Anne with an E 3x08 – Great and Sudden Change

A “formatura” em Avonlea.

Um dos melhores episódios da série! Estamos encerrando a última temporada de “Anne with an E” e a série vai terminar com um saldo impecável de episódios perfeitos e é por isso que ninguém estava preparado para se despedir dela e os fãs até hoje pedem pela renovação ou salvação da série – ELA É PERFEITA E NECESSÁRIA DEMAIS! Elogio, e sempre elogiei, tudo em “Anne with an E”, dos visuais impecáveis e atuações brilhantes à maneira inteligente e emocionante de contar histórias… a série não apenas nos diverte, não apenas nos emociona, mas ela nos toca, ela faz a diferença – vou sentir falta de todos esses personagens. Em “Great and Sudden Change”, a escola de Avonlea pegou fogo depois dos caras nojentos do Conselho irem durante à noite para roubar a prensa, para tentar silenciar Anne, a Srta. Stacy e todos os jovens que fizeram a diferença no episódio passado.

É angustiante e triste ver a escola queimada, e a reação de Anne ao chegar no lugar destroçado é de partir o coração… bem como o da Srta. Stacy, mas eu acho que ela age lindamente apoiando os jovens e dizendo que eles não vão deixar que isso os silencie. Afinal de contas, se alguém se deu ao trabalho de roubar-lhes a prensa e queimar a escola, é porque eles os atingiram de algum modo… a Srta. Stacy, então, leva os jovens todos para a sua casa, para que eles possam terminar de estudar para as provas de admissão para a faculdade que estão por acontecer, e Anne corre até a casa de Rachel Lynde, para falar sobre a atrocidade cometida e como eles não vão ficar quietos por causa disso – mas Rachel não estava com eles, ela não sabia de nada, e ela tampouco concorda com essa ação brutal e imperdoável do Conselho e, por isso… ela vai FAZER A DIFERENÇA.

A cena do Conselho, devo dizer, é SENSACIONAL! Rachel e Marilla se juntam para enfrentar o Conselho, e Rachel sabe ser “convincente” de uma forma impressionante – então, ela consegue mais três vagas no Conselho para mulheres (dentre elas, a própria Marilla), para que haja alguma igualdade de gênero. Enquanto isso, mais mudanças estão acontecendo por toda parte… Diana terminou com Jerry, por exemplo, achando que eles são muito diferentes e sabiam disso desde o começo e, portanto, não deviam ter insistido, mas duas pessoas serão importantíssimas na sua mudança ao longo desse episódio: a Tia Josephine e a sua irmãzinha, a Minnie May. A começar pela Tia Josephine, que aparece em Avonlea apenas para convencê-la de que ela tem potencial e existem mais possibilidades na vida que ir para Paris e aprender a ser uma boa esposa…

Ela acha que Diana devia fazer a prova de admissão para a faculdade!

Gente, toda a sequência das provas de admissão é PERFEITA, uma das melhores, mais divertidas e mais lindas cenas que já vi em “Anne with an E”. Para começar, todos estavam hilários em sua preocupação normal… pequenos surtos, pessoas respirando dentro de sacos de papel, pessoas vomitando, pessoas receitando informações que decoraram… e, surpreendentemente, o clima era uma delícia e eu acabei me divertindo. Gilbert, infelizmente, vai a Charlottetown fazer a sua prova, e ele acaba não participando dos melhores momentos com os amigos… enquanto os seus alunos estão sendo examinados, a Srta. Stacy tem que lidar com o estresse tanto da prova quanto do fato de a sua escola ter sido incendiada, e por isso ela acaba indo pescar (é pescaria ou assassinato, segundo ela), e ali ela compartilha um momento bacana com Sebastian, lembrando algo que conjecturamos no passado: será que eles ficam juntos?

Por falar em Bash, a carta que ele enviou para a mãe há alguns episódios pedindo ajuda finalmente dá resultado e ela aparece em Avonlea para ajudar o filho, mas ela é um tanto rabugenta ao ser tirado de sua zona de conforto, e ela ainda não consegue entender como as coisas funcionam em Avonlea… é estranhíssimo, para ela, chegar em casa e ver que Marilla e Rachel, duas mulheres brancas, estavam limpando a casa e agora estão “bajulando” Sebastian, e ela tampouco entende a relação do filho com Gilbert Blythe… para Gilbert e Bash, eles são praticamente como irmãos, e é uma relação que eles construíram de uma forma bem bonita, mas para a mãe de Bash, acostumada a servir a vida inteira, o “Sr. Blythe” é o patrão que precisa ser agradado… é desesperador, e eu fiquei com pena dela, no fundo, porque é tudo o que ela sabe fazer.

