“Agora, Jajale vai ter que ir com avô branco”
Começa uma
nova fase em “A Menina da Selva”, e
eu gosto de como a história de estreia da quarta temporada do “Sítio do Picapau Amarelo” consegue se
reinventar ao mudar cenários enquanto conta a história de Jajale, a garota neta
de um velho rico que ficou perdida na Amazônia quando ainda era um bebê e,
desde então, foi criada como índia… a terceira semana começa ainda na Amazônia,
depois que o Mike Navalha tenta matar PPA, mas Jajale acaba salvando o avô em
um barquinho, além do caçador mau-caráter ser devorado por um “parente da
Cuca”, o jacaré-açu. As coisas parecem estar acontecendo bem, quase com um tom
de fim de história, mas mesmo com o
Mike Navalha fora do caminho, Jajale está indo embora para o Rio de Janeiro com
o avô, e a tal da Amorzinho está indo junto… e ela não quer ter que dividir “sua” herança.
Depois de
salvar o avô, Iaú explica a Jajale que chegou a hora de ela ir embora com ele –
é hora de deixar a Amazônia:
“Agora,
Jajale vai ter que cumprir seu destino de menina branca, na cidade”. Jajale
está entendendo isso, finalmente, mas isso não torna o momento
menos triste, e é de partir o coração
ver a menininha chorando enquanto se despede de Iaú e ganha um abraço carinhoso
dele… Iaú dá a Jajale um
taja de
presente, dizendo que ela pode usá-lo quando estiver em perigo, mas “ele não
serve para levá-la de volta para a selva”.
Agora,
é hora de ela aprender a viver como uma garota branca com o avô, o PPA. Aos
poucos, então, ela vai aceitando o seu destino, e coloca um vestidinho de
menina branca, o que a deixa bem diferente da personagem que conhecemos na
selva, e ela parte ao Rio de Janeiro enquanto Emília e os demais voltam ao
Sítio.
Missão
cumprida.
Por
enquanto.
Amorzinho
quer atormentar a vida de Jajale na cidade grande. PPA decide fazer um almoço
para apresentar a neta para todos os seus amigos, e deixa Amorzinho encarregada
de tudo, enquanto Jajale mexe em tudo pela casa, pula em cima do sofá, curiosa
com todas as novidades… Amorzinho já tem a ideia perfeita de como
atormentar a Jajale durante o almoço, e
ela coloca
lagosta no cardápio, só
para ver o que Jajale fará na hora que o cozinheiro for jogar o bicho vivo na
água quente –
“Você não pode matar bicho
na água quente. Você é mau!” Assustada e decidida, Jajale pega a lagosta e
sai correndo pelo restaurante, devolvendo a lagosta em “segurança” em um
aquário, e eu achei legal que, pelo menos, PPA não ficou bravo com ela nem
nada. Ele a pega no colo, para proteger e acalmar a netinha, enquanto se
pergunta quem foi o
idiota que teve a
ideia de servir lagosta.
Mas
Amorzinho não vai desistir… agora, ela inventou de “levar a Jajale em um
passeio”, então Iaú volta a pedir a ajuda do pessoal do Sítio do Picapau
Amarelo – ele aparece para a Iara dizendo que a Jajale continua correndo
perigo, e embora a Iara quisesse ficar em casa e descansar um pouquinho, ela
vai atender ao pedido de Iaú… assim, o Saci a leva para o Sítio para falar com
as crianças, e ela avisa que
Jajale corre
perigo. Então, Emília, sempre com um plano em mente, tem uma ideia:
a Cuca não está interessadíssima em seu
taja? Ela pode usar isso a seu favor! Emília aproveita esse interesse todo
da Cuca em um taja e pede que o Visconde faça uma réplica perfeita do seu, e
então vai até a caverna da Cuca, exaltando os poderes do taja, mas dizendo que
“está cansada de ser tão poderosa” e que “agora quer brincar com bola de
cristal”.
Então, ela troca o taja falso pela bola de
cristal velha da Cuca.
É uma
maneira de encontrar a Jajale e, quem sabe, ajudá-la. Então, o pessoal do Sítio
assiste, na bola de cristal velha e cheia de defeito da Cuca, enquanto
Amorzinho leva Jajale para uma rua movimentadíssima, onde ela aproveita a
inocência e a curiosidade da garota, comendo churros pela primeira vez na vida,
para
desaparecer. Amorzinho a deixa
para trás e volta para casa, dizendo a PPA que “a garota se perdeu dela”, e
Jajale precisa vagar pela perigosa cidade sozinha… a primeira coisa que ela faz
é tirar os sapatos que apertam os seus pés – afinal de contas, ela nunca os
usou antes –, e então ela começa a caminhar meio sem rumo. E isso é perigoso,
porque ela é rapidamente reconhecida como “a menina do jornal”, “neta de um
milionário”, e ela vira alvo de sequestradores, dos quais ela consegue escapar
sozinha sendo esperta.
FIQUEI
MORRENDO DE DÓ DA JAJALE. Tirada da selva para isso… ela se esconde, assustada,
chorando sozinha, e ela nem se lembra de usar o seu taja para levá-la de volta
para algum lugar seguro – tipo a casa do PPA.
