Vamos falar de “Like, la Leyenda”!

“Una vez… una, una y otra vez”

“Like, la Leyenda” é o projeto mais recente de Pedro Damián para a Televisa, lançado em 2018 e que, infelizmente, não fez o sucesso esperado… em grande parte, a meu ver, pela resistência do público em aceitar uma nova novela juvenil nos mesmos moldes de “Rebelde”. É uma pena que um grupo imaturo tenha escolhido falar mal da novela sem propriedade ou compará-la a outras para menosprezá-la, deixando de perceber tudo o que “Like, la Leyenda” tinha de bom para oferecer… estou fazendo esse texto hoje porque me deu uma saudade imensa da novela – EU GOSTAVA TANTO DE “LIKE”! Assisti à novela na época de sua exibição e escrevi alguns textos que vocês podem ler clicando aqui, e hoje resolvi trazer o assunto à tona novamente: por que “Like” não deu certo se tinha tudo para ser um sucesso, como um elenco jovem, bonito, diverso e histórias que se relacionam com o universo jovem?

Se você nunca assistiu a “Like”, não deveria falar mal; se você assistiu a apenas um capítulo, não deveria falar mal; se você assistiu a uma semana, um mês ou mais de novela com uma atitude de “não vou gostar”, procurando motivos para reclamar, tampouco deveria falar mal. A verdade é que essa foi a atitude com que muita gente enfrentou a novela, e então falharam em perceber que “Like, la Leyenda” tinha uma variedade de histórias para contar, possibilidades infinitas com os seus personagens, além de um elenco interessado em contar uma boa história… gosto de como “Like”, vinda de uma outra época, se aventurou por narrativas que não estavam em destaque na TV 15 anos antes, dando visibilidade a tramas sérias, assuntos pertinentes e delicados que precisam ser comentados, e que tem tudo a ver com o universo jovem do qual faz parte.

Um grande erro tanto da divulgação quanto do público foi olhar para “Like” em comparação com “Rebelde” o que, convenhamos, é injusto. “Rebelde” é uma novela extremamente popular com fãs fieis até hoje, e que teve seus anos para gerar nostalgia e se tornar um clássico entre os jovens, além de a popularidade ter se perpetuado graças aos sucessos inegáveis da “RBD” (que eu adoro)… querer comparar-se a ela é injusto, e não há necessidade disso. Eu ainda não entendo por que tudo parece ter que ser uma competição nesse mundo! Por que eu não posso gostar de DC e Marvel ao mesmo tempo? Porque eu não posso gostar de Star Wars e Star Trek ao mesmo tempo? A resposta é: não tem um porquê. “Like” não é um remake ou uma continuação de “Rebelde”, na verdade não tem nenhuma relação direta com ela… tampouco quer “substituí-la” ou “superá-la”. “Like” é uma outra história, com outros jovens, falando de outros assuntos…

Cansei de ler comentários do tipo “Nada nunca vai superar Rebelde”, mas é sério: pra quê essa discussão? Não é o que está em pauta. “Rebelde” SEMPRE vai ser o nosso xodó, sempre vai estar em um lugar especial em nossos corações, e eu, por exemplo, nunca vou deixar de gostar de “Rebelde”… mas isso quer dizer que eu nunca vou poder gostar de outra novela protagonizada por um elenco jovem em uma escola? E preciso tocar na ferida de que, marcada por sua época, “Rebelde” pode ter pegadas ofensivas que configuram machismo, homofobia e outros… por que não dar a chance a uma nova novela onde algumas barreiras felizmente já foram quebradas? Onde o espaço está aberto para novas visões e discussões, representatividade LGBT e tudo o mais? “Like” é uma novela carismática e, sim, um pouco ambiciosa, que não teve o tempo necessário para desenvolver tudo o que ela tinha para contar e queria contar. Tem um elenco grande, proporcionando uma variedade interessante de personalidades, assuntos e discussões, um toque moderno e atual…

“Like” tinha uma proposta incrível, e teve uma primeira temporada bem executada, com poucos problemas. Consigo enumerar dois no momento, e que não me parecem assim tão graves: um deles se refere a atuação de um dos atores principais, que deixava a desejar, mas isso é extremamente comum em novelas com protagonistas jovens começando suas carreiras (veja vários atores que ainda eram fracos em “Malhação”, por exemplo, e cresceram significativamente), e preciso dizer que a grande maioria do elenco era realmente muito boa; outro se refere à correria para finalizar algumas histórias, mas isso se deve principalmente ao fato de a segunda temporada da novela ter sido cancelada e, portanto, algumas histórias foram adiantadas. É uma pena que o preconceito e o boicote promovido por pessoas bem imaturas não tenha deixado o projeto decolar.

Gostaria de mais temporadas, mais músicas, mais discussões… quem sabe um dia?

 

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