American Horror Stories 1x04 – The Naughty List

Tudo por likes!

O quarto episódio de “American Horror Stories”, que desagradou a maior parte da internet, realmente não é tão bom quanto “Drive-In”, mas eu vou precisar dizer: ainda é melhor que “Rubber(wo)man”, principalmente por entregar o que a série propõe, que são histórias completas em 40 minutos. De fato, “The Naughty List” não é um grande marco da televisão nem nada, mas entregou uma história atual, com uma crítica bem pertinente aos dias de hoje, quando algumas pessoas parecem capazes de fazer qualquer coisa por mais visualizações, curtidas, seguidores… com um elenco de caras bonitos que conhecemos de outras produções, o episódio nos apresenta quatro homens chegando aos 30 anos e que são nojentos – não conseguimos gostar de nenhum dos quatro personagens, mas a ideia não é que gostássemos deles mesmo…

É que sentíssemos asco.

Porque eles são nojentos… Barry (Kevin McHale), Zinn (Nico Greetham), James (Dyllón Burnside) e Wyatt (Charles Melton) são um grupo de influencers chamados “The Bro House”, e eles já têm um início de episódio chocante e revoltante quando eles passam a noite toda na “ponte do suicídio”, esperando que alguém apareça para se matar… e então eles filmam a morte de um homem, achando que isso vai aumentar a popularidade deles e fazer com que eles ganhem milhões de seguidores, mas é claro que isso acaba pesando contra eles, porque todo mundo acha um absurdo o que eles fizeram – e então eles começam a perder seguidores, e tentarão de tudo para recuperá-los. A crítica do episódio está justamente no fato de o grupo ter se perdido totalmente do que é minimamente divertido ou aceitável, e é assustador vê-los tão fora da realidade.

Quanto mais eles tentam consertar o que fizeram, mais eles geram a raiva dos inscritos… que eles continuam perdendo. O grupo, comandado por Zinn, é patético e em nenhum momento eles repensam suas atitudes… eles apenas tentam outra coisa igualmente baixa e sem sentido achando que isso vai torná-los populares. É a representação clara do influencer que não se importa com quem está machucando, apenas com os números na sua página… eles tentam, por exemplo, usar a comunidade LGBTQIA+ a seu favor, com coisas vergonhosas que causam ainda mais revolta, ou tentam “fazer piada” em um shopping durante o Natal, o que acaba com o grupo assediando e ofendendo uma funcionária, fazendo comentários de cunho machista, humilhando outro funcionário e gritando para todas as crianças do shopping que “Papai Noel não existe”.

No fim, não nos importamos com o que vai acontecer a eles… o episódio traz algumas informações sobre uma possível nova origem do mito do Papai Noel (numa pegada meio o Sam lendo o notebook em “Supernatural”), enquanto um homem alucinado começa a eliminar aqueles que não foram bons durante o ano e, portanto, estão na “lista dos levados”. Assim, Wyatt, Zinn, James e Barry precisam lidar com as consequências dos seus atos… nessa ordem. O episódio abusa do horror na morte de cada um dos membros da Bro House e na pequena cena que vem depois disso, quando os policiais chegam à casa horas depois de eles ligarem para a emergência e encontram a árvore de Natal decorada com as partes dos corpos… mas acho que o grande toque de ironia doentia do episódio está no momento pouco antes de Barry morrer em que o canal chega a 5 milhões de inscritos e ele celebra…

Porque, no fim, era só o que eles queriam. Custasse o que custasse.

 

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