Dia do Sim (Yes Day, 2021)

24h dizendo “sim” para tudo?

Um filme leve, divertido e com gostinho de “Sessão da Tarde”. Protagonizado por Jennifer Garner e Édgar Ramírez (que estão excelentes em seus papéis) e baseado em um livro infantil de Amy Krouse Rosenthal, “Dia do Sim” conta a história de uma família que resolve tentar o famoso “Dia do Sim”, um dia em que, com algumas regras básicas, os pais precisam dizer “sim” para tudo o que os filhos pedirem… a história é guiada com um bom-humor incrível, nos entrega ótimos momentos de comédia e personagens secundários interessantíssimos, e ainda transmite uma mensagem para encerrar a sua narrativa – é uma delícia. Durante esse dia especial, os Torres vão aprender um pouquinho sobre como é estar “do outro lado” das regras (!) e, de quebra, se aproximarão enquanto realmente fazem algumas atividades bem divertidas em família.

Tudo começa quando Allison e Carlos são chamados na escola por causa de um “tema recorrente” em trabalhos entregues pelos seus dois filhos mais velhos: Katie e Nando. Katie fez um Haicai sobre como é uma prisioneira em casa e Nando um vídeo HILÁRIO comparando a mãe a ditadores, e então ela precisa começar a repensar suas atitudes… ela sempre foi uma mulher aventureira, que corria riscos e se divertia à beça, “dizia sim para tudo”, mas a maternidade acabou a colocando em uma posição na qual ela tem que dizer “não” 500 vezes ao dia, ou mais, e agora ela parece mesmo essa ditadora que não permite nada… é doloroso para Allison ser chamada na escola por causa disso, e é lá que um funcionário lhe dá a ideia do “Dia do Sim”, o que ela acha um absurdo, em um primeiro momento… porque, na verdade, é mesmo um pouco assustador.

Eventualmente, no entanto, Allison acaba topando… ela comete a gafe de comentar alguma coisa na frente dos filhos, e então Katie fala que “a mãe nunca daria conta de um Dia do Sim”, e ela resolve tentar, com direito a uma aposta e tudo: se Allison não conseguir suportar o Dia do Sim e acabar dizendo “não” em algum momento (Katie tem certeza que isso acabará acontecendo), então ela terá que autorizar Katie a ir a um show ao qual ela quer ir sem a mãe, mesmo que só tenha 14 anos e a mãe ache muito perigoso; se Allison ganhar a aposta e suportar o dia todo sem dizer nenhum “não”, então elas voltarão para o plano original, que é a mãe ir com ela ao show… então, as crianças se empolgam e começam a trabalhar para merecerem um “Dia do Sim”, ajudando na limpeza constante da casa, fazendo todas as tarefas escolares e tirando boas notas.

E então o aguardado DIA DO SIM chega – e é diversão pura! A pequena Ellie é uma fofa e rende ótimos momentos divertidos, como quando está “maquiando” a mãe ou arrumando os pais para irem a uma sorveteria comer um sorvete imenso em menos de 30 minutos para que não precisem pagar por ele… a minha parte favorita do Dia do Sim foi, certamente, a CAÇA À BANDEIRA, porque eu acho esse jogo fascinante, e toda a direção dessa cena foi impecável! Amei a divisão dos times, amei as estratégias, amei como cada personagem lidou com os desafios, amei o drama exagerado da Allison saindo do meio da fumaça, por exemplo… tudo ali foi SENSACIONAL, e a Allison toda competitiva e competente foi incrível… até Katie teve que começar a olhar para a mãe e, aos poucos, começar a admitir que ela é sim, uma mulher divertida.

Depois da Caça à Bandeira e de um ataque de pássaros, no entanto, Carlos quase desiste de tudo – e Allison diz que se é o que ele quer fazer, ele pode fazê-lo, mas ele é quem terá que contar para as crianças, porque ela está cansada de ser sempre ela quem tem que ser a vilã da história. No fim, ele acaba não tendo coragem, e a família ruma para um parque de diversões lindíssimo em uma ambulância desgovernada, para completarem o dia de diversão… ou até que as coisas comecem a sair de controle quando Allison vê o celular da filha com a amiga falando sobre o show e uns caras que querem conhecê-las, as duas briguem e Allison acaba indo parar na cadeia por brigar com uma outra mulher por um imenso gorila cor-de-rosa (que ela acha que vai ajudar a Katie a perdoá-la se ela o ganhar para ela) – que era de Allison por direito! Sequência divertida!

No fim do filme, as coisas ficam emotivas e bonitas, e eu gostei bastante… quando as crianças aproveitam que Allison e Carlos estão na cadeia para “fugirem” e fazerem o que tinham planejado para aquela noite, Katie acaba indo sozinha para o show que começou toda essa confusão – e eventualmente ela acaba descobrindo que a mãe tinha razão, e que era perigoso estar sozinha, que sair com aqueles caras mais velhos não era seguro e que seria muito mais divertido se a mãe estivesse ali; é dramático, um pouco exagerado, mas me partiu o coração ver a Katie triste daquela maneira, porque eu entendo o desespero que se abateria sobre alguém naquela situação. Felizmente, Allison sabia onde encontrá-la, e com a ajuda de um policial divertido e não muito competente, ela consegue subir ao palco antes da H.E.R. e cantar uma música para chamar a atenção da filha.

UM MOMENTO EMOCIONANTE.

Em paralelo, Nando segue adiante no que o planejamento chamava de “o grande evento”, que era uma festa nerd que promete ACABAR COM A SUA CASA. É desesperador ver aquele bando de crianças descontroladas quebrando coisas na casa, ou a enchendo de espuma, e eu achei muito bonitinho ver o Nando estando na posição de desespero e de dizer “não”, mas sem ser ouvido… porque isso certamente faz com que ele comece a entender os pais e como, às vezes, eles precisam dizer “não”, para que a vida não vire esse caos horrendo que virou a sua festa no final. Se Allison aprendeu que às vezes tem que dizer “sim”, se Katie aprendeu que a mãe só queria protegê-lo e se Nando aprendeu que às vezes é necessário dizer “não”, só falta Carlos assumir, pela primeira vez, o “papel de vilão”, ao encerrar a festa… porque, às vezes, também é necessário. Se você tem que ser rígido, dizer “não” e acabar com a diversão em alguns momentos, então precisa ser feito.

E é lindo ver o Carlos encerrando aquela festa e o Nando todo orgulhoso do pai.

Adorei o clima, a diversão e a mensagem do filme. E aquele final da família reunida jogando dominó na barraca do lado de fora foi muito fofinho… <3

 

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