Desaparecidos, Livro Dois – Codinome Cassandra (Meg Cabot)

Acampamento Wawasee.

MAIS UMA AVENTURA DE JESS MASTRIANI ENCONTRANDO CRIANÇAS DESAPARECIDAS – e fingindo para os agentes federais que ela perdeu seus superpoderes. Em “Quando Cai o Raio”, o primeiro livro da série “Desaparecidos”, de Meg Cabot, conhecemos Jess Mastriani, uma garota que foi atingida por um raio e que começou a encontrar crianças desaparecidas cujas fotos ela via atrás das caixas de leite… é claro que esse dom chamou a atenção do governo estadunidense, e quando as coisas saíram assustadoramente de controle e Jess se viu em mais confusões do que estava habituada, ela decidiu que só havia uma maneira de fazer com que todos a deixassem em paz: mentir. Com o bom-humor e o sarcasmo de sempre, Meg Cabot retorna à trama apresentada em “Quando Cai o Raio” com “Codinome Cassandra”, uma história na qual Jess está rodeada de crianças.

Jess Mastriani pode até ter o dom de encontrar pessoas desaparecidas, e pode ter começado encontrando as crianças das caixas de leite, mas isso não quer dizer que ela realmente tenha muito jeito com crianças. Assim, Meg Cabot brinca justamente com o jeito durão e nada delicado de Jess Mastriani quando ela aceita o convite de Ruth para ser monitora em um acampamento para “crianças prodígios da música” – afinal de contas, Jess realmente gosta de música e toca flauta na escola, e é melhor trabalhar em um acampamento durante o verão do que em um dos restaurantes da família… o que ela não esperava, é claro, é que um imprevisto fosse transferi-la de um chalé cheio de “garotinhas adoráveis” (ou ela esperava que fossem) para o temido Chalé Bétula, um chalé cheio de meninos que prometem dar muito trabalho para Jess – especialmente o chato do Shane.

O livro é divertido, e eu gosto de como ele acompanha as “aventuras” de Jess no acampamento, tendo que lidar com os meninos do Chalé Bétula e as constantes tentativas de Shane de provocar e humilhar Lionel, enquanto ela continua trabalhando escondida com Rosemary, a mulher do Disque-Desaparecidos com quem ela fez amizade no primeiro livro, e para quem ela continua ligando regularmente, em caráter anônimo, para dar mais algumas direções para crianças desaparecidas… e eu devo dizer que eu me diverti muito com o Acampamento Wawasee, com as garotas classificando os monitores entre Gatos, Pegáveis e Não-Pegáveis e, principalmente, com a Jess contando histórias de terror para os garotos antes de dormir, o que os apavora tanto que eles passam o resto da noite em completo silêncio, permitindo que ela tenha uma boa noite de sono.

Mastriani arrasa na sequência das histórias de terror!

Talvez Jess não possa continuar escondendo os seus poderes paranormais para sempre, no entanto. Além de Shane já ter totalmente sacado que o lance dos poderes “terem desaparecido” é mentira, Jess recebe a inesperada visita de um homem chamado Jonathan Herzberg no acampamento – e ele parece ser um pai muito desesperado para encontrar a filha. Ela foi supostamente sequestrada pela mãe há algum tempo e ninguém consegue encontrá-la, por isso ele decidiu que Jess era sua última esperança… Jess não quer revelar o seu segredo, porque o ideal era que ninguém soubesse que ela ainda podia encontrar pessoas desaparecidas, inclusive pessoas que talvez não quisessem ser encontradas, mas o desespero do homem é tão sincero que Jess resolve que ela talvez possa ajudar… e ela tenta fazer isso com cautela, mas esse não é o forte de Jess.

No dia seguinte, Jess sabe exatamente onde Keely Herzberg está, mas ela precisa ir conversar com a garota antes de contar sua localização para o pai, porque ela cometera um erro gravíssimo no primeiro livro, revelando a localização de uma criança que estava muito melhor onde estava, e depois ela teve um trabalhão para resolver esse problema… por isso, ela resolve ir até a casa da garota ela mesma, e consegue a ajuda de Rob Wilkins, o seu galã da detenção que talvez esteja apaixonado por ela, talvez não – mas ele vai até ela, mesmo que seja a 4 horas de distância, quando descobre que ela pode conseguir uma carona de algum monitor do acampamento ou algo assim. E Keely realmente não está em uma boa situação: a mãe está namorando um cara violento que a agride, Keely está infeliz e acreditando que o pai está morto… então, Jess resolve salvá-la.

E causa toda uma confusão, é claro. Keely é reunida com o pai, mas não sabemos nada sobre a mãe dela, e o padrasto está furioso, especialmente depois de Jess o ter acertado com um chute, então ela ainda terá que lidar com isso. Quando ela retorna para o Acampamento Wawasee durante uma tempestade, no entanto, ela descobre que algo muito ruim pode ter acontecido: na sua ausência, Shane parece ter se afogado no lago. Shane pode ser um pé no saco, e ele é uma criança desprezível, mas Jess não quer que ele tenha morrido… ainda mais tendo a responsabilidade caindo sobre ela por ela ter desaparecido durante a tarde toda para ir atrás de Keely Herzberg. Mas algo lhe diz que Shane não morreu afogado, e que ele nunca entrou no lago, para começo de conversa… o próprio Lionel diz isso, porque, se tivesse entrado, ele teria tentado matá-lo afogado ou algo assim.

Então, Jess acaba ignorando os avisos dos agentes federais ou de Rob Wilkins, todos que querem levá-la para outro lugar e mantê-la escondida de Clay Larsson, o padrasto violento de Keely que aparentemente está caçando Jess, e vai em busca de Shane – é interessante como ela consegue descobrir a sua localização ao sentir o seu cheiro no travesseiro, algo que normalmente ela só conseguia fazer depois de pegar no sono… talvez os seus poderes estejam ficando mais fortes, ou talvez ela só tenha uma ligação muito forte com Shane, mais forte do que ela gostaria de admitir inicialmente. E logo ela percebe que faz todo sentido que ele esteja escondido em uma caverna nas redondezas, depois da história de terror sobre Paul Huck que ela contou… ela só precisa ir até a Caverna do Lobo e resgatar o garotinho que a) está muito chateado com ela; e b) quer chamar atenção.

Sei lá, acho que Meg Cabot tenta fazer com que gostemos de Shane e entendamos que ele tem um monte de problemas, como o fato de não querer ir para aquele acampamento para começo de conversa, mas, sinceramente, eu não consigo gostar dele depois de como ele atormentou e torturou o Lionel durante o livro inteiro. Mas, sim, ele é de grande ajuda a Jess quando Clay Larsson aparece na caverna na qual eles estão e Meg Cabot cria toda uma sequência eletrizante de suspense na qual as coisas parecem o tempo todo a ponto de dar muito errado. Felizmente, as coisas acabam bem… Keely está novamente com o pai, Clay está preso, Shane consegue se livrar do Acampamento de Música e Jess pode continuar mentindo para os agentes federais a respeito dos seus poderes – não que alguém acredite nela. E, se eles estão ficando mais fortes, ela vai poder escondê-los por muito tempo?

 

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