COMPLETAMENTE
APAIXONADO – E QUERENDO IR ÀQUELE BAILE DE FORMATURA! Eu estava ansioso pela
estreia de “A Festa de Formatura” na
Netflix, e eu não sabia que ia me apaixonar tanto pela história da garota que
só quer levar a sua namorada para a festa… o filme é lindo, emocionante, com
músicas contagiantes, além de ser extremamente divertido! “The Prom” é
um musical de 2016 que chegou à Broadway em 2018 e, desde então, conquistou o
coração de pessoas que adoram musicais, como eu… e, assim, ganhou uma adaptação
em filme bem rapidamente. Ryan Murphy é o diretor da versão em filme que
estreou na Netflix no último dia 11 – E É UM FILME LINDÍSSIMO. Gosto de como o
filme é divertido, repleto de referências, e como consegue ser uma carta de
amor aos jovens, aos gays que só querem ir ao baile e ao mundo dos musicais.
Tudo de uma vez.
O filme
começa na Broadway, depois da estreia de um musical, “Eleanor”, protagonizado por Dee Dee Allen (Meryl Streep) e Barry
Glickman (James Corden), e aqueles primeiros minutos, antes de entrarmos em
toda a discussão séria do musical, já
fez com que eu me apaixonasse – porque é o universo de musicais da Broadway que
eu tanto adoro, as músicas envolventes, os figurinos extravagantes, as
coreografias perfeitas e cheias de gente… É LINDO. Então, ao perceber que o
principal problema que fez o musical falhar foi o fato de que Dee Dee e Barry
“não são pessoas gostáveis”, eles se juntam a Trent Oliver (Andrew Rannells) e
Angie Dickinson (Nicole Kidman) em busca de uma “causa” que possam ajudar e
ganhar boa publicidade… é assim que eles descobrem, no Twitter, a respeito de
uma garota em Indiana que está sendo impedida de levar a namorada ao baile de
formatura…
Então, eles
resolvem ajudar. A premissa toda é genial! Um bando de pessoas egoístas e
talentosas querendo fazer nome em cima de alguém que está sofrendo de verdade já é uma crítica debochada – mas eles acabam se
importando com Emma, eventualmente! Afinal
de contas, o baile de formatura não devia ser negado a ninguém. Emma (Jo
Ellen Pellman) só quer poder estar com os amigos, assim como todo mundo, e
dançar com a garota que ama, Alyssa (Ariana DeBose). A história é linda, a
causa é válida, e nós torcemos por Emma desde o primeiríssimo momento – não sei
se por ser gay, se por me colocar no lugar dela, se por querer ter feito o
mesmo que ela fez… eu fico muito feliz que essas histórias sejam contadas,
porque algumas pessoas nunca vão entender o quanto isso é IMPORTANTE para nós:
eu me senti representado e amado, como se recebesse um abraço quentinho.
Claro que eu chorei um monte…
O filme já
tem um lugar MUITO especial no meu coração.
Todo o
problema que Emma está enfrentando é revoltante – a associação de pais e
professores quer impor regras como “que cada aluno deve ser acompanhado por
alguém do sexo oposto”, e estão dispostos a CANCELAR a festa de formatura se
elas não forem atendidas… é revoltante, o discurso é nojento e a maneira como
aquele grupo liderado pela Sra. Greene desvirtua qualquer coisa que acontece é
agonizante. Mas Emma não vai baixar a cabeça, assim como não deveria, e é lindo vê-la ganhar todo o apoio do diretor da
escola, Hawkins, que está empenhado em fazer essa festa acontecer, com Emma, e
qualquer outro aluno, tendo o direito de levar quem ela quiser como sua
acompanhante… eles não estão pedindo nada demais, nada diferente dos outros: ela só quer poder dançar como todos os outros
farão! E aquilo tudo vai mexendo conosco e nos revoltando…
Os números
musicais que acompanham o filme são MARAVILHOSOS, um melhor do que o outro – já
sei o CD que eu ficarei escutando repetidamente nos próximos dias! Emma tem a
sofrida “Just Breathe”, por exemplo,
mas a lindíssima e fofa “Dance With You”,
que é uma das minhas favoritas no filme… o pessoal que veio de Nova York tem
músicas mais espalhafatosas e de Broadway, e eu gosto muito de “Changing Lives” e da divertidíssima “It’s Not About Me”, que de alguma
maneira me fez pensar em “You and Me (But
Mostly Me)”, de “The Book of Mormon”.
