Turma da Mônica Jovem (2ª Série, Edição Nº 50) – Deixa o Like
Mais uma história de influenciadores?
Ah, bem que
eu não estava animado para essa edição… então não posso nem dizer que estou
decepcionado. Eu acho que a segunda série da “Turma da Mônica Jovem” se perdeu há muito tempo na maneira de
contar histórias, e ela acaba se saindo muito bem ocasionalmente (andei
elogiando várias edições recentemente), mas ela costuma entregar roteiros
excessivamente didáticos ou cheios de lição de moral: “Deixa o Like” é uma delas. Embora seja um tema atual, eu não acho
que nenhuma edição sobre influenciadores
tenha se saído muito bem ou figure entre as melhores edições de “Turma da Mônica Jovem”. Aqui, a ideia é
mostrar como Carmem Frufru está se saindo bem como influenciadora, mas como
isso demanda constante e exaustivo trabalho, e como não é fácil conseguir
milhões de seguidores como o Cebola parece acreditar que é.
Para mim, a
edição parece distante demais da
realidade para que eu possa me importar com a história. E quando eu digo
isso, eu levo em consideração o fato de ser uma história em quadrinhos, mas
você não vai me ver reclamando de histórias que se passam em dimensões mágicas
(!) ou no espaço, por exemplo, porque nesses casos, essa é a proposta da edição
e ela parte para a ficção e, na maioria das vezes, faz isso muito bem. Edições
como “Deixa o Like” são supostamente
“situadas na realidade”, são chamadas de “aventuras do cotidiano”, mas eu volto
a me perguntar: ser influenciador digital
é o “cotidiano” de quantos jovens nesse país? Quer dizer, tem uma galera
que se sente influenciador digital ou
sonha em ser um, mas quem realmente ganha a vida com isso, como a Carmem
Frufru, não é um número assim tão grande, né?
A edição
acompanha, então, duas histórias… de um lado, temos Carmem se tornando “uma das
maiores influenciadoras digitais do país”, tudo “com o seu trabalho árduo”, e
Cebola acha que ele pode fazer o mesmo e usar essa influência para “boas
causas”, como salvar o Museu do Limoeiro que está sem investimentos e parece
prestes a fechar a qualquer momento. Cebola, então, representa a maior parte
daqueles que querem ser influenciadores e penam para conseguir visualizações,
enquanto ainda tentam achar o seu estilo ou o que vai torná-los famosos… Cebola
tenta de tudo, e não passa de algumas visualizações e comentários de
conhecidos, mas vocês sabem como o Cebola é competitivo, e a Carmem meio que o
desafiou quando ele tentou trazê-la para a causa do museu e ela não foi… agora, ele quer provar que consegue.
Carmem, por
sua vez, está lidando com a fama e com todas as dificuldades. Ser influenciador
digital envolve bastante trabalho, produção constante de conteúdo e, para
Carmem, falta de tempo para se dedicar aos estudos, estar com os amigos,
descansar ou fazer o que ela gosta… assim, ela precisa parar e repensar o que
está fazendo, mas ela constantemente diz que “não tem tempo para isso”. Agora
que Carmem está trabalhando e conseguindo muitas parcerias e, consequentemente,
bastante dinheiro, a família está voltando a poder pagar por alguns luxos, e
talvez ela esteja voltando a ser a garota fútil de antes… ou não. A verdade é
que ela está cansada de fazer sempre vídeos que falam sobre o cabelo, por
exemplo, que é o que está gerando engajamento com os seus seguidores, quando,
na verdade, ela quer falar sobre outras coisas.
Quando o
Cebola, que entra de penetra em uma festa de influenciadores, faz uma live e acaba pegando a Carmem falando
sobre “não entender qual é o problema dos seus seguidores que só querem saber
de vídeos de cabelos”, as coisas meio que desandam… mas, no fim, é bom. A
edição mostra um pouco do lado do extremismo que a internet pode apresentar, os
haters, e são coisas bem revoltantes
que podemos ver facilmente em uma visitinha ao Twitter, por exemplo. No fim,
quando os seguidores de Carmem começam a protestar pelo fechamento do museu
(?), por serem contra o Cebola, ela precisa se impor, e então ela tem a
oportunidade de, pela primeira vez, dizer o que realmente pensa: e, assim,
voltamos à Carmem que está lentamente amadurecendo nas últimas edições. Gosto
dessa Carmem que entende o que realmente importa.
Ela vai
continuar sendo uma influenciadora… mas fazendo algumas escolhas e,
provavelmente, sendo um pouco mais feliz.
De quebra, o
Cebola consegue sua ajuda para o Museu do Limoeiro!
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