“We often
regret the things we don’t say”
Tão bom
quanto o 15º episódio,
“A Black Hole”
é certamente um dos melhores episódios dessa temporada – provavelmente um dos
melhores episódios da série.
“Young
Sheldon” tem conseguido contar histórias interessantes e juntar os núcleos
de forma eficaz, e esse episódio é mais uma prova disso, colocando toda a
família reunida durante o jantar para
falar
de ciência… do jeitinho especial de cada um, mas é uma noite especial. Tivemos
algumas das melhores piadas e dos melhores momentos de
“Young Sheldon”, e é impressionante como a série vem conseguindo
agregar momentos de emoção pura aos episódios, mesmo quando eles estão sendo
muito engraçados –
“A Black Hole” me
fez rir, mas dois momentos foram muito emocionantes e quase me fizeram chorar:
a família se despedindo e, novamente, a narração do Sheldon adulto perto do
final.
O episódio
começa com o retorno de John Sturgis, e eu devo dizer:
ele precisa ficar na cidade e ficar na série, ele está fazendo muita
falta – e se isso significar que não veremos mais o Dale, melhor ainda! A
química entre Sturgis e Connie é fantástica, e isso guia uma boa parte do
episódio. Sturgis aparece na casa de Connie de surpresa e, enquanto conversam,
ele conta que está de volta porque
perdeu
o seu emprego. É cruel e triste, mas é hilário o motivo:
porque, ao dar uma entrevista sobre o seu
projeto, ele foi questionado sobre a possibilidade de acontecer como Chernobyl,
e ele fala que o máximo que o supercollider poderia fazer era gerar um buraco
negro que eventualmente consumiria toda a Terra. É HILÁRIA A INOCÊNCIA COM
QUE ELE DIZ ISSO. Claro que ele gera pânico e acaba sendo afastado do projeto,
então ele está de volta à cidade.
John Sturgis
tem 72 anos, perdeu o seu “emprego dos sonhos”, e está decidindo o que fazer da
vida – talvez se afastar da ciência, tentar coisas novas, e Connie está uma
fofa se preocupando com ele. Especialmente quando, ao invés de voltar a
trabalhar na faculdade em que trabalhava (Sheldon consegue que um telefonema
para ele, mas ele recusa o convite), ele resolve trabalhar empacotando compras
no mercado… quando Mary o vê lá, ela o chama para um jantar na casa dos Cooper
no fim de semana, e é aí que o episódio fica MEMORÁVEL. Porque os jantares da
família Cooper
sempre rendem ótimos
momentos (nesse episódio fiquei percebendo o quanto Missy e Georgie cresceram
desde o início de
“Young Sheldon” e é
assombroso; me pergunto como eles estarão lá na 7ª temporada, já confirmada),
mas quando eles falam sobre
buracos
negros…
A conversa
rende momentos épicos. O primeiro deles é quando eles imaginam o que
aconteceria se o projeto do Dr. Sturgis realmente gerasse um buraco negro, e é
um momento
bastante emocionante. Eles
ouvem a sirene de emergência soar, ligam a TV para ver o que está acontecendo,
e percebem que um buraco negro vai consumir tudo e não há nada que eles possam
fazer para impedir isso de acontecer… então, cada um lida com isso de uma
maneira (Mary querendo rezar, Georgie querendo beber uma cerveja…), mas, ao
mesmo tempo, como uma família. São momentos lindos quando a Missy abraça o pai
e ele a acolhe, ou quando o Sheldon abraça a mãe, como o garoto assustado que,
no fim das contas, é o que ele é. Também amei a Connie dizendo que amava todos
eles, George dizendo que se orgulhava dos filhos, Georgie pedindo desculpas ao
pai pelas vezes que é difícil…
GENTE, QUE
CENA MAIS BONITA.
Então
retornamos para a mesa de jantar. Essa é
apenas
uma das possibilidades. Sturgis e Sheldon acabam chegando à teoria de que o
buraco negro abriria uma passagem para universos alternativos (EU AMO ESSA
TEORIA!), e então eles começam a discutir
como
seria um universo paralelo, e esse é um dos momentos mais DIVERTIDOS do
episódio. Se o primeiro foi emocionante, o segundo é divertido. Destaque, é
claro, para a Missy e o Sheldon de papeis invertidos, tanto no figurino quanto
na postura, na forma de falar… Missy é a inteligente, enquanto Sheldon é “o
único normal da família”, e aquilo ficou hilário. Mas se Sheldon e Missy foram
incríveis, Mary foi
um espetáculo à parte.
Nesse “universo paralelo”, George é um pastor e Mary é mais ou menos
uma versão mais jovem de Connie, e ela
estava HILÁRIA (e linda) com aquele vestido vermelho provocante, cabelão…
GENTE, EU RI
MUITO COM AQUELA MARY, QUE SENSACIONAL!
Por fim,
Sheldon também fala sobre a possibilidade de gêmeos, e aqui é o momento em que
Missy se diverte, imaginando como seria uma conversa/briga entre Sheldon 1 e
Sheldon 2 e, bem…
o início seria
exatamente como a Missy imaginou mesmo. Eventualmente ela faz com que eles
saiam na porrada porque é divertido para ela pensar nisso, e essa parte
provavelmente nunca aconteceria, mas o restante foi muito apurado, na verdade!
Sinceramente, o episódio me deixou com a sensação de que ele merecia mais do
que os 18 minutos habituais de um episódio de
“Young Sheldon”. Eu poderia continuar naquela conversa por HORAS,
eu poderia ver um episódio inteiro focado no “fim do mundo” da primeira
possibilidade ou no “universo paralelo” da segunda possibilidade.
Mas acho que o episódio faz o que todo
episódio bom deve fazer: nos deixar com vontade de mais.
O
encerramento do episódio é muito bonitinho e traz momentos bacanas… dentre
eles, os momentos de Sturgis e Connie enquanto ele caminha com ela até em casa
(do outro lado da rua, você sabe), e percebemos
o quanto eles ainda se importam um com o outro – eu não sei se um
dia eles voltarão a ficar juntos, mas eu sei que eles são incríveis e que eu
adoraria isso. De qualquer maneira, é uma amizade linda e eu espero ver mais
dos dois. Outro momento muito marcante foi o segundo momento do episódio que
me emocionou muito, que é a narração de
Jim Parsons falando sobre como às vezes nos arrependemos das coisas que não
dizemos, e ele fala sobre como gostaria de ter dito mais ao pai quando ele
ainda estava aqui… como o amava, por exemplo. Por isso, ele se sente grato
pelos poucos momentos em que
disse
como se sentia, e vemos o pequeno Sheldon dizendo ao George, de um jeito bem
fofo, que “aquela noite foi divertida”.
É algo
grandioso para aquele Sheldon. É uma demonstração de carinho linda que George
sabe apreciar. QUE MOMENTO MAIS EMOCIONANTE! “Young Sheldon” ainda nos fará chorar muito nas próximas (pelo
menos) três temporadas que temos pela frente.
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