E eu devo dizer que, por mais nojentas que algumas pessoas daquela escola
forem, eu ADOREI “You Happened”, que
é a música do “Promposal Day”, com destaque para Nico Greetham, que é meu crush desde “Power Rangers Ninja Steel” e estava lindo, cantando, dançando e
esbanjando talento.
Gosto de ver
como Emma vai se envolvendo com o pessoal da Broadway e aceitando sua ajuda, ao
mesmo tempo em que também quer fazer as coisas do seu jeito – achei os personagens
incrivelmente bem construídos, e em parte isso se deve ao talento e carisma de
cada um dos atores. O sorriso de Emma era leve, apesar de tudo, e isso nos
tocava profundamente, por exemplo. Por isso, torcemos por eles, e achamos que
tudo está começando a caminhar da maneira certa, mas como não tínhamos chegado
nem a uma hora de um filme de mais de duas, nós
sabíamos que alguma coisa muito ruim estava prestes a acontecer… esperei
por várias coisas, mas não por aquela “festa” falsa que a escola prepara para
Emma e apenas para ela, enquanto todos os outros alunos estão se divertindo de
verdade em um lugar completamente diferente.
A maior humilhação possível… naquele
momento, parece que tudo desmorona. Emma está arrasada e vemos o sorriso se
apagar de seu rosto, enquanto Barry e os demais se perguntam se vão embora ou
se continuarão por ali: porque eles não
podem permitir que os outros ganhem. EMMA MERECE SUA FESTA! E, na verdade,
isso tudo agora é muito maior do que uma festa… pausa para falar sobre “Tonight Belongs to You”, que é uma
música brilhante que faz a transição de um momento cheio de expectativa a algo
arrasado. A música traz todo o estilo de Broadway, e ME ARREPIOU ver todos
cantando, ver a coreografia elaborada que caracteriza aquele baile… é lindo. E eu acabei pensando em “Dancing Through Life” e “I’m Not That Girl (Reprise)”, ambas de “Wicked”. Amo como músicas de
musicais mudam em suas reprises, e a
reprise curtinha de “Tonight Belongs to
You” no que seria o fim do primeiro ato é DE PARTIR O CORAÇÃO.
Não que
alguém vá desistir… aqui, o filme toma um rumo bem bacana que consegue
desenvolver rapidamente cada um dos personagens, entregar músicas lindas para
cada um dos protagonistas e, de quebra, avançar na história enquanto tentamos
conseguir uma festa de formatura para Emma, para mostrar que ELA PODE DANÇAR
COM QUEM ELA QUISER. Angie Dickinson é quem mais consegue se aproximar de Emma
em um momento em que ela está destruída – ela foi humilhada pela escola inteira
e ainda terminou com a namorada porque Alyssa não consegue se impor contra a
mãe preconceituosa –, e consegue convencê-la de que ela não pode não fazer nada, ou então eles terão vencido. Ao som de “Zazz”, que fala de “Chicago” e tem várias referências ao musical, Angie ajuda Emma a
descobrir seu “zazz” interior…
Enquanto
isso, Dee Dee e Barry têm uma cena incrível num quarto de hotel – amei a
amizade dos dois! Barry ajuda Dee Dee a ser uma pessoa melhor… ou a pelo menos
começar a ser. E eu acho que a personagem de Meryl Streep tem um crescimento
lindíssimo ao longo do musical, com a ajuda de Barry, de Emma e, é claro, do
Diretor Hawkins, que sempre foi seu fã… devo dizer, também, que eu adorei a
relação inusitada dos dois, porque o Diretor Hawkins está vivendo o sonho de vários fãs de musicais ou qualquer coisa assim,
e o personagem ainda traz uma verdadeira declaração de amor ao teatro musical
ao som de “We Look to You”. Achei
aquela música tão emocionante, tão bonita e tão verdadeira… representa tanto o
que eu sinto quando estou na companhia de meus musicais, ou mesmo enquanto
estou fazendo outras coisas e ouvindo os álbuns…
LINDO
DEMAIS!
