Amor
através dos tempos.
Eu adoro uma
boa história de romance… baseado no livro homônimo de Jojo Moyes,
“A Última Carta de Amor” é a
emocionante história de uma jornalista que, por acidente, descobre cartas de um
amor clandestino vivido na década de 1960 – e então ela quer saber cada vez
mais sobre isso. Gostei muito do ritmo do filme, que conseguiu equilibrar bem a
história contada no presente com a narrativa de 1965, desenvolvendo dois casais
em paralelo e fazendo com que nos apaixonássemos por cada um dos quatro
protagonistas…
Ellie Haworth é uma
jornalista debochada e divertida;
Nick
é o divertidíssimo responsável pelos arquivos do jornal, que aparentemente
adora um formulário online;
Jennifer
Stirling é uma mulher presa em um casamento infeliz que descobre o amor
graças a um jornalista; e
Anthony O’Hare
é o tal jornalista charmoso.
É uma
narrativa razoavelmente simples, que nos conquista pela química entre seus
protagonistas e por pequenos mistérios que vamos desvendando ao longo do filme:
como aconteceu o acidente de Jennifer,
por exemplo,
ou por que Jennifer e
Anthony não puderam ficar juntos no passado… não li o livro de Jojo Moyes,
e já ouvi dizer (oi, mãe!) que o livro talvez seja mais rico em detalhes e traz
algumas coisas interessantes como vermos o Anthony no presente
sem sabermos que é o Anthony – detalhes
que o filme resolveu simplificar para que sua história coubesse em 110 minutos.
O resultado é muito bonito, de qualquer modo, e eu adorei essa sensação de “2
em 1”, porque estamos acompanhando duas épocas diferentes, cada uma com suas
peculiaridades, e dois casais que não necessariamente compartilham muitas
semelhanças.
Eles só se “aproximam” por
causa das cartas.
Ellie
descobre uma primeira carta de amor por acaso, enquanto mexe nos arquivos do
jornal em busca de algo para uma matéria que está escrevendo sobre uma editora
que morreu recentemente – e adoro o fato de fazermos uma série de teorias, como
a ideia de que essa editora pudesse ser a própria Jennifer, por exemplo, porque
o filme faz questão de nos informar que “ela morreu de velhice”, mas é apenas
uma tentativa de guiar-nos na direção errada… depois dessa carta, que é uma
carta de um homem anunciando que está indo embora para Nova York e chamando sua
amada para deixar sua vida infeliz para trás e partir com ele, Ellie
precisa saber mais sobre o que aconteceu no
passado… e ela recebe a inesperada ajuda de Nick, o excêntrico (e
absolutamente carismático) responsável pelos arquivos no jornal, que acaba se
envolvendo nessa busca toda.
A maior
parte do filme, no entanto, está no passado… temos a sensação de que passamos
mais tempo lá e que o presente serve de
apoio
para aquela história – quando normalmente é o contrário que acontece. Voltamos
para quando Jennifer conheceu Anthony, seu Boot, para quando as cartas foram
escritas, e, particularmente, eu achei um belo desenvolvimento daquele romance…
além de o Anthony ser mesmo
encantador
e despertar em Jenn coisas que ela nunca sentiu, o romance floresce com calma,
e começa com passeios, conversas, risadas, até que eles se rendam ao calor da
paixão, eventualmente, não sem antes um primeiro beijo extremamente romântico,
marcado por uma carta, em uma cena lindíssima… então, Anthony chama Jennifer
para ir embora com ele para Nova York, para começar
uma nova vida, e nos perguntamos
por que ela não foi.
É tão
dramática e triste aquela cena do Anthony esperando por Jennifer na estação de
trem até o último segundo, eventualmente acreditando que
ela não quis ir embora com ele, mas a verdade é que Jennifer estava
de mala pronta, correndo à estação, pronta para fugir, e ela acaba sofrendo um
acidente, perdendo a memória e sendo convencida de que
Anthony morreu. É aqui que o presente volta a ganhar força no
filme, mas primordialmente para responder às perguntas que as cenas do passado
deixaram. Ellie consegue localizar Jennifer, que não quer mais mexer nessa
história do passado e, depois, o próprio Anthony. Anthony conta mais detalhes
da história dele, conta sobre o reencontro em 1969, quando ele volta a convidar
Jennifer para ir embora com ele, mas ela já tinha uma filha nessa época e ele
entendeu que não podia continuar insistindo…
…que Jennifer
tomara sua decisão.
O que ele
nunca soube, é claro, e Ellie descobre ao finalmente conseguir conversar com
Jennifer e devolver-lhe as cartas que encontrou no jornal, é que Jennifer
realmente tentou fugir com ele no dia seguinte, o procurou,
mas ele já tinha ido embora – foi uma
série de desencontros que separaram esse casal por mais de 50 anos… que
história triste, não? Agora, no entanto, Ellie e Nick acham que eles precisam
reuni-los – afinal de contas, nunca foi a falta de amor que os afastou, e nenhum
dos dois sabe a história completa: ele não sabe que ela o procurou depois
daquele encontro em 1969, por exemplo! Gosto muito de ver Ellie e Nick
trabalhando juntos, e eles protagonizam algumas das cenas mais fofas do filme,
como quando ela liga para ele, embaixo da chuva, e o está esperando do lado de
fora da casa dele, e eles selam o romance com um beijo na chuva…
O que é bem cena de filme romântico mesmo.
Fiquei com a
sensação de que eu gostaria de ter acompanhado mais de Ellie e Nick, porque
apesar de serem extremamente fofos,
o
filme não foi sobre eles, no fim das contas, e eu sinto que ambos os
personagens ainda tinham muito a oferecer – e se o livro tinha mais detalhes a serem
adaptados, talvez fosse uma história que ficaria incrível em uma minissérie de,
sei lá, uns 6 episódios… de todo modo, fico feliz por Ellie e Nick
se encontrarem graças a toda essa
história de “cartas de amor”, e achei lindo como eles participaram da história
de Jennifer e Anthony, incentivando esse reencontro… Anthony escreve, no
presente, uma
última carta de amor,
marcando novamente um encontro com Jennifer, no mesmo lugar onde eles se
beijaram pela primeira vez – e por alguns segundos angustiantes, parece que
Jennifer não vai chegar, mas ela chega, ela está lá…
é lindo e emocionante ver o reencontro de Jennifer e Anthony naquele
parque, e a felicidade de Ellie e Nick do lado de fora, por terem tornado
aquilo real.
Muito bonito
o filme!
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