The battle
to save Christmas is on.
“Crônicas de Natal 2” é a sequência do
filme original da Netflix de 2018, e nos encanta novamente com todo esse
ambiente natalino, dessa vez com uma interessante mudança de cenário e um passo
a mais na vida da Família Pierce – reencontramos Kate e Teddy depois da
aventura com o Papai Noel na noite de
Natal, mas quem tem uma nova aventura dessa vez é apenas Kate, enquanto Teddy
vira uma mera participação especial… e, infelizmente, eu senti sua falta
durante o filme. Gostei bastante de
“Crônicas
de Natal 2” e de sua proposta, que é colorida e aventuresca, mas eu acho
que não chega a ser tão bom quanto o primeiro filme, porque falta algo que me
marcou muito no primeiro:
a emoção. O
segundo filme é divertido, alegre, tem uma boa mensagem, mas, com exceção da
sequência em 1990 (!), não consegue nos comover como o primeiro filme.
Dois anos se
passaram desde os acontecimentos de
“Crônicas
de Natal”. Kate está um pouco mais velha, Teddy parece ser um adolescente
tranquilo agora e a mãe, depois de alguns anos da morte do pai, está namorando
novamente – se no primeiro filme o “problemático” era o Teddy, no segundo filme
é a Kate, porque ela não aceita esse relacionamento da mãe, e detesta isso de
passar o Natal na praia em Cancún, porque não tem nada a ver com o que ela
concebeu como Natal ao longo de toda a sua vida… Bob, o novo namorado da mãe,
tem um filho que é três anos mais novo que ela, Jack, e com ela que ela entra
nessa aventura natalina dessa vez… Kate está um pouco revoltada, está brava
porque a mãe vai passar mais de um dia fora com Bob e deixá-los sozinhos, então
ela resolve fugir e voltar para casa…
e,
no meio do caminho, cai em uma armadilha de Belsnickel.
Inicialmente,
eu vou confessar que eu não gostei da ideia de termos um personagem como o
Belsnickel, até que eu entendesse, de fato, qual era seu propósito na
narrativa… acontece que o personagem serve ao que chamamos de “vilão”, e uma
característica do primeiro
“Crônicas de
Natal” era justamente o fato de que
não
tínhamos nenhum vilão, e não fez falta no primeiro filme. Belsnickel é um
humano que já fora um elfo trabalhando com o Papai Noel, mas que se revoltou
contra ele, achando que o Papai Noel amava mais as crianças do mundo todo do
que ele, e então acabou querendo
se
tornar maior do que ele… quando ele descumpriu várias regras, uma maldição
caiu sobre ele e ele se tornou justamente aquilo que mais desprezava:
um humano. Agora, ele quer entrar na
Vila da Mamãe Noel e roubar a Estrela de Belém que fica no topo da árvore e
energiza e protege a cidade.
Por isso, ele usa Kate e Jack para chamar a
atenção do Papai Noel.
A proposta é
completamente diferente do primeiro filme, em grande parte porque não acho que
“Crônicas de Natal” foi originalmente
concebido para ter uma sequência – assim, os problemas da Família Pierce foram
apresentados e resolvidos da forma mais bela possível
já no primeiro filme, e esse filme tem bem cara de
sequência, quando algo
a mais teve que ser inventado. Por isso,
o segundo filme foca mais na Família Noel do que na Família Pierce e, assim, a
maior parte da ação não acontece com o Papai Noel e o Natal vindo ao
nosso mundo, mas nós
indo ao mundo dele – NO POLO NORTE. O
filme tem muita cor, vários brinquedos, elfos e magia, e é aconchegante à sua
própria maneira. Gostei de conhecer a Mamãe Noel e o funcionamento da vila… e
de ver os Noel, Kate e Jack tendo que se unir para salvar a vila e o Natal
quando Belsnickel consegue roubar a Estrela de Belém.
Assim como
no primeiro filme, a ação se divide… de um lado, acompanhamos a Mamãe Noel e
Jack lidando com os estragos que Belsnickel causou na vila, como uma rena
ferida e os elfos “adulterados”; de outro, o Papai Noel e Kate vão em busca de
uma nova Estrela de Belém, para proteger a cidade. A parte da Mamãe Noel e do
Jack é divertida, mas sem muitas inovações… a Mamãe Noel usa a sua magia para
salvar a vida de Corredora, enquanto envia Jack em uma jornada sozinho em busca
de uma flor que pode se tornar o antídoto para os elfos que se tornaram
verdadeiros Gremlins. Mas devo dizer que alguns momentos foram bem divertidos,
como o Jack correndo pela vila tomada de elfos, tentando chegar até os canhões
já com o antídoto pronto, porque o drama é sensacional, como se Jack estivesse
no meio de uma guerra ou algo assim.
