“Santa’s in
town!”
AH, COMO EU
ADORO O ESPÍRITO NATALINO! Andei assistindo várias
comédias românticas de Natal, e não tinha reparado o quanto eu
precisava de um filme natalino como
“Crônicas
de Natal”. Protagonizado por Kurt Russel como o Papai Noel e Darby Camp e
Judah Lewis como os irmãos Kate e Teddy Pierce, o filme é uma gostosa e
inteligente aventura natalina, repleta de personalidade e carisma, com uma
mensagem bonita, cheia de esperança e
emocionante…
eu me empolguei com o trailer, mas eu me apaixonei pelo filme muito mais do que
eu esperava! É um filme lindíssimo, divertido, com o
timing perfeito para o humor e para as múltiplas referências que
traz, e ainda trabalha bem com toda a Mitologia do Papai Noel. O filme foi
lançado pela Netflix no dia 22 de novembro de 2018 e ganhou uma sequência
recentemente, em 2020.
Começamos o
filme conhecendo os diferentes natais da Família Pierce ao longo dos anos –
tudo é mágico, colorido, cheio de enfeites; uma data muito especial para a
família.
Até que cheguemos em 2018, o
primeiro Natal depois que o pai (que era quem movimentava toda essa organização
para o Natal) falecera… e as coisas já não parecem mais ser as mesmas. A mãe
está trabalhando dobrado, Teddy, o filho mais velho, está revoltado e tendo
atitudes bastante erradas, e Kate, a filha mais nova, está triste porque, para
ela, o Natal é a melhor época do ano… a construção da trama é muito bem-feita,
e vemos Teddy e Kate aparentemente brigar o tempo inteiro, o que é um pouco
desesperador…
mas, no fundo, todo o
mau-humor e as péssimas decisões de Teddy são fruto da frustração, e
podemos perceber, desde o início, que ele não é um garoto mau.
Teddy tem uma
pose de
bad boy que, na verdade, ele
não consegue sustentar… quando ele encontra Kate gravando o seu pedido para o
Papai Noel, por exemplo (e é a coisa mais fofa do mundo), ele quase conta para
a irmãzinha que
Papai Noel não existe,
e eu realmente achei que ele faria isso, o que seria cruel naquela situação e
daquele jeito, mas ele não tem coragem, eventualmente… mesmo assim, ele sai
escondido com os amigos e é seguido por Kate, que consegue filmar o momento
exato em que Teddy e a sua ganguezinha
estão
roubando um carro. Ela até pensa em contar para a mãe quando ela chega em
casa, mas acaba não tendo a coragem, também… a mãe já está com tanta coisa na
cabeça e já está tão decepcionada com Teddy que ela não precisa fazê-la sofrer
ainda mais. Quando a mãe chega em casa, os dois estão brigando por causa da
fita e, acabada, a mãe fala sobre o que queria de Natal…
Que eles se dessem bem.
Naquela
noite, quando a mãe sai para trabalhar mesmo que seja a noite do dia 24, Teddy
e Kate ficam sozinhos em casa e tudo está prestes a mudar… vendo alguns vídeos
antigos de quando o pai ainda estava vivo, Kate percebe algo em um deles: A MÃO
DE ALGUÉM DEIXANDO ALGO EMBAIXO DA ÁRVORE DE NATAL…
uma mão que parece vir da chaminé. Então, ela mostra para o Teddy,
que é bastante incrédulo, mas acaba topando ajudar a irmã quando ela promete
devolver a fita do roubo do carro – e Kate fica tão feliz em poder ficar de
tocaia com o irmão, comendo porcaria, como eles faziam nos velhos tempos… a
cena é bem fofinha, e acaba com a real chegada do Papai Noel, e tudo se torna
MÁGICO. Kate e Teddy têm um vislumbre do Papai Noel andando depressa pelas
casas da vizinhança e, inclusive, veem o seu trenó com as 8 renas estacionado…
E acabam subindo nele.
