Uma Invenção de Natal (Jingle Jangle: A Christmas Journey, 2020)

Discover a world of wishes and wonder!

QUE ESPETÁCULO! Eu sou apaixonado por filmes de natal e por bons musicais, então “Uma Invenção de Natal” foi, para mim, um filme praticamente perfeito – com um elenco talentoso, músicas contagiantes (com destaque para “Square Root of Possible”, que eu achei linda demais!) e um visual belíssimo, o filme encanta e fascina! Queríamos conhecer a ‘Jangle and Things’. Toda a vibe do filme me fez pensar em outras produções, como “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, “A Invenção de Hugo Cabret” e “O Rei do Show”, que construíram toda a atmosfera do filme e da história, mas também tivemos referências pontuais a “O Mágico de Oz” e, quem sabe, “Peter Pan” – essa última, no entanto, é a mais possível de ser apenas coisa da minha cabeça… o filme investe em cores e em mecanismos elaborados para criar um universo fantástico e deveras convidativo.

Para mim, é um espetáculo visual, em primeiro lugar.

O filme começa nos apresentando a loja e a história de Jeronicus Jangle, o maior inventor de todos, que dedica sua vida a fazer brinquedos, um mais criativo e mirabolante que outro – tudo é vivo, tudo é mágico, e eu me senti como quando entrei na fábrica de chocolate do Willy Wonka pela primeira vez: uma criança fascinada, querendo conhecer tudo. O primeiro número musical, “This Day”, é uma das coisas mais lindas de todo o filme, porque tem várias vozes, várias pessoas em figurinos extravagantes e cheios de movimentos, dançando uma coreografia precisa… é o tipo de cena em musical que faz um sorriso se abrir no meu rosto! Tudo é mágico, tudo é belo! Então, Jeronicus Jangle cria a sua maior invenção, o Don Juan Diego, um bonequinho com vida que não quer ser fabricado em massa e, por isso, convence Gustafson, o ajudante do Sr. Jangle, a escapar…

Levando consigo o livro de invenções.

Dali em diante, a vida de Jeronicus Jangle perde todo o brilho – ele não consegue mais inventar nada, enquanto Gustafson lança, a cada ano, um brinquedo novo de seu livro de invenções, se tornando o maior fabricante de brinquedos do mundo, mas apenas com ideias roubadas. Jeronicus perde a esposa, se afasta da filha, e se torna um velho ressentido que deixou de acreditar – por isso, sua grande loja de brinquedos se tornou uma loja de penhores, suas dívidas se acumulam, e ele é pressionado por uma invenção revolucionária até o natal, ou então o banco terá que confiscar tudo o que ele tem por suas dívidas. A vida de Jeronicus Jangle está prestes a mudar com a chegada de sua neta, a pequena, inteligente e inventiva Journey, que sempre sonhou em conhecer a ‘Jangle and Things’, O LUGAR MAIS MÁGICO DE TODO O MUNDO… que já não é o que ela esperava.

O filme tem uma ideia muito bacana e muito bem executada – não é nada tão complexo e não se assuste com as 2h de filme, justificável pelas divertidas e empolgantes cenas musicais… gosto da determinação e da inteligência de Journey, e como “Square Root of Possible” evidencia essa faceta da garota, QUE É UM MÁXIMO! O talento da pequena Madalen Mills é inquestionável em uma música lindíssima com uma bela letra, que me arrepiou! É assim, acreditando que tudo é possível, que Journey encontra o Buddy 3000, uma invenção em que Jeronicus trabalha há anos, mas que acredita que não funciona… e Journey descobre que o pequeno robozinho funciona sim, e é perfeito! Ele anda, ele conversa, ele voa e ele pode fazer as pessoas voarem com ele. É uma cena leve que Journey compartilha com Edson, o “ajudante” do Sr. Jangle, mas que acaba com a chegada do avô…

Na frente de Jeronicus, o Buddy 3000 não funciona… não até que ele volte a acreditar.

Então, Journey precisa fazer a diferença na vida do avô, precisa convencê-lo a voltar a acreditar, mas apenas dizer que o Buddy 3000 funciona não é o suficiente… por isso, ganhamos cenas leves como aquela da guerra de bolas de neve, e um momento mais tenso, que é quando Gustafson reaparece e rouba o Buddy 3000. Gustafson reaparece ao som de “Magic Man G”, depois de ter usado todo o livro de invenções de Jeronicus, e aquela cena me faz pensar muito em “O Mágico de Oz”. A escolha das cores, tanto do figurino quanto do cenário, deve ter sido proposital para nos remeter ao Mágico, o grande impostor: a própria porta da qual Gustafson sai parece reaproveitada de um cenário da Cidade das Esmeraldas… e toda a noção bate: um homem amado e idolatrado como excelente no que faz, mas que é, na verdade, um impostor levando créditos pelo que outros fizeram.

Alguém sem poder (mágico ou inventivo) nenhum.

Uhm.

Depois de ter ganhado o prêmio de Maior Fabricante de Brinquedos do mundo durante 28 anos, Gustafson precisa urgentemente de algo novo, e algo que funcione… o Buddy 3000, no entanto, não funciona durante a apresentação para os compradores que ele convoca: talvez porque Gustafson não acredite o suficiente. Então, Journey e Edson invadem a sua loja para roubar o amigo de volta, em uma sequência eletrizante e digna de uma grande aventura, na qual Journey e Edson precisarão da ajuda de Jeronicus Jangle – é hora do Vovô J descobrir que se importa com ela, que acredita e testar a sua equação do possível… e funciona. Com a ajuda de Jeronicus, Journey e Edson saem em segurança e levam consigo Buddy 3000, que também ajuda quando necessário, mas que acaba pagando por isso e está quase que completamente destruído quando eles vão embora.

Agora, o Sr. Jangle precisa consertá-lo. Aqui, ganhamos outra das minhas músicas favoritas: “Make It Work” é LINDÍSSIMA, e é um dueto entre Jeronicus e Jessica, sua filha. Jeronicus está de volta ao trabalho em sua oficina, acreditando que pode consertar o Buddy 3000 e fazê-lo funcionar, enquanto Jessica está saindo mais cedo de casa para buscar Journey, como disse que faria… a música é linda, o talento de Anika Noni Rose é de arrepiar, e a coreografia na rua (me remeteu a “Mary Poppins”, pelo cenário e pelas cores) é INCRÍVEL. Certamente, uma das melhores cenas de todo o filme, e ela ainda termina no momento em que Jeronicus e Jessica se reencontram, depois de tantos anos, e então eles precisam “consertar” não apenas o Buddy 3000, mas também a relação deles, e é uma reconciliação linda e emocionante… o espírito natalino.

O final do filme, então, tem uma reprise de “This Day”, mostrando um recomeço para Jeronicus Jangle: agora acreditando, agora cheio de ideias para fazer coisas espetaculares e salvar a sua loja, o lugar mais mágico do mundo… é um final bonito, alegre e emocionante – uma bela história natalina, contada da melhor maneira possível, com essas músicas incríveis e esse visual estonteante. Por fim, a magia continua viva, quando “descobrimos” (tá bom, a gente já sabia) que Journey é a senhora contando a história de Jeronicus Jangle para seus netos (tataranetos do próprio Sr. Jangle), quando eles veem a loja do lado de fora da janela e, com a ajuda do pequeno Buddy 3000, que continua por ali, eles saem voando pela janela para conhecê-la… agora que eles estão “prontos para a magia”. Vê-los voar janela afora me lembrou “Peter Pan”, mas a esse ponto, já é coisa da minha cabeça.

Um filme LINDÍSSIMO!

 

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