Sítio do Picapau Amarelo (2004) – A Menina da Selva: Parte 2

“Jajale não é branca! Jajale índia! Índia!”

Continua a busca pela “Menina da Selva” no “Sítio do Picapau Amarelo”. Na primeira parte da história, uma galera partiu para a Amazônia em busca da misteriosa “índia branca” que foi fotografada por um turista e saiu nos jornais de todo o país… PPA só pensa em reencontrar sua netinha, que há muito tempo está perdida na selva, mas outras forças mais malignas também estão em busca da menina da selva, como o perverso Mike Navalha, que ficou fascinado com o fato de Jajale andar por aí com ouro e esmeraldas, e acredita que ela pode levá-lo até o famoso Eldorado, a cidade perdida supostamente coberta em ouro que nunca foi encontrada. Por isso, agora tanto Jajale quanto a selva correm perigo, e Iaú vai até o Sítio do Picapau Amarelo para convocar a ajuda da “pequena feiticeira de pano”, que parte para a Amazônia com Pedrinho, Narizinho, Visconde e Zé Carijó.

Quando Mike Navalha e Amorzinha, a esposa de PPA, capturam a Jajale, ela rapidamente dá um jeito de fugir, e Emília precisa de um bom plano para encontrá-la novamente, mas ela e Zé Carijó acabam sendo capturados pela mesma tribo de índios que agora obedecem ao Mike Navalha, o que é um problema… Narizinho, por sua vez, é levada por um índio que a confunde com uma deusa. E Pedrinho, preocupado, recebe a ajuda da Iara pare encontrar a prima e os amigos. Quando Pedrinho encontra a canastrinha da Emília no chão, ela sabe que ela foi capturada, porque ela nunca deixaria a canastrinha para trás assim… quando Mike Navalha chega à tribo, os índios já estão preparando a fogueira, sob os protestos da Emília: “Comer o quê, seu cara-de-coruja-seca? Eu não sou de carne e osso. Desde quando canibal come pano? Pano!”

No fim, quem acaba salvando os prisioneiros é a própria Jajale, que se fantasia de um espírito e assusta e afasta os índios, mas ela não permite que Emília a leve até o PPA: “Jajale índia! Índia! Jajale não é branca! Jajale índia!” Então, ela foge novamente. Jajale tem uma cena muito bonita com Iruê, o seu macaquinho que a acompanha para todos os lados, na qual ela pede que ele fuja para longe dela, embora não queira que ele vá – “Eu sei, eu também não queria me separar de você, Iruê, mas você tem que fugir de homem branco pra não virar casaco, nem bolsa, nem chapéu”. Chorando, Jajale se despede do macaquinho, e ESSA É UMA CENA TÃO TRISTE. Ela sabe que os homens brancos estão atrás dela e não quer colocar em risco seu melhor amigo. Logo depois de se despedir de Iruê, Iaú aparece para Jajale para contar-lhe que ela é branca mesmo e não pode continuar fugindo…

…ou toda a floresta estará em perigo.

Enquanto isso, temos uma sequência interessante protagonizada pela Amorzinho e o boto cor-de-rosa. Eu sempre gostei muito de como o “Sítio do Picapau Amarelo” consegue trazer o folclore brasileiro para a tela, e “A Menina da Selva” tem a oportunidade de fazer isso com lendas da floresta amazônica, como a história do boto cor-de-rosa. Amorzinho vê um homem saindo do rio (EU RI MUITO com aquele “Gente, um homem nu! Não acredito que isso aqui é uma praia de nudismo!” encantada da Amorzinho!), e então o boto convertido em homem, já vestido, se aproxima dela e diz que “é o mesmo boto que ela chamou de coisa fofa” e, com um beijo, a faz desmaiar e a leva para a água, para o fundo do rio… mais tarde, o boto acaba trazendo a Amorzinho de volta e a deixando deitada dormindo na beira do rio, no mesmo lugar em que a encontrou.

Narizinho, confundida com uma deusa, está sendo levada para uma tribo e, no meio do caminho, ela acaba se juntando a Pedrinho, e a Iara e o Godofredo, que estavam ajudando o menino, pouco antes de reencontrar, também, a Emília e o Zé Carijó… é bom ver o grupo reunido, e eles são todos cercados pelos índios que endeusam a Narizinho – então, ela recebe o tratamento de uma deusa, sentada em um “trono” e recebendo todas suas vontades, e isso é bastante útil para uma coisa: acabar com a banca do Mike Navalha. Ele chega se sentindo o líder da tribo, mas agora Narizinho é “mais poderosa” do que ele, então os índios da tribo levam o Mike Navalha de lá e o enterram em um formigueiro… o que foi bem-feito, mas Pedrinho, de bom coração, diz que eles não podem deixá-lo ali para ser comido por formigas, e Narizinho acaba ordenando sua soltura.

O que não deviam ter feito, mas enfim

As coisas parecem prestes a se complicar quando os índios decidem oferecer Narizinho em sacrifício para o deus da floresta (!), mas, felizmente, o pessoal do Sítio não deixa, e a salvam a tempo – assim, todos estão de volta pela floresta, correndo. Fraca, Iara se separa do grupo e retorna para a água, para “recarregar suas energias”, mas, antes de partir, Iara diz a Jajale que seu lugar é com os brancos e ela tem que aceitar isso antes que seja muito tarde e toda a floresta esteja em perigo. No fundo, com todos lhe dizendo isso, Jajale sabe que é verdade, mas ela não quer aceitar então, ela guia as crianças para fora da mata, mas volta a fugir para não ser levada embora pelo avô, dizendo que “ela não quer ser branca, ela não quer ser neta de ninguém”. Emília e os demais não sabem como eles vão convencer a Jajale que ela é neta de PPA e precisa ir embora com ele.

Talvez o Mike Navalha “ajude” nessa situação toda. Não voluntariamente, claro, porque soltá-lo daquele formigueiro foi uma das piores decisões que a turminha podia ter tomado… assim que se vê livre, Mike Navalha vai atrás de PPA, o Sr. Paulo, avô de Jajale, e o sequestra, ameaçando jogá-lo para os jacarés do rio – o seu plano é que, depois da morte de PPA, a Amorzinho fique com todo o seu dinheiro, e ele se “entenderá” com ela mais tarde. Mike Navalha é um canalha, e quase acaba caindo para os jacarés ele mesmo, e nem quando PPA salva a sua vida, ele deixa de ser o tipo de pessoa que é… apontando uma arma para ele, Mike Navalha faz PPA entrar no rio, mesmo que ele não saiba nadar, para morrer afogado ou devorado por jacarés, e isso teria acontecido, se a Jajale não aparecesse em um barquinho para salvar o avô.

“Marina, minha netinha! Você me salvou!”

 

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