Ela acha que seu lugar é servindo… tristíssimo.

Depois do fim das provas, os jovens protagonizam uma das melhores e mais inesperadas cenas do episódio – é bonito e reconfortante ver o alívio depois que o estresse da avaliação chegou ao fim. Vê-los sorrir, festejar, jogar os chapéus para o alto e, por que não, beber. Diana, felizmente, saiu de casa mentindo para os pais para fazer a prova, uma decisão acertadíssima, e agora está ali, compartilhando isso com todos… a cena é um máximo, eles acendem uma fogueira, bebem, dançam, compartilham a alegria juvenil de uma fase da vida encerrada – é praticamente um rito de passagem, e é lindíssimo. Sentimos a liberdade, o alívio… e aquilo passa para cada um de nós. Destaque para Anne, que estava absolutamente linda enquanto sorria e dançava próxima à fogueira, o cabelo aos ventos… ela estava leve e esse era o detalhe que a tornava ainda mais bonita.

E Gilbert chega bem no momento de ver isso… ali, ele sabe, ele sente, ele entende.

Gilbert pareceu estar em outro mundo durante todo o episódio, porque ele nem faz a prova junto com os amigos e, depois da prova em Charlottetown, ele foi para a casa de Winifred, na qual o pai dela pareceu lhe oferecer tudo… o dinheiro para ele ir para a faculdade com que sonha, em Paris, um apartamento onde ele pode morar com Winifred e a autorização para pedi-la em casamento. É quase “tudo” o que ele sempre quis, mas ele sabe que tem alguma coisa faltando… e é por isso que ele tem que falar com Anne, é por isso que ele precisa saber se existe alguma chance de eles terem um futuro juntos… mas Anne fica transtornada, confusa (“What’s holding you back?”), não sabe bem o que dizer e ela acaba sendo tirada do lado de Gilbert pelas amigas que a querem de volta na fogueira, querem que ela guie um de seus “rituais”, para que esse momento fique marcado

Anne e Gilbert protagonizam momentos paralelos e excelentes ao longo desse episódio… ele tentando desistir dela e pensando em pedir Winifred em casamento; ela entendendo que está apaixonada por ele, afinal de contas. Então, Anne vai falar com a Tia Josephine para pedir conselhos, para entender o que está acontecendo, para dizer que, nos livros, as personagens simplesmente “sabem” o que fazer, e ela está confusa, sentindo que a sua escolha vai arruinar a sua vida ou a de Gilbert. Gilbert, por sua vez, conversa com Sebastian a respeito de tudo: a respeito de como o pai de Winifred lhe ofereceu tudo e de como ele foi conversar com Anne para saber se eles tinham alguma chance… Bash chega até a comemorar porque sabia que ele amava Anne desde que ele recebera aquela carta no navio, na segunda temporada, mas ele diz que ela o rejeitou.

Então, ele vai apostar em um “talvez”?

Por fim, o episódio traz um momento IMPORTANTÍSSIMO em que Minnie May, tão pequena, dá uma verdadeira lição em Diana. Diana encontra a irmãzinha chorando escondida dentro de um armário, e então Minnie May fala que ela não quer ser como ela e que “nem mesmo Diana gosta de ser a Diana”, porque ela só finge e fingir é mentir e mentir é ruim… então, algo estala dentro de Diana, e ela sabe que tem algumas coisas que ela precisa fazer – a primeira delas é ir falar com Anne. A cena final de Diana e Anne é LINDA. Começa com um bilhete embaixo da porta e, quando Anne a abre, Diana está esperando por ela com um dente-de-leão na mão. Foi muito bom ver a Diana repetindo o que Minnie May disse, e decidindo que, de agora em diante, ela só quer ser ela mesma… então, as duas renovam os seus votos de amizade e colocam essa promessa no dente-de-leão ao vento.

QUE MOMENTO LINDO.

Eu amo TANTO essa série. Não vou poder me despedir!

 

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