“It’s you,
Anne… my Anne with an E”
“Anne with an E” é, certamente, uma das
séries mais lindas que eu já vi na vida… se não for a melhor e mais perfeita
série que eu assisti. Desde a primeira temporada até essa conclusão belíssima,
nunca houve um episódio em que eu não tenha rido, chorado e vivido as emoções
desses personagens – não há uma
reviews
em que eu não tenha vindo até aqui para dizer O QUANTO ESSA SÉRIE É PERFEITA.
Comecei depois do
cancelamento e,
como comentei no último texto, isso não me preparou para esse momento. Assisti
ao último episódio emocionado, amando cada segundo e desejando que não chegasse
ao fim e, quando chegou,
não foi mais
fácil porque eu sabia desde o começo. Eu queria uma quarta (quinta, sexta,
sétima) temporada, e acho que
“Anne with
an E” ainda tinha muito o que explorar – ao mesmo tempo, o final foi LINDO.
Que belo ver
tantas coisas se fechando!
O episódio
começa já onde queríamos: com a viagem de Gilbert Blythe até Charlottetown para
falar com Winnifred Rose e, como suspeitamos, ele não estava lá para pedi-la em
casamento, no fim das contas… depois de ter entendido sozinho seus sentimentos
por Anne, ele está ali para dizer-lhe que não vai para Paris nem se casar com
ela, e eu confesso que fiquei com pena da Winnifred… Gilbert e Anne foram
feitos para ficarem juntos e eu desejava
isso com todo o meu coração, mas isso não fez com que eu ficasse menos triste
com a reação de Winnifred, coitada. Quando Gilbert retorna a Avonlea e à
escola, a Srta. Stacy está prestes a divulgar os resultados das provas e quem
foi aceito para qual faculdade…
Anne e
Gilbert, inclusive, empataram em primeiro lugar em termos de notas. Mas,
naquele momento, Anne está muito interessada em saber se “Gilbert tem algo para
lhe dizer”.
Mas ele não tem… a não ser “Parabéns”.
Ele não leu o bilhete, e tampouco pode sair se declarando para ela porque
prometeu a Winnifred que lhe daria duas semanas antes de contar para as pessoas
sobre a sua decisão… mesmo assim, Gilbert acaba não se contendo e acaba em
Green Gables para falar com Anne e, ao não encontrá-la, ironicamente ele
resolve fazer
exatamente o mesmo que ela
fizera: escrever-lhe uma carta. Diferente dela, no entanto, ele coloca a
carta em um lugar que ela vai encontrar quando chegar em casa:
na mesinha do seu quarto. E é uma carta
lindíssima, apaixonada, perfeita…
se a
Anne ao menos a lesse na íntegra, mas ela não o faz. Ela está furiosa
porque acha que o Matthew não vai sentir saudades dela e porque acha que o
Gilbert leu sua carta e não teve coragem de enfrentá-la, então ela simplesmente
a rasga.
Era como se meu coração fosse rasgado junto…
e eu ri de nervoso.
A carta
dizia:
“Dear Anne,
Since we are parting ways... perhaps
forever, I feel I must unburden my heart. You are the fond object of my
affection and my desire. You, and you alone, are the keeper of the key to my
heart. Please don't be alarmed. I don't expect your favour, but I can't in good
conscience not reveal myself. I'm not
engaged, nor will I be, unless... it's to you, Anne, my Anne with an E. It
always has been, and always will be... you.
With love, Gilbert”
AH MEU CORAÇÃO!
Depois de
rasgar a carta e jogá-la pela janela, Anne pensa no que fez e corre para
resgatar os pedaços e tentar juntá-las, mas só consegue fragmentos que
interpreta como bem entende…
achando que
ele não a ama e que escreveu uma carta para dizer isso. Então, ela vai
imediatamente até a casa de Diana para contar o que aconteceu, mas encontra a
amiga deitada na cama, chorando, arrasada… quase estática, quase apática. Foi
tão triste ver a Diana sonhar com a faculdade, ser aprovada e então ser podada
pelos pais conservadores que não querem que ela vá para a faculdade porque “sua
obrigação é se casar e se casar bem”. Aquela cena da Anne com a Diana não
precisou de grandes diálogos para ser perfeita e de partir o coração… apenas a
atuação sempre impecável de ambas, a emoção nos olhares e a Diana contando para
Anne:
“I can’t fly”
Parece que
tudo, então, machuca a experiência de Anne… ela deveria estar radiante com a
nova jornada que se apresenta à frente dela, mas ela está arrasada, na verdade.
