Que SEASON
FINALE perfeita!
“Lost” é mesmo uma das melhores séries
que eu já vi na vida, e assistir novamente à primeira temporada me mostrou que sempre foi assim – eu tenho memórias
muito vivas de plots que virão nas
temporadas seguintes e que me empolgarão demais, mas a impecabilidade desses
primeiros 25 episódios, culminando em “Exodus”,
é surpreendente. Muito se comenta sobre como a série “era à frente do seu
tempo”, e realmente “Lost” entrega
uma narrativa competente que mistura mistérios e drama com uma perfeição quase
inigualável… queremos entender os mistérios da ilha tanto quanto queremos estar
ao lado desses personagens e assistir ao seu desenvolvimento. “Lost” criou uma narrativa que,
semanalmente, colocava as pessoas em frente à televisão, mas que fazia com que
os telespectadores pensassem/comentassem a série o tempo todo.
Cada nova
episódio era aguardadíssimo, cada lançamento um evento.
Uma semana toda pensando, discutindo,
formulando teorias, trocando ideias com outros fãs, descobrindo coisas. Eu
acho que aí está a força de
“Lost”,
na maneira como conseguiu segurar o público, gerar fidelidade, e fazer com que
a série
nunca deixasse de ser comentada
– quem assistiu
“Lost” naquela época
sabe do que eu estou falando:
nós vivemos
a série. Inclusive, é algo que eu acho que se perdeu nos últimos anos com
as séries de alguns streamings cujos episódios são lançados
tudo de uma vez: existem pessoas que
assistem a tudo em um dia e já ficam querendo a próxima temporada e,
consequentemente, não têm tempo de processar as informações, pensar sobre o
episódio e buscar respostas – eles só querem tudo pronto, tudo entregue, e a
série acaba sendo esquecível. Cinco anos depois, você mal se lembra de uma
série que assistiu completa em um dia.
“Lost” não. “Lost” foi vivida semanalmente durante anos.
O último
episódio da temporada é INTENSO, e apresenta tudo o que queríamos ver, enquanto
nos deixa ávidos por mais. São três histórias principais que acompanhamos: o
pessoal das dinamites que vai tentar abrir a escotilha; o pessoal da jangada em
busca de resgate; e o resgate de Aaron. Sayid e Charlie chegam até a origem da
fumaça preta que estavam vendo subir da floresta e que supostamente indicava
que os Outros estavam vindo, e encontram Danielle Rousseau com Aaron, chorando
porque
eles não estavam ali e ela não vai
conseguir sua Alex de volta… a cena é forte, e é um alívio muito grande
quando vemos Rousseau devolvendo Aaron para Sayid para, mais tarde, vermos
Charlie voltar para a caverna dos sobreviventes para devolver Aaron para
Claire.
Pelo menos uma das crianças não
foi roubada pelos Outros nesse Season Finale.
Não é o
mesmo que se pode dizer de Walt… as cenas da jangada, agora durante a noite,
causam certo nervosismo, porque sabemos que algo vai dar errado, só não sabemos
o que e não sabemos quando… mas sabemos que está por vir. Então, quando Sawyer
insiste para que eles liguem o radar e eles o ouvem apitar,
eles se permitem ter esperança. Toda a
sequência é desesperadora, se você me perguntar, e quase me levou às lágrimas,
porque conseguimos sentir a alegria e a esperança de cada um naquela jangada
quando eles celebram que foram encontrados, quando eles celebram o resgate… mas
é um momento breve de alegria que, eventualmente, é em vão. Quem quer que sejam
aquelas pessoas no barco, tudo o que eles querem é o Walt – e eles conseguem
levá-lo. Sawyer leva um tiro e cai na água, Jin pula para ajudá-lo, Michael
pula atrás de Walt, a jangada explode e Walt é levado.
Tudo dá errado, tudo.
Por fim,
temos a sequência da escotilha, quando Hurley, Locke, Jack e Kate organizam
tudo para tentar explodir a porta e entrar – sem imaginar o que vão encontrar
do lado de dentro. A sequência traz alguns momentos muito interessantes, dentre
os quais eu destaco a “rivalidade” de Jack e Locke se atenuando em uma conversa
sobre a ilha na qual Locke, pela primeira vez, chama o Jack de “homem da
ciência” e se autodenomina “homem de fé”, e Jack já sabe que “eles terão
problemas com Locke” em breve. Outro momento muito importante é quando Hurley
casualmente vê os números 4, 8, 15, 16, 23 e 42 na entrada da escotilha ao
derrubar sua lanterna, e então ele corre desesperado, tentando impedir Locke de
ligar o pavio para explodir as dinamites, dizendo que “os números são
malignos”, mas é claro que Locke não vai ouvi-lo, e ele explode…
A escotilha está aberta. Os mistérios lá de
dentro? Apenas na segunda temporada!
Ansioso
para encontrar o Desmond.
Os
flashbacks desse último episódio são
alguns dos meus
favoritos na
temporada – eles adicionam algumas novas informações, como o Hurley correndo
contra o tempo para pegar o Voo 815 depois de quase perdê-lo inúmeras vezes (as
suas cenas são ótimas, e a maneira como os números aparecem continuamente
também são uma
diversão à parte para
quem está assistindo), mas ele é muito mais
sentimental,
na verdade. No último
flashback,
compartilhado pelos sobreviventes, os vemos embarcando no Voo 815, e vemos
algumas pequenas interações que eu acho um máximo, como o Hurley passando por
Walt, fazendo um sinal para ele (e o Walt sorri em resposta) e indo se sentar
na sua poltrona, para ler o gibi em espanhol que mais tarde Walt encontraria
nos destroços do acidente… o embarque é um dos momentos mais bonitos e mais
tristes da série. Me emocionei, chorei e amei cada segundo.
Primeira
temporada impecável. E que venha a
segunda!
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