Vale o Piloto? – Alice in Borderland 1x01

“Viver” ou “morrer”?

CARAMBA, QUE ESTREIA FENOMENAL! “Alice in Borderland”, a adaptação da Netflix para um mangá de sucesso, apareceu na minha página inicial e eu cliquei “play” quase que imediatamente. Uma produção japonesa repleta de tensão que me fascinou desde o trailer, e conta com um primeiro episódio de tirar o fôlego. Com uma pegada que me lembrou um pouquinho de “Escape Room”“Nerve”“Jogos Mortais” e “3%”, “Alice in Borderland” também tem sua própria identidade e sua força, apresentando bastante coisa em um primeiro episódio movimentado e que caminha por diferentes gêneros, nos prendendo do início ao fim, mas a série também sabe segurar o tanto de informação necessária para que estejamos ansiosos pelo próximo episódio… estou aqui escrevendo essa review, mas ansioso para poder voltar para a série!

O episódio começa nos apresentando três rapazes razoavelmente “problemáticos”. Ryohei Arisu é o primeiro deles, um rapaz que passa o tempo todo em seu quarto, jogando videogame e sendo “um peso na casa”. Depois, conhecemos também Karube, que acabou de ser demitido do seu emprego porque estava tendo um caso com a esposa de seu patrão. Por fim, temos o mais tímido e, quiçá, mais sensível (foi o que o primeiro episódio me fez pensar) Chota, um rapaz infeliz com o seu emprego, possivelmente humilhado constantemente, e que precisa de um tempo daquilo tudo… é assim que os três estão caminhando pelas ruas da movimentada cidade em que moram para se encontrar na frente de uma estação de metrô, onde eles possam conversar e, quem sabe, sair para beber. É uma introdução maravilhosa e já faz com que comecemos a nos importar com eles.

Mas as coisas estão prestes a ficar muito melhor

Há um climinha gostoso no início do episódio, quase leve. Mas, se você leu a sinopse ou viu o trailer, sabe que isso não vai durar… sabendo que, em algum momento, os três garotos se encontrariam em um mundo sem mais ninguém ao seu redor, eu fiquei esperando ansiosamente pelo momento em que todos desaparecessem – e isso não acontece como esperamos ou nos momentos em que parece que isso pode acontecer, o que é uma jogada inteligentíssima para gerar tensão e expectativa… é como um filme de terror que te prepara para um susto que acaba não vindo, só para te pegar desprevenido em algum outro momento. Fiquei aguardando pelas pessoas desaparecendo enquanto os três olhavam para a rua movimentada em silêncio, ou enquanto Arisu era girado sobre os ombros do amigo, vendo todas as pessoas que estavam ao seu redor.

São cenas que se prolongam, que geram essa tensão, mas as pessoas só “desaparecem” (não estou certo de que foi isso mesmo que aconteceu) mais tarde, quando o trio está fugindo da polícia e se esconde dentro do banheiro da estação – subitamente, a energia acaba, os celulares se desligam, e eles se veem sozinhos em um mundo desolado que nem podem curtir antes que se torne uma arena de jogos mortais… acho muito incrível como caminhamos por aquelas ruas desoladas e como isso causa uma sensação estranha, e como já nos preparamos para o que quer que ainda esteja por vir. Logo que percebem que estão realmente sozinhos, os meninos são guiados por uma mensagem em um prédio para o lugar onde, segundo estão sendo informados, “o jogo vai começar”. E a verdade é que a curiosidade acaba sendo muito maior do que o medo ali.

 

BEM-VINDOS, JOGADORES.

O JOGO COMEÇARÁ EM INSTANTES.

 

Adorei o que “Alice in Borderland” fez com seu primeiro episódio, porque eles poderiam ter se fixado na apresentação dos meninos e no “desaparecimento” das pessoas, o que já é bastante intrigante, mas eles já introduzem o jogo, que é o que realmente é a cara da série – E É UMA PRIMEIRA PARTIDA ELETRIZANTE. Eles entram num prédio onde celulares esperam por eles e o início da partida – a primeira prova se chama “MORRER OU VIVER” e, uma vez que eles tenham chegado até ali, eles não podem mais voltar… agora, eles precisam jogar ou morrerão. A concepção é um máximo, e então eles são colocados em uma sala com duas portas, e eles precisam escolher uma delas para passar: a que diz “morrer” ou a que diz “viver”, e embora pareça uma escolha óbvia, as coisas nunca são tão simples quanto se parece… ainda mais em jogos assim.

Uma das garotas que eles acabam encontrando antes do começo do “jogo” acaba sendo a primeira a, desesperada, abrir uma porta e ela acaba sendo assassinada – o momento é rápido, mas brutal, e é o que dita o ritmo de todo o restante do jogo. Tudo é repleto de tensão em um roteiro inteligente, atuações boas e personagens carismáticos… na segunda sala, com um tempo menor para escolher a porta do que na primeira, uma discussão interessante nasce sobre como aquela garota foi sacrificada e sobre como é isso que quem quer que esteja por trás disso quer que eles façam: escolham alguém para se sacrificar, e, se essa pessoa morrer, os demais passam pela outra porta… mas por quanto tempo eles terão que continuar fazendo isso? Eles acabam tendo sorte na segunda sala e chegando em segurança para uma terceira sala… mas não podem contar com a sorte.

Confesso que eu provavelmente teria morrido naquele lugar mesmo – Arisu, no entanto, inteligente e ótimo em jogos de estratégia, acaba matando a charada e entendendo o que está acontecendo, guiando-os em “segurança” até a sala seguinte, mas ainda assim o episódio é tenso e nos deixa apreensivos. O episódio é bem conduzido, com o Arisu explicando o seu raciocínio, correndo sempre contra o tempo e tendo que enfrentar imprevistos quando parece que a sua lógica não está mais funcionando, até que eles consigam, finalmente, passar por uma sala que não é quadrada e terminar essa partida… TODA A SEQUÊNCIA DESSE PRIMEIRO JOGO É MARAVILHOSA. Tensa, brutal, mas incrível! E se esse foi o primeiro “jogo”, eu mal posso esperar para ver o que ainda nos aguarda no futuro de “Alice in Borderland”. Já estou me apaixonando pela série!

Chota, no entanto, sai com a perna terrivelmente machucada, e agora eles têm o que os “organizadores do jogo” chamam de “um visto de 3 dias”. Quando o visto expirar, eles morrerão… a não ser que, como já foi dito desde o começo, eles continuem jogando. Eles terão que continuar jogando se quiserem sobreviver, sem saber aonde isso vai chegar ou como eles saem desse lugar bizarro no qual eles podem morrer a qualquer momento… o final é excelente, assim como todo o episódio, e mostra o que acontece quando o visto expira para pessoas que decidem não continuar jogando. Por enquanto, eles não terão escolha… mas até quando até que eles estejam cansados disso tudo? Amei, super recomendo, e espero demais que o restante da temporada seja tão boa quanto essa estreia, que me deixou fascinado do início ao fim do episódio!

 

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