Ela sabe que o homem que ela ama está casando com a mulher dos seus sonhos, e
não é ela (ou pelo menos ela acredita nisso), e sua melhor amiga, com quem ela
sonhara dividir um quarto na faculdade, foi impedida de voar… além disso,
Matthew está agindo como se não se importasse com a sua partida, e isso é outra
coisa que a machuca profundamente. Não vou mentir que eu amei a possibilidade
de Jerry tendo um quartinho para ele em Green Gables (como eu queria ver isso
na quarta temporada, sério!), mas o Matthew está falando sobre isso apenas
porque está
triste por ver a Anne
partir… ele vai sentir sua falta e não sabe como dizer isso, nem como lidar com
isso.
Mas ele
também não quer que ela se preocupe…
Anne, por
sua vez, fala sobre a experiência de ir embora, E EU QUASE CHOREI!
“I don't want to go! I want to stay here and do my
chores and be a family 'round the fire and I want things to go back to the way
they used to be!”
Interessante
notar a “inversão de papeis” que presenciamos entre Marilla e Matthew… dessa
vez, é Marilla quem tem que conversar com o irmão para colocar algum tipo de
juízo na sua cabeça e fazê-lo ir conversar com Anne… achei emocionante desde o
princípio, quando ela chega no quarto chamando Anne de “nossa filha”, e então
ela dá uma bronca em Matthew, porque ela entende os seus medos, entende que ele
está sofrendo, mas ela também sabe que Anne está pensando que ele não se
importa, e isso apenas a machuca mais ainda – Matthew deveria conversar com
ela, ou então “a perderá duas vezes”. É o papel que Matthew sempre fazia, e que
já fez com Marilla várias vezes, inclusive nessa temporada, em toda a questão
da procura de Anne por seus pais, e agora os papeis estão invertidos, e é
profundamente emocionante. Como não sentir falta de cada um desses personagens?
Enquanto isso,
Anne se despede da Srta. Stacy. E É OUTRA CENA LINDÍSSIMA.
Então,
começamos uma “nova fase” em
“Anne with
an E”… ou pelo menos ganhamos um
preview
de uma temporada que, infelizmente, não poderemos ver. Enquanto Gilbert espera
uma resposta de sua aceitação na faculdade (agora que os planos mudaram e ele
não vai mais a Paris), Anne e as outras garotas, sem Diana, se mudam para
Charlottetown, para a faculdade… e é uma sequência incrível. Anne muda
completamente seu figurino, e ela está mais adulta do que nunca, o que é quase
estranho, porque pensamos em como a conhecemos:
aquela garotinha falante e dramática. Agora, ela é uma moça indo
para a faculdade, começando uma nova fase em sua vida, e é bacana conhecer a
sua nova casa, o seu novo quarto, as pessoas que farão parte de sua vida nessa
nova fase… sem os Cuthbert, sem o Gilbert e, infelizmente, sem a Diana.
Então,
Marilla recebe uma carta da Escócia para Anne, e decide que eles precisam ir
para Charlottetown para entregá-la… Matthew é relutante, diz que não quer
distraí-la, mas pode ser uma informação sobre os pais, algo que ela estava
buscando, e ela quer ir, imediatamente. E a sequência é outra que encheu meu
coração – a sensação de coração quentinho em poder visitar, pela última vez, a
casa da Tia Josephine, encontrar um Cole todo livre e feliz, sendo quem ele é…
QUE MOMENTO EMOCIONANTE. Anne está lá (e não tem como ela não estar feliz, se
ela pode visitar duas pessoas que ela ama tanto, como a Tia Josephine e o
Cole), e Matthew e Marilla chegam trazendo a carta que ela abre na frente de
todos, e é um momento emocionante, embora a carta, na verdade, não tenha
nenhuma informação nova, como ela esperava…
mas
ela contém a frustração.
Tanto Cole
quanto Marilla sabem que ela está decepcionada, no entanto.
