Maria Esperança (SBT, 2007)

“Meu nome é Maria como tantas são”

O sucesso de “María Mercedes” garantiu um remake brasileiro da novela, produzido pelo SBT em 2007, e exibido em 97 capítulos, entre 26 de Março e 07 de Agosto de 2007. A versão brasileira da novela, um êxito, foi protagonizada por Bárbara Paz, no papel de Maria, e por Ricardo Ramory, no papel de Eduardo, o equivalente a Jorge Luís. Eu realmente GOSTO muito de ver essas outras versões de novela que eu amo… parece que não é a mesma coisa ver outra pessoa no papel que fora de Thalía, e realmente não é, mas a novela tem espírito, e parece muito boa. E eu gosto dessa época em que o SBT ainda sabia fazer remakes em tempos “normais” de novela. 97 capítulos me parece um bom número! Com “Maria Esperança”, conhecíamos Maria, uma jovem responsável por sua família, com responsabilidade demais para sua pouca idade…

A abertura da novela é um máximo. Diferente da original, bem diferente, na verdade, e reflete essa nova “faceta” da personagem de Maria. Ela ainda é guerreira, responsável e um tanto quanto romântica, esperando aquele que tomará seu coração, mas ela também tem um jeito um tanto mais duro, e se veste quase como um moleque, com seu macacão e seu boné para trás. Combina com a personagem, embora de modo geral ela seja a mesma Maria que conhecemos, com sua cestinha de flores e seus bilhetes de loteria. Gosto da música de abertura, que tem um estilo totalmente diferente da música mexicana, mas tamanha “distância” é excluída quando percebemos alguns trechos da música que são transpostos tão diretamente da versão de Thalía, e essas são as minhas partes favoritas, que me fazem abrir um delicioso sorriso.

Assim,

 

“Nascida pra servir você”

 

Nos remete a…

 

“María Mercedes, pa’ servirle a usted”

 

Mas gosto mesmo de

 

“Mas a felicidade, eu sei, que eu procurei

E o dinheiro não comprou”

 

Que nos faz lembrar imediatamente de

 

“Mi felicidad el dinero no compró

Pues al hombre que amo no lo tengo yo”

 

Veja o primeiro capítulo abaixo:

 


 

O primeiro capítulo de “Maria Esperança”, de 26 de Março de 2007, é bem parecido ao primeiro capítulo de “Maria Mercedes”, e começa com Maria Helena, a mãe de Maria, abraçando os filhos enquanto dorme e deixando uma carta, antes de abandoná-los. Conhecemos Maria morando em sua vila, conversando com Dona Filó, trabalhando para sustentar a família, a bebedeira do pai, e Isabel (a Rosário) rouba um MP3 e acaba na delegacia. Também conhecemos Malvina, cruel e fria, desejando a morte do “demônio” do Santiago (e é assim que os dois se tratam, na verdade), que recebe a notícia oficial do médico de que “tem pouco tempo de vida”, para o seu desgosto. Eduardo (o nosso Jorge Luis), por outro lado, está bonito e animado com o seu casamento com Daniela, agora mais próximo do que nunca.

Sobre Maria, eu amo uma fala da Dona Filó:

 

“Maria. Maria, minha guerreira. Tão novinha, e não se entrega nunca. Sempre cheia de esperança. Taí, você devia ter isso no nome, ó: Maria Esperança”

 

Sinceramente, eu gosto mais dessa versão inicial de Eduardo do que qualquer outra. Ele está tão bobo, tão apaixonado, tão feliz. Sua leveza quase o torna “brega”, mas é fofo. E ele não é interesseiro como a mãe: embora Daniela tenha muito dinheiro, ele vai se casar com divisão de bens, e pretende fazer o seu próprio dinheiro como arquiteto – além do mais, ele não vê a hora de se livrar do “louco” Santiago, de quem gostaria de sentir pena, mas não consegue… pelo menos ele não acha, como Malvina, que eles tenham direito a qualquer herança dele após a sua morte. Porque Malvina só pensa nisso, e Santiago sabe: “Me poupe, tia Malvina, sua única preocupação é saber quanto tempo eu ainda tenho de vida”, e o clima entre eles é tenso, repleto de provocações. Mas Eduardo ainda terá que enfrentar um “ex-namorado” ciumento de Daniela…

“Você me paga, Daniela. Não vai ser minha, mas também não vai ser de mais ninguém”

Maria, por sua vez, SOFRE. É triste ver toda a responsabilidade que recai sobre ela, e todo o sofrimento que ela enfrenta, tristemente, com o pai bêbado e o problema com Isabel sendo pega roubando, embora ela invente toda uma desculpa. Gosto, no entanto, da FORÇA de Maria, dando bronca e dizendo coisas como “Mando sim! Eu sou sua irmã mais velha e tenho sido mais que uma mãe pra você!” Por isso, Maria merecia ser feliz… mas a história começa mesmo no casamento de Eduardo com Daniela, com José, o ex-namorado, do lado de fora para se vingar, e Maria do lado de fora, vendendo flores… ela gosta tanto de casamentos. A cerimônia é bonita, Eduardo está leve e apaixonado, Maria assiste o casal deixando a igreja, romântica, e aplaude o casal como todo mundo, e então José se aproxima e mata Daniela. É uma cena forte, e um começo impactante para “Maria Esperança”, como foi com “Maria Mercedes”.

Eduardo fica segurando a esposa morta nos braços…

Maria assiste a tudo, sentindo pela tristeza do momento, horrorizada…

E José sofre um acidente depois de uma perseguição eletrizante com a polícia…

WOW! “Maria Esperança” foi um excelente remake!

 

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