Como fugir de um crime que você não cometeu?
QUE COMÉDIA
DELICIOSA! Em maio, a Netflix lançou “Um
Crime Para Dois”, uma comédia sobre um casal em crise que acaba se
envolvendo, por acidente, em um crime,
e agora eles precisam fugir da polícia enquanto tentam desvendar o mistério em
volta do porquê o Bigode matou o Bicicleta, para provar sua inocência… o filme
é divertido e pode ser extremamente bizarro em alguns momentos – e são
justamente essas situações exageradas e estranhas que tornam o filme mais
absurdo e, consequentemente, mais divertido. Tem um pouquinho de tudo e a
comédia consegue fazer aquilo que toda comédia deveria: NOS FAZER RIR. Dei
ótimas risadas em “Um Crime Para Dois”,
me encantei pelos personagens (brilhantemente interpretados por Kumail Nanjiani
e Issa Rae) e torci por eles – tanto em relação ao crime quanto ao
relacionamento.
O filme, de
certa maneira, parece
uma série de
esquetes – e essa “divisão” toda resulta em algo maior que se encaixa no
último ato do filme, quando eu já estava até sem esperanças de entender por
completo o crime e as motivações do criminoso…
porque, eventualmente, não é isso que importa – o que importa mesmo é a
dinâmica de Jibran e Leilani e como eles lidam (ou não lidam) com os problemas.
A primeira parte do filme é uma deliciosinha comédia romântica resumida em
aproximadamente 5 minutos. Os primeiros encontros, primeiros flertes, primeiro
beijo… de quando Jibran e Leilani se conheceram até
quatro anos depois, quando os reencontramos discutindo e parece que
essa é a vida deles agora. Durante
uma discussão no carro, eles percebem que
estão
cansados disso tudo, e terminam o relacionamento, num momento emotivo,
interrompido…
Aqui, o
filme toma um rumo totalmente diferente. Eles atropelam um bicicleteiro (MEU
DEUS, O SUSTO!), que não quer ser ajudado por eles, nem ser levado para o
hospital, porque ele continua
pedalando
– o mais longe que puder. Então, o carro de Jibran e Leilani é invadido por um
homem que se diz policial (embora não mostre nenhuma prova do que diz), e
começa uma
alucinante perseguição
pelo Bicicleta – e os dois ficam fazendo comentários hilários, se sentindo os
“heróis”…
até perceberem que talvez
estejam do lado errado. Achei fortíssima a cena em que o Bigode atropela o
Bicicleta inúmeras vezes – eu estava tão em choque que me perguntei se eu
conseguiria rir tanto assim do filme, mas eu consegui.
E muito. A começar pelas expressões HILÁRIAS de Jibran e Leilani, e
tudo em que eles se meteram depois que o Bigode fugiu e os deixou na cena do
crime.
Eles ficam
desesperados… um casal se aproxima e vê o bicicleteiro morre e assume que
eles sejam os assassinos, e eles
percebem que essa é a conclusão óbvia a que todos vão chegar:
afinal de contas, eles estavam lá e o carro
era a arma do crime. Então eles fogem: sua única opção é provar que são
inocentes, então eles se metem em UMA SÉRIE DE CONFUSÕES DIVERTIDÍSSIMAS.
Ignorando ligações da polícia (a Leilani mentindo sobre estar em casa e
fingindo surpresa que “o carro sumiu” me lembrou aquele meme da mulher que vê
um buraco na rua:
“Eu tô chocada! Eu tô
passada!” e o Jibran pegando o celular e jogando no milk-shake é
impagável!), e se perguntando o que eles podem fazer, e aproveitando que eles
estão com o celular do cara morto, eles resolvem
tentar investigar a morte dele – quem sabe eles descobrem algo.
As cenas são
UM MÁXIMO. Temos aquela cena da loja e as roupas HILÁRIAS que eles escolhem,
temos aquela cena dos dois encontrando os amigos e inventando toda uma história
para que um deles os ajude a desbloquear o celular, temos um encontro com os
possíveis vilões que os ameaçam com óleo quente ou um coice de cavalo, e aquele
momento icônico dos dois tentando invadir a casa do Bicicleta… é uma série de
eventos enquanto eles tentam desvendar o mistério, enquanto descobrem que,
apesar das brigas, eles
sempre gostaram
muito um do outro e ainda se amam, e eu acho que o grande trunfo do filme é
justamente o fato de Kumail Nanjiani e Issa Rae funcionarem tão bem juntos e serem
tão naturalmente engraçados – o humor do filme está, em grande parte, no humor
físico e nas expressões de ambos, e eles ARREBENTAM.
Me diverti demais.
A jornada
dos dois acaba os levando a uma seita, que é UMA DAS MELHORES CENAS DO FILME.
Esse é um dos maiores exemplos do que eu falei sobre “situações absurdas”.
Passei grande parte do filme exclamando
“What
the fuck?” no meio de risadas sinceras, porque não podia acreditar como
tudo podia continuar se tornando mais bizarro e complicado para eles… a cena da
seita tem todo um mistério, fiquei apreensivo e RI MUITO dos números chamados
transando lá no meio de todo mundo e a Leilani dizendo que “não estava achando
isso ruim” e, o melhor de tudo:
“Será que
vão chamar mais números?” HAHAHA ESSE FILME É MARAVILHOSO! E é bem aqui na
seita que eles acabam sendo descobertos, quando descobrem que eles usaram o
código de alguém
morto para entrarem,
e eles são enganados para tirarem suas máscaras e revelar suas identidades.
Quando a
polícia invade o teatro e todos os membros da seita
já conseguiram escapar, Jibran e Leilani são levados para a
delegacia, e aqui temos
a cereja do bolo:
a mulher falando que estavam procurando eles o dia inteiro porque “foram
testemunhas de um crime importante e queriam colocá-los sob proteção” – a
expressão deles ao descobrirem que
nunca
foram suspeitos porque tinha uma câmera no lugar do crime, e eles
confessando um monte de coisas e compartilhando
informações demais… a conclusão do filme é incrível. O mistério se
resolve quando descobrimos que o Bigode era mesmo um policial, além de um
membro da seita, e ele estava
chantageando
o pessoal da seita. De todo modo, Jibran e Leilani precisam
trabalhar juntos para vencê-lo e voltar
para casa em segurança, e é LINDA a conexão que eles
redescobrem nesse dia louquíssimo!
O filme é
bizarro, exagerado, divertido e, ironicamente, fofo!
AMEI! <3
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