Barry
Glickman, por sua vez, traz uma história que é, infelizmente, muito comum – o
garoto que foi expulso de casa quando se assumiu gay, aos 16 anos. O
personagem, que foi divertidíssimo durante todo o filme (James Corden está
ótimo!), ganha sequências emocionantes ao falar sobre os pais e sobre o seu
próprio baile de formatura, ao qual foi e não teve coragem de entrar quando viu
o crush chegando acompanhado de uma
menina… é tão triste! Dee Dee o ajuda
na reconciliação com a mãe, depois de 21 anos (o pai não aparece porque,
segundo ela, “ele ainda não aceitou”, e aquilo me destruiu), e Emma ajuda Barry
a realizar um sonho seu: ir ao baile de
formatura. A cena de “Barry is Going
to Prom” me emocionou profundamente, com o Barry dançando com a sua versão
jovem, o incentivando a ir lá e sentar-se na frente do crush, conversar com ele.
Tudo nesse
filme beira a perfeição!
Andrew
Rannells, por sua vez, está maravilhoso como sempre interpretando Trent Oliver
– Trent é um cara que esteve em alguns musicais e peças de teatro e que adora
falar sobre Juilliard, onde se formou, mas que acaba descobrindo uma possível
nova profissão durante “The Prom”.
Conheço Andrew desde “The Book of Mormon”,
e eu estava ansioso por um momento de verdadeiro destaque para ele no filme, e
ele vem quando Trent canta “I Believe”
“Love Thy Neighbor”, uma música irreverente e maravilhosa que é um
verdadeiro tapa na cara de todas aquelas pessoas que querem usar a bíblia para
justificar os seus preconceitos… com uma música envolvente, de mensagem bonita
e repleta de piadas irônicas, Trent canta e dança pelo shopping enquanto ensina
alguns colegas de Emma que eles não podem
escolher quais “regras” da bíblia eles seguem e quais ignoram…
GENTE, QUE MÚSICA E QUE CENA INCRÍVEIS!
Por fim,
ficamos MUITO ORGULHOSOS de Emma tomando as rédeas da situação e decidindo
fazer as coisas do jeito dela… ela
canta a música mais linda e mais emocionante do musical (chorei bastante
aqui!), “Unruly Hearts”, e posta na
internet essa mensagem de que ela não vai continuar se escondendo, de que ela é
quem ela é e vale a pena lutar por isso, e, naturalmente, isso atinge muitas
pessoas… achei lindo ouvir Emma cantar com a ajuda de outras pessoas que passam
pelo mesmo que ela, aquilo tudo me emocionou demais! Então, ela convida todo
mundo para uma nova festa de formatura, uma festa onde todos serão bem-vindos,
com quem eles quiserem levar… e a proposta é INCRÍVEL! Eles só precisam, agora,
dar um jeito de conseguir dinheiro e organizar uma nova festa de formatura,
porque a escola não vai bancar dessa vez, não uma segunda festa.
Felizmente, o pessoal de Nova York tem
alguns recursos…
“And though I don't know how or when
But somehow, I learned to see
No matter what the world might say
This heart is the best part of me
So, fears, all in the past
Fading so fast I won't stay hidden anymore
I'm who I am
And I think that's worth fighting for
And nobody out there ever gets to define
The life I'm meant to lead
With this unruly heart of mine”
A festa
final é LINDA DEMAIS e, como eu disse lá no começo do texto, EU QUERIA TANTO
PODER IR A ELA. O filme faz com que sintamos que estamos lá e que somos parte
disso (imagino que o musical assistido ao vivo deve fazer isso mais ainda), mas eu queria realmente estar lá, ao lado do meu
namorado, dançando com todo mundo… o final do filme é cheio de esperanças, traz
a Alyssa sendo sincera com a mãe e a Sra. Greene indo à festa porque, apesar de
tudo o que ela fez, o que mais importa é a filha e ela promete que vai amá-la
para sempre, e Emma pode finalmente dançar com a garota que ama! Assim como um
monte de outras pessoas que se juntam a essa grande festa ao som de “It’s Time to Dance”, que é outro número
musical lindíssimo, com uma coreografia incrível (cenário e figurinos estavam
belíssimos também!), e as meninas cantando trechos de “Dance With You”.
Não tem como
não amar esse filme. É perfeito em vários sentidos.
Já quero ver
de novo. Me divertiu, me emocionou, mexeu comigo… que filme maravilhoso!
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