Primeiro Capítulo de “Cuidado com o Anjo” (09 de Junho de 2008)

“¡Marichuy es un ángel!”

Apaixonado por Maite Perroni e por novelas mexicanas, eu já inicio “Cuidado com o Anjo” com uma paixão quase instantânea. De algum modo, as primeiras cenas da novela me fazem pensar nas produções baseadas em histórias originais de Inês Rodena. Não apenas pelo fato de a protagonista se chamar Maria (!), nesse caso “Maria de Jesus”, chamada de “Marichuy” no original em espanhol, e de “Malu”, na versão dublada brasileira, mas por toda a vibe do início do PRIMEIRO CAPÍTULO. Aqui, temos um cenário bastante pobre, mas uma leveza e alegria de Marichuy, que é absolutamente linda e carismática, e tem um jeito todo rápido de falar que me faz pensar na Thalía em “Maria do Bairro”. Além de tudo, Marichuy tem um jeito moleca, um tanto quanto debochada, talvez, roubando flores de uma vizinha chata para levar à igreja, por exemplo, e ofertá-las no altar…

…as rosas misteriosas.

Eu gosto de como a novela já começa brincando com o tema do “ANJO”, que é Marichuy. Quando a vizinha chata chega furiosa falando para o padre que flagrou a garota roubando suas rosas, o padre a defende dizendo que “Marichuy é um anjo”, e ela devolve dizendo: “Cuidado com o anjo!” Logo em seguida, vemos Marichuy sendo pintada como um anjo em uma CASA DE ARTISTAS, um lugar talvez perigoso para a sua inocência, repleto de pintores e atores boêmios, mas isso é apenas uma pequena parte da vida de Marichuy. Ela mora com Candelaria, uma mulher trabalhadora que lava e passa roupas para outras pessoas, e a quem Marichuy ajuda como puder. Logo no primeiro capítulo, Marichuy acaba em uma casa muito chique para entregar um punhado de roupas, e se encanta com tudo, e mexe nas coisas ao seu redor, e até presencia uma briga dos “ricaços”.

Gosto da leitura que Marichuy faz da cena, mais tarde, com Candelaria. Ela se pergunta como “gente rica assim não pode ser feliz”. Viviane, a grande vilã da trama, é apenas brevemente apresentada ao longo desse capítulo, inconformada com o modo como seu marido, Juan Miguel, não lhe dá atenção (ela está convicta de que ele a trai com outra!), e eu ainda não consegui decidir o que penso sobre ela… a princípio, ela é uma mulher totalmente descontrolada e deve protagonizar cenas vexatórias ao longo da novela… de todo modo, sua primeira interação com Marichuy não é das piores. Ela a repreende por “zanzar pela casa” ao invés de ficar esperando pelo pagamento na cozinha, mas Marichuy é tão debochada e leve que a impressão é de que ela nem se abalou. Mas tamanha “leveza” e “alegria” esconde um trauma em seu passado.

Segredos ainda estão sendo fortemente guardados, e isso dá um tom de MISTÉRIO bem bacana à novela. De um lado, Juan Miguel se dedica excessivamente (?) à sua carreira, como uma forma de reparar um erro do passado, algo de muito grave que fez e cuja culpa o corrói; de outro, o segredo de Marichuy, que ela diz que nunca vai contar a ninguém, porque é o “seu segredo”, um segredo que acabou com a sua vida. Ao nos provocar com essas parcas informações, a novela se mostra genial ao gerar expectativa e curiosidade, e queremos ver as peças se encaixarem depressa, peças que sabemos que não devem se tratar de dois segredos separados, mas dois lados de um mesmo segredo ainda a ser desenvolvido e desenrolado ao longo da trama. Mas são nessas cenas que vemos Marichuy chorar que percebemos que a vida não foi fácil para ela.

Embora ela tente levá-la de cabeça erguida!

Outra cena construída em paralelos é a das FESTAS. De um lado, temos a elegante festa cheia de comentários maldosos de Viviane; de outro, a aparentemente divertida festa dos artistas, que esconde perigos terríveis… um babaca qualquer tenta agarrar Marichuy à força, e ela reage com propriedade, o empurrando, gritando com ele e dando uns tapas em sua cara antes de ir embora, mas ela chega em casa chorando, destruída, dizendo que “todos são iguais àquele infeliz”, e então conseguimos ter uma noção maior do seu segredo, que é um trauma, na verdade. Bem como a sequência de pesadelo de Marichuy, correndo desamparada pelo bosque, embaixo de chuva, perseguida por um homem que tenta agarrá-la, cujo rosto ela não consegue ver… um pesadelo aparentemente recorrente que a atormenta, e que a faz acordar gritando e chorando…

As cenas são intrigantes, no mínimo. O roteiro nos sugere que Marichuy foi violentada naquele bosque, e embora eu queira pensar que o segredo dela e de Juan Miguel é o mesmo, no fim das contas, não quero que seja ele o homem a tê-la atacado, porque então qualquer expectativa de um romance saudável cairá por terra, a meu ver. De todo modo, as cenas são fortes, intensas e bem-interpretadas. De um lado, Marichuy chora ao lembrar do pesadelo. De outro, Juan Miguel chora ao pensar no erro que cometeu no passado, enquanto tenta esconder o sofrimento de sua filha, que é esperta o suficiente para reparar em seus “olhinhos tristes”. Agora, as informações devem começar a vir à tona nos capítulos seguintes… afinal de contas, Marichuy precisa voltar à casa e buscar mais roupas, e Juan Miguel está saindo para o trabalho… e os dois se encontram no portão da casa.

A química é imediata, posso ver as faíscas na conexão dos olhos.

A tensão chega ATÉ MIM!

 

Para mais postagens de Cuidado com o Anjo, clique aqui.

Ou visite nossa Página: Além do Cantinho de Luz

 

Comentários