“Jajale não é branca! Jajale índia! Índia!”
Continua a
busca pela “Menina da Selva” no
“Sítio do
Picapau Amarelo”. Na primeira parte da história, uma galera partiu para a
Amazônia em busca da misteriosa “índia branca” que foi fotografada por um
turista e saiu nos jornais de todo o país… PPA só pensa em reencontrar sua
netinha, que há muito tempo está perdida na selva, mas outras forças
mais malignas também estão em busca da
menina da selva, como o perverso Mike
Navalha, que ficou fascinado com o fato de Jajale andar por aí com ouro e
esmeraldas, e acredita que ela pode levá-lo até o famoso Eldorado, a cidade
perdida supostamente coberta em ouro que
nunca
foi encontrada. Por isso, agora tanto Jajale quanto a selva correm perigo,
e Iaú vai até o Sítio do Picapau Amarelo para convocar a ajuda da “pequena
feiticeira de pano”, que parte para a Amazônia com Pedrinho, Narizinho,
Visconde e Zé Carijó.
Quando Mike
Navalha e Amorzinha, a esposa de PPA, capturam a Jajale, ela rapidamente dá um
jeito de fugir, e Emília precisa de um bom plano para encontrá-la novamente,
mas ela e Zé Carijó acabam sendo capturados pela mesma tribo de índios que
agora obedecem ao Mike Navalha, o que é um problema… Narizinho, por sua vez, é
levada por um índio que a confunde com uma deusa. E Pedrinho, preocupado,
recebe a ajuda da Iara pare encontrar a prima e os amigos. Quando Pedrinho
encontra a canastrinha da Emília no chão, ela sabe que ela foi capturada,
porque ela nunca deixaria a canastrinha para
trás assim… quando Mike Navalha chega à tribo, os índios já estão
preparando a fogueira, sob os protestos da Emília:
“Comer o quê, seu cara-de-coruja-seca? Eu não sou de carne e osso.
Desde quando canibal come pano? Pano!”
No fim, quem
acaba salvando os prisioneiros é a própria Jajale, que se fantasia de um
espírito e assusta e afasta os índios, mas ela não permite que Emília a leve
até o PPA:
“Jajale índia! Índia! Jajale
não é branca! Jajale índia!” Então, ela foge novamente. Jajale tem uma cena
muito bonita com Iruê, o seu macaquinho que a acompanha para todos os lados, na
qual ela pede que ele fuja para longe dela, embora não queira que ele vá –
“Eu sei, eu também não queria me separar de
você, Iruê, mas você tem que fugir de homem branco pra não virar casaco, nem
bolsa, nem chapéu”. Chorando, Jajale se despede do macaquinho, e ESSA É UMA
CENA TÃO TRISTE. Ela sabe que
os homens
brancos estão atrás dela e não quer colocar em risco seu melhor amigo. Logo
depois de se despedir de Iruê, Iaú aparece para Jajale para contar-lhe que
ela é branca mesmo e não pode continuar
fugindo…
…ou toda a floresta estará em perigo.
Enquanto
isso, temos uma sequência
interessante
protagonizada pela Amorzinho e
o boto
cor-de-rosa. Eu sempre gostei muito de como o
“Sítio do Picapau Amarelo” consegue trazer o folclore brasileiro
para a tela, e
“A Menina da Selva”
tem a oportunidade de fazer isso com lendas da floresta amazônica, como a
história do boto cor-de-rosa. Amorzinho vê um homem saindo do rio (EU RI MUITO
com aquele
“Gente, um homem nu! Não
acredito que isso aqui é uma praia de nudismo!” encantada da Amorzinho!), e
então o boto convertido em homem, já vestido, se aproxima dela e diz que “é o
mesmo boto que ela chamou de
coisa fofa”
e, com um beijo, a faz desmaiar e a leva para a água, para o fundo do rio… mais
tarde, o boto acaba trazendo a Amorzinho de volta e a deixando deitada dormindo
na beira do rio, no mesmo lugar em que a encontrou.
Narizinho,
confundida com uma deusa, está sendo levada para uma tribo e, no meio do
caminho, ela acaba se juntando a Pedrinho, e a Iara e o Godofredo, que estavam
ajudando o menino, pouco antes de reencontrar, também, a Emília e o Zé Carijó…
é bom ver o grupo reunido, e eles são todos
cercados
pelos índios que endeusam a Narizinho – então, ela recebe o tratamento de uma
deusa, sentada em um “trono” e recebendo todas suas vontades, e isso é bastante
útil para uma coisa:
acabar com a banca
do Mike Navalha. Ele chega se sentindo o líder da tribo, mas agora
Narizinho é “mais poderosa” do que ele, então os índios da tribo levam o Mike
Navalha de lá e
o enterram em um
formigueiro… o que foi bem-feito, mas Pedrinho, de bom coração, diz que
eles não podem deixá-lo ali para ser comido
por formigas, e Narizinho acaba ordenando sua soltura.
O que não deviam ter feito, mas enfim…
As coisas
parecem prestes a se complicar quando os índios decidem oferecer Narizinho em
sacrifício para o deus da floresta (!), mas, felizmente, o pessoal do Sítio não
deixa, e a salvam a tempo – assim, todos estão de volta pela floresta,
correndo. Fraca, Iara se separa do grupo e retorna para a água, para
“recarregar suas energias”, mas, antes de partir, Iara diz a Jajale que
seu lugar é com os brancos e ela tem que
aceitar isso antes que seja muito tarde e toda a floresta esteja em perigo.
No fundo, com todos lhe dizendo isso, Jajale sabe que é verdade, mas ela não
quer aceitar então, ela guia as crianças para fora da mata, mas volta a fugir
para não ser levada embora pelo avô, dizendo que “ela não quer ser branca, ela
não quer ser neta de ninguém”. Emília e os demais
não sabem como eles vão convencer a Jajale que ela é neta de PPA e
precisa ir embora com ele.
Talvez o
Mike Navalha “ajude” nessa situação toda. Não voluntariamente, claro, porque
soltá-lo daquele formigueiro foi uma das piores decisões que a turminha podia
ter tomado… assim que se vê livre, Mike Navalha vai atrás de PPA, o Sr. Paulo,
avô de Jajale, e o sequestra, ameaçando jogá-lo para os jacarés do rio – o seu
plano é que, depois da morte de PPA, a Amorzinho fique com todo o seu dinheiro,
e ele se “entenderá” com ela mais tarde. Mike Navalha é um
canalha, e quase acaba caindo para os jacarés ele mesmo, e nem
quando PPA salva a sua vida, ele deixa de ser o tipo de pessoa que é… apontando
uma arma para ele, Mike Navalha faz PPA entrar no rio, mesmo que ele não saiba
nadar, para morrer afogado ou devorado por jacarés, e isso teria acontecido,
se a Jajale não aparecesse em um barquinho
para salvar o avô.
“Marina, minha netinha! Você me salvou!”
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