“Only the
deepest love will persuade me into matrimony, which is why I will end up an old
maid”
“Orgulho e Preconceito” é um clássico da
literatura de língua inglesa. Escrito por Jane Austen e publicado pela primeira
vez em 1813, o livro conta a história de uma família com cinco filhas
em idade para se casar – como os Bennet
não são uma família abastada e, naquela época, as mulheres não tinham direito à
herança, a Sra. Bennet está
determinada
a garantir o futuro de suas filhas… e, para isso, ela precisa conseguir bons
partidos que possam se tornar seus maridos. A obra de Jane Austen conta com
algumas adaptações ao longo dos anos, e o filme homônimo de 2005 é uma das
adaptações mais aclamadas, contando com 86% de aprovação da crítica no Rotten
Tomatoes, e 89% de aprovação do público. Protagonizado por Keira Knightley e
Matthew Macfadyen como Elizabeth e Sr. Darcy, respectivamente, o filme é belo,
romântico e divertido na medida certa.
Eu acho que
um dos aspectos mais fascinantes do filme é a maneira como representa a vida
naquela época… estamos na Inglaterra do Século XIX, e eu preciso dizer que o
filme acerta em cheio na fotografia – cenários e figurinos belíssimos, ótimas
representações da casa dos Bennet, por exemplo, que é uma realidade rural e
mais pobre, e das grandes mansões como a casa de Fitzwilliam Darcy. Também as
festas e os bailes, e todo o clima que o filme evoca é aconchegante –
particularmente, adoro as cenas dos bailes, os interesses pessoais movimentando
os personagens, os flertes como eram feitos na época… é aqui, em um baile ao
qual todas as Srtas. Bennet compareceram, que vemos pela primeira vez dois
personagens importantes para a trama que acompanharemos: o sorridente e
simpático Sr. Bingley, e o taciturno e rabugento Sr. Darcy.
A história
do filme acompanha, em parte, o romance vivido por Jane e o Sr. Bingley (e eles
formam um casal
adorável), mas a
protagonista do filme é Elizabeth, uma mulher determinada e que não parece
muito inclinada ao casamento – a não ser, é claro, que ela seja surpreendida.
Quem sabe o amor não bata à sua porta?
Naturalmente, o amor chega à sua vida da maneira mais peculiar e inesperada do
mundo: na forma do complicado Sr. Darcy, aquele que ela diz se recusar a olhar
uma segunda vez quando o conhece no baile (afinal de contas, ele não está
dançando, não sorri e ainda tem comentários nada agradáveis para fazer sobre
ela quando acredita que ela não está por perto), mas que, de certa maneira, a
fascinou. A relação de Elizabeth e do Sr. Darcy nasce aos poucos, com olhares e
provocações, sempre permeada pelo orgulho e pelo preconceito…
De ambos.
Tanto
Elizabeth quanto o Sr. Darcy são pessoas orgulhosas, e eles fazem
pré-julgamentos dos quais custam a se livrar. Elizabeth fica com a primeira
impressão do Sr. Darcy, e, de certa maneira, ela acha que ele é
rico demais. O Sr. Darcy, por sua vez,
detesta a maneira como a família de Elizabeth se porta, a não ser, talvez, pela
própria Elizabeth e por Jane, que é uma moça reservada e tímida… mesmo assim,
no entanto, ele acaba arruinando o casamento de Jane Bennet com seu amigo,
Charles Bingley, acreditando que
ele está
mais envolvido nesse relacionamento que ela e, portanto, que ele vai acabar se
machucando – o que é uma conclusão totalmente errônea a qual Darcy chega
apenas por aparências. Afinal de contas, Jane está, de fato, apaixonada pelo
Sr. Bingley, mas ela é tímida demais e, por isso, tem dificuldades para
expressar seus sentimentos.
Assim,
quando o Sr. Darcy finalmente
se apaixona
por Elizabeth Bennet, ela o despreza graças às suas atitudes… ela descobre que
foi ele quem aconselhou Charles a cancelar o casamento com Jane por causa de
sua família e por duvidar dos sentimentos dela pelo amigo, e isso rende uma das
cenas mais bonitas, sofridas e clássicas do filme: aquele momento embaixo da
chuva em que o Sr. Darcy está mais lindo do que nunca e declara seu amor por
Elizabeth, mas ela não está disposta a casar-se com ele, porque repugna tudo o
que ele fez. Agora, Darcy precisa abandonar o seu orgulho e desconstruir seus
preconceitos para provar a Elizabeth que não é uma pessoa má e, portanto, pode
ser digno de seu amor… e é lindo vê-lo lutando para isso, voltando a erros que
cometera no passado para tentar consertá-los, enquanto ajuda a família Bennet.
Primeiro, o
Sr. Darcy faz de tudo para conter um escândalo que surge quando Lydia, a mais
jovem das Srtas. Bennet, foge com um homem inescrupuloso – ele paga a Wickham
um dote para que ele aceite se casar com a moça e, então, ela não seja
desonrada, e a pobre e inocente Lydia fica radiante de alegria, sem saber dos
detalhes de como seu casamento foi possível. Depois, ele convence o Sr. Bingley
de que Jane está, de fato, apaixonada por ele, e o faz voltar à casa dos Bennet
para declarar seu amor e pedir sua mão em casamento, em uma das melhores cenas
do filme, porque eu acho o Sr. Bingley muito fofo… ele está adorável naquela
cena. O clima do filme é uma delícia e esbanja leveza e romance, e eu adoro a
comédia suave que é brilhantemente encaixada graças à Sra. Bennet, por exemplo,
em cenas como a da Jane sendo pedida em casamento.
Tanto tempo
depois da primeira vez em que o Sr. Darcy declarou o seu amor por Elizabeth,
então, ele volta a conversar com ela, dizendo que ele vai entender se ela ainda
o desprezar, e que basta uma palavra dela para que ele se afaste para sempre,
mas ele quer saber sobre os seus sentimentos – o Sr. Darcy é, à sua própria
maneira inusitada,
encantador. Ele
nuca foi mal, ele nunca foi deveras problemático… ele era rabugento e um tanto
quanto preconceituoso, mas coisas das quais ele se livra graças ao seu amor por
Elizabeth Bennet. O segundo pedido de casamento, então, é romântico e poético,
ele diz que a ama, e ela retribui seu sentimento ao pôr-do-sol. Também gostei,
particularmente, da sequência toda da conversa com o Sr. Bennet, especialmente
o Darcy esperando do lado de fora enquanto o Sr. Bennet conversa com Elizabeth
sobre seus sentimentos e percebe que
ela
ama o Darcy… então, ele lhe dá sua benção, de todo o coração.
“You must know... surely, you must know it was all for
you. You are too generous to trifle with me. I believe you spoke with my aunt
last night, and it has taught me to hope as I'd scarcely allowed myself before.
If your feelings are still what they were last April, tell me so at once. My
affections and wishes have not changed, but one word from you will silence me
forever. If, however, your feelings have changed, I will have to tell you: you
have bewitched me, body and soul, and I love--I love--I love you. I never wish
to be parted from you from this day on”
QUE
DECLARAÇÃO DE AMOR MAIS LINDA! Poética, emocionante, intensa… poderosa.
Filme
lindíssimo. Uma bela história de amor!
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