Kate e o
Papai Noel, por sua vez, vão até uma aldeia de elfos na Turquia que pode fazer
um novo receptáculo para o Papai Noel canalizar a energia da Estrela de Belém,
mas Belsnickel acaba roubando essa segunda estrela também, enquanto atrasa os
dois os enviando de volta no tempo… direto a 1990. Em primeiro lugar, eu devo
dizer que EU ADORO VIAGENS NO TEMPO, e embora seja algo breve de uma partezinha
apenas do filme, eu já adorei toda a ideia. Kate e o Papai Noel acabam caindo
em um aeroporto lotado de 1990, a alguns dias do Natal, e as renas não
conseguem continuar voando para eles passarem pelo portal novamente e ir atrás
de Belsnickel e a Estrela de Belém, porque o espírito de natal naquele lugar
está em apenas 7%. Por isso, se eles quiserem sair dali, o Papai Noel vai ter
que dar um jeito de AUMENTAR O ESPÍRITO DE NATAL.
E nós
sabíamos exatamente o que ele ia fazer:
cantar.
E, aqui, eu devo elogiar a sequência musical que
eu achei bem melhor do que a do primeiro filme… talvez porque o
ambiente era mais claro e porque tivemos coreografia, e eu amo uma coreografia!
Enquanto o Papai Noel está tentando levantar o espírito de natal daquele
aeroporto, Kate acaba sendo “presa” ao tentar comprar pilhas para a máquina do
tempo (!) com uma nota de dólar de 2020 que todos acham que é uma falsificação…
e como ela não tem passaporte e nem sabe dizer onde estão seus pais, ela acaba
“detida”. Ali, ela conhece um menino que também é um crédulo como ela (e ele
diz que “vem de uma longa linhagem de crédulos), e os dois compartilham
momentos bacanas, e ele é importantíssimo para ajudá-la a escapar daquela sala,
se reunir com o Papai Noel e voltar ao futuro.
A parte mais
legal dessa sequência, é claro, é o fato de que estamos em 1990, então não é
difícil supor quem seja aquele menino desde o momento em que ele fala sobre os
crédulos e dá toda a força para Kate… mesmo assim, é muito fofa a sequência da
despedida deles, quando ela diz que não sabe seu nome e ele se apresenta como
“Doug”, com o Papai Noel completando: “Pierce”.
Doug Pierce, o pai de Kate, e ela acaba de ganhar a chance de se despedir
dele… a emoção nos olhinhos dela, a confusão enquanto olha para o pai mais
ou menos na sua idade, e então ela o abraça. Doug não entende muito bem o que
está acontecendo, mas retribui o abraço, e então Kate vai embora com o Papai
Noel, enquanto o pequeno Doug Pierce faz uma anotação mental:
sempre carregar uma câmera consigo, O
QUE EU ACHEI PERFEITO. É a minha cena favorita no filme, tem toda a vibe e a
emoção do primeiro filme, que é o que eu senti falta nesse segundo.
Foi o único momento que me fez chorar.
Depois, Kate
e o Papai Noel retornam para 2020 apenas 15 segundos depois da viagem deles ao
passado, e o Papai Noel pega de volta a Estrela de Belém para levá-la ao Polo
Norte, e aqui ganhamos uma sequência na qual Belsnickel volta a fazer parte da família
que ainda o ama e que sente sua falta… o Papai Noel lhe dá de presente
o primeiro presente que eles construíram
juntos, e que ele guardou, e Kate o ajuda a entender que a família o ama e
que sente sua falta, e que
fugir dos seus
problemas não é a solução… então, Belsnickel acaba se arrependendo e
entendendo todo o amor que sentem por ele e que ele ainda pode ter, e, assim,
ele se transforma novamente em um pequeno elfo, de volta no Polo Norte, ao lado
da Família Noel, e é um momento bem bonito… não tanto quanto os momentos do
primeiro filme, é claro, mas bonito.
Por fim,
Kate e Jack precisam voltar para casa… ou melhor, de volta ao hotel em Cancún,
para passar o Natal com a família, e Kate volta com alguns aprendizados: pelo
menos ela aprendeu a gostar de Jack, nessa aventura toda, e entendeu que Bob
não é uma má pessoa e que sua mãe não vai esquecer seu pai só porque está com
um novo namorado… assim, ela se propõe a aceitar Bob e
a viver um dia de cada vez, sem pressa, o que é bonito – a mensagem
é familiar e de esperança. Fiquei triste, no entanto, em ver Kate e Jack
chegando na praia e reencontrando Teddy, sabendo que ele ficou de fora de toda
essa aventura e, principalmente, sabendo que ele tinha o direito de conhecer o
pai em 1990, como Kate pôde…
seria,
certamente, um momento mais emocionante ainda. De todo modo, as famílias
estão reunidas no fim, em Cancún ou no Polo Norte, cantando
“Oh Christmas Tree” e é um final bonito,
mas, como eu disse, que não tem a emoção de toda a sequência final de
“Crônicas de Natal”.
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