Ali começa a
AVENTURA DE NATAL dos Pierce, e é uma jornada incrível e apaixonante. Eu já
estava encantado pelos personagens e curioso para saber aonde eles chegariam,
mas o filme ainda se torna um interessante espetáculo visual quando conhecemos
o Papai Noel e tudo o que há em sua mitologia… adoro a sequência do trenó, que
já apresenta alguns detalhes importantes (como aquele “buraco de minhoca” com
as várias cidades), e a química impressionante que o trio principal já
apresenta desde os primeiros momentos, desde que Kate cutuca o Papai Noel para
pedir um cobertor, ele se assusta e tudo sai de controle… Kate quase cai do
trenó, eles quase são atropelados por um avião (!), as renas fogem em algum
lugar próximo de Chicago, o saco de presentes do Papai Noel também se perde, e
o trenó cai em um lugar bem distante da casa dos Pierce…
Agora, eles precisam salvar o Natal.
É bem
difícil explicar alguns dos motivos que me fizeram gostar
tanto do filme, porque vários deles precisam ser assistidos – mas
são detalhes como o Papai Noel revoltado com a maneira como o representam,
dizendo que ele não faz “ho ho ho” (que são
“fake
news”), ou mais tarde quando diz que “é o Papai Noel, não Yoda”, e uma
série de momentos que funcionam perfeitamente no meio da narrativa… aqui,
descobrimos que se o Papai Noel não entregar todos os presentes até o
amanhecer, o espírito natalino vai despencar, as pessoas vão ficar
mal-humoradas e
coisas ruins vão começar
a acontecer… aparentemente, falhas antigas do Papai Noel estão relacionadas
às Grandes Guerras e à Idade das Trevas, por exemplo. Por isso, eles têm
algumas poucas horas para salvar o Natal e a verdade é que o Papai Noel podia
usar uma ajudinha extra.
A jornada do
trio é incrível e passa por uma série de momentos memoráveis. Amo, por exemplo,
o Papai Noel pedindo ajuda em um restaurante, falando com as pessoas
como se as conhecesse. Amo a perseguição
de carro com a polícia, ou Kate e Teddy fugindo em renas voadoras enquanto o
Papai Noel vai preso. Amo o Papai Noel tão convicto, tentando convencer os
policiais de quem é. Amo o show que o Papai Noel organiza na prisão. O filme é
bem construído e repleto de momentos incríveis, e é bacana como o trio não está
sempre junto, o que acaba ajudando no aprofundamento dos personagens. Sem o
Papai Noel, é legal vermos aquela conversa de Kate e Teddy na porta de uma
igreja, por exemplo, na qual Teddy fala abertamente sobre o que sente com a
morte do pai e Kate é um amor e diz que
consegue
ver o pai todo dia, quando olha para ele…
TÃO FOFO!
Também gosto
demais, e esse é um dos maiores elogios que faço ao filme, de toda a construção
do NATAL. Gosto de como os filmes do gênero trabalham com a noção de que o
Papai Noel tem uma noite para entregar presentes no mundo inteiro, e como os
roteiros tornam isso possível… aqui, temos o trenó e os portais que os levam de
um ponto a outro muito distante em pouquíssimos segundos, e o gorro do Papai
Noel, que lhe dá o poder de quase se desmaterializar para entrar pelas
chaminés, deixar o presente e sair de novo. Mas temos um momento
ainda mais mágico, que é quando Teddy e
Kate encontram o saco de presentes para pedir a ajuda dos duendes, e Kate acaba
encontrando uma passagem até o Polo Norte… toda a sequência é brilhante e o
visual é perfeito, a começar por todo o mecanismo que leva os presentes para
cima, para que o Papai Noel possa entregá-los.
Mas o Polo
Norte… QUE LUGAR INCRÍVEL.
