“Não fica bem, não! Uma heroína da humanidade fugindo
de um passarinho!”
Emília só
queria ver a Dona Benta bem… acontece que o jornal está cheio de notícias
tristes de guerras, atentados e mortes, e a bonequinha de pano decidiu que ela
mesma resolveria os problemas do mundo, tudo para que a Dona Benta não
precisasse mais ficar triste – assim, ela acabou descobrindo sobre a lenda da
Casa das Chaves, tudo porque o Visconde de Sabugosa estava ocupado demais
tentando ler enquanto Emília tagarelava sem parar,
e falou sem pensar. Para Emília, tudo é fácil, por isso ela acha
que pode virar a “Chave da Guerra” para desligá-la, e então o mundo estará
novamente em paz, mas ela acaba
escolhendo
a chave errada e vira a Chave de Tamanho, o que acaba deixando todo mundo
pequenininho. As catástrofes tomam conta do mundo, muitas vidas são
perdidas, mas Emília ainda se sente satisfeita, achando que “acabou com a
guerra”.
De certo modo, sim… mas a que custo?
Alguns dos
moradores de Tucanos estão vivendo escondidos em um
buraco na parede (no melhor estilo
“Tom & Jerry”), mas o número de mortos não para de crescer na
cidade:
“Ah, quando eu pegar o causador
dessa monstruosidade!” Tio Barnabé e João Perfeito, por sua vez, estão
vivendo isolados de todo o pessoal do Sítio do Picapau Amarelo, e ninguém sabe
o que aconteceu com eles… na verdade, o Tio Barnabé caiu em uma ratoeira que
ele mesmo armou, e agora está apavorado com cada rato que acaba aparecendo por
ali, achando que eles podem confundi-lo com um pedaço de queijo e devorá-lo, ou
temendo o que vai acontecer quando
todo o
queijo que ele tinha colocado acabar. João Perfeito, por sua vez, está
livre e quer fazer de tudo para conseguir alguma ajuda para o Tio Barnabé, e
toda essa parte é um pouquinho deprimente…
O Tio
Barnabé pede que o João Perfeito “não arrisque a sua vida por ele”, o que é bem
triste, na verdade, mas João quer encontrar ajuda para o amigo de qualquer
maneira, embora seja detido por animais outrora inofensivos, como um
pintassilgo e um gafanhoto.
Quando o Tio
Barnabé pede que ele prometa não arriscar a sua vida, no entanto, João Perfeito
lhe pergunta sobre a AMIZADE, e é bonitinho… o pessoal do Sítio, por sua
vez, também se preocupa com o Tio Barnabé e o João Perfeito! O Garnizé e o Zé
Carneiro querem buscá-los, e o Pedrinho também, garoto corajoso, quer fazer de
tudo para salvar o Tio Barnabé, e até se arrisca a descer da estante por uma
teia de aranha, mas acaba tendo que voltar depressa, em um momento angustiante,
antes de ser devorado pela aranha que teceu a teia… Narizinho, desesperada, e
Dona Benta, o abraçam de volta afetuosamente.
A vida dos
encolhidos não é das mais fáceis…
eventualmente, todos ficam entediados, e Tia Nastácia deseja que eles tivessem
algum tipo de distração dentro daquela caixa de fósforo, como um livro, e aqui
temos um momento interessante no qual Dona Benta fala sobre os livros e como
acredita que
todo o conhecimento da
humanidade foi perdido com essa história de eles ficarem pequenininhos –
afinal de contas, seria praticamente impossível ler um livro. Em primeiro
lugar, tirar o livro da estante, com todo o seu tamanho e o seu peso, seria
extremamente difícil… e, mesmo se eles conseguissem fazer isso, abrir o livro
seria outro esforço gigantesco e, por fim, eles teriam que ler
juntando letra por letra enquanto caminhavam
embaixo da linha – seria um esforço tremendo e “um trabalho digno de
Hércules”, como ela diz, terminar a leitura de um livro.
