24h dizendo “sim” para tudo?
Um filme
leve, divertido e com gostinho de
“Sessão
da Tarde”. Protagonizado por Jennifer Garner e Édgar Ramírez (que estão
excelentes em seus papéis) e baseado em um livro infantil de Amy Krouse
Rosenthal,
“Dia do Sim” conta a
história de uma família que resolve tentar o famoso “Dia do Sim”, um dia em
que, com algumas regras básicas,
os pais
precisam dizer “sim” para tudo o que os filhos pedirem… a história é guiada
com um bom-humor incrível, nos entrega ótimos momentos de comédia e personagens
secundários interessantíssimos, e ainda transmite uma mensagem para encerrar a
sua narrativa – é uma delícia. Durante esse dia
especial, os Torres vão aprender um pouquinho sobre
como é estar “do outro lado” das regras
(!) e, de quebra, se aproximarão enquanto realmente fazem algumas atividades
bem divertidas em família.
Tudo começa
quando Allison e Carlos são chamados na escola por causa de um “tema
recorrente” em trabalhos entregues pelos seus dois filhos mais velhos: Katie e
Nando. Katie fez um Haicai sobre como é uma prisioneira em casa e Nando um
vídeo HILÁRIO comparando a mãe a ditadores, e então ela precisa começar a
repensar suas atitudes… ela sempre foi uma mulher aventureira, que corria
riscos e se divertia à beça, “dizia
sim
para tudo”, mas a maternidade acabou a colocando em uma posição na qual ela tem
que dizer “não” 500 vezes ao dia, ou mais, e agora ela parece mesmo essa
ditadora que
não permite nada… é
doloroso para Allison ser chamada na escola por causa disso, e é lá que um
funcionário lhe dá a ideia do “Dia do Sim”, o que ela acha um absurdo, em um
primeiro momento…
porque, na verdade, é
mesmo um pouco assustador.
Eventualmente,
no entanto, Allison acaba topando… ela comete a gafe de comentar alguma coisa
na frente dos filhos, e então Katie fala que “a mãe nunca daria conta de um Dia
do Sim”, e ela resolve tentar, com direito a uma aposta e tudo: se Allison não
conseguir suportar o Dia do Sim e acabar dizendo “não” em algum momento (Katie
tem certeza que isso acabará acontecendo), então ela terá que autorizar Katie a
ir a um show ao qual ela quer ir sem a mãe, mesmo que só tenha 14 anos e a mãe
ache muito perigoso; se Allison ganhar a aposta e suportar o dia todo sem dizer
nenhum “não”, então elas voltarão para o plano original, que é a mãe ir com ela
ao show… então, as crianças se empolgam e começam a trabalhar para
merecerem um “Dia do Sim”, ajudando na
limpeza constante da casa, fazendo todas as tarefas escolares e tirando boas
notas.
E então o
aguardado DIA DO SIM chega – e é diversão pura! A pequena Ellie é uma fofa e
rende ótimos momentos divertidos, como quando está “maquiando” a mãe ou
arrumando os pais para irem a uma sorveteria comer um sorvete imenso em menos
de 30 minutos para que não precisem pagar por ele… a minha parte favorita do
Dia do Sim foi, certamente, a CAÇA À BANDEIRA, porque eu acho esse jogo
fascinante, e toda a direção dessa cena foi impecável! Amei a divisão dos
times, amei as estratégias, amei como cada personagem lidou com os desafios,
amei o drama exagerado da Allison saindo do meio da fumaça, por exemplo… tudo
ali foi SENSACIONAL, e a Allison toda competitiva e competente foi incrível…
até Katie teve que começar a olhar para a
mãe e, aos poucos, começar a admitir que ela é sim, uma mulher divertida.
Depois da
Caça à Bandeira e de um ataque de pássaros, no entanto, Carlos quase desiste de
tudo – e Allison diz que se é o que ele quer fazer, ele pode fazê-lo, mas ele é
quem terá que contar para as crianças, porque ela está cansada de ser sempre
ela quem tem que ser a vilã da história. No fim, ele acaba não tendo coragem, e
a família ruma para um parque de diversões lindíssimo em uma ambulância
desgovernada, para completarem o dia de diversão… ou até que as coisas comecem
a sair de controle quando Allison vê o celular da filha com a amiga falando
sobre o show e uns caras que querem conhecê-las, as duas briguem e Allison
acaba indo parar na cadeia por brigar com uma outra mulher por um imenso gorila
cor-de-rosa (que ela acha que vai ajudar a Katie a perdoá-la se ela o ganhar
para ela) –
que era de Allison por
direito! Sequência divertida!
No fim do
filme, as coisas ficam emotivas e bonitas, e eu gostei bastante… quando as
crianças aproveitam que Allison e Carlos estão na cadeia para “fugirem” e
fazerem o que tinham planejado para aquela noite, Katie acaba indo sozinha para
o show que começou toda essa confusão – e eventualmente ela acaba descobrindo
que
a mãe tinha razão, e que era
perigoso estar sozinha, que sair com aqueles caras mais velhos não era seguro e
que seria muito mais divertido se a mãe estivesse ali; é dramático, um pouco
exagerado, mas me partiu o coração ver a Katie triste daquela maneira, porque
eu entendo o desespero que se abateria sobre alguém naquela situação.
Felizmente, Allison sabia onde encontrá-la, e com a ajuda de um policial
divertido e não muito competente, ela consegue subir ao palco antes da H.E.R. e
cantar uma música para chamar a atenção da filha.
UM MOMENTO
EMOCIONANTE.
Em paralelo,
Nando segue adiante no que o planejamento chamava de “o grande evento”, que era
uma festa nerd que promete ACABAR COM
A SUA CASA. É desesperador ver aquele bando de crianças descontroladas
quebrando coisas na casa, ou a enchendo de espuma, e eu achei muito bonitinho
ver o Nando estando na posição de desespero e de dizer “não”, mas sem ser
ouvido… porque isso certamente faz com que ele comece a entender os pais e
como, às vezes, eles
precisam dizer
“não”, para que a vida não vire esse caos horrendo que virou a sua festa no
final. Se Allison aprendeu que às vezes tem que dizer “sim”, se Katie aprendeu
que a mãe só queria protegê-lo e se Nando aprendeu que às vezes é necessário
dizer “não”, só falta Carlos assumir, pela primeira vez, o “papel de vilão”, ao
encerrar a festa…
porque, às vezes,
também é necessário. Se você tem que ser rígido, dizer “não” e acabar com a
diversão em alguns momentos, então precisa ser feito.
E é lindo
ver o Carlos encerrando aquela festa e o Nando todo orgulhoso do pai.
Adorei o
clima, a diversão e a mensagem do filme. E aquele final da família reunida
jogando dominó na barraca do lado de fora foi muito fofinho… <3
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