Estamos na
casa do Papai Noel, e temos várias coisas bacanas aqui. Eu estava mais ou menos
com a mesma feição encantada de Kate ao olhar para tudo aquilo, para o registro
das cartas, para os pedidos que o Papai Noel agora recebe por vídeo – dentre
eles, o recente pedido de Kate. E temos aquele momento bem bonito em que Kate
olha para as cartas que Teddy enviou para o Papai Noel ao longo dos anos,
dentre elas uma que foi enviada
naquele
ano… uma carta simples em que ele pede para ver o pai mais uma vez. Aqui no
Polo Norte também conhecemos os duendes que ajudam o Papai Noel, E ELES SÃO UMA
GRACINHA! Eles são bonitinhos, falam élfico e eu ri bastante com momentos como
uma duende fazendo coraçãozinho com a mão ou eles dançando…
e eles são realmente muito úteis, porque são
eles que salvam Teddy de uns mal-encarados.
Todo a
jornada do filme é uma grande aventura para Kate, mas um grande ensinamento
para o Teddy – e era isso mesmo o que o Papai Noel queria. Quando os duendes
levam para ele o gorro e ele pode sair da prisão (!), o trio se reúne com menos
de uma hora para entregar todos os presentes restantes, e o Papai Noel não tem
certeza de que eles vão conseguir… mas eles conseguem, desde que trabalhem
juntos! Kate vai jogar os presentes para o Papai Noel e falar o nome das
crianças para quem eles são, enquanto Teddy vai ficar responsável por dirigir o
trenó, e toda a sequência é brilhante – e aqui eu comecei a me emocionar de
verdade. Quando Teddy acha que não vai conseguir controlar as renas e eles
estão prestes a bater em um trem, o Papai Noel diz que ele só tem que fazer uma
coisa:
acreditar. E quando Teddy diz
que acredita nele, o Papai Noel explica que ele precisa acreditar
nele mesmo; como ele acredita, como a Kate
acredita…
Como o pai acreditava…
Então, Teddy
consegue controlar as renas e Judah Lewis atuou brilhantemente mostrando a
emoção no olhar e a intensidade ao gritar os nomes das renas e controlá-las
para que eles terminem aquela entrega de presentes e, consequentemente, salvem
o natal… devo dizer que me arrepiou toda vez que ele gritava os nomes e
balançava as rédeas! O tanto que Teddy aprendeu e cresceu nessa noite! Na
última cidade, eles precisam da ajuda dos duendes, e Kate está tão envolvida
nisso tudo que ela acaba se flagrando
falando
élfico – isso depois de justificar sua nota baixa em espanhol lá no início
do filme dizendo que “não é boa para línguas”. No fim, o Papai Noel os leva de
volta para casa com o dia amanhecendo, e agradece a ajuda, dizendo que
eles foram os melhores ajudantes humanos que
ele já teve… e, a pedido de Kate e só para ela, ele faz algo que já disse
que não fazia, e vai embora falando “Ho ho ho”.
O final do
filme é
ainda mais emocionante.
Quando Claire, a mãe de Kate e Teddy, chega em casa, ela os encontra se
abraçando (inusitado) e quando eles entram, eles encontram toda a casa decorada
exatamente como o pai costumava fazer…
um
presente natalino. É tão lindo, tão emocionante! E as coisas ficam ainda
melhores quando Kate entrega para Teddy uma caixinha que estava embaixo da
árvore, um presente do Papai Noel para ele: uma resposta à sua carta. Ali, o
Papai Noel diz que infelizmente não tem o poder para atender o seu pedido, mas
que “isso é o mais próximo que pode fazer”: o presente é um enfeite de natal
que, ao pendurar na árvore, Teddy pode ver seu próprio reflexo…
ele pedira para ver o pai mais uma vez, e
aqui o Papai Noel reforça o que Kate já dissera a Teddy: que podia ver o pai
nele. O momento é lindo, a emoção é sincera, os olhos de Teddy cheios de
lágrimas!!!
Chorei também… QUE FILME LINDO. Um dos
meus filmes de Natal favoritos. Se não o favorito.
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