Além da Ilusão – O trabalho de Isadora

Um dia em Campos.

Joaquim quer que Isadora se case e fique cuidando da casa e dos futuros filhos… Isadora, no entanto, tem outros planos para o seu futuro, e eles começam com conseguir um emprego de gerente de vendas na Tecelagem Tropical – para conseguir o que quer, então, ela prova que é capaz em uma viagem ao Rio de Janeiro, no qual consegue fechar cinco pedidos… mas Joaquim não está nada feliz com a possibilidade de ter a Isadora trabalhando na fábrica e, por isso, não intercede por ela junto a Eugênio, como ela pediu que ele fizesse, e eu adoro como, eventualmente, ela vai lá e o confronta sobre isso, o colocando contra a parede e perguntando se é ele que não quer que ela assuma o cargo… Joaquim confessa, então, que não falou com Eugênio, nem para incentivá-lo a contratá-lo nem para dizer que não a quer lá, o padrinho já acha que ela não está apta ao cargo e ele concorda.

Eugênio acha que Isadora é muito nova e inexperiente, mas Isadora não vai desistir, e eu gosto muito de como ela consegue fazer com que Joaquim faça o que ela quer, no fim das contas – ela o chama para conversar no cais onde ela pulou para salvar o Danado, há 10 anos, e onde quase morreu afogada, sendo resgatada, por fim, pelo Joaquim. Ela diz que, assim como ele estendeu a mão a ela naquele dia, quer que ela faça o mesmo agora, e converse com o padrinho – e, assim, ISADORA CONSEGUE O EMPREGO. Agora, com a Isadora felicíssima em seu novo escritório, com seu nome na mesa, Joaquim precisa encontrar uma maneira de tirá-la de lá, e planeja dar a ela metas inalcançáveis, na intenção de “provar” que ela não é a pessoa indicada para o cargo… mas a verdade é que, quanto mais o Joaquim tentar provar o contrário, mais Isadora vai surpreender a todos.

Até porque a sua prioridade é clara: trabalho antes de casamento. Ela chega a dizer, em uma conversa com a Tia Heloísa, que ela só aceitou se casar porque o Joaquim fala muito sobre isso e ela não soube dizer não, mas animada de verdade para o noivado ela não está… ainda se acha muito nova para isso. E, no dia do noivado, ela passa tanto tempo e momentos especiais ao lado de Davi… ou melhor, de “Rafael Antunes”. O dia do noivado começa com Isadora levando o “Rafael” para conhecer a vila dos operários, a fábrica, os teares, o tecido, e Davi ainda usa uns truques de mágica para deixar o momento mais romântico, o que quase faz com que Isadora se lembre dele – “Engraçado, eu tenho a nítida impressão de que eu te conheço de outro lugar”. Ainda não compro a ideia do “romance” deles, porque Davi não se apaixonou por Isadora, apenas está fascinado com a sua semelhança com a irmã…

Até a música dos dois é a MESMA, e acho isso meio ruinzinho, embora ame “Your Song”.

Quando Joaquim encontra Isadora e “Rafael” próximos demais na fábrica, ele já tem uma crise de ciúmes e dá um showzinho ridículo, inclusive fazendo de tudo para menosprezar o Davi, que é todo educado agradecendo pelas roupas que ele lhe emprestou, por exemplo, respondendo que “são velhas e ele pode ficar com ela”. Depois, em uma demonstração patética de insegurança (ele dá várias), Joaquim encontra uma maneira de falar sobre o noivado e de beijar a Isadora, mas ele mesmo proporciona uma oportunidade para que Isadora e Davi passem mais tempo juntos, sem saber, quando resolve dar “uma missão impossível” a Isadora e a manda vender um tafetá manchado que Eugênio pedira que ele jogasse fora. Adoro que Isadora percebe que ele está fazendo isso porque acha que é impossível vender o tecido, mas aceita a missão mesmo assim.

Como eu disse, quanto mais ele provocar, mais ela vai surpreender.

E, ironicamente, Isadora escolhe vender o tafetá em Campos naquele mesmo dia, com a companhia de “Rafael”, que está indo para lá comprar um terno para a festa de noivado, já que Violeta faz questão que ele vá e lhe deu um cheque para comprar um terno novo… então, Isadora vai ajudar “Rafael” a escolher um terno, que é a parte fácil, e ele vai ajudá-la a vender o tafetá, que é a “missão impossível”. Vender um tafetá manchado, mesmo com 30% de desconto, não é fácil, mas eu sabia que, de um jeito ou de outro, Isadora e Davi iam dar um jeito, e eu achei um máximo como “Além da Ilusão” assumiu um tom gostoso e leve de comédia para essa sequência, quando Davi, assustado ao ver um carro da polícia, acaba puxando Isadora para dentro de uma funerária, e o local perfeito para vender o tafetá manchado: para forrar os caixões.

Isadora exerce bem seu trabalho de gerente de vendas e fala de maneira convincente sobre a venda do tecido, enquanto Davi aproveita para fazer uma senhora que está ali se convencer de que quer aquele caixão, do jeitinho que ele está, para enterrar seu marido que acabou de morrer – a cena é divertida e a química entre eles funciona, com aquela troca de olhares de cumplicidade no fim! Com tudo vendido (!), Isadora precisa correr de volta para a estação e pegar um trem de volta para casa… afinal de contas, é a noite do noivado. Joaquim fica furioso quando descobre que Isadora não está em casa e, pior, que provavelmente foi para a cidade com o “Rafael”, e ele assume, novamente, uma pose machista em que é ciumento, possessivo e agressivo… ele está gritando aos quatro ventos que não haverá noivado porque ele não tem uma noiva.

Isadora sabe que Joaquim vai ficar furioso com o seu atraso, e quando Davi diz que ele vai ficar orgulhoso porque ela conseguiu vender todo o tafetá, ela não é iludida o suficiente para acreditar nisso: ela sabe que ele não vai ficar orgulhoso, porque ele quer uma noiva que só fique em casa, cuidando da casa e dos filhos – e, ali, Davi não se controla e fala um pouquinho demais, dizendo que, então, “talvez Joaquim devesse encontrar outra noiva”, o que faz Isadora parar no meio do caminho, mas, felizmente, não é motivo de briga entre eles… até porque o que a espera dentro de casa é muito pior. O noivado está fadado a ser um fracasso, seja pelas atitudes de Joaquim, seja pelas travessuras de Davi com os seus truques de mágica, ou mesmo a instabilidade de Matías… a noite do noivado vai ser, certamente, inesquecível – mas não como eles gostariam.

 

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