Inclusive, ela quase é atropelada por não saber atravessar a rua.
Enquanto isso, assistindo a tudo através da bola de cristal, as crianças
planejam ir para o Rio de Janeiro para ajudá-la, mas, para isso, eles precisam fazer
o Rabicó “desengolir” a chavinha que o Zé Carijó fez para a canastrinha da
Emília, e enfrentar a Cuca, que vai furiosa ao Sítio para recuperar sua bola de
cristal ao descobrir que
o taja que a
Emília lhe deu era falso. Depois de uma confusão digna do
“Sítio do Picapau Amarelo”, a Cuca acaba
indo embora, e as crianças e o Zé Carijó fazem de tudo par abrir a canastrinha
com a chave torta depois de ser engolida e desengolida.
Quando eles
finalmente conseguem abrir a canastrinha e Emília pede que o taja os leve ao
Rio de Janeiro, as crianças e a boneca são acompanhadas pelo Saci e pela Iara,
mas Visconde e o Zé Carijó
ficam para
trás – vocês perceberam o quanto o Visconde está apagado ao longo de
“A Menina da Selva”? O taja leva o
pessoal do Sítio para bem pertinho da Jajale, e eles não demoram a encontrá-la,
mas eles também não sabem como vão ajudá-la a encontrar de volta a casa do avô,
a cidade é imensa e existem milhares de prédios que batem com a descrição da
Jajale: “alto e com um portão”. Por pura sorte, eles conseguem encontrar o
Godofredo no meio do trânsito, que estava buscando Jajale a mando do PPA, e
então ele pode levá-los de volta para casa, para a alegria e alívio de PPA e,
claro, para o desespero completo de Amorzinho:
o plano não deu certo.
Jajale os
convida para ficarem ali (afinal de contas, ela se sente tão sozinha, eles
seriam uma boa companhia), e a Iara está toda empolgada, querendo ir para a
praia, assim como a Emília, que quer um quarto grande só para ela, com vista
para a praia, mas Narizinho diz que
é
hora de eles voltarem para o Sítio, porque eles já fizeram o que vieram fazer…
então, as crianças partem de volta para o Sítio, e Jajale fica triste e
sozinha.
É maldade deixá-la ali.
Escondida, Jajale escuta uma conversa de Amorzinho ao telefone com uma amiga
dela, dizendo que “aquela selvagem não tem noção do que ela é capaz”, então
Jajale sabe que está em perigo e que Amorzinho ainda vai fazer algo contra ela…
então, ela se lembra do taja que Iaú lhe dera, aquele que a tiraria de situações
complicadas, e faz um pedido:
“Se taja
não pode me levar pra selva, me leva pro Sítio do Picapau Amarelo!”
Assim,
Jajale chega NO SÍTIO DO PICAPAU AMARELO. E eu gosto de como
“A Menina da Selva” está organizada,
passando pela Amazônia, pelo Rio de Janeiro, mas terminando no bom e velho
sítio da Dona Benta… Dona Benta, por sinal, fica contente em conhecer a famosa
Jajale, e diz que ela pode, sim, ficar ali o tempo que quiser,
desde que eles avisem PPA sobre o paradeiro
dela, porque ele deve estar preocupado. Jajale fica contente em estar ali,
e já sai correndo para o capoeirão, onde
ela
se sente em casa. Ninguém consegue segurá-la ou segui-la, mas, felizmente,
ela encontra o Saci e a Iara no capoeirão, e eles são seus amigos, então eles
protegem a garota da Cuca, que não fica muito feliz quando vê que a Jajale
também tem um taja, e chega furiosa na
caverna falando com Pesadelo:
“Aconteceu
que todo mundo deu pra ter taja aqui, menos eu”.
MUITO BOM
HAHA
Uma coisa
muito legal nessa terceira parte de
“A
Menina da Selva” foi ver o retorno do Príncipe Escamado, que não víamos há
tanto tempo, e que é um personagem tão clássico dos primórdios do
“Sítio do Picapau Amarelo”. Ele vem
pedir a ajuda da Iara, dizendo que “um monstro horrendo” invadiu o Reino das
Águas Claras, e logo descobrimos que é o jacaré-açu, com dor de barriga…
também pudera, depois de comer porcaria
(como diz a Emília), o Mike Navalha. A Iara, o Príncipe Escamado, o Major
Agarra-e-Não-Larga-Mais e o Jacaré-Açu vão até o Sítio pedir a ajuda do pessoal,
e é Emília quem sugere que eles chamem o Doutor Caramujo…
algo que devia ser a primeira coisa em que o Príncipe Escamado pensaria,
mas tudo bem. E o competente Doutor Caramujo consegue salvar o jacaré-açu,
tirando o Mike Navalha da barriga dele…
Mas, agora,
o Mike Navalha está de volta.
E ele já se juntou com a Amorzinho.
A Jajale vai voltar a correr perigo…
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E O PRINCIPE ESCAMADO A MUTO TEPO
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