Aqui,
Matthew finalmente ganha a oportunidade de conversar com Anne e falar como ele
realmente se sente, quando eles visitam o lugar onde ela morará pelos próximos
anos… ele entrega para ela uma meia com o dinheiro que ganhou com a venda da
vaca Pride, dizendo que é para ela usá-lo para visitá-los quando quiser em
Green Gables, desde que isso não seja uma distração. Os olhos de Anne começam a
brilhar, mas Matthew precisa dizer tudo o que não disse…
a maneira como sente a sua falta diariamente, como estava triste por
ela partir, mas como não queria que ela se preocupasse com eles. “I miss you every day. I love you so”. As cenas do Matthew SEMPRE
sabem ser extremamente emocionantes, e essa é mais uma das belas cenas do
personagem… o sorriso feliz e aliviado de Anne correndo com os olhos cheios de
lágrimas para abraçá-lo.
<3
Ainda temos
umas coisas a resolver, é claro… COMO ANNE E GILBERT, MEU DEUS! Anne está
absolutamente linda, vestida toda de azul, andando por Charlottetown como uma
mulher adulta, com uma sombrinha e tudo, quando encontra Winnifred arrumando as
coisas para partir – e assume que ela está indo embora para Paris, e deseja que
ela e Gilbert sejam muito felizes. Winnifred percebe, então, que Gilbert
manteve sua promessa e não falou a ninguém sobre o que aconteceu até que ela
tivesse a chance de ir embora, mas, naquele momento, ela sente que
precisa dizer ela mesma… Anne precisa
saber. Em paralelo, Gilbert Blythe encontra Diana e sua família em um trem, e o
pai de Gilbert o parabeniza pelo casamento e tudo o mais, mas então
ele conta que não vai mais se casar e não
vai embora para Paris, o que deixa a Diana muito feliz, em um primeiro
momento…
…mas muito
brava em um segundo.
Como a amiga
MARAVILHOSA que ela é, ela conversa com Gilbert dando uma bronca nele, e aquilo
é incrível… até porque ela acaba chegando na parte da carta que Anne escreveu…
uma carta cuja existência Gilbert nunca
soube. ENTÃO, VEMOS AQUELE MOMENTO EM QUE ANNE E GILBERT PARAM TUDO QUE
ESTÃO FAZENDO PARA CORRER UM ATRÁS DO OUTRO. É interessante ver Anne “perder”
toda a “elegância” que ganhara e voltar a ser aquela Anne de sempre, aquela que
conhecemos e amamos, correndo por aí… e então eles se encontram, seus olhos
brilham, e eles não precisam dizer nada para saberem o que estão sentindo…
então, sem a necessidade de palavras, eles
se beijam pela primeira vez, um beijo bonito, longo, apaixonado. E cada um
de nós apaixonado por aquele casal que nós tanto amamos e por quem tanto
esperamos.
Mas Gilbert
precisa ir embora…
e ele ganha uma
carruagem, quando Diana e o pai chegam. Gilbert ainda desce para dar mais
um beijo em Anne, porque a ama, e vai embora, com a promessa de que eles
trocarão cartas – e é só até o fim da faculdade. Diana está ali porque, depois
do que ela disse, do que Marilla disse e do que Gilbert dissera no trem,
os pais finalmente mudaram de ideia e
permitiram que ela fosse para a faculdade… É UMA EMOÇÃO TÃO GRANDE VÊ-LA
ALI. Ela vai estudar, afinal de contas, e Diana e Anne poderão ser colegas de
quarto, como sonharam.
Poderão voar.
Por fim, e é estranho pensar que estamos tão perto do fim, Marilla e Matthew
chegam com algo que descobriram sobre a família de Anne, afinal de contas:
um livro que o pai de Anne dera à mãe, no
qual ela descobre algumas coisas… como que a mãe era professora e tinha cabelos
ruivos.
Era tudo o
que ela queria, e a emoção escorrendo em forma de lágrimas pelo rosto de Anne é
a emoção de cada telespectador apaixonado por
“Anne with an E”, já com saudade dessa série tão perfeita! Havia
muita coisa a se explorar ainda… uma quarta temporada poderia mostrar Anne na
faculdade, dividindo um quarto com Diana, conhecendo novas pessoas, tendo novas
experiências, se tornando mais revolucionária do que nunca! Seria lindo
acompanhar essa nova fase da vida de Anne, e poder fazer como nos livros,
acompanhando seu crescimento, amadurecimento… eu continuaria com Anne
Shirley-Cuthbert para sempre, na verdade. Por temporadas infinitas.
Infelizmente, a série foi cancelada, deixa saudades, mas fico feliz pela
PERFEIÇÃO com que ela foi guiada ao longo dessas três temporadas impecáveis.
E foi um final digno.
A gente só
queria mais…
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Queria mais séries de época parecidas como essa<3
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