode alcançá-lo.
A última
parte do mangá, então, acontece oito anos
depois para Mitsuha… depois do desastre e de ela ter salvado a maioria das
pessoas de Itomori, Mitsuha foi para a faculdade em Tóquio, conseguiu um
emprego lá e mora lá desde então… de vez em quando, ela acorda chorando, sem
entender o motivo – mas ela sente que procura alguém, embora não saiba quem. A memória é vaga, ela não tem a
imagem do Taki em sua mente, é mais do que um
nome que sumiu… é como se ela o sentisse, como se sentisse sua falta e
ansiasse por ele, mas não conseguisse entender que é isso que está acontecendo.
Ela sente o vazio, sem entendê-lo. Quando seus amigos do tempo de escola a
visitam, Mitsuha os leva para um restaurante que “encontrou por acaso em seu
primeiro ano em Tóquio”, mas que é
justamente o restaurante em que o Taki trabalhava… em que ela trabalhou uns
dias também.
Para Taki,
foram cinco anos, e as coisas também são confusas para ele… ele se lembra de
como o meteorito que caiu em Itomori o impressionou e como ele ficou intrigado por esse acontecimento na
época, mas é algo que ele não entende agora, porque embora ele tenha se
envolvido muito com a história na época, ele não tinha nenhum conhecido na
cidade… não sabe por que isso o fascinava
tanto. E, de qualquer maneira, isso aconteceu há muito tempo. Assim como
Mitsuha, ele também tem a sensação de que procura alguma coisa… talvez alguém.
Achei tudo muito emocionante, e “Your
Name” entrega um final lindíssimo ao mostrar que tudo o que eles viveram
não foi esquecido, de fato, apenas adormecido e guardado em forma abstrata
dentro de cada um, mas eles sentem um chamado
quando casualmente se encontram nas ruas de Tóquio… o destino fazendo seu papel
e os unindo. Era só isso que eles
precisavam, porque eles sentem tudo novamente ao se verem.
Os sorrisos,
a sensação de que “já se conhecem”, o momento em que perguntam o nome um do outro.
Que história
LINDA! Estou apaixonado, de verdade! <3
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Amo demais velho
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