Para
amenizar a fome, os encolhidos do Sítio do Picapau Amarelo precisam contar com
a ajuda do Rabicó, que cozinha um único fio de macarrão que
é o suficiente para que os cinco encolhidos
(Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Zé Carneiro e Garnizé) comam – Tia
Nastácia se recusa veementemente a comer, dizendo que “não vai comer nada que
foi preparado pelo Rabicó”. Depois que todo mundo está dormindo, Tia Nastácia
até se esgueira para fora da caixinha de fósforo, na esperança de comer um
pouquinho do macarrão, mas acaba sendo flagrada pelo Rabicó, que ri dela, e
então ela desiste, e ainda diz que “não estava pensando em comer”. Assim, Tia
Nastácia vai ter que continuar com fome, e não há nada que a Dona Benta ou a
Narizinho possam dizer que a faça mudar de ideia…
mesmo que o Rabicó esteja fazendo muito bem o seu trabalho de guardião.
Isso porque
o Visconde continua fora, procurando por Emília!
Emília, por
sua vez, está cuidando de Juquinha agora que Candoca foi capturada por um
passarinho – ela conta toda a história das guerras, da tristeza de Dona Benta e
da sua ideia de ir à Casa das Chaves, se vangloriando ainda por ter “acabado
com as guerras”. No meio da conversa, no entanto, Juquinha acaba sendo
capturado pelo mesmo passarinho que levou primeiro a sua irmã, e então ela
decide que precisa fazer alguma coisa, e precisa enfrentar tanto o gato que
comeu a família das crianças, seus “sobrinhos”, quanto o passarinho que agora
os capturou –
“Será que eu posso lutar
contra esses monstros monstruosamente monstruosos?” Ela se diz toda
corajosa, mas quando o passarinho retorna, Emília acaba se escondendo, mesmo
que se repreenda por isso:
“Não fica bem,
não! Uma heroína da humanidade fugindo de um passarinho!”
Eventualmente,
o passarinho acaba capturando também a Emília e a leva para o ninho, o mesmo para
onde levou Juquinha e Candoca, e ali os três descobrem uma maneira de fugirem,
além de poderem se vestir:
o ninho está
cheio de algodão. Eu me lembro de ter algo no livro
“A Chave do Tamanho” sobre a Emília vestida de algodão! Ela prepara
uma roupinha para ela, para Juquinha e para Candoca, e os três usam o algodão
para
flutuar até o chão, e então
conseguem escapar do passarinho e retornar para um misterioso buraco no chão,
um lugar onde eles podem se esconder, mesmo que as crianças estejam um pouco
preocupadas e com medo de o bicho que mora naquele lugar, seja lá que bicho é,
voltar, mas Emília os repreende em um momento divertido:
“Quem pode garantir que tem um bicho morando nesse buraco? E se esse
buraco tiver para alugar?”
AS COISAS
QUE A EMÍLIA DIZ! <3
Emília manda
Juquinha e Candoca ficarem escondidos no buraco de animal enquanto ela sai,
porque, segundo ela, “tem muita gente precisando de sua ajuda” e “é seu destino
andar por aí consertando as coisas que os outros fazem”, ou qualquer coisa
assim. Ela chega a amarrar as crianças para que elas não a sigam, já que elas
estão com medo de ficarem ali sozinhas, mas Emília acaba escorrendo de volta
para dentro do buraco pouco depois de conseguir sair, e com uma informação
importante:
ela finalmente sabe quem mora
naquele buraco, e são formigas – quantas poderiam ser e como os três podem
se defender delas? Desesperados, Juquinha e Candoca se põem a chorar novamente,
morrendo de medo, e eu adoro a rigidez da Emília, toda brava dando bronca neles
e mandando eles pararem de chorar, porque ela pode ser bruta,
mas a verdade é que se importa…
Fico até
triste em pensar em sua reação quando descobrir o que causou no mundo!
Quando finalmente ela se der conta das
consequências de virar a Chave do Tamanho…
Para mais postagens sobre o Sítio do Picapau Amarelo, clique
aqui.
Ou visite nossa página: Cantinho
de Luz
Comentários
Postar um comentário